Depois de termos caçado, Edward e eu já estávamos a caminho da casa dos Cullens. Ele havia me prometido rever minha filha depois desses últimos três dias de pura tortura. Confesso que a idéia não me agradou muito. Por mais que eu a quisesse perto de mim, eu ainda não estava apta a garantir sua total segurança. Eu temia de que algo de ruim pudesse lhe acontecer. Que eu não conseguisse me controlar e acabasse tentando atacá-la novamente. Fora isso, tinha outra coisa que me atormentava ainda mais, era essa insistência de Edward em promover esse nosso encontro. Isso só me dava margens a ter a total certeza de quem ele me escondia algo. E eu tinha medo por isso. Não queria desconfiar assim dele. Mais às vezes Edward acabava agindo inconscientemente de uma forma egoísta para me proteger.

“Nessie ainda não está na casa de Carlisle.” Observei ao perceber que ainda não conseguia sentir o cheiro de minha filha apesar da proximidade de que já estávamos da antiga casa de Edward.  

“Não meu amor. Esme e Rose já foram buscá-la.” Edward respondeu calmamente. Essa calma dele já estava começando a me incomodar.   

“Edward por que não deixamos esse encontro para outro dia?” Me coloquei na frente dele o impedindo de continuar a caminhar.

“Você não quer ver-la?” Edward se aproximou de mim, segurou delicadamente meu rosto entre suas mãos fazendo nossos olhares se encontrarem.   

“Muito.” Afirmei. Apesar de saber que não devia. Desse jeito eu estava dando a ele uma justificativa para tudo isso.

“Então, por que essa cara meu amor?” Ele deslizou suas mãos até minha cintura me puxando para mais perto dele do que estava, me envolvendo num abraço.

“Estou com medo.” Choraminguei apoiando minha cabeça em seu ombro. .  

“Medo de atacar Nessie?” Edward ergueu cuidadosamente meu queixo com seu dedo indicador obrigando-me a encará-lo.

“Medo do que você possa fazer.” O corrigir firmemente.

“Como assim Bella?” Percebi o quão confuso o deixei ao falar isso.

“Edward há três dias que você anda estranho, e de ontem para hoje isso só piorou. Não sei mais algo dentro de mim insiste em me dizer que você está me escondendo algo.” Respondi em um único suspiro.  Eu estava torcendo muito para que ele negasse tal afirmação. Era de fato o que eu esperava que acontecesse, mais para minha surpresa Edward não me desmentiu. Apenas soltou-se do meu abraço.

“Bella, meu amor, confesso que foi muito torturante para mim, te ver da maneira que a vi nesses últimos dias, sabe o que é presenciar a dor e o sofrimento da pessoa que você ama sem nem ao menos poder fazer nada para ajudar? Sentir-me inútil, impotente em saber que dessa vez eu não tinha o controla em minhas mãos.” Confessou Edward amargamente virando-se de costas me impedido de continuar a encará-lo. ”

“E o que você acha que eu estou sentindo agora?” Me aproximei dele apoiando uma das minhas mãos em seu ombro. Continuei a falar. “Como você acha que eu estou me sentindo ao vê-lo dessa maneira, sofrendo sem eu poder fazer nada. Sem entender de fato o que se passa em sua mente.” Sentir sua mão pousando sobre a minha que ainda permanecia sobre em seu ombro. Ele não respondeu nada. Resolvi respeitar o silencio dele permanecendo também calada. Esses segundos de paz não duraram muito. Faltava pouco para chegarmos à casa de Carlisle, me permitido assim saber se Nessie já se encontrava lá ou não. Então sentir o cheiro dela. Ela já havia chegado. Edward se virou rapidamente em minha direção ao também constatar a presença de nossa filha, me abraçando fortemente em seguida.

“Você está bem? Você acha que consegue se aproximar mais?” Ele sussurrou próximo ao ouvido.

“Não sei.” Respondi aflita. A possibilidade de tudo isso dá errado fazia meu corpo todo tremer.

