My Lover escrita por AnaTheresaC
Notas iniciais do capítulo
A família da Cassie é-nos introduzida. Para quem conhece e viu The Secret Circle, sabe quem eles são. Não alterei os nomes: John é John Blackwell, Cassie é a Cassie, e o mesmo para o Adam e a Melissa.
Capítulo 41
-Conseguiste a tua mini vingança? – perguntei assim que ele entrou no carro.
-Claro que sim. Mas que eles não pensem que vão ficar assim. A vingança do que fizeram ao meu irmão acabou de começar – disse ele com um tom ameaçador.
-Estás pronto para a viagem? – inquiri, ligando o carro.
-E tu? – o seu tom era atencioso.
-Não sei bem – admiti. – Estou na onda do “ver para crer”.
Ele sorriu.
-Estarei ao teu lado. Sempre e para sempre.
Sorri e tentei afastar as lágrimas, sabendo o peso da sua promessa.
-Obrigada, Kol – disse e iniciei a viagem.
***
-Caroline, eu vou provar o vestido aí mesmo. Acabei de entrar em Vancouver – informei-a.
O telemóvel estava em alta voz, pelo que Kol ouvia tudo o que estávamos a dizer.
-Vais convidar a tua família? Agora? – guinchou ela do outro lado da ilha. – Os convites ainda não foram impressos!
-Caroline, eu disse que os convites eram para as pessoas mais próximas. Não haverá tempo para lhes enviar o convite.
-Mas…
-Loirinha pensa: eles vivem em Vancouver. Para o convite chegar, demoraria no mínimo uma semana – Kol colocou-se ao meu lado nesta batalha.
-Está bem. Mas eu envio na mesma! Vou agora imprimi-los e é bom que gostes deles, Samantha! – o seu tom era ameaçador, ao que eu ri.
-Sim, Caroline – assenti. – Eu sei que vou gostar, senão não estarias a organizar o meu casamento.
-Ah! E se chegarem a tempo, o Baile dos Anos 20 é nesta sexta.
-E o casamento é sábado – completei.
-E a lua-de-mel no domingo – disse Kol, fazendo-nos rir.
-Tchau, Caroline! – exclamei.
-Até daqui a uns dias! – disse ela, desligando o telemóvel.
Entrei na região chamada Chance Harbor e parei em frente à casa que era o lar da minha família: John e a sua esposa, Amelia, e a sua filha, Cassie. Havia o namorado de Cassie, Adam. Depois havia a amiga dela, Melissa. Eles estavam todos convidados para o casamento, como era óbvio.
Bati à porta, com Kol ao meu lado e uma loira baixinha abriu a porta.
-Sim? – era Cassie. Da última vez que a tinha visto, ela tinha menos dez anos. Talvez já não se recordasse de mim.
-Olá, Cassie – cumprimentei, sorrindo para ela, que olhou intrigada para mim.
-Como é que sabes o meu nome?
-Samantha! – exclamou o seu pai, John, vindo abraçar-me.
-John! – disse retribuí o abraço.
Kol sorriu para mim, transmitindo-me confiança.
-Oh, Céus, há tanto tempo que não te via! – exclamou ele, pegando nas minhas mãos e observando-me atentamente. – Não mudaste nada!
-Estou congelada no tempo, John – disse, um pouco triste. – Como é que podia ter mudado.
-O teu brilho nos olhos mudou – observou ele, atento como sempre. – Quem é o sortudo?
Sorri e ele rodeou-me a cintura com um braço, andando em direção à casa.
-Oh, John, o meu criador, Kol, pode entrar?
John mediu Kol e acenou.
-Claro que sim. Entra.
-Obrigado, senhor – agradeceu Kol, entrando atrás de nós. Cassie fechou a porta.
-Cassie, lembras-te de Samantha? Foi ela que te enviou aquela caixa de música francesa.
A minha sobrinha sorriu.
-Oh, sim, lembro-me. Obrigada. É muito bonita.
-De nada – disse e senti uma vibração vinda dela.
-Onde está Amelia? – perguntei e o ambiente ficou tenso. John trocou um olhar com Cassie.
-Querida, porque não vais lá para cima arrumar o teu quarto?
Cassie acenou, triste.
-Claro, pai.
Ela subiu as escadas e John falou:
-Por favor, venham sentar-se.
Entrámos na sala pequena, mas aconchegante e sentei-me num sofá individual. Kol sentou-se no sofá ao lado e ficou a observar John atentamente.
