The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 7
Capítulo 4 – Conversão, Garotos Malvados - P3


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo meus amores, desculpe por essa escrita horrível, é. BEM, estou aqui com a última parte de Garotos Malvados, haha. A cada parte vocês irão entender o porque desse titulo fajuto.

Os agradecimentos permanecem, OBRIGADO por lerem. Não se deixem esquecer de me mandar um Review, até mais amores! NÃO ESQUEÇAM DAS IMAGENS EXTRAS DOS CAPÍTULOS E DAS MUSICAS, VALE A PELA OLHAR.*Abraça pra quebrar ossos*



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Capitulo Quatro - Conversão, Garotos Malvados


Parte final





Música de abertura

**


Na manhã seguinte Mellanie se levantou com muita relutância por conta das poucas horas de sono, tomou café e se despediu de Kaien e Lunna.

Não havia visto Saritcha naquela manhã. Ela era uma mulher muito misteriosa, por sinal. Sumia às vezes por dois dias seguidos sem explicação, além daquele ar sempre avoado e imaginativo. Ela sem dúvida era uma grande mulher.


A garota não demorou nem quinze minutos para chegar ao colégio, e desta vez nem atrasada havia chegado. Por sorte.





Estava parecendo um zumbi, a primeira vista. Estava morta de sono.








As três primeiras aulas foram a mesma coisa, tranqüilas por sinal. Castiel ao fundo feito um rejeitado e com aquela cara de raiva de poucos amigos, Lysandre logo na frente dele girando a maioria do tempo o lápis na mesa entediado, Mellanie e Mary bem próximas.









Quando o intervalo finalmente se deu inicio, todos se separaram.








A garota adentrou aquele imenso corredor um tanto escuro e seguiu até o final, se encontrando com aquele portão gradeado muito comum.





Atravessou-o, entrando em seus olhos logo em diante aquele pátio vazio, sem ninguém além daquelas árvores e flores e um gramado imenso.


Aproximou-se da árvore de costume, se sentando logo em baixo e revirando os olhos.

Olhou para cima e o viu, sim, aquele ruivo grosseiro e cabeça dura. Não queria puxar conversa, de modo algum. Sentia-se irritada quando chegava perto dele. Ele conseguia mexer com sua cabeça de uma forma bem maluca. Claramente, ela queria sua morte.

Soltou ar pela boca desanimada.

— Eu sei que não está dormindo, idiota. – Ela começou levitando o olhar com a cabeça ainda na mesma direção, reta.

Ele abriu aqueles olhos acinzentados e olhou pra baixo, endireitando sua postura em cima daquele galho onde se encontrava deitado confortavelmente.

— Vai embora garota. – Disse seco. — Já precisei te agüentar demais ontem, esqueceu?

Ela soltou uma risadinha divertida.

— Acho que seria muito estranho se você agisse de maneira gentil. – Ela revidou sem se importar com a resposta mal humorada dele. — Não seria você.

Ele a olhou ao canto dos olhos, juntamente com os dedos entrelaçados em cima da barriga.

— Será que se eu te dar um chute na cabeça você vai embora e me deixa em paz? – Revirou os olhos.

Ela suspirou pesadamente e propositalmente alto para que ele a ouvisse.

— Castiel. – A garota começou abaixando o olhar e apertando os dedos em seu short desbotado. — Ontem, quando a diretora chegou e você estava em cima de mim com os punhos cerrados... Você pretendia me bater, de verdade?

Castiel abriu um pouco mais os olhos surpreso e movimentou a cabeça na direção dela um pouco rápido demais, movimentando seus cabelos vermelhos também na mesma intensidade, fazendo-os balançar com o vento.

— Já te disse que não sou nenhum covarde. – Respondeu a ela, agora com os olhos mais estreitados e com o rosto para o lado.

— Mas você ia me bater, não ia?

Mellanie levantou a cabeça, encarando agora aqueles cabelos rubros caídos pelo rosto do rapaz com os olhos bem pequenos, quase fechados pensando supostamente em uma resposta inteligente.

— Sim. – Ele respondeu relutante, levantando juntamente o rosto para encará-la. — Algumas pessoas me diziam que quando eu me tomo pela raiva eu fico cego e, acabo fazendo besteira. Teve uma época que um cara me deixou muito puto da vida. Eu bati nele sem parar, nem enxergar mais oque estava fazendo eu pude. Quando estou assim, não consigo parar. Fico descontrolado.

Mellanie encolheu os olhos e suspirou quase inaudível, apertando um pouco mais forte o seu short. Estava surpresa com aquela revelação. Então ele era realmente daquele jeito que ela imaginara? Um ruivo descontrolado e raivoso que não tem controle sobre seus atos? Não.

Ele se escondia de todos pra se sentir melhor ou pra simplesmente fazer as pessoas melhor, evitando sua companhia?

— Isso é algo... Realmente grave. – Ela disse em resposta, pausando os lábios. — Talvez deva tratar disso, já pensou nessa possibilidade?

Ele sorriu sarcástico.

— Nunca encarei isso como uma doença. – Disse com um sorriso sem humor.

— Não disse que era uma doença. Só acho que é algo fácil de tratar e-

— Não precisa fingir estar preocupada comigo, princesinha. – A cortou rapidamente de forma irônica.

Ela abaixou a cabeça e manteve o olhar reto, soltando o short e pensando sobre essa conversa.

Seria interessante demais saber que Castiel, o ruivo estressadinho, era tomado por uma raiva incomum quando se é intimidado de verdade? Talvez fosse somente uma crise passageira ou... Algo realmente sério.

Um ruivo revoltado ou apenas um garotinho indefeso que precisava de ajuda?

A questão é: Ele realmente gostaria de ser ajudado?

Ela piscou rapidamente olhando para o chão, se lembrando na mesma hora do seu compromisso em lhe devolver o lenço.

Enfiou a mão no bolso do short e o arrancou de lá com tudo, esticando-o sobre seu colo e sorrindo discretamente.

Olhou para cima. Ele estava distraído olhando aparentemente para o nada.

Ela limpou a garganta, livrando-o de seu transe.

— Eu queria te devolver. – Levantou a mão junto com a cabeça, fitando-o. — Eu levei metade da minha noite tirando o sangue. Toma.

Ela esticou a mão como no pedido de que ele o pegasse, e olhe só, isso foi bem oque ele não fez.

— Eu não quero isso, fica com você. – Ele disse sério em tom grosseiro sem ao menos encarar o lenço.

Ela apertou os olhos, sentindo seu rosto começar a esquentar diante a raiva.

— Mas eu queria te devolver, por fav-

— Eu já não disse que não quero essa coisa? Ficou surda? – Ele a respondeu rispidamente sem ao menos a deixar terminar, se sentando no tronco e a olhando com irritação. — Vai embora.

Ela abaixou a mão com o pequeno pano e se levantou, recolhendo do chão sua mochila e uma agenda. O encarou com fúria e se virou de uma vez só.

