Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 25
Visitinha


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Vocês devem estar querendo meu fígado, né? Ando demorando demais, admito. É que ando extremamente ocupada e com bloqueios criativos, então demora um pouco mais, principalmente que decidi esperar até que eu me convencesse que os capítulos estão realmente bons. Esse eu escrevi todo hoje, e gostei dele. Vamos ver se vocês gostam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/240739/chapter/25

Mahara Carter POV

Coloquei as chaves na fechadura e abri a porta. Entrei no apartamento e congelei.

No meio da sala, estava Mathai e Florence. Ambas mortas. Mathai estava sem cabeça, e o sangue dela manchava o tapete branco abaixo de seu corpo, e Florence tinha um talho no peito, onde restava uma rosa branca manchada com respingos de sangue e um pedaço de papel. Aproximei-me, com lágrimas embaçando meus olhos, e abaixei-me. Peguei o bilhete nas mãos e pude ler, apesar da minha vista prejudicada:

“Espero que tenha dito adeus”.

Virei a folha e encontrei outra frase no verso.

“O próximo pode ser aquele que você mais ama”.

Deixei-me cair no chão e encostei minhas costas no sofá, enquanto deixava o choro sair, deixando de ficar engasgado na minha garganta. Chorei de raiva, de tristeza. Quando aquele filho da mãe iria parar? Eu na verdade, sabia a resposta. Quando eu o matasse. Prender não seria suficiente para aquele projeto danificado de ser humano. Se ele fosse apenas preso, acumularia mais raiva e rancor e faria de tudo para acabar não só com Dan, mas comigo e com qualquer envolvido no caso. Aquele homem só pararia quando estivesse enterrado a sete palmos no chão. E era isso que iria acontecer. Eu iria matá-lo. Iria fazê-lo ter o que ele merece, e quanto mais doloroso, melhor.

Levantei-me e peguei meu telefone, ligando para Major Walker e contando o que acontecera. Ela imediatamente providenciou com Jones um reforço de segurança no meu apartamento, e aconselhou-me a não passar a noite ali, pelo menos por enquanto. Peguei uma caixa de papelão grande e coloquei os corpos de Florence e Mathai dentro, reuni algumas coisas dentro de uma bolsa maior e peguei minha bolsa de franjas. Saí de casa e fui em busca de um lugar para cremar os corpos dos meus animaizinhos de estimação, que, para mim, eram uma parte da família. Encontrei uma funerária que o fazia, e depois de cremadas, fui até o terraço de um prédio de vinte andares, e aproveitando que ventava, joguei as cinzas ao vento, sentindo o ódio e a tristeza percorrerem cada célula do meu corpo, cada miligrama de sangue, cada partícula. A vontade de chorar retornou para o meu ser, mas eu estava decidida a não derramar mais uma lágrima sequer.

– Eu vou encontrá-lo, Ian Hawking. E vou matá-lo com as minhas próprias mãos. – Falei alto, imaginando estar sozinha no terraço.

– Você não precisa me procurar, docinho, aqui estou. – Ouvi uma voz atrás de mim no terraço. Virei-me e de fato, lá estava ele. Cabelo castanho escuro com alguns vários fios grisalhos, olhos negros igual a sua alma, e um sorriso de escárnio pousado em seus lábios. Apenas as marcas de expressão diferenciavam a imagem desse homem para a imagem que sempre ficou presa na minha mente, como o homem que matou meu pai. De imediato, alcancei a arma que estava na minha bolsa entreaberta, bem a mão, pronta para retirá-la de lá e acertar uns três tiros naquela cara ridícula.

– Hawking.

– Mahara Carter. Seu nome me é muito familiar...

– Steve Carter te lembra de alguma coisa?

– Ah. Tem razão. Era um bom homem até se intrometer nos meus negócios. Agora a filha dele está seguindo o mesmo caminho... Quer cometer os mesmos erros do seu pai, Mahara?

– Não acredito que seja um erro querer encontrá-lo e dá-lo o destino que merece. A única diferença é que eu conseguirei.

– Será? Vamos fazer uma aposta? Quem chegará primeiro em quem: eu em Dan, ou você em mim? Você já percebeu que posso chegar até vocês facilmente. Apenas avisei. Ah, e nem pense em pegar essa arma na sua bolsa. Nesse exato momento, tenho dois atiradores com AKs apontadas diretamente para você. Um movimento em falso, e você morre.

Olhei de canto para o prédio ao lado, que tinha uns trinta andares, e vi de fato um atirador com uma AK apontada para mim. Olhei para o outro prédio, do meu lado esquerdo, e encontrei o outro.

– Tudo bem. – Ergui as mãos em sinal de rendição. – Mas não me subestime. Eu irei encontrá-lo nos confins da terra se for necessário, e não vou apenas prendê-lo, vou matá-lo.

Hawking riu.

– Fique a vontade para tentar. Mas lembre-se: eu jogo esse jogo a muito mais tempo do que você, Mahara.

– Quem muito joga, uma hora se cansa e comete um pequeno deslize. E é nesse deslize que eu acharei você, Hawking. Fique sabendo: cada vez que você ouvir uma sirene tocar, o vento rugir forte na sua janela, saiba que eu estou chegando. Eu estarei chegando.

