Abraços Perdidos escrita por Graziele


Capítulo 9
Nem tudo está perdido.


Notas iniciais do capítulo

Marcela, ANdressa Amaro, novacullen, alexandra0101, Ana Candeo, whatsername, IsabellaF, LekaEscritora, Tathajovi, Eclipse She, LittleDoll, Lu Nandes, ivis, Jee Lacerda, Agatha Roesler, RM, yxxx, Lio Cullen, vanx25, brubs, Dayane, obg por comentarem *o*
Gente, que demora dos infernos, rs. Mas bem, eu mudei de cidade, terminei o namoro, comecei a fazer um curso técnico que arranca o couro de qualquer um um, tava sem internet até uma semana atrás, enfim; minha vida tava levemente bagunçada rs. Esse capítulo tá pequeno, pq, na realidade, ele tá incompleto. Mas eu achei que seria mta sacacanagem fazê-las esperar mais (se é qe ainda tem agluém esperando rs) pra ler o resto, então vou postar essa parte pequena e logo logo eu volto (: Não vou prometer prazos, pq eu to vivendo pra estudar, e tá fodinha, mas eu volto rs.
Boa leitura !



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“A paciente do quarto 231 vai receber alta em dois dias e não houve nenhum manifesto de parentes que pudessem vir buscá-la.” Mary Sullivan comunicou ao Doutor Cullen, fazendo-os suspirar.

É claro que ele sabia disso. Ele estava sabendo de tudo que a envolvia. E isso o preocupava e atormentava. Edward vivia um manancial de sentimentos, onde tudo desembocava numa confusão sem fim. Porque ao mesmo tempo em que queria tirá-la definitivamente de seus pensamentos queria, também, curá-la. Salvá-la. Amá-la.

Balançou a cabeça, desesperado. Iria enlouquecer e não demoraria muito.

Isabella Swan sempre teve esse poder sobre si; o de enlouquecê-lo. Antigamente, se devia ao fato de suas atitudes misteriosas, de sua frieza inexplicável e, ao mesmo tempo, inebriante... Edward ficava louco quando a bailarina o rejeitava tão cruelmente, e ainda mais louco quando ela demonstrava o mínimo de carinho, ainda que fosse daquele jeito tipicamente zombeteiro.

“E você quer que eu faça o quê, Mary?” Edward foi mais ríspido do que o necessário com a gentil senhora, que logo o olhou assustada, estranhando a atitude fora do normal do médico.

“Bom, eu não sei, eu só achei que...” Enrolou-se ela, com medo de receber outra resposta hostil.

“Achou o quê?’ Falar sobre Isabella sempre o deixava irritado, Mary já havia observado isso.

“Achei que, por conhecê-la, você devesse conhecer a família dela também e, talvez, pudesse avisá-los de que ela já está bem...”

“Não conheço ninguém da família dela.” Edward concluiu. “Na realidade, eu não sei nem se eu a conheço.”

“Ela foi sua namorada?” Mary nunca ligara muito para preliminares em suas perguntas.

Edward soltou uma risada seca. “Sei lá.”

“Como ‘sei lá’? Essas coisas a gente tem que saber, meu filho.”

“Eu gostava dela... Muito mesmo... Mas ela não estava na mesma freqüência que eu, ou alguma coisa desse tipo.”

“Ela não gostava de você?”

Edward sorriu contidamente para a pergunta dela. Essa era a explicação de todas suas dúvidas e sentimentos conturbados. Ela não gostava de você. E jamais gostará.

“Mais ou menos isso.” Foi evasivo.

“Mas você ainda gosta dela.” Muito, ele quis responder, mas limitou-se a desviar o olhar. E Mary apenas deu um sorrisinho de sabichona e suspirou.

“Você deveria cuidar dela. Mostrar que ainda sente alguma coisa.” Edward bufou. Não era tão fácil assim. Ela não era exatamente esse tipo de pessoa que o deixaria aproximar-se sem nenhum problema.

Ele daria um braço para que a bailarina fosse desse jeito mais... Descomplicado. Que deixasse que ele desse vazão aos seus sentimentos sem medo da rejeição.. Que deixasse que ele a amasse sem lembrar-se de tudo o que havia acontecido no passado.