Você nunca vai mudar, não é? Seu imbecil ignorante.” Pensou enquanto andava pisando firme já bem próxima daquele portão.

Ele a acompanhou com o olhar e logo desviou, soltando um suspiro e abrindo o pequeno pingente em formato de coração da correntinha de prata.

A foto daquela linda mulher transpareceu rapidamente. Ela era linda, com seus penetrantes olhos acinzentados.

— Porque você me abandonou? – Ele falou para aquela foto, a fitando com todo o coração.


~~






Passaram-se longos minutos até finalmente bater o sinal para a penúltima aula.











Mellanie agora se preparava para adentrar em um cumprido corredor escuro, que levava para sua sala de aula.











A garota parou no meio do corredor, bem no meio, ao lado de várias portas que se destinavam a diferenciadas salas. Ela fitou o horário.






Quarta aula, ciências – sala 028.” Leu atentamente aquele pedaço de papel com tal caligrafia garranchada. “Hmm, ciências é? Mas me parece que seria aula vaga nesse horário de hoje. Isso, aula vaga...


Esboçou um sorriso e moveu um passo para o lado, pronta para se virar e dar meia volta, mas uma criatura loira com olhos perigosos e caramelados a atingiu com uma braçada brusca, a fazendo cair com tudo naquele chão do corredor.

Ambre.

A loira sorriu ao canto dos lábios vitoriosa, jogando os cabelos para trás e olhando para suas duas entidades malignas bem ao seu lado.


Mellanie tentou rapidamente se levantar, mas sentiu uma pontada forte e dolorida em seu braço bem no meio do ato. Recuou e se sentou, encostando-se na parede bem ao canto do corredor.





Ela olhou friamente para aquelas três pestes e se encolheu, apertando juntamente com toda a força o braço machucado, que agora por força do impacto havia voltado a sangrar, ainda com mais intensidade.







— Isso só é uma prévia da minha vingança, queridinha. – A loira se aproximou, empurrando com o salto a barriga da garota para trás, a prensando contra a parede. — Não devia ter se metido comigo.





Ambre sorriu maliciosa e retirou o salto daquela região, agora movendo um pouco para o lado e apertando em vez da barriga, agora o braço, com toda a crueldade.


Mellanie soltou um grito abafado de dor, ainda encolhida no canto da parede com os olhos pequenos e marejados. Logo uma cascata negra formou-se frente ao seu rosto, cobrindo-o com aqueles cabelos escuros e extremamente lisos, acompanhado, claro, de alguns cachos longos.

— Vo-Você vai... Se arrepender, loira. – Murmurou abafadamente a garota, com a cabeça ainda abaixada e com os olhos friamente direcionados para Ambre.

As três riram divertidas.

— Não está em condições de ameaçar ninguém, queridinha.

Essas foram suas últimas palavras.

A loira se virou entre risos, soltando sua perna com brutalidade, fazendo sangrar ainda mais o ferimento da garota.


Mellanie agüentou. Respirou fundo e apertou fortemente com os dedos aquele corte, que por falta de tempo — ou preguiça — não havia posto um curativo improvisado para cessar o sangue.





Mellanie apertava e soltava alguns gruídos de dor, com a cabeça ainda abaixada fitando aquele sangue entre seus dedos.







— Está machucada, garotinha? – Uma voz vinda de cima, não tão longe questionou, em tom sério.





Mellanie levitou a cabeça junto com o olhar calmamente, vindo em sua vista em seguida um homem muito atraente, por sinal.


Ele se vestia de maneira estranha, com uma roupa muito elegante — e um tanto vitoriana — de cor preta, juntamente com seus cabelos negros e olhos aparentemente da mesma coloração. Ele a fitava com um pequeno sorriso ao canto da boca, os olhos estreitados e com as duas mãos nos bolsos da calça.

— Não... Não foi nada de mais. – Ela respondeu meio desnorteada e com o braço latejando.

Ele soltou ar pela boca de maneira divertida.

— Venha. – Começou com tom sério, retirando uma das mãos dos bolsos e estendendo-a para a garota encolhida ao canto da parede. — Deixe-me te ajudar a levantar, garotinha.

Ela moveu um pouco os olhos para o lado de maneira relutante, mas quando vira que ele não iria sair dali se rendeu. Entregou uma das mãos, claro, a que estava limpa daquele sangue, fazendo-o a agarrar na mesma hora, apertando-a e a puxando para cima de uma vez só com tamanha rapidez surpreendente.

Ela ficou um pouco encolhida devido a dor, segurando nos braços fortes daquele completo estranho para evitar uma queda.

Ele a olhou de modo estranho e em seguida ao machucado, que sangrava sem parar devido ao ocorrido de minutos atrás.

Ele sorriu.

— Está machucada. – Disse pacientemente, sem ao menos tirar os olhos do ferimento aberto. — Vamos, te acompanho até a enfermaria.

Ele já ia movendo os pés quando ela subitamente “despertou”, recuando em seguida.

— Não, eu to bem, sério. – Ela disse perdida nas palavras.

Ele soltou uma risadinha curta.

— Não seja teimosa, garotinha. Vamos logo antes que esse ferimento te traga danos maiores... – Ele disse apertando-lhe o outro braço bom, acompanhado de um olhar fitativo em direção aos os olhos da menina.

Dos olhos para o ferimento. Do ferimento para os olhos...

Ela desviou o olhar daqueles tais olhos negros profundos e moveu-se um passo.

— Obrigada pela ajuda, mas... – Começou um pouco envergonhada. — Quem é você e oque faz aqui?

Ele sorriu novamente.

— Você vai saber. – Disse enquanto começava a andar, recuando daquele corredor escuro e entrando em outro ao lado. — Vamos antes que esse machucado... Piore.

Sem dúvidas ele era um homem estranho e porque não dizer... Misterioso?

Aqueles olhos... Que tipo de homem mesmo haveria de ter olhos daqueles? Profundos e penetrantes, tais olhos espreteados que Mellanie nunca vira em toda sua vida. Nunca.


Adentraram um corredor não tão escuro como o outro, chegando rapidamente perto de uma sala a qual porta estava aberta. Enfermaria.





Eles entraram pela porta onde havia bem lá dentro uma mulher aparentemente com uns trinta anos e com uma pele morena juntamente com cabelos pretos curtos. Ela os fitou e se levantou da cadeira onde estava sentada, andando apressadamente até a garota com o ferimento no braço.







— Oque ouve aqui?





— Ela está com um ferimento no braço. Me parece grave. – Disse o homem sério, ainda com os braços em volta da garota.


Ela fez uma cara pensativa e puxou Mellanie para perto de uma maca alta.

Hmm... Bem mocinha, foi um corte bem fundo. Onde conseguiu isso? – A enfermeira perguntou sem sequer tirar os olhos do ferimento.

Mellanie suspirou diante a dor dos toques daquela mulher em seu machucado.

