The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 1
Capítulo 1 – Revelando-lhes minha antiga dor.


Notas iniciais do capítulo

Pode parecer um pouco sem noção e estranho esse começo, mas como estamos começando decidi iniciar a trama mostrando dês de quando ela era criança, pra não deixar vocês confusos.

Tenham uma boa leitura e não esqueçam de comentar, assim eu não terei a ideia de abandonar a história, até mais. *manda beijo*

Ah, e não se esqueçam de dar uma olhadinha na música de abertura do capitulo, *manda beijo*



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The rose of darkness – A rosa da Escuridão.



Música de abertura








– Narrado pela personagem








Eu era muito pequena quando tudo aconteceu. Não me recordo muito bem, mas sei que nunca mais pude gostar do natal. Na verdade, não queria mais gostar do natal.





Eu tinha apenas cinco anos naquele inverno e de uma forma inacreditável, eu adorava a neve.


Lembro-me que estava na sala com minha mãe, estávamos muito felizes, afinal, seria um natal muito importante...

Flash Back

— Oh, minha pequena. – Ela me encarou com o mais doce dos sorrisos e apertou meu rosto firmemente com suas mãos. — Vá ver se as rosas já floresceram. Aproveite e traga algumas para a mamãe, tudo bem?

Ela estava com um olhar diferente naquele natal, eu não conseguia o decifrar, mas se eu não estivesse enganada, seria um olhar de... Tristeza.

Eu então sorri e sai pulando até a porta, mas antes de rodar a maçaneta para sair por fim, me virei e a encarei com um largo sorriso.

— Você gosta muito de rosas da neve, não é mamãe? – Eu falei com uma voz suave e carinhosa.

Eu não sabia muito da vida naquela idade, mas, minha mãe fazia questão de me ensinar. Em todas as temproadas invernais ela me levava aos pequenos jardins pela cidade e me mostrava a beleza de cada flor daquela fria estação. As rosas eram uma das maravilhas mais belas que eu costumava ver, todos os natais, por exatamente quatro anos. Aquelas rosas que floresciam lá fora, naquele denso frio digno de inverno eram especiais. Elas suportavam o frio com uma habilidade estranhamente sensacional, e ela sempre as tratou com carinho. Sempre me falará quando me colocava pra dormir que eu era como aquelas rosas, eu era forte assim como elas eram.

— Sim, elas são muito importantes pra mim. – Ela respondeu finalmente, aproximando-se bem próxima de mim, eu erguia a cabeça bem alto para conseguir vê-la. Ela era tão alta, mas tão bonita também. Seus longos e ondulados cabelos castanhos batiam em seus delicados ombros. — Mas quer saber de um segredo Mel? – O vento fez seus cabelos balançarem naquele momento, ela me mandou um sorrisinho maroto e se abaixou para bem perto do meu ouvido, como se fosse me contar um segredo que ninguém mais pudesse ouvir além de mim. — Você é muito mais importante que qualquer uma dessas rosas que estão lá fora. Então é por isso que eu quero que você vá agora. Mas lembre-se sempre querida: Essas rosas são especiais, mais que qualquer coisa elas conseguem suportar o frio intenso e continuam sempre de pé. E sabe? Elas me lembram você, Mellanie. Elas são fortes, sempre, apesar de tudo. Elas são especiais, então, você também é especial.

Ela acariciou meus longos cabelos e marcou minha bochecha com um beijo. Por fim abriu a porta acima de minha cabeça para que eu pudesse passar.

Eu não entendia aquelas palavras tão sinceras. Era estranho. Confuso talvez fosse à palavra certa. Mas sabem, eu havia gostado de ouvir aquilo.

Quando finalmente sai, o frio era grande e a neve caía em um ritmo lento. Caía calmamente, assemelhando-se ao frio daquela noite. Caía com graça.

Caminhei um pouco distante sentindo o chão gélido coberto pela neve branca.

Em meio aquele branco tediante, pude ver um mar de vermelhidão, as rosas vermelhas estavam lindas naquele natal.

As apreciei por um certo tempo até sentir um enorme aperto em meu peito. Colhi então três daquelas flores e corri em direção de casa, mas quando abri a porta por fim, desejei nunca ter tomado aquela decisão.

Permaneci imóvel, sem conseguir demonstrar nenhuma reação diante daquilo. Meus grandes olhos verdes estavam confusos, afinal, eu não entendia muito oque era aquilo, mas não creio que crianças daquela idade poderiam saber oque era a morte, de fato.

Encarei aquele chão imundo de vermelho, vermelho de sangue. Sangue da minha mãe.

Ela estava com os olhos abertos e sorria como costumava, mas suas pupílas transbordavam em lágrimas. Um certo vazio de dor rondava aquela sala.