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As poucas roupas que tinha – todas doadas – já estavam devidamente arrumadas dentro de uma sacola de supermercado. As inúmeras receitas de antidepressivos já estavam dobradas e guardadas no bolso traseiro da calça que era dois números maiores que o seu. O soro já havia sido retirado, deixando marcas em sua mão que, naquele momento, estava com as veias mais saltadas do que normal.Tudo já estava certo... Menos o rumo que iria tomar em sua vida.

Ela havia sido despejada do minúsculo apartamento alugado na periferia de Nova York por falta de pagamento, o antigo emprego de garçonete já não lhe pertencia há meses... O que lhe restou? Talvez mendigar atrás de um trocado para comprar comida...

Isabella Swan bufou com amargura. O mundo, sem sombra de dúvida, a deixava tonta com tantas voltas. Pra quem sonhava em ser a bailarina solista da companhia mais aclamada da França... Pensou, com lástima.

A porta foi aberta com gentileza e Edward Cullen surgiu. Com toda sua beleza e felicidade e realização estampadas na cara. Os dentes brilhavam, a pele brilhava, o relógio de ouro brilhava... Tudo gritava “me dei bem na vida, ao contrário de você.” Bella suspirou.

“Pronta pra ir pra casa?” Ele indagou depois de um pigarro. Ela quase cuspiu um raivoso que casa?, mas conteve-se.

“Não exatamente.”

“Nós tentamos contatar algum parente seu, mas foi impossível... Eles moram em Nova York?”

“Não.” Foi objetiva. “Não tenho parente nenhum em Nova York.” O doutor ficou visivelmente curioso, mas ela desviou o olhar, dando a entender que, definitivamente, não diria mais nada. Até porque, naquelas semanas que passara no hospital, sob os cuidados dele, já dissera coisas demais.

“Eu seria indelicado se perguntasse pra onde você pretende ir?”

“Eu não tenho lugar pra mim. Estava contando que você teria compaixão por mim e respeito pelos velhos tempos e acabasse me convidando para ficar na sua casa até eu arrumar um emprego.” Ironizou, rindo amargamente.

Edward arregalou os olhos imperceptivelmente; ela estava claramente brincando, mas... Será que seria tão inaceitável assim se ele fizesse essa proposta?

“Você poderia ir.” Soltou, a voz trepidando em hesitação. Ela arregalou os olhos, chocada. “Quero dizer... Você não tem pra onde ir, e presumo que também não tenha dinheiro para pagar um hotel... Então, eu te hospedo no meu apartamento até que você esteja trabalhando e possa pagar um hotel...”

Ela ponderou por um momento. Sabia se defender e Edward nunca fez muito o tipo “estuprador maníaco”. Ela não tinha perspectivas a curto prazo – talvez nem a longo... Então, o que tinha a perder?

“Tudo bem, eu aceito.” Assentiu.

Edward quase engasgou. Desde quando ela estava deixando as coisas serem tão fáceis assim? A antiga Bella jamais aceitaria tal coisa sem antes discutir e refletir no que os outros pensariam dela.

“Eu vou ter que esperar você acabar o expediente?” Indagou, levantando uma sobrancelha.

“Bem...” Começou ele, atordoado. “Faça isso, por favor... Daí eu posso te levar.”

Ela assentiu e deitou-se na cama. Sem nenhuma espécie de agradecimento.

Bem... Talvez a antiga Isabella Swan não tenha desaparecido tão completamente assim.

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O apartamento de Edward era lindo, tinha que admitir. Muito bem decorado e cheio de ornamentos caríssimos, fazia com que a bailarina se indagasse como ele conseguia deixar todo aquele luxo para se enfurnar naquele hospital durante quase o dia inteiro.

As paredes eram pitadas de cores vibrantes e fortes, fazendo contraste com todos seus móveis negros. Tudo era bem masculino, com toalhas espalhadas pelo chão e copos vazios pelas mesinhas. No extremo perto da cozinha, havia um pequeno balcão de bebidas, onde, em cima, pendiam taças de todos os tipos e tamanhos. Bella logo rodou seu olhar a procura de fotografias e coisas que tornassem o local mais “pessoal” e meio que se decepcionou em não encontrar nada.

“Gostou?”  a voz rouca surgiu de repente, fazendo-a sobressaltar-se.

“Claro” respondeu monossilábica, ainda admirando tudo. “Você tem bom gosto” admitiu, virando-se para encará-lo e esquecendo completamente da beleza do apartamento. Deus, como alguém podia ser tão bonito? Certo, ele sempre fora, mas... Mudara tanto. Não tinha aquele olhar perdido e confuso de antes, muito menos aquela aura de insegurança. Estava viril, e gritava “homem” para quem quisesse ouvir.

