The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 32
Finalmente


Notas iniciais do capítulo

Calma que ainda não acabou não, viu? Nessa temp ainda quero colocar a entrevista final.



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Andei até o final do corredor, sorrateiramente, e abri a porta devagar, morrendo de medo de ser vista.

A próxima sala tinha apenas uns 10 metros, e nas paredes tinham as "bandeiras" dos Distritos e da Capital. O teto dela era de Madeira, assim como o chão, e nela não tinha nada, a não ser... um vaso sanitário. Franzi o cenho , peguei uma faca e meu machado; não havia ninguém; e entrei.

Como não havia lugar para se esconder ali, e eu não estava "com vontade", fui direto para a porta. De repente, parei, e pensei: "Eles podem estar nessa sala. Eu vou acabar com eles. E então isso vai acabar. Espero que esteja me desejando sorte Flinn, Eny, Lyzzie, família... porque eu vou precisar." Respirei fundo e espiei a sala pela fechadura.

Não consegui ver muito, mas não parecia muito grande. Consegui ver a parte de uma mesa, e comida. Tipo, muita comida: frango frito, peixe (peixe!), arroz, carne assada, macarronada... tive uma vontade de escancarar a porta e engolir tudo aquilo; mas me conti e abri um pouquinho da porta, só um espaço para eu passar, engatinhando.

Quando olhei ao redor, me maravilhei mais ainda. Era uma sala pequena, realmente, com uns 5 metros. A mesa ocupava mais ou menos 4 metros dela, com apenas 3 cadeiras (coicidência?), e cheia de comidas. Além das que citei acima, ainda tinham pudims, tortas, sorvetes, guloseimas, sucos variados, e velas aromatizadas (que não estavam acesas).


Acho que quando vi tudo aquilo, eu esqueci do que estava fazendo e procurando. Como estava faminta! Corri para a mesa e comecei a engolir tudo o que via pela frente: frango, de peixe (estava com saudades do gosto), macarronada, sorvetes, sucos... um pouquinho de cada. Peguei umas guloseimas e sentei-me na cadeira mais longe da porta.

Tomei um gole de água, então lembrei: precisava sair daqui, derrotar aqueles dois. Mas acho que uma pausa é sempre boa, certo?

Errado. Não sei se foi por acaso, ou eles haviam tramado aquilo, mas quando estava para me levantar e continuar andando, a porta seguinte se escancarou, e eles entraram. Divih e Jerry. Ambos com armas e poucos machucados (com exceção de Divih, que tinha um corte meio profundo no pescoço, mas seu cabelo ruivo o cobria).

Quase tive um infarto. Acho que era, sim, uma armadilha. Como não pensei nisso? Rapidamente olhei para a mesa: alguns pedaços de peixe estavam comidos, faltavam pedaços do pudim... Jerry sorriu.

A grande mesa estava entre nós. Divih foi rápida e ergueu o arco e flecha (ela só tinha 4 flechas, e uma faca), mas Jerry entrou na frente dela e sussurrou algo que não entendi.

_Vamos todos ficar... - ele se virou para mim. - Calmos.


Acho que estava tremendo. Mas precisava ficar forte. Minha mochila estava do meu lado, no chão. Eles não a tinha visto ainda, e dentro dela estavam minha espada e uma faca (duas delas estavam em minha cintura, com minhas duas flechas).


_Como você sabe... - ele falava devagar, ele parecia muito com Gunt em relação a isso. - Só sobraram nós três. Dois carreiristas mais fortes, mais ricos, melhores. E você.

Revirei os olhos, segurando o machado atrás das costas, com força, e sorrateiramente segurando uma faca.

_Então... que tal terminarmos com isso logo? - era hora de agir. Ficamos nos encarando por alguns segundos, Divih e Jerry parados, quando peguei, rapidamente, a faca e joguei em Divih.

Acho que estava nervosa (na verdade, tinha certeza), porque a faca acertou seu ombro. Deu uma "cravadinha", e ela olhou com muita raiva para mim, e tirou vagarosamente a arma. Foi meio perto de seu outro machucado, por isso acho que doeu. Mas ela nem se importou.

_Nossa, mas que pr...

_CALA A BOCA! - A Carreirista gritou, borbulhando de raiva e preparando o arco.

Respirei fundo, ela era meio devagar... Quando mirou em mim, eu abaixei, peguei a espada dentro da mochila, e já deixei as facas preparadas. Era agora ou nunca.

Quando me levantei Divih tentou atirar outra flecha, ela agora estava mais próxima de mim; e Gunt estava na porta, sem fazer nada.