– Vou esperar ansiosamente por você, querida. – Ele sorriu irônico e se virou. Peguei meu celular e rapidamente digitei uma mensagem para Jones avisando que Hawking estava por essas redondezas. Até que ele chegasse, o Hawking já teria desaparecido.

Olhei para o céu cor de rosa e amarelo, e suspirei.

Dan Evans POV

Ouvi três batidas na porta, interrompendo meus pensamentos, e fazendo com que eu desviasse meu olhar do teto.

– Entra. – Eu disse, e a porta se abriu. A cabeça loira e colorida de Mahara surgiu no espaço entre a porta e a parede. Havia um sorriso em seus lábios, mas seu olhar estava triste.

– Olá! Está ocupado?

– Não. Minha gaiola não me permite fazer muita coisa.

Ela sorriu levemente e entrou, fechando a porta atrás de si. Sentei-me na cama e ela sentou-se de frente para mim.

– O que houve? – Perguntei imediatamente. – Vejo a tristeza em seu olhar.

– Hawking invadiu meu apartamento e matou Mathai e Florence. – Disse ela, cabisbaixa. Eu perdi minhas palavras por alguns segundos.

– Sinto muito. – Eu disse, abraçando-a forte e sentindo o cheiro de pêssego dos seus cabelos. – Há alguma coisa que eu possa fazer por você?

– Sim. Continuar me abraçando.

Ri levemente, puxando-a mais para perto de mim. Fechei os olhos e assim fiquei, mantendo-a junto do meu corpo, sentindo o calor do corpo dela, e rezando para estar, de alguma forma, diminuindo o pesar e a tristeza de dentro do seu peito. Mahara se distanciou e pude ver o brilho de suas lágrimas formadas nos olhos, das quais ela se aguentava para não derramá-las. Ela sempre iria querer parecer forte diante de mim, parecer inabalável, mas eu sabia que ela não era. Ninguém é tão forte assim. Todos nós estamos sujeitos a traumas, dores e lágrimas. Afaguei seu rosto com meu polegar, e ela sorriu doce e suavemente.

– Eu amo você, sabia? – Eu disse baixinho, delicadamente. Mahara sorriu lindamente para mim. Seus olhos brilharam mais.

– Eu também amo você, meu grandão.

Ela se aproximou e me beijou.

– Pensei que eu não ganharia beijos enquanto estivéssemos aqui.

– Eu resolvi abrir uma exceção.

– Então quer dizer que cada vez que eu disser que te amo, ganharei um beijo?

Mahara riu.

– Não, hoje foi a única exceção, Sr. Safadinho Evans.

Fiz um beicinho, chateado, e a olhei como o Gato de Botas.

– Não, isso não irá funcionar, grandão. Mas você vai se contentar com a minha companhia durante a noite.

– Você vai dormir aqui comigo?

– Não neste quarto e com você, mas no quarto ao lado. Major Walker achou melhor eu me afastar do meu apartamento por um tempo, até acharem realmente seguro. Posso ir lá durante o dia, mas as noites devo dormir aqui. Assim como você, agora estou engaiolada... Só que com um pouco mais de liberdade.

– Ah, sim... E de noite você pode dar uma fugidinha e vir aqui comigo, não?

Ela riu.

– Você anda muito animadinho e danadinho.

– Estou falando sem malícias. Só seria bom uma companhia para mim. Você sabe que me sinto sozinho aqui, e que eu respeitei, respeito e sempre respeitarei você.

– Sei disso. Só estou brincando. Mas sabe, não foi apenas isso que aconteceu.

– O que mais? – Perguntei preocupado.

– Hawking me fez uma visitinha hoje, enquanto eu espalhava as cinzas de Mathai e Florence.

– O quê?! – Exclamei. – Ele machucou você?! O que houve?!

Segurei as duas mãos dela, olhando-a dos pés a cabeça, preocupado.

– Se ele tivesse me machucado, você saberia. Ele só fez a visitinha para me desafiar e me deixar mais irritada. Ele quis apostar que ele encontraria você antes que eu encontrasse ele.

– Por quê você não o prendeu na hora?

– Porque havia dois atiradores mirando em mim dos prédios vizinhos. – Mahara respondeu com aparente tranquilidade, como se ser alvo de dois atiradores fosse algo completamente normal.

– Meu Deus, Mahara... Isso é... Horrível.

– Faz parte do meu trabalho, Dan. Ou você acha que eu não estou acostumada com armas apontadas para mim, interrogatórios e situações estranhas como essa?

– Eu sei disso, mas... Eu não quero colocá-la em risco.

– Você não entende que eu estou fazendo isso por você? E que eu gosto do perigo e da adrenalina? – Perguntou sorrindo levemente e me olhando com ternura. Eu suspirei.

– Você é louca. – Eu disse, colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

– Completamente louca por você. – Ela sussurrou. Eu sorri.

– Você me diz isso e eu não posso beijá-la?

– Abro uma outra exceção.

Mahara sorriu e se inclinou, beijando-me levemente nos lábios.

– Agora eu tenho que ir.

– E eu não tenho lugar algum para ir.

Ela riu.

– Por enquanto, Dan, por enquanto.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem por demorar tanto, viu? Eu só estou tentando melhorar a qualidade da fic, mesmo que lentamente. Obrigada por compreenderem.
Então... O que acharam?