“Você quer tomar um banho?” indagou ele, aproximando-se para tirar o cabelo do rosto feminino que o impedia de ver aqueles olhos. “Ou prefere comer primeiro?”

Ela se atordoou um pouco com tamanho cavalheirismo. Talvez ela tenha esquecido como é ser bem tratada por um homem, depois de tudo.

“Eu quero comer.” Respondeu, desviando seus olhos daquele mar de esmeralda antes que seu cérebro se esquecesse de como é que se faz para respirar.

“Certo.” Ele suspirou, jogando sua maleta em cima do sofá e afrouxando sua gravata. Ele olhou em seu relógio de pulso e constatou serem duas horas. Cedo para jantar, mas tarde para almoçar.

Se estivesse sozinho, poderia se virar com algum tipo de congelado, mas, olhando para a magreza e palidez extrema de sua bailarina, ele sabia que ela não poderia ficar só com isso no estômago.

“Sente-se aí, fique a vontade.” Recomendou. “Vou... Procurar alguma coisa para fazer.” Ele ainda teve tempo de ouvir um riso zombeteiro da bailarina, certamente já prevendo que ele travaria uma luta para achar comida.

Depois de quase meia hora, Edward anunciou que um macarrão ao molho branco havia ficado pronto.

Bella riu discretamente ao imaginar a situação desse macarrão, afinal não podia se esperar muito talento culinário de um homem que mora sozinho.

E aquilo, definitivamente, não poderia ser chamado de macarrão. Estava mais para uma crosta empapada ou algo assim.

“Mas o que você fez nisso?” Bella fez uma careta, soltando uma risada fina que encantou Edward por completo. “Parece vômito.”

“Oh, Deus, pare com isso!” Edward ralhou, rindo. “É o que tem pra hoje. Perdi meus talentos culinários quando vim morar sozinho.”

“Acredito que você nunca os teve.” Ela palpitou, remexendo naquela ameba e tentando levar a sério aquele ditado que dizia que as aparências enganavam

“Hey, não julgue as pessoas sem conhecê-las.” Fingiu-se de ofendido. “Eu sei esquentar leite no micro-ondas como ninguém.” Zombou, altivo.

 “Não tente enganar a si mesmo.”

“Tudo bem,” Suspirou, vencido. “Tenho que me render e dizer que minhas panelas aqui só servem de enfeite e são descartáveis porque eu sempre as queimo quando vou me arriscar.”

Bella gargalhou. De um jeito tão verdadeiro que surpreendeu até a si mesma. E Edward sentiu seu peito inflamar de orgulho; porque ele era a razão daquele riso, daquele brilho nos olhos achocolatados. E saber que se faz bem para uma pessoa tão alquebrada não tem preço.

“Se você fosse mulher, tenho certeza que jamais arranjaria marido.”

“Que pensamento machista, senhorita Swan.” Brincou. “Hoje em dia as mulheres são mais do que seus talentos culinários.”

“Sorte a sua. Você tem que casar com uma chefe de cozinha ou com alguém que tenha vantagens no mercado de enlatados.” Caçoou. Eu tenho que me casar com você, ele quis dizer; mas calou-se. Não queria quebrar aquele clima gostoso com as suas fantasias adolescentes frustradas.

E ela se sentia bem com ele. Não daquele jeito de outrora, vendo-o apenas como um passatempo franzino e de trejeitos engraçados, mas bem mesmo. No sentindo de sentir-se segura, leve... Protegida. Uma sensação tão maravilhosa... Por que não pode durar para sempre? Perguntou-se.

Porém, não queria voltar a bater na mesma tecla de que sua vida era amaldiçoada. Não queria relembrar o seu passado funesto e deixar que aquilo interferisse em seu momento raro de felicidade. Porque estava bem agora. E aquilo bastava para eclipsar todo o resto.


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Notas finais do capítulo

Eae ? :s eu sei qe o interesse por fics pode ter diminuido bastante, devido o fim da saga, mas eu espero que, quem ler, mesmo que sejam poucos, comentem pra eu saber se devo concluir isso aq. Posso dizer que essa fic, apesar de parecer meio parada agr, aind avai ficar mto linda :')
Beijoos, e até mais, suas lindas *o*