— Eu me cortei em um pedaço de vidro, não lembro do tamanho, mas me parecia grande.

A enfermeira se moveu para o lado, passando uma espécie de pomada e logo pegando um pano tipo curativo de uma gaveta.

— Não é necessário muitos suportes, somente um curativo e alguns dias. Tente não forçar muito esse braço, tudo bem? – Ela disse sorridente enquanto enrolada o curativo em volta do braço da garota.

Mellanie assentiu com um pequeno sorriso agradecido.

Não demorou muito e a mulher a dispensou da enfermaria.

Mellanie saiu acompanhada do homem, que a fitava ainda com olhar um tanto estranho.

— O sinal para a próxima aula irá bater logo. Se cuide, garotinha. – Ele disse afagando ao topo da cabeça dela como um carinho, bagunçando um pouco os cabelos também.

Ele deu as costas e começou a andar tranqüilo pelo corredor, juntamente com as mãos nos bolsos da calça.

Ela sorriu.

— Obrigada por isso. – Ela agradeceu levantando rapidamente o rosto e o fitando as costas.

Ele parou no meio do caminho, virando só um pouco o rosto para o lado e sorrindo. Voltou a andar em seguida.


Garotinha? Era disso que ele a chamara dês do primeiro momento que trocaram palavras. Garotinha...





Porque ele a ajudou?







Isso era estranho.





Mellanie não encontrava pensamentos úteis o bastante para uma resposta sensata diante a esse fato... Esse homem... Misterioso...


Ela fungou assustada ao ouvir o barulho do sinal. Seria finalmente a última aula.

Ela deu pulinhos de felicidade por dentro e correu em direção a sala de aula.

Pra sua surpresa mais de dez alunos não haviam chegado, dentre eles aquelas três pestes que a haviam agredido cruelmente no corredor.

Mellanie adentrou a porta com cautela e sentou-se em sua carteira, se virando em seguida de um toque de Mary.

— Onde você se enfiou? Te procurei depois do intervalo e nada de te encontrar. Ah claro, sem contar que tive que ajudar o cabeção do Lysandre a achar seu bloco de notas perdido. – Mary se apressou a falar.

Mellanie riu.

— Eu fui tentar devolver o lenço pro idiota ruivo, mas deu tudo errado. – Ela começou calmamente, fazendo certa cara de ódio ao pronunciar o nome de Castiel. — Ele rejeitou e me mandou ir embora. Não sei qual o problema dele, aquele... Revoltado.

Mary tapou a boca com a mão e fechou os olhos, demonstrando face divertida seguida de algumas risadinhas.

— Tenha paciência com o nosso bebê, Mell. Ele só está em uma fase ruim. – Ela se apressou a responder. — É, uma fase que nunca acaba, admito, mas... Eu tenho certeza que vai acabar.

Mellanie entortou a cabeça para o lado, podendo ver claramente a carteira de Lysandre — qual anotava coisas em seu caderninho de notas — e

logo atrás Castiel, com os braços cruzados na barriga juntamente com os olhos fechados e fones nos ouvidos. Parecia um anjo assim... Sem perturbar ou desagradar ninguém. Olhos fechados tranquilamente concentrado em uma música desconhecida pela garota, que o fitava já a alguns segundos.

Ela logo voltou em sua posição normal, desviando daquele ruivo.

— Ele nunca vai mudar, Mary.

Maryana a olhou curiosa.

— Como tem tanta certeza?

— Sinto desapontar seu raciocínio brilhante e investigativo, mas, eu sei. – Mellanie começou a explicação. — Ele me contou.

— Ele te contou oque? – A loira arregalou os olhos curiosa.

— Antes de insistir em devolver o lenço ele me contou que, as pessoas falavam constantemente que ele quando alguém o intimidava ao extremo, ele simplesmente se tomava em uma raiva incomum, ficando completamente cego, sem ver oque fazia ali por diante. Ele ficava descontrolado e agredia sem ao menos pensar no que estava fazendo, entende? – Terminou com uma abaixada de cabeça, fazendo assim seus cabelos negros se transformarem em uma cascata diante de seu rosto.

Mary parecia chocada.

— Isso me parece... – Ela começou com a ponta dos dedos no queixo, pensativa. — Na verdade eu me lembro um pouco sobre isso. Foi a mais ou menos três anos que tudo começou.

— Como assim?

— Há três anos pra cá tudo começou a piorar. Certo, ele já era uma peste mesmo assim, mas depois ele se tomou por uma raiva sobre-humana, ele ficou pior. – Ela explicou. — Havia algo que ele não conseguia aceitar. Algo que ninguém sabia. Então, tudo ficou pior quando a irmã dele morreu, aí sim, seu chão desabou. Ele estava cego, já era tarde demais pra consertar. Ouve ocasiões, se não me engano que, ele se “dava” a gangues de colégios vizinhos. Ele se dava como saco de pancadas pra eles. Eles o usavam, batiam, esmurravam. Castiel achava que assim, sendo usado, cessaria sua dor. Achava que as porradas e surras diminuiriam aquela dor dentro do seu coração. Estava enganado. Agora ele está melhor, mas não está curado, sempre quando alguém o desafia ou o deixa muito irritado ele não consegue ter controle sobre si.

Talvez seja por isso que você deve ter perguntado se ele teria a coragem de te socar ontem, estou certa?

Mellanie abriu bem os olhos, assustada como Maryana podia ser perigosa nos palpites. Ela realmente poderia ter um futuro brilhante em sua profissão.

— Como sabe que eu perguntei sobre isso pra ele? – Perguntou assustada.

Mary sorriu sem graça.

— Nunca duvide dos meus dons investigativos. – Piscou e abriu o caderno, tirando de lá uma folha mediana com todos os horários da semana.

A última aula já havia se dado inicio há dez minutos, todos os alunos estavam dentro dela, mas nada do professor chegar.

De repente Miha e Nathaniel entram na sala, ficando bem de frente para a turma.

— Bom dia alunos. – Começou ao ser cutucado pela garota de cabelos rosados presos em uma longa trança para o lado do ombro. — O novo professor de história não dará aula hoje, então estão dispensados para irem para casa. Tenham um bom dia.

Nathaniel era realmente bom no que fazia, além de falar super bem em público.

Um aluno levantou a mão.

— Mas ele não está na escola? Ouvi falar que ele estava aqui hoje, por que não dará aula?

Nathaniel suspirou.

— Foi uma escolha dele gente, deveriam estar felizes por irem pra casa! – Falou Miha, enquanto já saia da sala arrastando o loiro junto.

Os alunos começaram a conversar e a se levantar, recolhendo materiais escolares e tudo mais.

Mellanie cruzou os braços e olhou para Maryana.

— Hoje eu não posso ir pra casa, prometi ajudar Lysandre com um trabalho na biblioteca. – Ela sorriu meio torto.

Mellanie soltou risadinhas e chamou Lysandre.

