Olhos da Meia-noite escrita por Débora Falcão
Notas iniciais do capítulo
Todos os personagens são fictícios, criados por mim. Algumas coisas são retiradas do livro Vampiro - A Máscara, mas muitas delas são criações minhas.
Dentro da biblioteca, os mesmos móveis antigos, a mesma poltrona, as mesmas estantes abarrotadas de livros, a mesma escrivaninha. Os mesmos castiçais, iluminando escassamente o aposento, formando sombras do corpo de Milena, debruçada sobre o papel, escrevendo avidamente.
“Precisava dar a Ricardo uma nova chance de ver as coisas da vida, chance que lhe foi tirada. Infelizmente, ele teria de lutar para alcançar o Paraíso, juntamente comigo. Minha mãe, Lady Anthonya, não teve essa oportunidade. Fiz isso por ela.”
“Mas Ricardo não suportou muito tempo sem sangue humano. Quando estava morrendo, me falou que o Paraíso é lindo. Isso me deu forças até hoje para suportar a Shufi. Digamos que me acostumei com ela. Mas já estou muito fraca. Me tranquei no casarão e nunca mais vi um humano sequer. Não tenho nem idéia de que ano estamos. Não tenho televisão, e o tempo para mim não passa. Não sei se estás vivo para receber esta carta, mas precisava escrever e contar, o que aconteceu comigo. Com amor...”
Milena respira fundo, olheiras profundas marcam seu rosto pálido.
“... sua filha. Milena.”
Milena dobra a carta e a deixa em cima da mesa, juntamente com a caneta. Se levanta e caminha em direção à poltrona antiga, que fora de Lady Anthonya. Toca-a com as mãos, as lembranças invadindo sua mente Neófita. Senta-se, respira fundo e fecha os olhos. O lacaio abre a porta devagar e se aproxima de Milena. Cruza os braços de sua senhora sobre o peito e coloca um castiçal ao chão, ao lado da poltrona, cantando uma canção ritualística, fazendo o sinal da cruz em seu rosto.
“— Cristi sangue preciosi, cristi sangue preciosi, Il Salvatore mondo.”
Fim.
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