Edward, O Demônio De Devonshire. escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 5
A prometida


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei, eu muito :( mas eu resolvi tirar um tempo pra terminar e postar pra vcs
eu to trabalhando demais e estudando pra concurso, espero que vocês entendam o atraso!
Esse e o ultimo capitulo e ele é dedicado a Aneliese Cullen por ter feito uma recomendação :)



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Cap 05

 

(n/a: voltem para o capítulo 03 se vocês não se lembram da historia que o Demônio contou à Bella)



Exeter, 15 de março de 1853

 

O demônio vagava com um rumo certo. Passava pelas pessoas como se não as visse, elas eram insignificantes de qualquer maneira. O contrário se passava com os transeuntes a sua volta, eles o notaram e a presença do alto rapaz alvo causou diferentes emoções. Medo, horror, luxúria, admiração, inveja.

Se fosse um dia comum ele com certeza iria se fortalecer com aqueles sentimentos, principalmente com os pecados da inveja e da luxúria. Mas não naquele dia. Aquele dia não era comum, era especial.

Apressou seus passos até chegar ao seu destino: a taverna. Ainda não era noite, e nem por isso a taverna deixava de estar cheia. Solteiros, maridos infiéis, ricos corruptos, pobres imorais e prostitutas enchiam o lugar com o cheiro irresistível do pecado. Se fosse um dia comum de divertiria com uma ou duas prostituas, e depois com pelo menos três homens inescrupulosos. Mas não era um dia comum, era um dia especial.

Entrou na taverna e se acomodou em um lugar afastado onde ele não fosse percebido e fosse apenas um espectador. Não demorou muito para uma prostituta loira se aproximar. Ela lhe falou algo, ele não deu importância, afinal a oportunidade que esperava estava prestes a acontecer. Levantou-se, sem nem ao menos dirigir uma palavra à jovem que o olhava com decepção e raiva, e foi em direção aos quartos que ficava no fundo.

Ah, o cheiro do desespero estava forte no ar. A jovem estava prestes a ser estuprada e ele estava prestes a ser seu salvador. Como na visão que tivera há alguns mil anos atrás. Entrou no quarto, segurando um sorriso que teimava em querer aparecer em seus lábios.

— James, por favor, não podemos...

— Por que não querida? Já não somos noivos? Agora seja boazinha e abra bem as suas pernas, não quero ter que usar da força para isso.

Um rapaz alto e loiro estava deitado sobre uma jovem pequena e frágil que tentava a todo custo empurrar seu noivo para longe. Seria divertido para o demônio presenciar aquilo, não fosse o fato de que ele precisava dela virgem. Ah, virgens! O protocolo sempre demandava que elas fossem virgens.

O demônio atirou o rapaz para longe que bateu o corpo contra a parede. Ficou tonto, mas James se levantou de pressa e olhou assustado para o seu agressor.

— Quem é você? Como entrou aqui? Não tem o direito de estar aqui!

— Faça um favor a você mesmo, saia daqui, vá embora dessa cidade.

— E porque eu faria tal coisa? – James falou em desafio.

— Por amor a sua vida. – o demônio falou de forma debochada e sombria que fez o rapaz tremer de medo.

Nada mais precisou ser dito, James saiu pela janela e correu assustado até o pequeno quarto da pensão em que morava. Para seu azar, o demônio pretendia por um fim em sua vida de qualquer maneira, mas isso seria horas mais tarde.

— O-brigada. Você me salvou! – a pequena jovem disse limpando as lágrimas de seus olhos.

— Não está brava por eu ter espantado o seu noivo?

— Não, eu o detestava. Sempre falava coisas sujas e me humilhava por sou filha do dono da taverna... – a jovem fungou visivelmente magoada. – Nunca o vi por aqui, como sabia que era meu noivo? – ela falou um pouco desconfiada de seu salvador

— Sou novo na cidade, cheguei a poucas semanas, a cidade é pequena e sabe como é, soube da vida de todo mundo assim que cheguei. – disse o demônio com um sorriso divertido.

— É, esse é o mal de se viver em cidades pequenas. Todo mundo conhece e sabe de todo mundo – ela disse sorrindo sem graça e tentando se recompor.

— Bom, vou indo. Se ele voltar a lhe incomodar, me procure.

— Oh, não sei seu nome senhor. – disse a jovem assustada com a possibilidade de nunca mais voltar a ver o seu salvador que estranhamente lhe atraia e confortava.

— É Edward. Apenas Edward.

— Edward... – a jovem disse saboreando o nome em seus lábios. – Sou Mary Swan.