— Ei, Lysandre! – Começou com um pequeno sorriso. — Se importaria se eu ficasse e ajudasse vocês com o trabalho? – Fez carinha de pidona.

Lysandre a olhou pensativo.

— Não vejo problema algum, Mell. Tem certeza que quer ficar a tarde inteira fazendo essa coisa chata?

Mellanie assentiu contente, se levantando e pegando seus materiais.

Castiel fazia o mesmo, ainda com os fones nos ouvidos e com uma expressão neutra. Cumprimentou Lysandre — a única pessoa que falava normalmente sem grosserias — e saiu pela porta, passando reto pelas meninas.

— Grosso. – Murmurou Mellanie cruzando os braços, tomando cuidado com seu ferimento enfaixado.

Os dois riram.

— Vai por mim, ele é um bom menino, só precisa ser domado. – Falou Lysandre puxando as meninas para a porta.

Mellanie sorriu debochada.

— Até parece.


Não demorou muito e eles entraram na biblioteca, estava completamente fazia a não ser por um casal que lia um livro aos fundos.





— Quanto mais cedo começarmos, mais cedo terminaremos. – Falou Mary pegando em uma prateleira fitas, canetas e papel cartão.







— Vamos lá. – Mellanie e Lysandre falaram em uníssono, sentando-se à mesa com canetas e dois livros postos à mão.






~~












Saritcha encontrava-se sentada em sua posição de costume na beira daquele chafariz enorme, com suas cartas de lado e expressão pensativa.





— Oque foi dessa vez? – Perguntou Mayuri revirando os olhos sem paciência.


A mulher de longos cabelos esbranquiçados sorriu, olhando aquela pequena garotinha um tanto assustadora.

— Hoje à tarde. Estou com um pressentimento, pequena. – Ela disse com um sorriso nos lábios.

Mayuri bufou.

— Sobre aquela garota?

— Sim. Hoje será o dia. Ela finalmente o encontrará. – Respondeu calmamente.

Saritcha se virou para o lado lentamente, afogando seus dedos finos naquela água azulada e extremamente gélida.

— Já estava na hora. Ele está atrasado.

Mayuri se aproximou da mulher e segurou-lhe o braço, com expressão séria e olhos vazios.

— Seu aniversário está se aproximando, não é pequena? – A mulher sorriu e acariciou o rosto da menina, que fechou os olhos.

— Isso não importa. Você está ocupada demais com aquela garota.

Saritcha riu divertida.

— Nunca me faltará tempo pra você.

Mayuri sentou-se no colo daquela mulher e encostou a cabeça próxima aos seios, se sentindo protegida, confortável e por uma única vez por muito tempo... Feliz.


~~




O sol já havia se recolhido há muito tempo naquele céu, que por um milagre talvez, estava se tornando em um azulado ameno, distanciando finalmente aquele sombroso cinza.


Eles finalmente acabaram de fazer aquele longo trabalho, depois claro, de perder uma tarde inteira.





Já estavam saindo pelo portão de entrada, mas pararam os três.







— Estou morta, foi um longo trabalho. – Falou Mary curvando os ombros, exausta.





Mellanie riu.


— Nem foi tão ruim assim, pude conhecer mais vocês. Estou feliz.

Os três sorriram bobamente e trocaram abraços apertados, assim cada um indo a uma direção diferente, a destino de suas casas.


A garota andava às vezes com alguns pulinhos, andando calmamente e com certa alegria.





Não estava tão longe de sua casa. Estava perto de uma pequena praça perto da escola, ela não era muito habitada, tinha uma aparência um tanto amargurada, com folhas pelo chão e um tanto suja. Não havia água na pequena fonte bem ao meio, estava seca, tornando aquele lugar ainda mais assustador à noite.







Ela olhou em seu relógio no celular. 18h56. Estava tarde. Céu estava escuro e as ruas também, dando um ar assustador.





Logo um calafrio atingiu a espinha dela, que parou no meio do caminho.


Ela suspirou e guardou o celular no bolso do short desbotado, pronta para mover um pé e continuar a andar.

Mas antes mesmo que pudesse continuar, sentiu mãos fortes a puxar para trás pelos ombros, logo rodeando até chegar a seu pescoço.

Ela gemeu assustada e tentou virar os olhos para o lado, na tentativa de ver quem era aquele ser que a segurava com tanta força e brutalidade.

Um ladrão? Ou seria um pervertido?

Ele sorria cinicamente e apertava-a no pescoço com uma faca, a mesma prensada no mesmo.

Aquilo estava doendo, sem dúvidas iria ficar uma marca feia na região.

Mellanie apertou a camisa do individuo na tentativa de sair correndo, mas sem sucesso.

Ele soltou risadinhas, a segurando sensualmente pela cintura e não largando de jeito nenhum o pescoço, ameaçando com a faca.

— Se mover um dedo, – Começou calmamente, com voz ríspida. — eu corto o seu pescoço inteirinho.

Ela fechou os olhos com tal força e soltou-lhe a camisa, ficando imóvel junto ao corpo dele.

Estava com medo.

— Me solte... – Ela implorou abrindo os olhos um pouco, os deixando estreitados de medo.

— Cala a boca, vadia. – Falou apertando na mesma hora ainda mais a faca contra o pescoço. — Agora me passa tudo que você tem.

— Tudo... Que eu... Tenho? – Ela perguntou sentindo suas pernas ficarem bambas, tropeçando nas palavras.

— Tudinho... – Ele a olhou da cabeça aos pés com certa malicia. — Sabe, até que você é bem gostosinha...

Ela engoliu seco.

— Eu não vou te dar nada, seu maníaco tarado. – Ela disse com certa ironia na voz, sentindo que poderia morrer por tal ousadia.

De onde ela tirou coragem para dizer tais coisas a um marginal pervertido?

Ele ficou vermelho de raiva, apertando ainda com mais brutalidade aquela faca contra seu pescoço.

Ela sentia arder ainda mais. Estava prendendo seu ar.

— Se não tirar a roupa, poderá não gostar do que eu irei fazer... – Ele disse apertando suas mãos contra a barriga dela, com certa perversidade.

Ela respirou fundo, o encarando ao canto dos olhos, apreensiva.

— Me solta. Se me soltar juro que não vou te denunciar... – Ela encarou o chão, com os olhos marejados e com certo medo de ter o pescoço cortado naquele exato momento.

Ele a puxou com tudo para trás, nervoso.

— Eu vou cortar tanto o seu pescoço que você não vai nem sentir o sangue, vadia. – Ele disse pronto para cortar-lhe o pescoço, passando a faca de leve.

Mellanie gemeu baixo de medo, fechando os olhos bem forte, sentindo que seria o seu fim.


Estaria morta sem ao menos sentir.





Sem ao menos ver.








— Eu não faria isso, – Começou uma voz grossa e sensualmente rouca. — se fosse você.









Mellanie abriu os olhos na velocidade da luz ao ouvir um barulho assemelhado a uma arma sendo carregada ou engatilhada, pronta para disparo.








