Confissões De Hermione escrita por Guilherme Faquini


Capítulo 2
Então você é Petter Lacun?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e não deixem de comentam!



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O dia amanheceu cinzento em Hogwarts. A neve cobria quase todo o gramado verde do jardim suspenso e eu lutava contra meu armário na tentativa de encontrar uma veste capaz de me aquecer.

Meu cabelo estava armado, meus olhos estavam inchados e tudo que eu mais queria naquele momento era continuar dormindo na minha cama quente, mas sabia que Petter Lacun me esperava em algum lugar daquela escola e eu não poderia desistir.


Decidi então em enrolar um fofo cachecol em voltar do meu pescoço fino e me trajar de malhas grossas. Tudo bem que eu engordara alguns quilos, mas nada que capaz de me desanimar. Do lado de fora, ouviam-se gritos e berros dos alunos do primeiro ano. Eu entendi perfeitamente toda aquela euforia, passei pelo mesmo quando tudo começou.


– Ah, aí está você, Mione! – Gritou Harry, me agarrando por trás


Meu coração disparou, eu estava distraída e totalmente presa nas lembranças que invadiam minha mente, quase que sempre. Harry estava mais pálido que o normal, devia ser pela baixa temperatura daquele dia de inverno. Estava a ponto de perguntar sobre Ron, quando o demente invadiu o dormitório, munido de um pedaço de torta de atum.


– Oi, Hermione! Você quer um pedaço, essa torta está fabulosa, não é mesmo Harry?


Percebi que Harry sorria timidamente. A situação era realmente engraçada, porém Ron não se tocava. Talvez seu jeito simples e sem-noção fazia-o com que fosse único ou, simplesmente, o querido Weasley adorado e odiado por tantos bruxos e bruxas.


– Não, Rony! Obrigado, não gosto de atum e ... nem de torta! – Respondi com um cara de nojo.


Harry havia me convidado para assistir seu primeiro treino de Quadribol, naquela manhã. Porém, deixei claro que não poderia, já que estaria imersa nos livros da biblioteca à procura de respostas para preencherem a minha lacuna.


– Estudar? Hoje é o primeiro dia de aula, as atividades começam apenas no segundo período. Você realmente deve ter problemas, Hermione. – Zombou Rony.


Eu estava a ponto de me estressar com Ron. Ele não conseguia decidir se comia de vez aquela torta ou se falava de boca cheia enquanto as milhares de migalhas saltavam em direção da minha face.


– Por favor, coma logo isso, Rony! Não, eu não posso assistir o treino, não hoje. Fiquei encarregada de ajudar Lovegood com algumas atividades. Desculpem-me! – Inventei uma desculpa.


Harry concordou, era típico de sua característica aceitar o que os outros diziam. Talvez seu coração fosse puro de mais, talvez Harry fosse o tipo de ser humano que só encontramos em livros ou filmes, mas ele existia e era meu melhor amigo.


E foi com um abraço apertado que me despedi dos dois. Harry saiu primeiro, Rony foi logo atrás com seu pedaço de torta interminável. Separei então sobre minha cama, tudo que iria precisar. Eu realmente precisava descobrir quem foi esse tal de Lacun, que por sinal vinha tirando meu sono.


O corredor se encontrava aparentemente vazio, naquele momento os alunos deveriam estar todos concentrados no jogo de Quadribol. Meus passos aumentavam à medida com que o tempo corria. Sabia que não tinha muito tempo.


No caminho, quase que de frente com a biblioteca, encontrei Nick Quase-Sem-Cabeça. Ele parecia apressado, ultrapassou uma das paredes do banheiro masculino em uma velocidade meteórica.


– Olá, senhorita Granger!


Foi apenas isso que eu ouvi. Eu não sabia para onde Nick estava indo e também não me importava. Só queria entrar logo na biblioteca e acabar de vez com a dúvida que me torturava.


Logo no hall as imensas prateleiras me causavam ânsia. Era quase como procurar uma agulha no palheiro. Percebi que não havia ninguém ali, estava vazia. Um silêncio dominador que parecia me sufocar. Conseguia ouvir meus passos apressados em contato com o taco de madeira.