— Mamãe, a senhora está machucada...? - Perguntei inocentemente ainda perto da porta.

Ela fez um sinal com a mão para que eu me aproximasse mais perto. Seu corpo estava caído no chão rodeado do estranho liquído vermelho. Caminhei com passos timidos sobre aquele sangue, sem me importar se sujaria os pequenos sapatos em meus pés ou não.

— Q-Querida. Não se preocupe com a mamãe. – Ela agarrou minha mão com firmeza. — Preciso que vá para casa de sua tia. Fique lá. Ela cuidará de você. Está me entendendo? Isso é uma ordem.

Eu a olhei com meus grandes olhos verdes sobrecaídos, fitando-a, ao mesmo tempo sem entender e notei que seu pescoço sangrava mais que o normal. Havia duas perfurações marcadas na região. Não eram cortes, tampouco um ferimento comum.

E enquanto todo aquele sangue quente percorria meus sapatos eu pude perceber que algo estava completamente errado ali.

— Mas mamãe...

— Não discuta comigo pequena Mell. – Ela soltou minha mão e a levou para minhas bochechas, as acariciando em seguida. — Eu irei para um lugar lindo, onde não sentirei mais dor. Você irá pra lá também, e poderá me visitar.

— Eu não quero que a mamãe vá... – Eu disse com os olhos já transbordando em lágrimas, eu podia sentir elas descerem calmamente sobre minhas maçãs.

— Não se preocupe meu amor. Sabe, quando sentir minha falta, só basta se deitar e pensar muito na mamãe, assim poderá me visitar em seus sonhos, tudo bem? Será divertido.

Era inacreditável a maneira como ela sorria para me manter tranqüilizada, mesmo estando naquele estado deplorável conseguia sorrir.

— Mamãe... Quem machucou minha mamãe...?

Quando ela acariciou meu rosto pela ultima vez, senti sua mão escorregar até aquele chão vermelho, ela havia fechado os olhos por fim. E eu sabia que ela havia ido para o lugar lindo qual havia me contado.

Eu chorava por aquele anjo, que agora estava morto.

Quando me levantei minhas pernas estavam fracas e antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, cai com tudo naquele chão vermelho e molhado com o sangue de minha mãe. Dela. Que agora, estava morta. E meu lindo vestido branco de natal, agora estava com a cor das belas rosas que estavam em minha mão. Vermelho.

Olhei por uma ultima vez para aquele lindo rosto, que agora estava pálido por conta da maldita morte. Coloquei duas daquelas rosas em cima de seu peito e então me levantei por fim. Sai correndo para a porta, e antes que pudesse pensar em ficar, continuei a correr o mais rápido que minhas pernas doloridas ainda podiam suportar.

Estava sem completa direção de para onde ir, minha cabeça doía um pouco, e antes que voltasse ao normal cai com tudo naquela neve ardentemente gelada. Minhas pernas estavam fracas, não agüentariam correr o bastante para chegar em qualquer lugar com pessoas. Pessoas que talvez, pudessem me ajudar.

Afoguei então minha cabeça entre os joelhos e chorei tudo oque ainda me restava das lágrimas.

E algo me dizia que aquele pesadelo ainda não teria terminado.


Senti uma presença estranha atrás de mim. Levantei minha cabeça e me virei, meus olhos viam um rapaz, sim, um rapaz. Ele se vestia estranhamente e tinha escuros cabelos castanhos, quase um tom levemente preto, tais cabelos não tão grandes tampouco curtos, oque fazia com que alguns fios sobrecaíssem sobre os olhos e a própria testa. Era muito atraente.




Ele permaneceu lá, imóvel por motivo que eu não conseguia entender.




Eu estava com medo. Só queria que tudo aquilo fosse mais um de meus terriveis sonhos para que eu pudesse acordar e voltar para os braços do meu anjo.


"Mamãe. Você está no céu, agora?"

Venha comigo. – Ele finalmente falou, quebrando assim o grande silêncio que por quase um instante iria me enlouquecer. Quebrou meu pequeno devaneio.

— Você é o homem mal que machucou minha mamãe? – Eu perguntei com a cabeça meio torta para o lado e com meus olhos verdes bem abertos, assustados.

Na verdade, eu não sabia oque pensar, afinal, oque crianças tão pequenas como eu naquela época poderiam pensar diante daquilo tudo? Não conseguia mais raciocinar.

Eu era pequena e inocente, mas minha serenidade havia se acabado ali, naquele momento quando um monstro, sim, um monstro havia acabado com a vida do meu anjo. Até porque, só um monstro para ter o sangue tão frio de matar uma mulher tão linda e doce como minha mãe foi.

