Unbroken escrita por Minds


Capítulo 4
Chapter three




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/242326/chapter/4

(...)

Katie


Esforcei-me ao máximo para abrir os olhos. O sono pesado, a preguiça... Tudo rende. Caminhei até o espelho, meio grogue, e repudiei a imagem à minha frente: meu cabelo negro estava pegajoso e olheiras profundas se formaram na região dos meus olhos. Fui dormir tarde, aliás, sempre dormi tarde. Meus olhos negros estavam como sempre: brilhando. Minha pele estava mais pálida que o normal, e eu estava meio febril. A metade humana bem que poderia ser só na hora de dormir...

Hoje deve ser mais um dia feliz em que eu minto. Não estou mais com cabeça para aguentar tudo sozinha. Por incrível que pareça, nunca, nunca, nunca mesmo me separei da Ree. Mesmo que ela seja cinco anos mais velha, e tenha viajado antes, é claro — com tio Edward e tia Bella. Okay, agora estou parecendo uma rainha do drama, isso é função da Ree. Mas sempre a tive lá para mim. Cuidando de mim.

Sorri. Lembrei-me do dia em que tínhamos ido ao shopping, e ela era bem maior que eu — na época ela já tinha feito sete anos, e eu estava com dois; por isso era logicamente menor — então uma garota tentou me bater e Ree a encurralou.

Logo algo chamou minha atenção.

— Katie! Você acordou! — Alice entrou no meu quarto dando pulinhos afobados.

— Qual foi sua primeira pista? — fiz um tom de voz grosso. Apesar de ela reprovar, eu tenho mais um monte desses por aqui.

— Nada vai furar meu bom humor hoje. — ela chegou fechando as janelas, a porta e as cortinas do meu quarto.

— Mãe... O que você tá fazendo? — perguntei, desconfiada.

Ela sentou do meu lado na cama, e começou a sussurrar:

— Tem certeza de que sabe o que está fazendo?

— Sobre o que? — fingi que não sabia sobre o que ela falava.

— Sobre sua prima, Kay.

— Isso é totalmente delicado, mamãe.

— O que você acha? Bella sabe que Renesmee conta absolutamente tudo para você. Vão se passar dois meses, alguns dias, mais umas semanas... Ela já vai ter desativado o escudo, e detalhe: nunca saberemos quando ela vai resolver fazer isso. Bella é mãe, e eu sei disso porque faria o mesmo com você. Fica esperta, ok? E vê se não me envolve nisso, mais do que já fez. Não quero ficar um mês sem falar com Edward. De novo. — eu ri minimamente. Alice odeia brigar com Edward.

Eis minha história: uma humana e um vampiro passaram uma noite juntos e voilà! Katherine Ann Hale nasceu. Não deu certo né, a mulher morreu no parto, porque não conseguiu ninguém pra me tirar. Quando olhavam o tamanho da barriga dela, e ela dizia quanto tempo de gravidez, todos se assustavam. E aí, Jane Volturi me encontrou e achou melhor me entregar aos Cullen. Quanto ao vampiro — meu pai biológico — não faço ideia de quem seja. Mas isso nem me chateia mais. Alice e Jasper me adotaram como filha deles. Por isso, sou grata eternamente.
 

Renesmee


Alec e eu já havíamos pegado a estrada para algum lugar que ele se recusou a me dizer. Pelo que parece, os Volturi tem residência em Paris. Fechei os olhos enquanto ele dirigia, pois ainda estava cansada e aqueles recém-nascidos foram o suficiente para isso.


— Chegamos. — sorriu.

Sem responder, desci do carro. Ao ver que estava parada em frente a uma enorme mansão, quase engasguei.

Okay, é ridículo. Não só o muro de pedra e os portões vazados mais bonitos que o dinheiro pode comprar, mas o tamanho enorme daquela casa. As paredes brancas, e o telhado lindo.

Deus, que vontade de matar o Alec.

— Oh, nem chama muita atenção. — ele riu ao ouvir minha voz nervosa.

— Sabe como Aro é, você já visitou o castelo em Volterra.

Revirei os olhos.

Ele trancou o carro (roubado) e abriu um dos portões, esperando eu passar.

— Então, o que achou?

— Não me pergunta, tá? — revirei os olhos.

Ele riu de novo.

— Quantos quartos tem essa coisa? — perguntei.

— Certo, são vinte e seis cômodos... Tem treze quartos aí. — ele cruzou os braços, e pareceu pensar. — Eu acho. — completou por fim, e dei uma cotovelada leve nele.

— Isso quer dizer que tenho a chance de não ficar no mesmo quarto que você? — sorri alegremente.

Dessa vez, ele revirou os olhos.



— Só nos beijamos uma vez.

— Eu não estava necessariamente falando de beijar. — quando percebi, já tinha dito. Ele riu bem mais alto dessa vez e senti minhas bochechas queimarem de vergonha.

— Não se preocupe, não vou te atacar. — piscou para mim.

Tanto faz.

— Ótimo. Preciso dormir.

Entramos, passando pela trilha de ladrilhos, evitando a grama verde e perfeita. Quase caí na fonte — ah, sim, tem uma fonte —, afinal estava tão exausta que minhas pernas pareciam pesadas demais.

O piso daquele lugar brilhava, e nele eu podia me ver. Mas não prestei muita atenção nos detalhes bobos, estava cansada, e queria me jogar em qualquer cama e dormir para sempre.