A garota rapidamente levantou a cabeça, não se importando com a pressão daquela faca.





Seus olhos fitavam agora um rapaz, — muito atraente, por sinal — que se vestia com um casaco longo e aparentemente pesado de coloração cinzenta, juntamente com seus cabelos esbranquiçados não tão curtos. Ele tinha também olhos penetrantes de certa cor incomum; arroxeados em tom púrpura.


Mellanie o fitou com os olhos paralisados, não conseguia esboçar emoções, não conseguia pronunciar nenhuma palavra... Somente... O olhar.

O rapaz sorria ao canto dos lábios um tanto zombeteiro, encarando sem parar aquele marginal que ainda mais agora, segurava a garota ainda mais forte juntamente com a faca em seu delicado pescoço.

Ele estava parado e atento, segurando uma pistola bem na direção do ladrão pervertido, pronto para disparar.

— Se afaste maluco, se você se mover... Se mover um dedo eu corto todo o rostinho dela! – Falava meio confuso, a segurando ainda mais forte, apontando a faca no pescoço e rapidamente ao mesmo tempo para o rosto na direção das bochechas.

O rapaz de cabelos esbranquiçados riu com ironia.

— Que burro... Que burro... – Falou em resposta balançando a cabeça em tom divertido. — Se eu ver um arranhão nessa senhorita, – Pausou calmamente. — você morre.

O homem que segurava Mellanie esboçou uma cara assustada, arregalando os olhos também.

— Acha que eu não tenho coragem de cortar essa vadia? – Ele riu nervoso.

— Pode até cortar, meu amigo. – Disse calmamente, se aproximando somente dois passos e mirando bem na cabeça do individuo. — Mas daqui você não sai vivo.

O marginal arregalou ainda mais os olhos.

— Qual é cara... Podemos ser amigos... Se queria roubar ela, podemos dividir a parada! – Se apressou em responder, com um dos olhos piscando de nervosismo. — Qual é mano, é só uma vadia!

O rapaz soltou risadinhas curtas, seguintemente de um olhar frio e sério.

— Não, ela não é só “uma vadia”. – Começou. — Ela é uma princesa. Aprenda a respeitar as mulheres, seu otário.

O homem que a segurava fortemente trincou os dentes com tal expressão aterrorizada.

Mellanie não parava de fitar aquele rapaz, seus cabelos, seus olhos, sua pele. Tudo. Ela olhava cada detalhe de seu suposto salvador. Mas... Será que ele pretendia a salvar realmente? Talvez fosse outro pervertido, que não gostaria de dividir o “bife” com mais ninguém.

NÃO ME MATA, POR FAVOR, NÃO ME MATA CARA! – Praticamente gritava, implorando enquanto fechava os olhos e apertava sem perceber ainda mais a faca contra o pescoço da garota.

— Vou falar só uma vez... – Disse calmamente com toda a paciência do mundo. — Solta a garota.

O marginal a fitou ao canto do rosto e largou a faca, a soltando bruscamente no chão.

Não se via mais nada, apenas o marginal parado lá, morrendo de medo.

O rapaz sorriu vitorioso de modo aterrorizante...

— Sabe, – Começou logo após fitar a garota, que se encontrava caída de joelhos no chão, com expressão horrorizada de medo e cabeça baixa. — eu odeio pragas como você. E sabe oque eu faço quando vejo uma bem na minha frente?

— Eu não se-

O rapaz o interrompeu.

— Eu extermino.

Ao terminar suas palavras, mirou bem na cabeça daquele homem, que por si parecia esperar pela morte, fungando e fechando os olhos.


Ele preparou a pistola, fazendo de novo o barulho semelhante a uma recarga ou sendo engatilhada, pronta para o disparo.





Seus dedos já estavam prontos e bem em cima do gatilho, sorrindo friamente para aquele homem tremulo de medo.







Mellanie levantou a cabeça para ele, fitando novamente aqueles cabelos brancos e seus olhos frios em tom púrpura.





NÃO! – Gritou ela, se levantando em um pulo rápido bem na frente do homem, impedindo assim que o rapaz atirasse e certamente o matasse.


Ele abaixou os dedos do gatilho e encarou a garota, com olhos cerrados sem entender.

— Sai da frente. – Ele simplesmente disse em tom ríspido. — Não quero ver a senhorita ferida.

Ela empinou o queixo e o encarou mais a fundo, como em uma provocação.

Ela sabia que estava fazendo besteira, afinal, aquele marginal merecia aquilo. Merecia a morte, de fato.

Mas Mellanie tinha um coração tão mole que não conseguiria ver tal brutalidade...

— Não o mate, por favor, não o mate... – Falou abaixando a cabeça e se rendendo, com os olhos lacrimejados. — Ele foi uma pessoa horrível, mas, ele não é o único. Se você disparar essa arma você também será como ele. Por favor... Não seja igual a ele...

Ela permaneceu com a cabeça baixa, com os braços retos apertando com as duas mãos seu short de lavagem clara, seus cabelos tapando seu rosto por quase completo.

O rapaz sorriu e desviou o olhar da garota agora para o marginal, inda com a arma em sua direção.

— Vou te dar uma única chance de sumir da minha frente. – Falou o rapaz com uma viradinha de rosto rápida, fazendo seus cabelos balançarem.

O marginal sorriu e começou a correr, se mantendo em poucos segundos fora de vista.

O rapaz voltou a olhar.

Ela estava com os cabelos tapando o rosto e cabeça abaixada, de forma estática, com medo e olhos quase se derretendo em lágrimas.

Ele soltou ar pela boca e revirou os olhos.

— Espero que não seja tão pesada quanto parece. – Falou sério.

Quando a garota pretendia erguer a cabeça, em um ato rápido o rapaz a pegou pelas pernas, a fazendo ficar logo em seguida em seus ombros. Segurou suas coxas com firmeza — típica cena de Shrek um, quando ele carrega a princesa contra sua vontade, a levando em direção ao castelo enquanto ela se debate em suas costas — enquanto ela ficava de cabeça pra baixo, olhando para direção contrária da dele.

Ela arregalou os olhos e começou a bater seus punhos com força em suas costas.

— Me bota no chão! – Ela quase gritava.

Ele andava calmamente, de vez ou outra a fitando ao canto dos olhos.

Já estavam perto de sua casa, não tão longe, quando começou a chover.

Os pingos da chuva pareciam bombas, de tão doloridas ao atingir a pele da garota.

E quando se pensa que havia terminado o festival de tempestades, olha que boa hora pra se iniciar uma; bem no meio da rua nas costas de um pervertido e de cabeça para baixo.

Ela já havia desistido de tentar lutar contra ele. Ele era mais forte e não se importava nem um pouco com os murros que ela lhe dava. Apenas ria, divertido.

— Não é tão pesada. – Debochou ele com um sorriso, apertando mais as pernas dela para evitar uma queda.