— Não, mas eu estarei com você quando decidir descobrir quem foi que a matou. – Ele sorriu de canto por alguns instantes de tal forma que me fez querer sorrir também. Sorrir para aquele completo desconhecido. Aquele que veio até mim com boas intenções? Quem sabe.

— Eu queria o sorriso da minha mamãe... – Eu disse.

Ele abaixou a cabeça. Mas porque parecia ser tão prestativo comigo, tão... carinhoso? Eu não fazia idéia de quem ele era, e creio que ele também não sabia quem EU era.

— Você é uma menina forte. Então, irá suportar até o fim. Tenho certeza que irá descobrir quem a matou. Mas, agora precisamos... – Ele parou por um momento e olhou para o nada por alguma razão. Seus olhos mostravam uma reação estranha. Reação de defesa. Defesa. — Vamos embora pequena Mell. Temos que ir. Agora.

Eu olhava-o confusa e ao mesmo tempo com medo. Eu nunca o havia visto antes e eu sabia que não era certo confiar, mas... ele me parecia diferente... parecia querer me proteger do perigo.

Quando senti novamente passos atrás de mim permaneci parada sem demonstrar nenhuma reação, oque me fez tremer novamente. E algo me dizia que aquele “ser” que se aproximava atrás de mim, não seria tão amigável como o belo rapaz dos olhos castanhos.

Eu pretendia me virar, e então, finalmente senti um enorme puxão em meu braço, oque me fez gritar. Era um homem. Ele tinha cabelos loiros escuros e olhos estranhos. Vermelhos.

Eu o olhei com receio por alguns segundos, ele tinha dentes estranhos também, que se assemelhavam as presas de felinos.

Ele me puxou ainda mais para si oque me fez ficar frente a frente, fez nossos corpos colarem. Era forte demais e apertava meus pequenos braços, me fezendo sentir dor. Ele me virou e pude ver novamente o rapaz de cabelos castanhos olhando-me sério, sem demonstrar nenhuma reação ou ato. O homem agora apertava meu pescoço com suas fortes mãos e encaixava seu rosto no mesmo. Ele roçava seus lábios severamente naquela delicada região, oque me deixava assustada.

— Humm... Você me parece ter gosto bom... Talvez eu pudesse... – Ele olhou para meu pescoço como se ele fosse realmente comestível e lambeu-o delicadamente. — ... Provar de seu sangue...? – Completou, com um sorriso sádico.

— Me solte... – Eu disse fechando os olhos com força, tentando o empurrar para longe de mim, oque era impossível diante de sua força.

Estou com medo... O sangue me assusta... me salve.

Quando voltei a abrir meus olhos, encarei o chão que estava sujo de um vermelho comum em minha memória. Veio-me à cabeça a cena de minha sala e minha mãe no chão, repleta de sangue e seu pescoço perfurado por algo que eu não conseguiria saber oque era. Era algo indescritível. Indescritíve... Arregalei rapidamente meus olhos verdes e encarei aquelas “presas”, oque me veio à conclusão que aquilo a havia ferido no pescoço. Aqueles dentes assustadores... Daquele homem que agora estavam bem perto do MEU pescoço.

Lágrimas caiam de meus olhos, então antes de fechá-los e aceitar meu destino, pude perceber um vulto rápido vindo em nossa direção e atacou brutalmente o homem que garrava-me com sede de sangue.

Com o forte impacto, cai com tudo no chão, e lá permaneci por alguns segundos até voltar para a realidade. Quando levantei minha cabeça pude ver o rapaz dos lindos cabelos castanhos atacando com raiva aquele homem estranho e assustador. Aquele homem mal.

Eu não reconhecia aquele rapaz. Antes era tão doce dos olhos bonitos, agora se tornara um ser que poderia causar medo em qualquer um, apesar da aparência não ter mudado tanto, seus olhos estavam semelhantes aos do homem estranho, estavam vermelhos como sangue. E seus dentes também, agora estavam assustadores como presas de um felino faminto e cheio de raiva.

Mas ele não estava o atacando em vão, não. Ele estava me protegendo. Estava matando aquele homem por mim, para minha proteção. Mas aquilo, era realmente certo?

E eu continuei ali, sentada de joelhos na neve os observando com meus dedos gelados acariciando meu próprio pescoço, imaginando como seria a dor daquelas presas me enetrando.

Quando o rapaz dos cabelos castanhos jogou aquele homem com tudo no chão, pude reparar que seus olhos agora voltavam a ser doces, não estavam mais vermelhos. E o homem? Estava caído no chão, precisamente morto.


Que criaturas eram aquelas? Tinham dentes pontiagudos e olhos estranhamente perigosos. Eu não fazia idéia, e esperava nunca saber.