Era óbvio que todos estavam na partida do lado de fora, mas era mais óbvio ainda que essa calmaria acabaria em alguns minutos, assim que o jogo terminasse. Eu não tinha muito tempo, eu não tinha nada.


Comecei a procurar pela sessão de Histórico de Hogwarts, se parei alguns livros e os empilhei sobre a mesa de madeira de cerejeira. Nada! Não havia encontrado nada, apenas poeira e mais poeira que me fazia espirrar quase que constantemente.

O desanimo tomou conta de mim, debrucei-me sobre os exemplares e suspirei de cabeça baixa. Eu tinha que descobri quem era esse Petter. Eu não tinha mais alternativa, havia lido tudo e mais um pouco. Pensei em desistir e acreditar que tudo aquilo era uma grande bobagem da minha cabeça. Petter Lacun nada mais foi do que um ex-funcionário da Grifinória, apenas.


Parecia explodir por dentro, me senti fraca e incapaz. Meu tempo estava se esgotando e eu já conseguia ouvir os gritos que vinham do lado de fora, a partida estava prestes a terminar.


Cautelosamente, levantei-me. Entreguei os livros em suas respectivas prateleiras e apanhei minha bolsa.


– Então você quer saber sobre Petter Lacun, jovem? – Disse um fantasma, parado em minha direção.


Meus olhos se arregalaram. Eu não sabia quem era aquele ser, nunca havia o visto em Hogwarts. Sua aparência era de sofrimento, seu semblante continha cicatrizes e seu sorriso não era nada amigável.


– Quem é você? – Perguntei nervosa.


O fantasma me examinou de cima a baixo. Ficou alguns segundos em silêncio até começar a falar.


– Mais que petulância falar desta maneira com um ex-funcionário exemplar de Hogwarts, senhorita Granger. Eu sou Petter Lacun, se isso te conforta! – Disse com desdém o fantasma atrevido.


Eu não conseguia esboçar nenhuma reação. Não sabia como me descobrira e sobre o que estava pesquisando. Havia guardado este segredo a sete chaves, trancafiado dentro de mim. Por alguns segundo senti vontade de sair correndo e de me esconder debaixo da cama, mas ao contrário disso, ergui meu nariz e o questionei com veracidade.


– Você é Petter Lacun? Você está morto! Como? – Dúvidas e mais dúvidas invadiam minha mente.


O fantasma, quer dizer, Petter parecia debochar de mim. Ele gargalhava sem pausa e atravessava as prateleiras como uma criança travessa. Eu não podia deixá-lo ir, não naquele momento. Foi então que na tentativa de contê-lo, me choquei contra uma parede.


– PARE AGORA, SEU FANTASMA IDIOTA? – Gritei histérica


Pelo incrível que pareça o fantasma parou. Ele já não gargalhava mais e sua aparência havia se convertido em algo bem sério. Eu respirava com dificuldade, precisava sair da biblioteca com alguma respostas.


– Desculpe-me, eu apenas quero saber um pouco mais sobre sua história. Foi você quem escreveu isso? – Apontei o livro que Hagrid havia me dado em sua direção.


Petter parecia estar anestesiado. Nem uma palavra foi dita durante os longos quarenta segundos. Seu corpo flutuava no ar e seu olhar me devorava. Eu não podia fazer muita coisa, a não ser esperar.


– Como encontrou isso, garota? – perguntou sobre o livro


– Isso não lhe interessa, quero apenas saber sobre você. – retruquei


Mais uma vez, Lacun me examinou antes de responder.


– O jogo terminou, ninguém pode me ver. Se quiser saber mais de mim, encontre-me amanhã ao anoitecer na Floresta Proibida. Ah, não se esqueça de levar o livro com você. – Respondeu Lacun


Tentei respondê-lo a tempo, mas não conseguira. Petter já havia atravessado a parede e a única alternativa que me restava era esperar até o dia seguinte para então encontrá-lo.


Cuidadosamente, fechei minha bolsa antes de sair da biblioteca. O corredor ainda estava vazio. Era hora de começar a colocar meu plano em ação. Petter Lacun não conseguiria mais escapar de mim.




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Notas finais do capítulo

@Guifaquini



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