Unbroken escrita por Minds


Capítulo 1
Prologue




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(...)

Renesmee


Era difícil passar a eternidade sem querer algo mais. Não que eu não tivesse tudo o que queria, mas incomodava-me o futuro. Até então, não precisava pensar nisso; entretanto, o imprevisível assustava-me. O futuro era, pois, imprevisível.

Era ainda mais difícil ser uma Cullen: uma integrante da família “perfeita” com pilhas e pilhas de dinheiro para gastar, com uma beleza incomum e com a eternidade pela frente. Éramos apenas vampiros tentando ser uma família. Uma escudo, uma transporter, um leitor de mentes, uma vidente, um controlador de emoções, uma linda ovelha negra, o bobão brutamonte, uma mãe doce e um pai compreensível. E, finalmente, eu, a filha esquisitona que tinha poderes opostos aos dos pais.

Eu, que tinha um amigo lobo, quase ficante, mais esquisito ainda por ter uma forte atração psíquica por mim. Eu, por ter um melhor amigo que colocava a minha opinião à frente de tudo. Eu, que tinha uma família insuportável. Eu, que achava que já era hora de cair fora dos Estados Unidos de uma vez por todas.

Meus pais estavam achando que, depois de “legalizarem” crianças híbridas no mundo dos vampiros, a vida deles seria completa para sempre, até parece! O conceito de vida deles irritava-me, era estranho. Talvez, para os humanos, fosse o ideal, mas eu tinha a eternidade. Não queria casar-me com dezoito anos, ficar grávida, ter um ou dois filhos e morar em um fim de mundo chamado Forks. Por quê? Porque meus olhos queriam algo novo. Meu coração queria sentir a adrenalina todos dias e ter várias “quase mortes” para aproveitar ainda mais a minha existência eterna. Não queria uma vida regada de amores e promessas de uma paixão eterna. Queria apenas uma vida! Queria alguém que me compreendesse e tivesse os mesmo ideais que eu. Queria ser inconsequente, queria ser eu mesma. Apenas eu mesma.

Prometa que irá nos telefonar todos os dias – Bella sorriu.

– O.K.. Todos os dias – suspirei.

– Renesmee... – Edward advertiu.

– Eu vou ligar sim, não se preocupem.

A maior sorte que eu tivera foi a de aprender a mentir. Quando o meu pai obrigava-me a algo, eu tinha de aceitar ou, pelo menos, fingir que o fazia. Ele só não desconfiava de mim, porque não podia ler minha mente. Minha mãe não o permitia, ela achava que todos precisavam de privacidade. Mesmo assim, eu sou cautelosa. Não queria um Edward zangado comigo, trancando-me no quarto – como se fosse funcionar de qualquer forma.

– Você vai demorar muito, Nessie? – Katherine perguntou inocentemente.

– Odeio esse apelido, O.K.? Apenas Renesmee, Katie. Re-nes-mee! – tentei não perder a paciência com ela, que era a minha prima adotada por Jasper e Alice e que era mais irritante que qualquer coisa. Não que eu não a amasse, e ela não o fizesse por mim também... Mas eu queria afastar-me um pouco. Eu necessitava disso.

– Desculpe – ela murmurou. Sabia que argumentar não seria válido naquele momento.

– Não acredito que minha sobrinha mais velha está saindo de férias! – Alice bateu palmas, sorridente. Sentiria falta disso.

– Faça como Edward, monstrinha. Durante esses dois meses, conheça um humano, se apaixone por ele e depois se casem – Emmett riu e papai rosnou –, é sério! Juízo, ruivinha!

– Own, ainda bem que vocês se convenceram de que ela precisa de um tempo sozinha – Rosalie sorriu, dando-me um abraço.

– Sua felicidade me contagia, querida. Esses meses sem você me deixarão deprimido – Jasper sorriu.

– Você tem a tia Alice, que é ligada na tomada 320! Ela vai ficar feliz por mim – todos riram.

– Divirta-se, Ree – Esme lançou-me um sorriso de “não importa o que você faça, eu vou apoiá-la”.

– Você vai ficar bem – Carlisle falou com muita convicção na voz. O bom de ter ele como avô era que ele acreditava em mim mais do que eu mesma.

– Lembre-se: se fugir, vou achá-la – Katie desafiou.

– Tudo bem, priminha linda! – apertei as bochechas dela, e ela fez uma careta, mas depois sorriu. – Boa sorte, Ree – ouvi-a murmurar, mas deveria ter sido a única. ninguém a encarou, afinal, depois disso. Talvez ela soubesse que o plano inicial era fugir.

– Adeus, pessoal. Iremos nos encontrar em breve – falei com lágrimas nos olhos. A minha voz embargada também demonstrava tamanha emoção que eu estava sentindo.

– Poxa, assim parece até que você nunca mais vai voltar! – Emmett gargalhou. Congelei, e meu pai percebeu isso. Ele rosnou para mim.

– Como? Assim você até me assusta, tio Emm! Claro que vou voltar bobinho! – ri, e Katie acompanhou-me para desfazer o clima tenso que ficou depois do que Emmett disse.












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