Quando ele aproximou-se de mim finalmente, eu tremi por uma certa razão, estava com medo? Medo do meu salvador?




— Oque foi pequena? – Ele me encarava com olhar preocupado, eu já estava chorando. Olhava suas roupas que agora estavam estampadas com uma grande quantidade do vermelho que me dava arrepios. Vermelho de Sangue. — Ah, isso? Não se assuste. Eu não sou malvado que nem aquele monstro, eu sou um garoto bonzinho, está vendo? – Ele olhou para as próprias roupas e em seguida tentou me acalmar, se agachando até mim e me abraçando, não tenho certeza mas acho que, também acariciou meus cabelos.


Depois me pegou no colo e sorriu.

— Você matou o homem mal, isso quer dizer que você é realmente bonzinho? – Eu lhe perguntei olhando em seus olhos castanhos e agarrando seu casaco com firmeza.

— Não tenho tanta certeza disso.

Ele olhou sério para frente e continuou andando comigo em seus braços.

Não me importava com suas palavras, para mim ele sempre seria um garoto bonzinho. O meu, somente meu. E por mais uma vez, meu.


O caminho foi longo e na maior parte dele eu olhava para a rosa que ainda estava em minhas mãos, havia uma pequena quantidade de farpas do gelo que caia do céu. Ela era tão linda e vibrante, oque me distraiu a metade do caminho.




Quando finalmente chegamos pude reconhecer claramente. A casa de minha tia.




Ele bateu na porta e me colocou no chão, por fim.


E quando a porta se abriu, minha tia estava lá, com um sorriso meio torto e com os olhos avermelhados, inchados.

Ela não reagiu da forma que eu esperei que ela fosse reagir. “Quem diabos é você e porque estava com minha sobrinha nos braços?” Bom, foi realmente isso que imaginei que ela fosse falar, mas não. Ela apenas abaixou a cabeça por alguns instantes e disse: "— Obrigada, Kaname-senpai." E veio em minha direção para me abraçar, mas por alguma razão me desviei e corri para a janela ao lado da sala. Por ela dava pra ver tudo, dês dos pequenos grão de orvalho até os dois lá, parados debaixo do nevoeiro.

Bom, eu não conseguia de forma alguma ouvir oque eles conversavam, mas a última coisa que ouvi minha tia dizer foi: "— Aconteceu, não é?" – Ela dizia já chorando, e o rapaz do nome estranho apenas assentiu de forma triste. Quando ela se despediu e fechou a porta, não sei oque me deu, mas eu precisava ir até aquele garoto desconhecido.

Fui até a porta e a abri com pressa, em seguida corri o mais rápido que podia naquele momento na tentativa de alcança-lô.

Quando consegui, agarrei a ponta de seu casaco, oque o fez se virar para mim assustado olhando para baixo com um sorriso doce e calmo.

— Você é um garoto bonzinho. – Eu disse chorosa abraçando suas pernas por conta de minha pequena altura. E, quando ele se agachou para me corresponder o abraço, pude completar. — Kaname-sama, você é o garoto bonzinho dos olhos estranhos que eu admiro. Obrigada.

Eu pude falar-lhe bem perto do ouvido e beijei-lhe a bochecha. Ele apenas sorriu e acariciou meus cabelos.

— E você é minha baixinha dos olhos verdes mais linda, pequena Mell.

Como aquele completo estranho poderia me fazer sentir tão bem? Ele me fez se sentir melhor mesmo depois daquilo tudo. Ele com certeza era um garoto bonzinho. O meu garoto bonzinho...

— Tome pra você se lembrar de mim. – Eu estiquei minha mão e o entreguei a linda rosa que carreguei por todo o trajeto.

Ele olhou para minha mão antes de pega-la por fim, e sorriu calmo.

— Obrigado. – Ele olhou a rosa. — Mas não precisarei de flor alguma para lembrar-me de você. Você já é uma, pequena Mellanie.

Ele me beijou no rosto por uma última vez e se levantou. E se foi. Finalmente, se foi.

Uma Ultima lágrima percorreu meu rosto e apertei com força meu punho. E a única imagem que me vinha a mente naquele momento era aquele lindo rapaz de olhos e cabelos castanhos com o nome mais lindo e estranho ao mesmo tempo, Kaname.


E eu tinha certeza que, ele sempre continuaria sendo meu garoto bonzinho”.






Fim do capitulo um.









[ IMG ESPECIAL DO CAPÍTULO ] "Neve, doce neve que cai sobre meus cabelos. Doce anoitecer. Anoitecer de uma tempestade. Tempestade de sangue."







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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem. Critiquem. Complementem. BOM É ISSO, haha.