— Eu sei. – o demônio disse deixando a jovem sem jeito. – Até breve Mary. – falou desaparecendo no ar e deixando sua Mary assustada para trás.



Exeter, 8 de fevereiro de 1854

 

Há mais de mil anos fora feita uma profecia. Uma jovem nasceria e quando ela atingisse a maioridade estaria pronta para conceber um filho que andaria pelos três mundos: o céu, a terra e o inferno. A criança deveria ser concebida na primeira noite de sua mãe como mulher, ou seja, ela perderia a virgindade e logo depois a gravidez seria certa. O bebê seria fruto de algo maligno mas teria o poder de escolher entre o bem e o mal, entre trazer o apocalipse ou a salvação quando a hora chegasse. A criança não seria filho de um demônio, mas do próprio diabo: Lúcifer.

Por mais de mil anos o diabo vagou pela Terra em busca de sua prometida. Deus descobriu sobre a profecia e tratou logo de atrapalhar seus planos. Lúcifer foi traído até mesmo por suas criações que achavam que atrapalhando os planos de Lúcifer em ter mais poder poderiam tomar o seu lugar. Tolos, todos eles, inclusive Deus. Mudou de forma, assumiu a essência de um demônio, se camuflou por séculos até que finalmente a achou.

Agora ele estava casado com ela, a tratava bem e esperava ansioso para ver o nascimento de seu filho. Surpreendentemente, ele a amava, um resquício do que seu coração de anjo um dia já teve. Mas ele não a amava mais do que seu poder... ele ansiava desesperadamente pela criança que colocaria um fim na guerra entre ele e seu Pai. Ele estava exausto, a aposta já tinha ido longe mais, estava na hora de por um fim nela.

A aposta...a maldita aposta que o proibiu de colocar de volta seus pés em sua verdadeira casa: o céu. Secretamente ele ansiava pelo céu, mas sabia que seu pai não o aceitaria de volta, não depois da afronta. Afrontara Deus por suas criações, sentia ciúmes da atenção que Deus dedicava a aquelas coisas tão frágeis deixando seus verdadeiros filhos de lado. Resolveu lhe alertar então, que os humanos lhe esqueceriam, seriam filhos ingratos e prefeririam viver nas doutrinas contrárias às que ele havia lhes imposto. Eram seres imperfeitos, iriam decepcionar seu pai.

Deus não acreditou, recebeu o aviso como uma afronta e uma crítica. Disse que alguns eram ingratos, era verdade, mas a maioria lhe venerava. Fizeram então uma aposta: aquele que atraísse mais almas para o seu mundo seria o ganhador e teria a palavra final. Deus teria como seu mundo o céu, Lúcifer o inferno. Lúcifer concordou sem saber o quão horrível era seu mundo e que nunca mais voltaria a ver sua casa. Então ele caiu, o anjo caiu e sua raiva, remorso e mágoa lhe transformaram em algo medonho.

Com o passar dos anos aprendeu a mudar de forma e logo a aposta se tornou sua obsessão. Pretendia ganhar a todo custo no inicio, mas agora estava cansado, queria voltar para casa mesmo sabendo que não merecia, afinal ele aprendeu a amar os pecados e era um hobbie se divertir com os filhos imperfeitos de seu pai, filhos que o levou a cair.

Agora a chance da aposta acabar estava prestes a nascer. Em algumas horas, ele tinha certeza. Chegou perto de sua esposa Mary e lhe depositou um carinhoso beijo em sua testa.

— O que está fazendo? – ele perguntou vendo um novelo de lã vermelho no colo de Mary e agulhas de tricô em suas mãos.

— Estou fazendo outra manta. O inverno está rigoroso esse ano, nosso bebê vai precisar ficar bem quentinho para não pegar um resfriado. – o diabo sorriu com a preocupação de sua esposa.

— Você será uma boa mãe.

— Assim espero. – ela disse sorrindo feliz, mas logo seu sorriso se transformou em rugas de preocupação. – Querido, sei que me prometeu que não voltaria a fazer maldades, mas soube que está acontecendo coisas estranhas na cidade. Você não tem nada a ver com isso tem? – ele a olhou surpreso, visivelmente ofendido.

— Quem encheu sua cabeça com bobagens? Eu lhe prometi que não iria mais infernizar as pessoas, não prometi? Prometi por você, e nosso filho.

— Me desculpe, por favor. Só fiquei preocupada, não devia ter duvidado de você. Sinto muito. – ela disse, seus olhos se enchendo de lágrimas.