A flecha que a Carreirista atirou acertou meu braço esquerdo, mas passou de raspão (embora tenha dóido). Peguei minha faca e joguei novamente. Essa eu acertei. Cravou em sua barriga, e ela cambaleou um pouquinho, tirando a arma (ela era forte). Pegou a faca que joguei e atirou-a em mim, e ela acertou minha perna, levemente (ela não tinha muita técnica com facas).

_É melhor dizer adeus para o seu namoradinho estúpido, Catlyn, vou adorar consolar ele quando você se for! - ela gritou, mirando outra flecha (que acertou meu braço esquerdo novamente, só que este doeu, porém também passou de raspão).

Acho que eu fiquei com raiva, ou revigorada, ou com ciúmes. Não sei, só agradeço por ela ter dito aquilo, pois, dita aquela frase, eu fui pra cima dela.

Divih estava preparando outra flecha quando pulei em cima dela. Seu arco caiu de sua mão, parou uns poucos centímetros dela; porém a faca estava do seu lado (mas felizmente, ela ainda não tinha visto).

_Vadia, saia de cima de mim! - ela se debatia, e assim era difícil eu manusear o machado e a espada, mas consegui segurar o machado numa boa posição, e então cravei-o em seu braço direito.

Ela gritou de dor. E eu também. Demorou alguns segundos para eu perceber que ela tinha pego uma das flechas de minha cintura e a enfiado na lateral de minha barriga.

Rapidamente tirei a flecha de mim, e o ferimento ardeu. Mas eu continuei, não ia fraquejar agora. Segurei Divih, e peguei o machado. Estava me preparando para outro golpe, quando ela me deu um soco na boca (com o braço ruim, que sangrava demais). Logo senti gosto de sangue na boca, porem ataquei novamente. Cravei o machado em seu outro ferimento, no pescoço.

Pensei que a tivesse derrotado, ela ficou tonta e apagou... estava saindo de cima dela quando ela pegou a faca ao seu lado e enfiou na minha coxa esquerda. Mais um machucado (essa menina não morre?).

_Faça alguma coisa! - ela tentou gritar, fraca a Jerry, que não moveu um músculo. Acho que ele queria que nós duas nos matássemos, para poder ganhar isso logo.

Todos os meus machucados queimavam. Eu ainda tinha Jerry para enfrentar. Se ela me machucasse mais... Eu a prendi, sem conseguir pegar meu machado, e ela se debatia, até que ela conseguiu me empurrar, e caí sentada. Peguei meu machado e ela, uma flecha. Ia atirar em mim, então fui para debaixo da grande mesa.

Ambas estávamos fracas. Já estava do outro lado da mesa, quando a vi entrar em baixo desta também, já mirando a flecha. Engatinhei rapidamente e me levantei (Jerry ainda estava na porta, sorrindo) e olhei para a mesa.

Então tive uma ideia. Não sei como aquilo veio em minha mente, e não sabia se era uma boa ideia, mas não tinha muitas escolhas.

Fiquei ao lado da mesa, segurando um grande prato com uma torta de chocolate. Alguns momentos depois a Carreirista saiu da mesa, olhando para os lados e me procurando, então joguei a torta em seu rosto.

Grande parte da torta estava na cara dela, o prato se espatifara quando caíra no chão, e ela estava desnorteada. Era agora. Divih estava tirando a torta de seu rosto, então cravei o machado no seu machucado do pescoço, novamente. Mas dessa vez foi pra valer. Ela caiu, e gemeu. Tentou atirar a flecha, mas já estava fraca. Fazia leves movimentos, tentando achar algo para me atirar. Peguei a flecha de sua mão e joguei-a em sua barriga. Alguns segundos depois, BOOM.

Olhei para Jerry, ele estava sério.

_Parabéns. - ele se desencostou da porta e girou a espada. - Agora é a minha vez.

Não pensei duas vezes. Atirei a flecha de Divih nele. Acertou seu braço, de raspão, mas ele não expressou dor alguma.

_Vai precisar de mais, queridinha. - ele falou, desdenhoso. Argh!

Ele estava a 4 metros de mim. Eu tinha apenas uma faca, duas flechas, a espada e o machado. Minha bolsa estava perto  dele, mas ele não a tinha visto.

Agarrei o machado com força. Ele veio andando para mim, como se soubesse o que iria acontecer (ou estava tentando fazer uma cena), e então larguei o machado e joguei duas flechas, uma com cada mão.

Descobri que sou péssima com flechas/arcos. Uma passou reto, mas a outra acertou sua barriga. Ele gemeu, acho que pelo menos acertei um pouquinho (não consegui jogar com muita força). Jerry me olhou com cara feia, tirou a flecha e gemeu mais uma vez. E então continuou vindo para mim.

