Ops! Casei Com O Meu Melhor Amigo! escrita por Bia Volturi


Capítulo 4
Bad Habit


Notas iniciais do capítulo

Dizem que quem é vivo sempre aparece e... Cá estou eu! Yay!
Primeiro de tudo: Mil desculpas por passar mais de um ano sem atualizar a fic (acho que estávamos caminhando para dois anos sem atualizações). Queria pedir desculpas a todos os leitores, e ao mesmo tempo agradecer pela paciência e pelo apoio de vocês com essa minha ausência. Passei por alguns perrengues na escola, foi um período de ajustes bem difícil,e eu simplesmente não conseguia arrumar um tempo para escrever algo decente, ou desenvolver minhas ideias para a fic! Mas eu estou de volta, não abandonei a fic - apesar de eu ter feito parecer que sim - e estou a todo o vapor! Cronograma novo de postagem já foi montado (você encontra ali no meu perfil), e eu estou mais do que feliz por voltar com OCMA, que é uma fic que começou só com uma ideiazinha meio maluca que eu tive, mas que já me rendeu grandes ideias! Agora parando de enrolar, vou deixar vocês lerem! Nos vemos lá em baixo!
— Boa Leitura!



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Capítulo 4 – Bad Habit

Hermione abriu os olhos já estando ciente da burrada que fizera na noite anterior. Dormir com o Draco, de novo? E toda aquela história de serem amigos normalmente, para onde tinha ido?

A castanha suspirou, levantando-se apenas com a parte de baixo das roupas íntimas pela segunda vez em sua vida e pegou a primeira peça de roupa que encontrou no chão: a camiseta que Draco usava durante o dia anterior. Rolou os olhos, pensando sobre como a falta de organização do amigo nunca mudava. Custava dobrar as roupas que tinha usado durante o dia e coloca-las no closet? Pelo menos agora a peça estava servindo para alguma coisa.

Notou que estava sozinha no quarto de Draco, e checou o celular, em busca das horas. Quase duas da tarde. Não se lembrava de ter dormido tanto assim, nunca. Repreendeu-se mentalmente, pensando sobre como já tinha cansado de ler que excesso de sono prejudicava a pele, e temendo que o dano causado por suas olheiras (ela não precisava nem olhar, sabia que elas estariam ali) fosse permanente. Nada pior do que viver com aquele leve roxo sob os olhos, e a pele inchada.

Passou pelo corredor e entrou em seu quarto. Foi direto para o banheiro, sem se dar ao trabalho de trocar a camiseta de Draco por algo seu. Tinha que admitir, as roupas do melhor amigo eram confortáveis, além de terem o perfume dele. Desde pequena, sempre que dormia na casa dele, esquecia propositalmente o pijama, apenas para que uma das camisetas do amigo, repleta do perfume do garoto, lhe fosse emprestada para que ela pudesse passar a noite. Sorriu levemente com a lembrança, enquanto pegava a escova de dente e dava inicio aos seus cuidados matinais.

Meia hora depois já estava com os cabelos arrumados, os dentes brilhantes e com as olheiras camufladas com a ajuda de maquiagem. Saiu do quarto, rumando as escadas, pronta para atacar o que quer que estivesse na geladeira. Estava morrendo de fome.

Chegou na cozinha e deu de cara com ninguém mais, ninguém menos que Draco, sem camisa, com um prato cheio de panquecas na mão. Parou por um momento, encostando-se na porta, analisando as costas musculosas do loiro. Por Deus, como nunca havia reparado no quão bonito o amigo era? Sentiu as bochechas esquentarem, e se repreendeu pelo pensamentos. Amigos não ficavam reparando na beleza dos outros. Muito menos dormiam um com o outro. O seguinte pensamento apenas fez com que a garota corasse ainda mais, e segurasse um grito de frustração. Nem um minuto depois, Draco estava virando-se para a castanha, com a intenção de ir para a sala de jantar – que estava com a mesa já arrumada, Hermione notava agora – com as panquecas e com uma jarra de suco que ela nem viu que ele preparava.

Ele congelou assim que a viu, o rubor tomando conta do rosto dele, mas ele logo tratou de se recompor e colocar o sorriso doce – aquele que Hermione amava – no rosto.

