ATENÇÃO, ESSE POV É DESDE A HORA QUE O JAMES DECIDIU TERMINAR COM A LILY, VOLTAMOS UM POUCO A HISTÓRIA, ERA PRA EU TER POSTADO ANTES, MAS DECIDI CRIÁ-LO SÓ NO ÚLTIMO CAPITULO, ESSE É MEIO UMA CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO 32! Boa leitura ^^

POV JAMES

Eu a vi, tão linda quanto poderia ser, sentada naquela poltrona sozinha, ela se virou pra trás e me deu um sorriso fraco, doeu pensar que eu não o veria mais, que ela não seria mais minha, mas era o certo, eu tinha que fazer isso. Sentei-me no braço da poltrona dela e segurei suas mãos, faria do jeito mais delicado possível, e menos indolor a nós dois, só em último caso eu seria mais grosso. Novamente quis voltar atrás com tudo, meus pais tinham morrido e precisava mais que nunca de alguém ao meu lado, e sabia que Lily seria esse perfeito alguém, mas simplesmente não podia:

- Lily, querida, me desculpa, mas temo que tenha que terminar com você.

Não olhei em seus olhos, não conseguia, sabia que se olhasse me renderia, a abraçaria e mudaria de ideia, mas eu estava fazendo isso para o bem dela. Arrisquei um olhar à minha Lily e ela estava com uma expressão confusa e de dor no rosto, era horrível vê-la assim.

- Não James. Com tanta coisa acontecendo... Não faça nada que se arrependa depois. Você obviamente está triste e...

Ela não entendia? Por mais que eu a quisesse, era pra ela aceitar isso e ir embora, não queria ser mal educado, mas sabia que era o único jeito, então disse:

- Não Evans, chega! Não te amo, nunca amei. Você sempre foi um desafio, e agora que meus pais estão mortos gostaria de deixar isso bem claro, pois perdeu a graça brincar com você.

- James eu...

- Cala a boca! Não aguento mais ouvir a sua voz. Ela me irrita. Não sei em que mundo você pensou que eu, James Potter iria me apaixonar. Ainda mais por uma sangue-ruim como você!

Disse isso e me virei pra ir embora, mas ela não desistiria tão fácil, até por que, se o fizesse, não seria Lily Evans. Lágrimas corriam pelo rosto dela e meu coração murchara quando ela falou:

- James, espera, o que houve, em um momento você me amava, depois você diz isso?

- Eu só estava brincando com você! Só por favor! Não fique me perseguindo que nem essas outras garotas. Dê-me um tempo! Não quero mais olhar pra sua cara feia e de sangue-ruim!

 Aí eu sumi pelo retrato da mulher gorda, não consegui acreditar que disse aquilo, meu coração batia fervorosamente em meu peito, as lágrimas queriam cair, mas eu as segurava, eu magoei meu Lírio, a fiz sofrer, ia contra todos os meus princípios, mas era pelo bem dela. Não fui para as aulas naquela manhã, tinha permissão para faltá-las, em vez disso dei uma volta rápida pelo castelo e retornei para o vazio salão comunal, fui para o dormitório pegar a minha vassoura e algum pomo de ouro que eu afanara, mas em vez de pegá-lo peguei o que a Lily havia me dado de aniversário, admirei aquelas iniciais L.E.P., será que um dia ela seria mesmo Lily Evans Potter? Será que um dia ela me perdoaria? Balancei a cabeça, não me fazia bem pensar nessas coisas, peguei outro pomo e guardei o que Lily me dera bem seguro no malão, fui para o campo e comecei a praticar.

As horas se passaram e quando dei por mim já estava na hora do almoço, guardei as minhas coisas e fui comer algo, estava muito triste pra isso, portanto só tinha dado umas garfadas na comida quando Lily chegou, aparentemente indiferente quanto a mim, apenas me levantei e fui rumo ao meu dormitório pegar novamente a minha vassoura e o mapa do maroto, voei em direção ao terraço onde levei Lily no natal, bons tempos, fiquei lá o dia inteiro, observando o pontinho escrito Lily Evans Potter, até que o cansaço me venceu e eu fui dormir, os marotos tentaram puxar um assunto, me fazer esquecer essa ideia e voltar pra Lily, mas não estava afim de discutir, apenas me joguei na cama e dormi, e tive um pesadelo.