Esperei, até ficarmos com um metro de distância.

_É, vamos acabar logo com isso? - dessa vez foi eu quem disse, de repente me sentindo corajosa. Essa coisa estava me deixando sem paciência, queria matá-lo logo.

Fui a primeira a atacar. Brandi meu machado, tentando acertar sua barriga, mas ele se protegeu. Tentou me acertar, porém eu abaixei e acertei o machado em seu calcanhar.

Estava com a espada na outra mão (só tinha percebido depois que o acertei, sério). Ele gritou e soltou um grunhido de raiva. Então veio com tudo, tentando me acertar sem parar. Me protegi com a espada e o machado, mas era difícil atacá-lo. Ele estava me empurrando para a parede, e então ficaria sem saída.

E aí, eu corri (tentei correr). Passei pela mesa e fui para a outra sala, com ele em minha cola.

Acho que os Idealizadores sabiam que estava acabando, por isso fizeram a sala daquele jeito. Ou não. Bem, não interessa no momento.

Ela era feita de mármore, também, só que os pilares tinham várias imagens de tributos sofrendo, de várias edições. Descobri, naquele momento, que a Capital era tudo o que Flinn reclamava. Eles eram horríveis, e agora eu me toquei. A sala tinha uns 8 metros, e no final dela havia um trono...

Enfim, o Carreirista estava logo atrás de mim, e resolver me atacar por trás. A espada fez um corte em minhas costas, que ardeu um pouquinho (na verdade, muito) mas não me pareceu muito profundo.

Me lembrei de quando era criança, e fazia cambalhotas na areia. Um dia, estava correndo, me virei e dei uma cambalhota para trás. Desde aquele dia (acho que tinha uns 8 anos), nunca mais tentei, só de frente, porque tinha medo de me machucar. Mas, acho que eu perdi medo de certas coisas, depois disso. Então acelerei, nem me importando com os ferimentos, me virei com tudo e dei uma cambalhota. Quase bati a cabeça no trono.

Não sabia o que viraria aquilo, mas acho que deu certo. Pode ter doído muito, mas Jerry tropeçou em mim e caiu de barriga no chão, desnorteado.

Minhas costas estavam muito doloridas (meu corpo inteiro também), mas consegui me levantar e subir em cima do Carreirista. Ele ainda estava tentando se virar quando o bloquiei. A espada ainda estava na mão dele, mas este não conseguiria usá-la.

Jerry deu uma risadinha desdenhosa novamente, como se soubesse que ganharia de qualquer jeito.

_Sabe qual o problema de vocês, Carreiristas? - perguntei, muito ofegante. - É que são muito arrogantes e acreditam que tudo irá dar certo para vocês.

Soltei a espada e segurei seu braço esquerdo em uma posição bem ruim para ele. Meu pai havia me ensinado, era uma espécie de "chave de braço". Ele gritou de dor, então presumi que estava dando certo.

_Deixe-me provar que nem sempre é assim. - falei, peguei o machado e cravei-o na parte de trás de seu pescoço.

Antigamente ver sangue me deixava tonta. Hoje, também me deixa. Mas pelo menos quando tirei o machado de Jerry e vi todo o sangue, não desmaiei.

O Carreirista ainda se debatia, levemente.

_Viu? Você nem teve muita chance. - falei, saindo de cima dele, me sentindo tonta (mas não por causa do sangue, pelo geral mesmo). Seus olhos ainda estavam abertos, mas ele não se mexia mais.

Por precaução, dei mais um ataque nas costas dele. Quando brandi minha arma, descobri como estava fraca.

Olhei para mim mesma, e todo o meu corpo estava com sangue. Ok, não todo o meu corpo, mas meus braços, minhas pernas, minha barriga... uma parte do sangue já estava seca; outros machucados ainda jorravam este.

Quando ouvi o canhão, caí no chão. Estava mesmo fraca, havia perdido muito sangue e só havia notado agora. Talvez tenha sido a adrenalina, ou sei lá o que, mas agora cada parte do meu corpo queimava.

Não me lembro muito bem do que aconteceu depois. Eu estava apoiada no trono, que percebi que era muito dourado, então ouvi trompetes e a voz de Claudius Templesmith:

_Senhoras e Senhores, tenho o prazer de anunciar a vitoriosa da Centésima edição dos Jogos Vorazes, Catlyn Grown, do Dist... - e aí apaguei totalmente.









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Notas finais do capítulo

Minhas aulas voltam amanhã :(((... mas ainda vou postar rapidamente, porque esse mês é mais light.