O dia estava ensolarado como sempre no Acampamento Meio-Sangue. Alguns campistas continuavam preocupados com o desaparecimento de Percy, procurando desesperadamente uma resposta para o sumiço repentino do campista, mas ninguém parecia mais preocupado ou desesperado que Annabeth.

A filha de Atena andava para cima e para baixo procurando qualquer resquício do namorado, e sentia cada vez mais falta dele. Vez ou outra ela se pegava olhando para o mar, pensando em como seria bom se Percy estivesse ali, ao lado dela, a abraçando e dizendo que tudo iria ficar bem. Mas ele não estava.

Ela se sentou sobre uma rocha próxima o suficiente do mar para que a água salgada tocasse levemente seus pés. Tinha um pergaminho e uma caneta na mão; e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

Annabeth pegou o pergaminho e o apoiou em suas coxas, destampou a caneta e começou a escrever. 

" Percy,

             Eu me pergunto se você pode sentir quando eu penso em você. Você sente o quanto eu queria que você estivesse aqui? Sua Sabidinha sente sua falta, sabia?

           Eu te amo, Percy! Te amo muito! Onde quer que você esteja, espero que esteja seguro. Por favor, volte logo para o Acampamento, para mim.

          Eu sinto sua falta, Cabeça de Alga.

                                                                                                                             Com amor,

                                                                                                           Annabeth  Chase, sua Sabidinha "

Ela enrolou o pergaminho e o jogou ao mar. Não esperava realmente mandar aquela carta, apenas tinha que escrevê-la, colocar seus sentimentos no papel. Diferentemente do esperado, o pergaminho afundou apenas alguns centímetros no mar e ainda parecia seco e inteiro, e as correntezas o levaram para algum lugar distante. Não importa o quão distante o pergaminho já estava de Annabeth, ela sabia que ele ainda estava inteiro. E algo lhe dizia que, assim como o pergaminho, Percy também estava em algum lugar distante o qual ela não fazia ideia, mas estava a salvo (por enquanto), e algum dia ela iria reencontrá-lo. A Sabidinha estaria novamente ao lado de seu Cabeça de Alga.

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Anos depois, andando pela praia próxima à casa em que ele morava com agora sua esposa Annabeth e seus filhos, Percy encontrou um pergaminho muito bem conservado na areia úmida onde as ondas ainda alcançavam. Curioso, agachou-se, pegou-o, se levantou e o desenrolou. Nele havia uma mensagem, não era muita coisa, mas começava com seu nome (ou melhor, apelido); "Percy". E a caligrafia era de Annabeth.

O filho de Poseidon leu tudo com atenção e sorriu. Ele sabia quando aquela 'carta' provavelmente havia sido escrita, e certamente fora Poseidon que havia conservado a carta por todos esses anos.

- Percy? - Uma voz feminina chamou. Annabeth agora estava de pé atrás dele, sorrindo. O vento açoitava seu cabelo e seus olhos cinza brilhavam. - O que está fazendo? - Ela olhou para o pergaminho que seu marido tinha nas mãos e riu levemente. Reconhecia sua letra, e ainda mais aquela carta.

- Lembra de ter escrito isso? - Percy perguntou, se virando e a abraçando.

- Lembro. Tanta coisa mudou desde aquele dia... mas você ainda é meu Cabeça de Alga. - A filha de Atena respondeu.

- E você agora é Annabeth Jackson. - Ele deu ênfase no 'Jackson' e a beijou docemente. - Mas será sempre minha Sabidinha.

The end