A chuva estava piorando a cada passo.

— Engraçadinho. – Falou com um sorriso sem humor. — Será que posso ao menos saber o nome do meu seqüestrador?

Ele soltou risadinhas.

— Zero. – Começou, olhando atentamente para frente e apertando o passo. — Zero Kiryuu.

Ela fechou o sorriso e virou a cabeça o tanto que pode, chegando a ver somente os cabelos brancos e molhados balançarem diante a chuva, também seus olhos penetrantes e de uma coloração bem atraente.

Hum. – Ela voltou a virar o rosto, encarando o caminho todo que havia percorrido, vendo-o ficar para trás. — Gostei do nome.

Ele continuou sério, com passos rápidos quase que uma corrida.

Não demorou muito e eles já estavam bem ao lado daquele parque enorme, que ficava bem em frente à casa da garota.

Mellanie não avistou Saritcha, oque seria estranho por estar chovendo com tanta intensidade.

Zero abriu o pequeno portão de madeira e passou pelo caminho de tijolos, logo chegando bem em frente à porta branca de madeira. A abriu em seguida, apressado.

Ele... Sabe onde fica minha casa?” Ela pensou com feição boquiaberta.

Ao adentrar a casa se depararam com Lunna e Kaien parados diante a porta, com rostos preocupados.

Lunna avançou nos dois contente, no mesmo momento o rapaz soltou a garota no chão.

Ele passou a mão pelos cabelos molhados.

MELLANIE! Fiquei tão preocupada com você! – Lunna disse junto a um abraço na garota.

— Está tudo bem, eu acho. – Falou com um sorriso sem jeito.

Kaien fitou seu rosto molhado e logo desceu o olhar para o seu pescoço, que por si estava com uma marca vermelha.

Ele correu e a tirou dos braços da mulher em um pulos, a abraçando em seguida apertadamente.

— Oh meu Deus, minha princesinha está ferida! – Falou fechando os olhos e continuando aquele abraço sufocante.

Mellanie o empurrava o rosto com as mãos, na tentativa de se livrar daquele homem pegajoso e preocupado.

— Foi só um arranhão, Kaien! Não precisa desse drama. – Falou ao finalmente conseguir afastar o homem.

Kaien movimentou a cabeça bem devagar até o rapaz que estava todo encharcado.

— Você deixou que ela se machucasse, seu... – Disse ele enquanto dava um passo pronto a avançar no pescoço de Zero.

Lunna o segurou por trás, impedindo o ataque.

— Não é pra tanto, Kaien.

Ele bufou, fitando logo em seguida a garota que por si estava toda molhada, assim como o rapaz.

— Vá trocar essa roupa e direto pra cama, deve estar cansada e pode pegar um resfriado. – Falou ele já tomando sua postura séria, ajeitando os óculos no rosto com a ponta de um dos dedos.

Mellanie suspirou pesadamente, deixando cair os ombros.

— Vou fazer isso, estou morta. – Concordou já prestes a subir as escadas, mas antes que fizesse isso parou, abrindo bem os olhos e se virando novamente para encarar agora Zero. — Eu ainda não sei quem é você, mas vou descobrir. Grave minhas palavras, senhor seqüestrador. – Terminou com um pequeno sorriso, debochando da última palavra.

Ele cerrou os olhos e sorriu discretamente, acompanhando ela subir lentamente as escadas e sumir lá em cima.

Ele suspirou e encarou a mulher de cabelos negros medianos.

— Você deve ser Lunna, estou certo? – Ele se aproximou e a cumprimentou educadamente. — Ouvi esse maluco falar muito sobre você.

Ela retribuiu ao sorriso.

— Eu já ouvi falar muito de você também, Zero. Bem vindo a essa casa a partir de hoje, e... – Ela falava calmamente apertando-lhe a mão. — Bem vindo a essa família. – Terminou sua fala.

Ele assentiu contente.

— Onde você esteve, Zero? Era pra você ter chegado há uma semana atrás. – Kaien falava um tanto estressado com o rapaz. — Ela poderia ter se machucado nessa semana que não esteve aqui, seu irresponsável!

Apenas se ouviu um pequeno riso da parte do rapaz de cabelos esbranquiçados.

— Não seja tolo em pensar que vou obedecer a cada mandado seu, Kaien. – Disse paciêntemente enquanto se sentava em uma cadeira próxima e se secando em uma toalha que Lunna o entregara. — Não aconteceria nada, até porque eu a estive observando a todo o momento durante esse tempo topo. Se eu fosse ela não iria ficar nada feliz de ter um cão de guarda atrás justo no primeiro dia de mudança, seria cansativo.

Kaien passou a mão pelos cabelos, limpando a garganta em seguida. O garoto estava certo, e ele odiaria assumir isso.

— Tudo bem. – Falou com um movimento de cabeça para o lado. — Agora vá ao banheiro e tome um banho. Suas roupas estão no quarto de hospedes.

Zero assentiu e começou a subir as escadas, segurando a toalha sobre os ombros.

— Ele me parece um garoto gentil e agradável. – Disse Lunna com um sorriso bobo ao canto dos lábios.

Kaien soltou algumas risadas.

— Acredite, ele não é nem um pouco do que se vê a primeira vista. Ele é um garoto malvado, Lunna. – Disse com certa ironia.


~~






Depois de um longo e demorado banho, Mellanie estava pronta para dormir e descansar finalmente.











Estava com um pijama curto, com blusa até o umbigo com alças finas, acompanhado juntamente com um mini short de seda.











Ela suspirou e andou com passos pequenos e lentos até a sacada de seu quarto, onde balançavam as cortinas em ritmo devagar.






A garota chegou bem perto do parapeito e encostou lá os pulsos, sentindo como estava gelada aquela noite.


A chuva havia se cessado, deixando por final as várias e várias árvores daquele parque e ao redor com folhas úmidas, juntamente com o asfalto molhado recem-chuva.

Mellanie fechou bem os olhos e levitou o rosto, sentindo aquele ar puro e aquele cheirinho de molhado. Isso era ótimo. Aquela sensação de estar salvo... Protegido em sua casa, finalmente depois de todo esse horrível ocorrido.

Era estranha essa sensação.

Mas mesmo assim conseguia ser...

Acolhedora.

A garota se virou e andou para dentro do quarto novamente, subindo na cama com os joelhos e se deitando em seguida, jogando por cima de seu corpo até na altura na cintura aquelas pesada cobertas de coloração avermelhada.


Ela finalmente relaxou, caindo em um profundo e calmo sono...





Por enquanto.








~~










— Espero que a Mell esteja feliz vivendo naquele lugar. – Falou Hikkaru com um enorme sorriso, enquanto olhava Lawliet comer uma tortinha de morango açucarada. Na verdade, a sua décima tortinha em apenas meia hora.












— Ela vai estar. Só vai precisar de sorte e... Coragem. – Falou ele concentrado de frente para a TV.