“Não se preocupa, respira fundo. Jasper vai te ajudar a permanecer calma.” Edward me encorajava. Fiz o que ele mandou. Respirei fundo, e acenei com a cabeça, concordando de me aproximar mais ainda da casa. Mais com passos pequenos, para que eu pudesse me acostumar novamente com o cheiro da minha filha. Edward me acompanhou    firmemente abraçado a mim até a entrada da casa.

“Ela já sabe que você está aqui.” Edward sussurrou ainda abraçado a mim. “Podemos entrar?” Ele perguntou.

“Sim.” Respirei fundo. Concordei em um único suspiro. Edward levou minhas mãos ate sua boca beijando-as carinhosamente.

“Confio em você meu amor.” Ele disse ao me conduzir até a porta da casa. Ele vagarosamente rodou a maçaneta e abriu em seguida. Sentir meu coração acelerar rapidamente, quer dizer se eu realmente tivesse um coração pulsante dentro de mim. Dei os passos que faltavam para adentrar totalmente a casa. Segundos depois avistei todos na sala. Nessie se encontrava nos braços de Rose. Todos me olhavam fixamente, prontos para intervirem caso acontecesse alguma eventualidade. Sentir meus olhos lagrimejarem, apesar de saber que isso era impossível, ao ter a visão de Nessie em minha frente. Percebi que Rose a segurava contra a vontade dela. Por Nessie, ela já teria vindo correndo ao meu encontro. Mais todos sabiam o quão perigoso estava sendo tudo isso. Por isso precisávamos de cautela.

“Me solta tia. Quero ir até a mamãe.” Resmungou Nessie.

“Meu amor lembra o que conversamos. Nada de movimentos bruscos e euforia. Mamãe precisa de calma.” Sussurrou Rose tentando acalmar Nessie.

Sentir a mão de Edward apertar meu braço me puxando para mais perto dele.

“Agora é a hora meu amor. Respira.” Até então eu havia segurado minha respiração. Apesar do medo, resolvi fazer o que Edward pediu. Soltei o ar que ainda estava em mim e aspirei o ar que se mantia na sala. Para minha surpresa eu não sentir nada ao fazer isso, nenhuma sensação fora do comum. Era como se nada tivesse acontecido. Ao ver que eu não transmitia mais perigo para minha filha, que poderia abraçava livremente como antes, sentir uma vontade incontrolável de chorar de alivio. Ao perceber que não havia mais perigo, Rose soltou Nessie, que veio correndo ao meu encontro. Abaixei-me para abraçá-la.

“Meu amor! Que saudades.” Falei enquanto a envolvia num abraço apertado. Nunca mais queria me separar dela novamente.

“Mamãe também sentir tantas saudades.” Ela comentou enquanto afundava sua cabeça em meus cabelos. Sentir suas lagrimas molharem minha blusa. Carlisle acenou discretamente fazendo todos subirem as escadas nos deixando a sois. Edward, Nessie e eu. A família perfeita. A minha família.

“Como você está meu amor?” Perguntei enquanto a enchia de beijos.

“Bem. Sentir tantas saudades mamãe.” Ela repetiu arduamente enquanto permanecia abraçada a mim. Edward apenas nos observava de longe. Ele não falava nada, sua expressão era fria e angustiada. Meu Deus o que eu daria para descobrir o que se passava com ele.

“Papai vem se juntar a gente.” Nessie estendeu a mão em direção a Edward o chamando para um abraço triplo. Se existia uma pessoa na qual poderia quebrar totalmente essa expressão congelada no rosto dele, essa pessoa era Nessie. Ele sorriu e veio a nosso encontro. Abraçamos-nos. Como eu queria que o tempo parasse nesse momento. Desde que Nessie e Edward entraram na minha vida eu finalmente conseguia entender o verdadeiro significado da eternidade. Ter as pessoas mais especiais pra mim na face da terra era tudo o que eu precisava agora.   