– Bom dia! – Disse ele, ainda parado de frente para a amiga, torcendo para que o rubor em suas bochechas diminuísse. Pelo amor de Deus, homens não coram. – Você dormiu tanto! Pensei que teria que ir te acordar.

Mione sorriu para ele docemente, enquanto se aproximava, com os braços cruzados. Draco tentou, mas não conseguiu evitar. Olhou-a da cabeça aos pés, reparando em como ela ficava bonita até depois de acordar, com os cabelos presos em um coque feito às pressas, usando apenas uma camiseta dele e mais nada. Olhou para as pernas, finas porém bem esculpidas da garota, depois voltou-se para o tronco, reparando que mesmo com a camiseta larga conseguia ver a cintura fina. Lembrou-se de como adorou correr as mãos por todas as partes daquele corpo que ele agora conhecia tão bem, e de como sentia a garota arfar a cada vez que suas mãos a tocavam. Balançou a cabeça, afastando os pensamentos de uma noite que, para começo de conversa, nem devia ter acontecido, e também começou a andar, encontrando a amiga no meio do caminho.

– Toda a tensão do dia anterior deve ter me deixado muito cansada. – Ela falou, enquanto pegava a jarra de suco da mão de Draco antes mesmo que ele precisasse pedir. – Na verdade ainda fico com a cabeça pesada só de me lembrar da reação estranhamente positiva dos nossos pais.

O loiro riu, logo depois dando um beijo na testa da amiga e caminhando até a sala de jantar, colocando o prato com panquecas no centro da mesa. Mione surgiu logo atrás dele, colocando a jarra não muito longe.

– Sempre soube que meus pais sonhavam com você, quando pensavam na nora ideal. Mas nunca achei que eles iam comemorar o casamento de dois jovens de 18 anos que acabaram de ser aprovados na universidade. Nós ainda nem saímos das fraldas direito, como eles podem achar que esse casamento foi uma boa ideia?

Ela puxou uma das cadeiras extremamente confortáveis da mesa e se sentou com as pernas cruzadas, já pegando algumas panquecas e começando a decorá-las com chocolate, leite condensado, doce de leite... Todas as opções de recheio disponíveis na mesa. Draco segurou uma risada, ainda inconformado com o fato de que a amiga continuava linda e magra, mesmo sendo uma máquina de comer tudo, principalmente doces.

– Também não sei. Mas se toda essa experiência me rendeu alguma coisa, foi: Nunca, mas nunca mais mesmo, vou colocar uma quantidade tão absurda de álcool no meu organismo novamente. Vai saber com quem eu posso acabar casada da próxima vez que isso acontecer? – Ela falou, e Draco revirou os olhos.

– Há, há, engraçadinha. – Ele falou, mostrando a língua e se servindo também.

– Você sabe que gostou da piada, Draquinho, não adianta negar. – A garota disse, enquanto levava um pedaço de panqueca até sua boca. Draco só se limitou a concordar, e logo começou a comer.

#

O resto do café da manhã passou silenciosamente, coisa que não era normal entre os dois. Na verdade, Hermione não se lembrava sequer da última vez que ela e Draco ficaram tão sem assunto quanto agora. O incidente da noite anterior não foi mencionado sequer uma vez, e ela não sabia o que seria pior: trazer o assunto à tona, e deixar o clima estranhamente desconfortável, ou deixar quieto, e deixar o clima mais tenso do que já estava. Maldita hora em que resolveu que seria legal se casar com o melhor amigo, em Las Vegas.

Depois de arrumarem a cozinha e lavarem as louças, Narcisa ligou, louca para falar com Draco. Entre as notícias do dia, ficaram sabendo que a partir de segunda-feira, uma empregada estaria a disposição deles para cuidar da casa. Hermione ficava até assustada com a quantidade de luxo que estava tendo ali, e ficava ainda mais assustada com a naturalidade com que Draco tratava a questão. Nunca havia crescido em um luxo extremo, e tudo o que seus pais conquistaram foi com grande esforço. Já Draco havia crescido nesse mundo de luxo e dinheiro desde pequeno, então era de se imaginar que estivesse acostumado com mordomias, mesmo que tivesse passado a vida morando em uma casa de padrão comum com seus pais – que não gostavam de expor sua condição financeira e preferiam levar uma vida simples, apesar de disporem de diversos imóveis por toda a Londres, onde poderiam morar tranquilamente. A mansão em que estavam instalados no momento era apenas um exemplo do que eles poderiam ter, mas dispensavam.