A garota o olhou com a cabeça meia torta e feição confusa.






— Vamos estar ao lado dela. – Ela disse.


Hikka retornou ao seu sorriso alegre como de costume e correu até ao rapaz, rodeando seu acento e cruzando os braços em seu peitoral, apoiando juntamente sua cabeça em cima da dele.


Seus cabelos loiros ficaram desarrumados.






Lawliet parou subitamente a mordida e abaixou a tortinha, olhando ao canto dos olhos com expressão aterrorizada — típica reação de um sociopata louco — e um tanto confuso, olhou para os dois lados e depois para baixo, onde os braços da garota o agarravam por trás.











Ele voltou calmamente a comer suas tortinhas, ainda um pouco incomodado com os toques abusivos — na opinião de um sociopata — da garota.











Ela por fim, antes de se afastar, afagou os cabelos loiros do rapaz e andou em pulinhos para o quarto, não vendo a hora de chegar logo a sua nova cidade.







~~












— Eu sinto não poder mais proteger você, pequena Mell. – Uma voz roucamente sensual falava, enquanto ela se encontrava com os joelhos enterrados naquela neve extremamente gelada.





Seu rosto não se via.


Era um mistério obscuro, mais uma vez.

Aquilo a deixava horrorizada, esses sonhos, essa voz, esse rapaz misteriosa.

Tudo.

Diferente deste sonho, Mellanie não era uma pequena menininha.

Ela era do jeito que era.

Uma moça, já grande.

Não tão inocente como antes.

— Por favor, proteja-me. – Ela implorava no sonho.

— Suas mais profundas lágrimas se escondem dentro desse grande vazio, que agora, obteve cada vez mais de você. Essa não é você, não é a minha pequena garotinha dos olhos verdes. Eu desejo que essa criatura sombria se afaste. Desejo que toda essa escuridão permanecente dentro de ti se transforme na mais pura doçura de antes.

Ela chorava desesperada naquela neve branca.

— Você prometeu me proteger...

Seus olhos estavam avermelhados e com certa preocupação.

Ele se mantivera duro, sem demonstrar qualquer sentimento.

Frio.

Era isso que ele estava sendo.

Olhos vazios como a escuridão.

— Você não é a minha menininha, você é mal.

De repente um ser sombrio e com dentes enormes a puxa para trás, a fazendo gritar com o susto.

Ele a arrasta pela neve, mas de repente para e a coloca de frente para ele. Ele a fita atentamente.

Ele tinha cabelos negros como a noite e olhos de um vermelho escarlate bem vivo. Olhos sombrios, que davam medo só de olhar.

Ela virou a cabeça e chamou pelo rapaz qual identidade ou rosto não era revelado, ele apenas ficava parado olhando-a sem demonstrar nenhuma emoção a respeito.

O homem sombrio apenas a agarrou pela cintura e encaixou o queixo em seu pescoço, direitinho, ficando com os lábios bem próximo do local.

Ele encostou a boca de leve em sua pele alva no pescoço, passando bem devagar e ao mesmo tempo sentindo o aroma de seu perfume feminino.

— Deixe-me provar de seu sangue... – Ele dizia completamente enfeitiçado com o aroma daquela pele.

Ela se contorcia enquanto ele a agarrava pela cintura, bem próximo ao pescoço, já com a boca entreaberta pronto para uma mordida.

De repente no sonho, naquele momento, ela se transformara em uma pequena garotinha, como nos sonhos anteriores. Os longos cabelos acastanhados e grandes olhos verdes amedrontados.

Seus dentes eram pontiagudos e já lhe tocava o pescoço, enquanto ela gritava com tal voz infantil.

Não se viu ou se foi ouvido nada.

Apenas,

O sangue.

Apenas o sangue se foi visto, jorrar e se prender naquele chão coberto pela neve, que antes branca, agora se tornara em um completo...

Vermelho.


O sonho terminou.





Bem nessa hora a garota levantou com tudo de sua cama, completamente assustada e suando frio.







Ela afastou as cobertas e se levantou, meia cambaleando de medo.





Lembrava de cada detalhe, cada conversa e cada sentimento daquele sonho.


Tudo parecia tão real que lhe dava uma agonia no coração.

Ela não agüentou e caiu sentada na beirada da cama, apoiando as mãos no rosto em seguida.

Ele. Aquele rapaz.

Ela não conseguira nunca, nem em uma única ocasião ver seu rosto.

Isso a estava deixando cada vez com mais medo de dormir.

Cada vez pior.

Dessa vez ainda mais estranho.

— Isso não pode estar acontecendo novamente, meu Deus... – Ela murmurou, agora levantando o rosto e fitando aquele quarto escuro devido a noite do lado de fora.

Olhou no relógio de pare com certa dificuldade. 04h15. Era de madrugada. Uma madrugada aterrorizante para ela.

Ela coçou os olhos e se levantou, abrindo a porta e saindo em seguida, se deparando com aquele curto corredor do andar de cima.

Ela logo desceu as escadas, apoiando a palma das mãos naquele corrimão gelado.


Ao terminar de descer estava ainda mais escuro.





Olhou para todos os cantos, percorreu a copa até chegar a sala de estar, tomando um pequeno susto em seguida.







Zero estava jogado em um dos sofás, dormindo como um anjo.





Ela o fitou por alguns segundo e depois levou seu olhar para a mesinha de centro bem ao lado, junto a ela estava o casaco acinzentado dele.


Ela entortou o rosto curiosa logo ao ver a ponta de sua pistola de baixo daquele pano todo.

Ela se aproximou praticamente na ponta dos pés e se agachou um pouco, retirando de cima da arma o casado e o jogando no outro sofá ao lado. Ela prestou agora bem a atenção naquela pistola, ela era de coloração acinzentada e continha um pequeno símbolo ao canto.

Quando estava prestes a pegar e olhar melhor, sentiu um agarro em seu braço, tomando um susto maior ainda.

Zero.

Ele estava com os olhos bem abertos e sorria sarcástico para ela, vendo-a quase pegar na arma.

Ela respirou fundo.

— Eu só ia... Olhar. – Explicou ela largando a pistola na mesma hora.

— Garotinha curiosa. – Ele disse ainda com as mãos no braço dela, a agarrando firme perto do pulso.

— Eu tive um sonho ruim, decidi descer pra esfriar a cabeça. Oque está fazendo aqui? Sabia que tem quartos de hospede lá em cima?

Ele assentiu sério.

— Não gosto de dormir em quartos. Gosto de dormir assim, como estou. – Ele respondeu calmamente, levando seu olhar por todo o corpo da garota.

Ela reparou e ficou vermelha, percebendo que estava com roupas curtas demais.

— Então... Eu vou dormir. Fiqu-

Antes mesmo de ela terminar sua fala, ele a olhou sério com olhar frio e a puxou com tudo pra cima dele, a tomando pela cintura e segurando firmemente nos pulsos.