— Tudo bem. – ele suspirou pesadamente. – Quem lhe falou que coisas estranhas estão acontecendo na cidade? Que eu saiba não há nenhum outro demônio na cidade além de mim.

— Oh, foi minha amiga Elena Black. Ela volta e meia vem aqui em casa me contar essas coisas, às vezes tenho a impressão de que ela suspeita de você. – Mary disse casualmente, como se o que tivesse dito não fosse nada.

— O que quer dizer com suspeita de mim?

— Ela diz que tem sonhos estranhos, sonhos assustadores com você. Sonhos que mostram o que você já fez e o que é. Ela acha que são mensagens de Deus. Mas não se preocupe, eu falei que devia ser apenas bobagens da cabeça dela.

— Sim, bobagens. – o diabo ficou pensativo e Mary voltou a tricotar.

Felizmente Mary era ingênua e doce demais para tentar descobrir como Elena tinha aqueles sonhos e se ali havia realmente um fundo de verdade. Mary nunca via a maldade, nunca suspeitava, o que levava Edward a tomar cuidado em dobro com ela.

— Vou dar uma volta, volto logo.

— Mas já passa da meia noite!

— Prometo não me demorar. Vá para cama, está tarde

— Tudo bem. – Mary suspirou vencida se levantando com dificuldade e indo em direção às escadas. – Volte logo.

 

Exeter, madrugada do dia 9 de fevereiro 1854

 

Assim que chegou à mansão dos Black, Edward percebeu uma coisa que levianamente deixara passar: Elena Black havia sido tocada por um anjo! Um maldito anjo! A vadia estava sonhando com informações que lhes eram fornecidas por anjos! O sangue ferveu, a raiva surgiu avassaladora fazendo com que o diabo posse um fim na vida de Elena. Enquanto ela dava seu ultimo suspiro e os mosquitos terminavam de deixar a sua boca, olhos e nariz, o diabo notou que algo estava errado. Porque Elena havia sido tocada por um anjo?

Não precisou pensar muito. Eles sabiam que ela estava naquela cidade e tentaram entrar em contato usando uma maldita humana. Isso o alarmou. Eles sabiam que ele a havia encontrado!

Um choro alto de bebê ecoou na noite e o ar se encheu com forças sobrenaturais. Seu filho, ele sabia, era o choro de seu filho e eles estavam fazendo questão de que ele ouvisse

Desapareceu no ar, em questão de segundos ele estava em sua casa. Elena Black não passara de uma distração, ele sabia agora. Tudo para deixa-lo longe de sua prometida. Rugiu com ódio quando notou que a casa estava gelada, as velas estavam apagadas e o chão manchado de sangue e um liquido viscoso. Foi para o quarto, encontrou o corpo de Mary morto em cima da cama e coberta por um lençol branco cheio de sangue. Não teve tempo para chorar por Mary, em um canto escuro do quarto alguém ria enquanto embalava um bebê nos braços.

— Seu filho é muito bonito, puxou a mãe. – o homem alto, loiro e de olhos castanhos falou sorrindo. – Como vai meu filho? Não o vejo há séculos!

— O que fez com a minha mulher? – o diabo falou sem expressão, mas seus olhos brilhavam escarlates de ódio.

— Oh, nada. O parto foi complicado, ela não resistiu. – Deus disse dando de ombros.

— Você podia tê-la deixado viver, você sabe disso.

— E porque eu faria isso? Para ela se decepcionar quando descobrisse que você mentiu para ela e continua fazendo maldades? Para ver ela chorar quando descobrisse que só se aproximou dela por causa de uma profecia? Para ver ela definhar de desgosto quando descobrisse que seu filho não era nada além de um instrumento seu? Eu fui misericordioso meu filho, devia me agradecer.

— AGRADECER? QUANDO VAI DEIXAR DE SER ARROGANTE E TÃO CHEIO DE SI? ESTOU FARTO DE SEUS JOGUINHOS E DE SEUS ATOS SÁDICOS! EU A AMAVA DROGA! – o diabo disse se desesperando, deixando as lágrimas de sangue rolar.

 

— Se a amasse de verdade não teria se aproximado dela. – Deus disse calmamente olhando para a criança em seus braços.

 

— Se soubesse o que é amor não estaria me falando isso. – Edward disse, e para seu desespero seu pai riu.

— Sempre tão egoísta Lúcifer...

— A cada palavra que você me diz você me prova que não conhece e sabe de tudo. Tolos são os humanos que acreditam em você. – o diabo disse sombriamente.