Depois de uns minutos todos os Cullens já se encontravam na sala novamente.

“Fico tão feliz em vê-las juntas de novo Bella.” Disse Alice me abraçando.

“Eu também.” Respondi. Ninguém estava mais feliz do que eu. Ter Nessie de novo nos meus braços era uma felicidade sem tamanho. Não existe algo mais cruel do que separar uma mãe de sua filha. Me sentir tão mau por ser obrigada por uma circunstância horrível ao ficar longe dela. Por não poder acalentar seu sono quando fosse dormir, por não poder abraçá-la quando ela estivesse triste. Apesar de seu desenvolvimento fora do comum, eu só a via como uma criança, desprotegida e totalmente dependente de seus pais. 

“Bella.” Edward me chamou. Antes de encará-lo, olhei para Alice e vi pelo seu olhar que estava sofrendo. Não sei se era impresso minha, mais todos que ainda se mantinham na sala possuíam o mesmo olhar, como se nunca mais fossemos no ver. Eu queria muito que tudo isso fosse coisa da minha cabeça, mais algo dentro de mim insistia em me convencer do contrario. 

“O que foi meu amor.” Me aproximei dele fingindo naturalidade, eu não queria que eles soubessem que eu desconfiava de algo.

“Vou te levar para a casa do seu pai.” Ele segurou minhas mãos entre a suas. 

“Agora?”

“Sim, agora meu amor.” Ele levou minha mãos até sua boca, beijando-as delicadamente. “Seu pai está com saudades de você. Bella ele ligou mais de 20 vezes só nesses últimos dias preocupado contigo. Você precisa vê-lo. Vamos, eu te levo.” Edward parecia querer me tirar logo de onde estávamos. Acho que temia que algum dos Cullens me contasse o que realmente de fato estava acontecendo. Respirei fundo tentando manter a calma, e então concordei com ele. 

“Claro meu amor, tem razão. Também quero muito ver meu pai.” Me esforcei ao Maximo para que minha voz saísse o mais uniforme possível.

“Preciso sair.” Replicou Alice secamente desviando seu olhar de todos. Me doía vê-la assim, porém me doía mais imaginar o porque dela está assim.

“Eu te acompanho Alice.” Jasper falou amargamente ao se aproximar dela.

Por que tem que ser tão difícil para Edward aceitar que eu sou feliz ao lado dele. Por mais que eu não saiba o que ele tem mente, essa situação toda está me afetando demais. Não sei se Carlisle tinha razão sobre a explicação que ele deu sobre a dor que eu sentir nesses últimos dias, só sei que dor nenhum chega a se comparar com a dor que eu sinto em imaginar minha vida sem Edward, Nessie, Alice e todos os Cullens. Antes de eles aparecerem em minha vida, eu não vivia, sobrevivia. Aprendi a viver com Edward. O que podemos esperar das nossas vidas? Pelo menos da minha eu não esperava muita coisa, antes de me mudar para Forks, eu era apenas uma garota tímida, sem amigos e catalogada como nerd na minha antiga escolha. Nunca tive uma vida social, antes mesmo de Edward aparecer, eu nunca havia nem namorado. Talvez um tipo de barreira em minha personalidade repelia as pessoas de se aproximara de mim. Sempre disfarcei essas minhas insatisfações diárias com o rumo que minha vida estava tomando. Eu não precisava gritar aos quatro ventos o quão infeliz eu era. Só que tudo mudou, Edward foi meio herói, ele não só salvou minha vida literalmente, como também me salvou do tédio que ela se resumiria se ele não existisse. Edward me salvou do buraco que eu me afundava cada dia. Ele me deu razões para continuar acreditando. Ele não só me deu seu amor, como também me deu tudo que ele tinha, e nem em 1000 anos eu conseguiria compensá-lo de ter me tirado desse abismo. E agora o medo que tudo isso voltasse acontecer, de sofrer novamente longe de Edward está me matando lentamente. Dessa vez eu não deixaria ele me tirar de sua vida.