Ela havia caído bem em cima de seu peitoral, o olhando assustada em seguida.

— Zero...

Ele a fitou com os olhos meio curvados para o lado.

— Por favor... Não vá agora. – Ele disse segurando-a nos pulsos. — Es-Estou com frio...

Zero estava um pouco encolhido, realmente estava com frio. Talvez por conta da chuva ou até mesmo por conta daquela madrugada gélida.


Ele a puxou para si para tentar cessar o frio?






Ela o fitou com um sorriso, divertida.











— Se quiser posso subir e trazer mais um cobertor pra você... – Ela disse, reparando que sua barriga estava bem em cima da dele, e suas pernas para o lado.











Ele sorriu de certa forma maliciosa.






— E você não poderia ser um? – Disse se referindo ao cobertor, acompanhado de um sorrisinho maroto.


Ela revirou os olhos seguido de uma risada.

— Desculpe senhor, mas não estou capacitada para esse tipo de serviço.

Ele riu, mas logo voltou a ficar sério.

Estava realmente morrendo de frio.

Ficaram longos segundos calados, naquela posição maluca; ele segurando seus pulsos e ela deitada desajeitadamente em seu peitoral.

— Zero. – Tornou a dizer, fazendo assim ele prestar toda a atenção nela. — Obrigada por hoje. Se você não tivesse aparecido eu poderia estar morta agora. Obrigada.

Ele ficou sério, virando o rosto para o lado sentindo sua face esquentar.


Um homem daquele tamanho com vergonha?





Que bonitinho.








— A partir de agora, eu sempre estarei ao seu lado, te protegendo. – Ele disse sério. — Afinal, é minha obrigação salvar a princesa em perigo.









Ela sorriu docemente, sentindo assim seus pulsos se afrouxarem.








Ele a soltou para o lado rapidamente, a fazendo cambalear ao lado do sofá e com muita dificuldade ficar de pé.





— Eu-


— Oque está esperando? Vá logo me buscar cobertas, estou morrendo de frio. – Ele se apressou a dizer, interrompendo-a.

Ela assentiu com um sorriso.

— Eu volto já! – Confirmou já correndo em pulos e chegando rapidamente a escada, a subindo em seguida.

Zero mexeu nos cabelos esbranquiçados e devagar foi fechando aqueles olhos tomados em púrpura.


**






Mellanie abriu a porta de seu quarto e ficou bem em frente ao seu enorme guarda-roupa, abriu as portas e por conta de sua pequena altura, deu um pulinho e puxou a ponta das cobertas, as fazendo cair no chão.











Mas não foi só as cobertas que caíram no chão por conta do puxão dado pela garota, não.











Haviam caído juntamente as cobertas um enorme álbum de fotos.






Mas espere, aquele álbum de fotos não era um simples porta retratos comum. Esse era o da família. Mellanie havia o perdido á mais ou menos sete anos.


Ela o olhou assustada e já com os olhos lacrimejados.

Ela tomou-se a mão aquele álbum de fotos e o abriu, se deparando com uma foto. A primeira foto. A foto dela bem pequena, com cinco pra seis anos de idade ao colo de sua mãe. As duas sorriam feito criança e Mellanie segurava em mãos uma rosa vermelha maravilhosa.

A garota logo passou a mão pelas bochechas, sendo tomadas por um banho de lágrimas.

Era tarde.

A emoção já estava presente naquele momento.

Mellanie foi passando as paginas, bem devagar.

Quando finalmente chegou a última, vira que era a ultima foto com sua mãe, antes de sua morte. Estavam arrumando a arvore para o ultimo natal juntas.

Ela não suportou, fechou com tudo aquele álbum e colocou na gaveta, em um fundo falso improvisado.

Ela limpou as lágrimas e pegou as cobertas do chão, descendo em seguida pra sala.


Chegando lá, vira que Zero agora dormia feito um anjo, encolhido por conta do frio e seus cabelos caídos sobre a testa.





Ela sorriu boba e arrumou a coberta por cima dele, o deixando bem coberto.







Ela afagou aqueles cabelos esbranquiçados com carinho e subiu, fechando a porta de seu quarto em seguida.






Ela abriu aquelas longas cortinas de seda branca, ficando novamente naquela pequena sacada. Apoiou os braços no parapeito, olhando aquele céu tomado por um azul escuro da noite em seguida. Seus olhos ainda estavam molhados.






Subitamente lhe veio a mente ela, naquele museu velho junto a um ruivo nada amigável. Ela não podia negar que, naquela noite, naquela trégua e naquele machucado enlouquecedor, ela vira um Castiel que não conhecia, vira um garoto diferente de todos, um garoto... Que simplesmente precisava de ajuda. Ele tinha os olhos acinzentados profundamente lindos e penetrantes, tais como quaisquer outros.







Ele sim, era um cara grosso, rude, idiota, orgulhoso e ignorante, mas... Dentro daquela armadura poderia existir uma pessoa melhor?





Mellanie sorriu.


Logo em seguida lhe veio a mente aquele rapaz um tanto perigoso e assustador, que até se encontrava dormindo feito um anjo no andar de baixo.

Zero Kiryuu.

Lhe veio a memória aquela tarde, aquela chuva e aquele homem aterrorizante e pervertido com uma faca posta a mão.

Veio a memória aqueles olhos ameaçadores, aqueles cabelos balançantes com o vento e aquela arma... Pronta para disparo.

Havia ódio em seus olhos naquela hora.

Naquela hora quando aquele marginal estava prestes a ferir sua princesa.

Ele poderia ser um rapaz bom, realmente? Mellanie não fazia idéia.

A única idéia que lhe percorria os pensamentos era, que ele mesmo a primeira vista, sendo uma ameaça, poderia ser o mais doces dos cães de guarda...

E castiel? O ruivo raivoso?

Poderia ser o mais doce e sensível das feras.


"E eu irei me aprofundar nessa doçura.





Irei me amigar dessa mais nova aventura, talvez encontrar sentimentos ocultos, quem sabe?







Vou com todas as minhas vontades mergulhar nessa mais nova amizade...





Irei sorrir e abraçar esse novo caminho...


E olhe, abriu-se uma porta especial, criando subitamente uma incrível conversão...

Por talvez, um único instante, somente.

Irei pensar alegremente que, eles são os meus, só meus, mais novos Cavalheiros Maldosos."

Música de Encerramento - Nightmare.

[Imagem Extra do Capitulo ~ Lysandre]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Mellanie H. Yukino]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Zero Kiryuu, aparição]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Zero Kiryuu, ¹]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Zero Kiryuu, ²]


Fim do capitulo Quatro.





































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Notas finais do capítulo

Critique, pergunte, complemente, elogie. Enfim, mande Reviews. Até o próximo capitulo, que espero não demorar muito pra sair. Vai ser ainda melhor, com mais sangue, AH, em compensação, desculpem pela falta de sangue, prometo que irei por bastante nos próximos, HAHA. Beijos *abraça*