Assim que notou que a conversa entre Draco e a mãe duraria mais do que o esperado, retirou-se para seu quarto, pronta para tomar um banho. Enquanto caminhava pelo longo corredor, repleto de quartos, recebeu uma mensagem de Gina, convidando-a para dar uma volta no shopping com ela, e depois jantar em um restaurante italiano que havia sido inaugurado há algumas semanas, e que ela ainda não tinha tido a chance de conhecer. Respondeu a mensagem da amiga, avisando que adoraria passar o resto de seu dia com ela, e finalmente foi tomar banho.

Agora encontrava-se diante do espelho, dando os toques finais em uma maquiagem leve, mas que deixava sua expressão mais forte. Optou por usar os cabelos lisos naquele dia, e, aproveitando o calor que fazia hoje, colocou um vestido azul claro, de saia rodada e cintura bem marcada, que acabava logo acima dos joelhos, e uma sandália de salto. Terminada a maquiagem, pegou a bolsa, seu celular e a carteira, e deixou o quarto, indo para as escadas.

Passou quase direto pela sala de TV enquanto procurava Draco, até notar que ele estava esparramado no sofá, ainda com a calça do pijama e com nenhuma camisa, assistindo algum filme de ação. Mione se pegou parada, admirando todos aqueles músculos extremamente definidos que se distribuíam pelo corpo do rapaz. O contraste quase divino que fazia com a pele extremamente branca do rapaz a fez prender a respiração, sem ao menos perceber, e deixar as lembranças da noite anterior voltarem a sua mente. O jeito como ela correu as mãos pelo abdome definido do rapaz, sem medo de ser julgada por ele, sabendo que ele queria que ela o fizesse tanto quanto ela mesma, o jeito como ele beijava o pescoço exposto dela. O jeito como deixou marcas um pouco indecentes pela barriga dela, com beijos, chupões e mordidas que se manifestaram no calor do momento. O jeito com que ela deixou as costas do rapaz, brancas como leite, marcadas com suas unhas, um pouco grandes demais. Chacoalhou a cabeça, tentando afastar as lembranças e o calor que tomava conta de seu corpo. Piscou algumas vezes, bateu nas bochechas afim de diminuir o calor que emanava delas, e colocou o sorriso simpático de sempre nos lábios, enquanto caminhava até Draco.

– Finalmente te encontrei! Sabe que o procurei por todos os cantos dessa casa? E nossa, que casa enorme! Acho que nunca vamos chegar a conhece-la por completo. – Falou, enquanto sentava-se ao lado do loiro no sofá, que desviou a atenção da televisão e sorriu para a amiga.

– Acho um exagero, uma casa desse tamanho. Mas conhece minha mãe, ela não aceitaria nada menos... Extravagante, do que uma mansão de dez quartos e sabe-se lá quantos cômodos, para o único filho e a nora temporária favorita. – Ele falou, revirando os olhos, e a garota concordou, ainda sorrindo. Draco a olhou e, por um momento se sentiu preso ao âmbar que banhava aqueles olhos que ele conhecia desde que era uma criança. Sentiu um tremor leve no momento em que ela o olhou de volta, sustentando seu olhar. – Então, você disse que estava me procurando... Vai sair? – Ele perguntou, assim que notou o vestido que havia dado de presente a ela durante a viagem a Las Vegas e via o rosto maquiado.

– Na verdade, sim. Gina me convidou para andar por aí, e depois jantar naquele novo restaurante italiano, sabe? Achei bom ir, colocar o papo em dia com ela... Apesar do irmão que tem, Gina ainda é minha melhor amiga. Quero aproveitar enquanto ainda estamos de férias, antes que ela vá para Cambridge com Harry e eu e você fiquemos em Oxford. – Falou, e o loiro concordou, sem realmente guardar as palavras da amiga. Estava muito concentrado no batom vermelho que pintava os lábios da amiga, e em como eles o deixavam com vontade de acabar com o pequeno espaço que existia ali entre eles, e sela-los com os seus.