Subi as escadas e virei-me para qualquer porta, me jogando na cama e adormecendo imediatamente.
 

Alec


Ok, eu vou rir muito dela quando descobrir. Ela foi direto para o meu quarto.

Deus, o que estou fazendo? Eu devia ter a deixado ir embora sozinha, não podia ter me envolvido. Mas ela já disse, já aconteceu.

Caminhei pelo piso maçônico da sala, e fui até a biblioteca ler qualquer coisa.

Suspirei entediado, e peguei um livro que estava numa das prateleiras de Jane.

— Ela lê Poliana? — quase enfartei de rir, mas me contive porque certa metade vampira também pode ouvir a distância.

Hm... O Pequeno Príncipe... Cinderela? Okay, minha irmã é ridícula. Não que sejam livros ruins, mas são para crianças e adolescentes. Ela é muito velha.

Nossa, já imaginou chamar sua irmã de velha e levar um chute ou um soco? Já fiz isso uma vez e ela arrancou meu braço esquerdo. Demetri teve que segurar ela, e o idiota do Félix ficou rindo — é, com um amigo igual ele não se preocupe em ter inimigos.

Enquanto isso, Gabe tentou recolocar meu braço. Ah, sim... Gabe. A cara-metade da minha irmã psicótica. Eu não gosto dele. Pensando bem, não gosto de ninguém lá. Da Jane eu “desgosto” menos... Mas não a adoro — sim, eu menti para a Renesmee. As coisas mudaram depois de uns séculos. Passei a odiar a voz dela e seus gritos de raiva quando a ignoro, principalmente ela sempre me ameaçar com seus poderes. E ela me tortura. Toda semana tem que ter pelo menos três minutos. Mas foda-se, toda vez que ela faz isso eu deixo ela desmaiada por três horas. Nível de amor de irmão: você foi adotado.

Sorri com a lembrança.
 

Flashback — On




— Alec! Aleeeec! ALEC! — Jane gritou, entrando no meu quarto e tirando os fones de ouvido que eu havia colocado.

— O que é, loira oxigenada? — falei, bufando de raiva. — Há, sou muito meigo.


— É, enfia sua meiguice no cu. — Jane falou rindo.

— Poxa, magoou. — fingi que estava triste.

— Duas palavras: FODA-SE.

— Mas é só uma! — revirei os olhos, rindo dela, e ela começou a me dar uns tapas.

— Argh! Eu TE ODEIO! Alec, NUNCA TE CONTEI, MAS VOCÊ É ADOTADO! — depois que ela gritou isso no meu ouvido, comecei a rir loucamente.

— É, e seu cabelo loiro é natural, sua inteligência real, e sua doçura, infinita. — ri, jogando ela na cama e comecei a fazer cócegas nela.

— Quer que eu finja que estou sentindo alguma coisa? — ela perguntou incredulamente, enquanto eu observava meu plano furar.

— Viu, nem pra me divertir você presta. Jane, sai daqui senão arranco seu pescocinho. — brinquei.

Foi aí que ela usou seu poder em mim — de novo.

Caí da cama e segurei meus gritos. Não ia dar prazer pra essa diabinha.

Depois de uns minutos me contorcendo, olhei pra cara dela:

— Jane, não ‘to brincando. Sai daqui. Agora.

— Por quê?

— Por causa disso. — comecei a concentrar meus poderes nela, e ela caiu no chão.
 

Flashback — Off


Depois disso, Jane quis me queimar.
 

Renesmee


Acordei quando senti uma mão fria sobre meu braço. Virei-me para Alec.

— Achei que havia deixado claro que te queria longe. — ele arqueou a sobrancelha e fez uma careta.

— Sim, acontece que esse é o meu quarto e essa é a minha cama. — POR QUE, MEU DEUS? Por acaso joguei lixo na igreja?

Suspirei, fechei os olhos e pude senti-lo rindo mentalmente.

— Tudo bem... Sinto muito por dormir na sua caminha que você não usa. — falei sarcasticamente e ele fez uma careta, depois deu uma risadinha.

— Na verdade, já usei umas vezes... As francesas adoram italianos.

Arregalei os olhos e peguei o travesseiro. Comecei a bater em Alec com toda a força que eu tinha, e ele começou a rir do meu desespero.

— IDIOTA! — ele é muito cara de pau mesmo. É hoje. Vou matar um Volturi e o tio Emmett vai me dar um prêmio por isso.

Ele desceu as escadas correndo em velocidade anormal, e tentei acompanhá-lo, mas eu provavelmente iria cair — obrigada, genes indesejáveis de Isabella Marie Cullen. Passamos por uns dois cômodos, até que consegui jogar o travesseiro na cara dele. Fiz uma dancinha, mas ele jogou de volta. Jogou levemente, porque não queria me machucar.

— Não vale. — fiz bico, e ele sorriu.

Alec me empurrou e me prensou na parede. Uma de suas mãos foi para o meu pescoço e a outra para a cintura. Depois disso, ele me deu um beijo longo, apaixonado e sufocante. Se alguém o visse, pensaria que estava tentando me engolir. Fiquei sem ar um bom tempo, e suas mãos foram subindo na minha barriga por debaixo da blusa. Quando ele finalmente me deixou para tomar fôlego, ofeguei e ele foi para o meu pescoço, depois para o meu ouvido.



— Viu só? Você me descontrola.



Definitivamente, isso vai ser interessante...







Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!