— Confesso que não tenho o controle de tudo, mas veja pelo lado bom... se creem em mim, creem em você também. Não é bom ser conhecido? – Deus disse zombando de seu filho ingrato.

— Dê meu filho, o dê para mim. – o diabo disse se aproximando com cuidado, temia que seu pai fizesse algo.

— Sinto muito meu filho, mas você não será pai.

Edward viu com horror seu filho dar o ultimo suspiro. Seu pai tirara a vida de seu filho, apenas com o seu desejo Deus tirou a vida da criança em seus braços.

— Uma pena, era um ser inocente, seria um grande homem ao seu lado, mas foi preciso. – Deus disse depositando a criança ao lado do corpo da mãe morta.

— Por quê? Por quê tão cruel? Por que faz isso comigo? – o diabo disse indo ao chão, não conseguindo controlar o choro.

— Faço isso pelos meus outros filhos. Faço isso pelas vidas que estariam a sua mercê se seu filho chegasse a crescer. Meus filhos merecem viver Lúcifer, e se isso custar a vida de seu filho, que assim seja.

E depois dessas palavras Deus desapareceu. Lúcifer ainda foi atrás, vagou por horas na noite tentando alcançar seu pai. Tentou invadir os portões do céu mas foi impedido por arcanjos. Foi jogado de volta a Terra humilhado e cheio de ódio. Agora mais do que nunca ele era Lúcifer, o temível diabo que atormentava cristãos e pagãos. Por séculos ele cultivou sua raiva e seu ódio pela humanidade e por Deus, até que um dia outra profecia foi feita. Sua Mary reencarnaria novamente na família Swan. Bastava agora esperar, e vigiar.

 

Exeter, 09 de fevereiro de 2019



O diabo se levantou da cama contente naquele dia. Dia 09 de fevereiro era o melhor dia do ano. Foi até o banheiro, lavou o rosto e foi impossível não se lembrar dos fatos que ocorreram há mais de cem anos atrás. As lembranças ainda eram dolorosas e lhe traziam rancor, mas tudo estava bem agora, ela estava de volta, estava viva e dormindo em sua cama. A cama deles.

 

Sim, o diabo se casara novamente, na Igreja para o seu divertimento, e dessa vez não houve erros. Logo depois de resgatá-la, o diabo convenceu a sua prometida a ficar com ele. Grata como estava por ter sido salva, e se deixando levar pelos sentimentos confusos que sentia pelo diabo, ela aceitou feliz, mas um tanto relutante, a proposta do diabo de ficarem juntos. “Sempre irei te proteger”, ele lhe disse. “Nunca irá morrer”, ele lhe disse. Com a primeira frase ela sentiu alivio, com a segunda ela ficou confusa e com um pouco de medo, mas não teve coragem de perguntar nada.

Namoraram por um ano de forma casta a pedido de Isabella. Ela não queria que seu pai implicasse com seu relacionamento, teria que ser tudo nos conformes. Não demorou muito para o diabo perceber que uma das amigas de Isabella fora tocada por um anjo. A raiva lhe subiu a cabeça, os anjos já sabiam que a prometida havia sido encontrada. Em uma semana surgiu com a ideia de se mudarem para o Brasil, falou que o clima quente seria bom para os dois e que Isabella precisava conhecer novas culturas. A proposta lhe tentou, mas Isabella não queria deixar o pai e os amigos para trás então o diabo teve que dar o seu jeito.

Começou com seus amigos, os afastando de Isabella entrando em suas mentes e lhes dando pesadelos horríveis com ela. A paranoia foi quase imediata, logo cortaram a amizade com a jovem. Os mais próximos sofreram destinos diferentes, lhes restando a morte trágica como solução. Angela foi a primeira, sua casa pegou fogo matando a ela e seus pais queimados. Nunca descobriram o que causou o incêndio.

Dois meses depois foi a vez de seu pai. Charlie sofreu um infarto enquanto tomava banho. Sem conseguir gritar por ajuda, e sem ninguém perceber o que estava acontecendo, a morte de Charlie foi certa. Ele foi encontrado meia hora depois por Isabella que estranhou a demora no banho do pai. Vendo que ele não respondia seus chamados ela abriu a porta e o encontrou já meio roxeado caído dentro da banheira.

Isabella sofreu, muito, mas Edward sempre estava ao seu lado para lhe dar apoio e incentivo. Em nenhum momento ela desconfiou do diabo, afinal ele a havia prometido que havia deixado sua natureza de lado por ela e várias vezes lhe provara isso. Uma mentira, do nível da história que ele havia lhe contado quando tiveram a primeira conversa.