-Amelia e eu divorciámo-nos há uns cinco anos, e á cerca de três meses ela morreu num incêndio. Parece que deixou um pano perto do fogão e ele pegou fogo, apanhando o resto da casa.
-Que horror! Como está Cassie a lidar com tudo?
Ele olhou nervosamente para Kol e baixou o seu tom de voz.
-Os caçadores de bruxas apareceram e ela ligou a sua energia negra.
-Isso é mau – comentei. – O que tens feito?
-Tenho-a drogado há algum tempo, mas ela já notou. Não há nada que se possa fazer – John estava realmente abatido. – E eu já não tenho poder algum, Samantha. Tu sabes disso, foste tu que me salvaste dos caçadores.
Acenei com a cabeça e peguei na sua mão. Ele estava á beira das lágrimas.
-Farei tudo o que puder para te ajudar. Prometo que deixarei de estar ausente durante tanto tempo.
Sim, a minha família era bruxa. Quando era nova a minha magia não se tinha manifestado porque nunca tinha necessitado dela. Ela só se manifesta quando precisamos dela ou quando chegamos a uma certa idade. Cassie ainda era nova, não era suposto ter ligado o seu lado á magia, e muito menos magia Negra. Podia tornar-se perigosa para todos nós, mas especialmente para ela.
-Mas que estás tu a fazer aqui? Tenho a certeza que não é apenas uma visita – disse ele, sorrindo genuinamente para mim. As rugas por baixo dos seus olhos tornaram-se evidentes, mostrando o quanto tinha envelhecido.
-Vim cá para vos convidar para o meu casamento.
Ele abriu ainda mais o sorriso.
-E quem é o sortudo?
-Klaus, o irmão do meu criador – disse, trocando um olhar com Kol e voltando para John. – Será em Mystic Falls, no sábado.
-Eu e Cassie vamos, se é isso que queres saber. Acho que ela precisa de uma pequena distração daqui.
-O namorado dela e a sua amiga, Melissa, podem ir.
-Ah, o Adam. É incrível, mas eles continuam a namorar – John revirou os olhos. – O problema é que agora eu tenho que ter a certeza que eles deixam a porta do quarto aberta.
Ri e Kol seguiu-me. John estava triste, melancólico.
-John, se quiseres falar sobre alguma coisa, conta comigo – disse, agora séria. – Sinto uma grande tristeza vinda de ti.
Ele suspirou alto.
-É tudo. Aconteceu tão rápido… um dia estava a assinar os papéis e Cassie estava a ir com a mãe para a cidade vizinha, no outro ela estava de volta aqui. Se eu estou assim, nem quero imaginar Cassie. Ela fecha-se nela própria, mas sei que está a sofrer tanto ou mais do que eu.
Acenei com a cabeça, em jeito de compreensão.
-Sair daqui vai fazer-lhe bem. E vou levar o Adam e a Melissa. Eles são boas pessoas.
-Faz como quiseres, mas adoraria ter-vos no dia do meu casamento – sorri e levantei-me. – Seria possível despedir-me de Cassie, ou…
-Claro, eu vou lá acima chamá-la – disse John, deixando a mim e Kol na sala.
-É uma tragédia enorme – comentou Kol. – Não sabia que eras parente de bruxos.
-Sou sim, mas os meus nunca se manifestaram – disse e olhei para o chão. – Tenho sido uma terrível tia para a Cassie. Devia de ter sido mais presente. Talvez ela não tivesse desencadeado a magia Negra.
-Por falar nisso, não sabia que havia caçadores de bruxas – comentou ele.
-E imensos. Nunca queiras cruzar-te com ele. Os alvos deles são as bruxas, mas nós vampiros também estamos na lista de espécies a eliminar do Mundo.
John e Cassie desceram as escadas e despedimo-nos.
-Até sábado, Cassie – disse, dando-lhe um beijo em cada face.
Quando Kol foi fazer o mesmo, ela corou um pouco. Revirei os olhos. Kol tinha esse poder de deixar qualquer uma corada.
Abracei John e Kol e ele apertaram as mãos numa cordialidade educada.
O meu trabalho estava feito, agora era só rumar a Mystic Falls, provar o vestido e subir ao altar.
©AnaTheresaC
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Espero que tenham gostado! Cassie será um empecilho em breve, mas tenham calma porque ainda faltam 10 capítulos para terminar (vou terminar hoje o último capítulo). E haverá continuação, por isso não fiquem tristes!
Boa Páscoa!
XOXO