– Ah sim! Acho ótimo você sair, na verdade. Tomar um ar, não ficar enfiada nessa casa extremamente grande a noite inteira, sabe. – Ele falou, e ela concordou. – Então quer dizer que estou abandonado pela minha esposa, na segunda noite em que passamos na nossa nova casa, para jantar sozinho?

Hermione riu, sabendo que o amigo estava apenas fazendo graça, adorando provoca-la, como sempre.

– Infelizmente sim. Espero que não morra de saudades na minha ausência. – Ela falou, sorrindo, e depois, ficando um pouco mais séria. – Mas se você quiser sair, acho que Gina não vai se importar de você se juntar a nós para o jantar.

Draco prontamente negou.

– Não, não. Pode ir aproveitar sua noite de menina sem preocupação. Vou aproveitar a ausência da minha adorável esposa e chamar Harry e Blás para virem em casa, assim tenho companhia para o jantar, e também para o videogame. – Ele falou. – Isso, é claro, se a patroa não se importar com as visitas.

Hermione sorriu, segurando a mão do amigo, em um gesto tão rotineiro que se tornou praticamente inconsciente.

– Claro que não me importo. Tenha a sua noite de menino com seus amigos, enquanto eu tenho a minha de menina com Gina. Vou ficar mais feliz de saber que não estou te largando sozinho em casa, pra ir chorar no cantinho assim que eu sair porta a fora. – Falou ela, e Draco riu, entrelaçando os dedos nos dela, também sem ter total consciência.

– Certo. Prometo deixar a casa em ordem para quando você voltar. – Ele falou, enquanto se levantava, ainda segurando a mão da amiga e guiando-a para a porta. Ela concordou.

– E eu prometo não voltar muito tarde. – Ela disse. – Na verdade, prometo que volto a tempo de ler sua historinha para dormir.

Draco riu ironicamente, enquanto abria a porta para a amiga.

– Agora sério, não precisa se preocupar com horários. Já conversamos sobre isso, você não tem obrigação nenhuma comigo. Estamos casados, mas apenas até aquele contrato ser anulado. Até lá, usamos as alianças, mas você continua livre como sempre foi. – Ele disse. Ela sorriu.

– Eu sei. Mas mesmo assim, gosto de te avisar quando estou saindo, ou voltando pra casa. Antes de tudo, somos amigos. E sempre fiz isso, não é agora que vou deixar de fazer. – Falou, e o loiro sorriu.

– Ótimo, então. – Ele deu um beijo na testa da amiga, que já estava com a chave do carro nas mãos. – Divirtam-se.

– Você e os meninos também. – Ela disse, dando-lhe um beijo no rosto – que saiu um pouco mais perto da boca do que o planejado – e finalmente saiu, descendo os degraus da fachada da casa e caminhando até seu carro, estacionado logo ali na frente.

Enquanto dava partida no carro, acenou uma última vez para Draco, que acenou de volta e logo depois entrou em casa. Antes que o loiro fechasse a porta, porém, a garota conseguiu fixar os olhos nas extensas linhas vermelhas que pintavam as costas de Draco, resultado de passadas inconsequentes de unha pela pele do amigo. Novas lembranças da noite anterior voltaram a sua mente, enquanto um calor estranho tomava conta de si.

Parou o carro enquanto esperava o portão que cercava a mansão abrir, e encostou a cabeça no volante, suspirando frustrada. Dormir com Draco novamente não estava nos planos. Dormir com Draco e acordar com essa confusão de sentimentos, lembranças muito vívidas e o pensamento bagunçado definitivamente não estava nos planos. Precisava descobrir um jeito de parar com esses pensamentos, antes que eles se tornassem algo mais complexo e sólido. Antes que colocasse sua amizade e convivência com Draco em risco. Maldita hora em que resolveu se casar com ele, maldita hora!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Estou perdoada pela ausência depois desse capítulo? Eu sei que não ficou muito grande, mas procurei dar meu melhor, para voltar dignamente kkk'. Espero as opiniões de vocês! E vou tentar não demorar com a próxima atualização! Beijos :*