Ele nunca ia conseguir deixar sua natureza de lado, gostava demais dela para isso. Sabia que mais cedo ou mais tarde Isabella descobriria a verdade, descobriria que ele não se tornou bonzinho e que ela era sua prometida que geraria a criança que traria a perdição para a Terra. Mas não agora, não hoje. Hoje era um dia especial.

— Bom dia minha princesa!

— Bom dia papai! –falou uma garotinha de onze anos pálida, de cabelos castanhos e olhos azuis reluzentes fechando a porta do quarto de seu pai.

— Acordou cedo hoje minha princesa. – Edward disse se aproximando de Mary e a pegando no colo.

— Estou ansiosa pelos presentes. – ela disse com sua voz infantil fazendo Edward rir.

— Está certo. Vá trocar de roupa, vamos tomar café da manhã juntos. —  ele disse a colocando no chão.

— Tudo bem! Vai acordar a mamãe? – ela disse olhando para mãe ainda adormecida em sua cama.

— Sim, agora vai. – ele disse sorrindo para a sua filha.

A garotinha saiu do quarto apressada, batendo a porta logo atrás de si e fazendo com que sua mãe acordasse sobressaltada.

— Deus! O que foi isso? – Isabella disse assustada e Edward riu.

— Apenas sua filha ansiosa pelos presentes e café da manhã!

— Oh! Melhor eu me apressar. – ela falou se levantando e tratando logo de escovar os dentes e trocar de roupa.

 

 

 

Às dez horas da manhã a mesa estava posta pelas empregadas da casa. Tomaram um café da manhã saudável, como Isabella gostava. Enquanto comia seu mamão com mel, Isabella começou a pensar na loucura que era seu relacionamento.

 

Seu marido era um demônio, não sabia se era um demônio de grande força, mas era um demônio. O quão louco era isso? O corpo dele era roubado? Ele envelheceria com ela? E depois? Quando ela morresse? Ela iria para o inferno por estar com um demônio? E sua filha? O que ela era? Seu marido realmente trabalhava? De onde vinham as grandes quantias de dinheiro que garantia o conforto de sua família? E porque todo ano tinham que mudar de país? Por que ela nunca conseguia questionar nada? Era muito submissa? Amava demais ou sabia que era tudo exagero de sua mente? Detestava ver filha ter aulas particulares e não frequentar a escola, mas não conseguia contestar o marido.

— Está distraída mamãe. – Mary comentou casualmente.

— Oh, não se preocupe princesa, ainda estou um pouco sonolenta.

 Edward bem sabia que isso não era verdade. Ele sempre sabia o que se passava na mente da esposa, afinal um dos benefícios de ser O Diabo é poder ler o pensamento das pessoas. Mas ele não se preocupava e nem mesmo se importava. Tinha coisas mais importantes para se preocupar.

 — Onde estão os meus presentes? – Mary perguntou ansiosa.

— Na garagem! – Edward falou e fez ar de mistério.

— O que é? – Mary quicou na cadeira de ansiedade.

— Uma casa de boneca e um mini salão para você brincar.

— BELLA! – Edward chamou sua atenção, afinal era para ser uma surpresa. Isabella apenas riu e deu de ombros, não era boa com surpresas.

— OBA! – Mary gritou contente. – Podemos ir lá agora?

— Não, conhece as regras, café da manhã primeiro. – Edward disse rígido.

— Mas é meu aniversário!

— Só mais alguns minutos princesa, espere. – Isabella disse e sorriu docemente para sua filha que assentiu um pouco emburrada.

O silêncio se instaurou novamente e o café da manhã seguiu tranquilo. Enquanto Isabella se perdia novamente em pensamentos, o pai e a filha que estavam ao seu lado trocavam um sorriso cúmplice. Estava chegando a hora, eles sabiam disso. E Mary estava pronta.

 

Fim.




NOTA: Flores a fic acabou mesmo! Ela esta com uma brecha na historia para deixar vcs com as suas possibilidades! A historia nao tem um final definitivo nao, ok? E sim! Vou parar por aqui sem bônus, essa sempre foi a minha intenção, fazer uma fic que pode ter um final pra cada um e levar a imaginar coisas. Pra quem não sacou eu falei nesse capítulo que a criança que a prometida gerasse podia trazer o apocalipse ou a salvação da Terra. Adivinhem quem é a criança? Adivinhem que lado ela escolheu? E vocês sabem né? 2019 é o próximo fim do mundo HAHA.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu sei que a historia tem umas brechas mas essa é a intenção. Beijos! Até a proxima fic pq essa acabou!



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