Lily era ameaçada por comensais da morte, e eu era um deles, ela pedia piedade pra nós, mas a gente não dava, eu queria salvá-la, mas não podia. Acordei assustado as 5h da manhã, resolvi tomar um banho e descer.

Durante a semana praticamente não vi Lily, até quinta-feira, estava voltando de um treino de quadribol particularmente horrível, pois desde que meus pais morreram e eu terminei com a Lily eu piorei muito, nunca estava tão atento ao jogo quanto deveria, e como capitão, não sabia dizer o que cada um fazia de errado pra melhorar, por isso Sirius meio que me substituiu nessa tarefa. Enfim, eu andava tranquilamente pelos corredores quando esbarrei com a Lily, murmuramos desculpas sem olhar direito um para o outro, e quando ela foi embora eu me segurei para não segui-la, precisava me distrair, até que vi Roxanne, uma garota do 7º ano da Lufa-Lufa, já tinha ficado com ela uma ou duas vezes no passado, a vi ali e nos cumprimentamos, estava desesperado, precisava parar de pensar na Lily, ela havia ido embora e quando olhou pra trás agarrei Roxanne e a beijei, depois do breve beijo, olhei pra Lily que já estava no fim do corredor correndo, me senti culpado quando a vi olhando em minha direção, vi um certo brilho em sua bochecha, lágrimas.

Despedi-me desajeitadamente de Roxanne e fui para a torre da grifinória, só queria me deitar na cama e dormir, talvez, me livrar de todos esses pensamentos, toda essa culpa. Mas assim que entrei Sirius estava me esperando:

- Bora Pontas! Daqui a pouco a lua cheia sai, Aluado tá contando com a gente, vamos.

Ele me puxou e partimos para a casa dos gritos, Remo estava sentado no chão, ao nos ver correu conosco até a floresta proibida, hoje passaríamos a noite lá. Vimos ele se transformar no terrível lobisomem enquanto me transformava em cervo. Estava uma noite agradável, corremos atrás de alguns bichos, conhecemos trilhas novas quando Remo soltou um uivo e correu para a orla da floresta, sentira cheiro humano e isso não seria nada bom. Almofadinhas e eu corremos o mais rápido possível até ele, mas quando chegamos, ele já estava avançando na pobre garota ruiva. A minha garota ruiva. Acelerei os passos e o empurrei pra longe dela, Sirius me ajudou, e aos poucos o colocamos novamente pela passagem do salgueiro lutador, Almofadinhas ficou com ele enquanto eu me transformava novamente em humano para ajudar a Lily, estava desmaiada. Peguei-a no colo e a levei até a ala hospitalar. Disse à madame Pomfrey que ela desmaiara do nada no caminho para o salão comunal, ela desconfiou, mas não comentou nada.

Após alguns tratamentos básicos ela deixou Lily descansar, me recusei a deixá-la, apertei sua mão e dormi assim, junto dela.

Acordei com ela se mexendo, chorando, Aluado estava na outra cama dormindo, mas eu só tinha olhos pra ela. Quando me viu ela tentou enxugar as lágrimas, mas era tarde demais, eu já as tinha visto, fiquei tão preocupado a ponto de esquecer que eu tinha terminado com ela, que eu não devia estar ali, muito menos consolá-la.

- Lírio? – Ela chorou mais ainda ao ouvir o apelido, e meu coração se apertou novamente – O que houve? Não chore, eu estou aqui.

 Eu estava exausto, e vê-la assim não ajudava, queria abraçá-la e beijá-la. Mas quando ia fazer isso ela enxugou as lágrimas com convicção e se levantou, e eu a acompanhei, ela olhou no fundo de meus olhos e gritou:

- O QUE É ISSO POTTER? SE ESQUECEU DE QUANDO VOCÊ ME HUMILIOU? ME CHAMOU DE SANGUE RUIM NA FRENTE DE TODOS? CONFESSOU QUE EU ERA APENAS UM DESAFIO PRA VOCÊ? TÁ COM PROBLEMAS DE MEMÓRIA? – Ela recomeçara a chorar, e eu me lembrei de que não poderia fazer nada, que eu não devia consolá-la, que isso iria por ela em risco, mas mesmo assim comecei a falar:

- Lily, eu... – Mas me controlei, não podia, tinha que ir embora, tinha que esquecê-la, fui pro dormitório, onde passei o resto do dia trancado, faltei as aulas, mas simplesmente não conseguia me ver nelas, estava derrotado. Por que amar tinha que ser tão difícil?