Confissões De Hermione escrita por Guilherme Faquini


Capítulo 10
O Tempo Está se Esgotando


Notas iniciais do capítulo

Aos poucos o mundo mágico começa a ter conhecimento sobre o poderoso regresso de Petter Lacun. Apenas uma falha terminará em sangue derramado. O tempo está se esgotando e mudar os planos pode ser a pior de todas as alternativas.



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Tentei me apoiar na escrivaninha ao lado da cama à medida que buscava encontrar minha consciência. Pude ver caído, sobre o chão de madeira do século XIII, Ron caído, com um sangramento na testa que, naquele instante, fazia-me se sentir a pior pessoa do mundo.

Senti que meus batimentos cardíacos aumentavam cada vez que os flash sobre os últimos acontecimentos invadiam minha mente. Não tinha forças para me levantar, parecia que algo me prendera ali.

Tentei sem êxito gritar, implorar por socorro, mas ninguém me ouvira. O frio, aquele que senti quando a voz de Petter Lacun nos dominou, parecia ainda mais intenso. Ron estava com os lábios roxos, pálido e o sangue que descera de sua testa estava visivelmente seco.

– O que foi que eu fiz? – me perguntava em pensamento

Certamente,Petter Lacun conseguiria alcançar seu objetivo. Destruir o mundo mágico, derramar sangue bruxo e deixar sua marca seria fácil. Podia sentir sua força, algo muito além de tudo que, em todos os anos de Hogwarts nunca pude presenciar. Voldemort parecia pequeno perto do fantasma, até então, desconhecido.

O que houve aqui? Chamem os enfermeiros, agora! – esbravejou Minerva para um aluno da Corvinal ao se deparar com nossos corpos caídos do lado de dentro do dormitório.

O que houve por aqui? O que houve? – repetia descontroladamente até que o socorro chegasse.

Podia ver naqueles olhos esverdeados a bondade de uma bruxa disposta a dar sua vida para proteger o nosso lugar: a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Suas mãos suaves tocavam lentamente meus cabelos, como se quisessem me acalmar. Durante todo o percurso, nas macas, Minerva nos acompanhou, sempre murmurando palavras de conforto.

Mesmo sem consegui pronunciar as palavras e com dificuldade para respirar, tentei perguntar sobre o estado de Rony.

Ele vai ficar bem, querida! Agora tente descansar! – consolou

A enfermaria estava vazia, exceto por eu e Rony, nos quais fomos postos na um ao lado do outro. Minerva cochichava com um dos médicos responsáveis do outro lado, próximo ao laboratório de medicamentos e poções para recuperação de acidentados.

Ela era esperta, queria esconder de nós o que já sabíamos. Petter Lacun já não era mais segredo.

– Escute-me, Dr. Nikle: ninguém, absolutamente ninguém, além de mim e Dumbledore, poderá saber os motivos que trouxeram Greger e Weasley para cá. Será um longo caminho até nos prepararmos e causar pânico só pioraria tudo. Espero poder confiar no senhor? – vociferou Minerva

Pude escutar tudo. Minerva nunca foi boa em baixo tom. Estava claro que seu temor por Lacun era grande e, além disso, também estava evidente o que esse fantasma poderia oferecer para a história de Hogwarts e para todos os alunos.

Me virei de lado para que pudesse olhar para os dois. Minerva usava uma capa de frio e em sua mão esquerda carrega um pedaço de pergaminho bem suspeito. Talvez, ali estivesse alguma prova sobre algo que ainda não tínhamos conhecimento.

Ele existe! Petter Lacun está voltando, Minerva! – murmurei sem pensar duas vezes

Os olhos de Minerva se abriram como os de um lobisomem ao avistar uma lua cheia. O Dr. Nikle não esboçou reação, apenas a consolou com uma abaixar de cabeça.

O tempo parecia ter sido congelado. Nada se ouvia na enfermaria. Rony ainda se encontrava em um sono profundo, embora, naquele momento, mais corado e com resquícios de melhoras.

Conseguira ouvir os passos e o som do pequeno salto de Minerva contra o piso antigo das alas a media que se aproximava de minha maca. Pude sentir novamente suas mãos tocarem meus cabelos com bondade, antes que começasse a falar.

Ah, Srta. Grenger, você nunca perderá o posto de melhor aluna de Hogwarts. E, eu me orgulho muito disso! Consigo me lembrar do dia em que você chegou para seu primeiro ano aqui, ainda tão pequena, meio assustadinha. Mas, saiba que eu já sabia de todo seu potencial. Sabia de tudo que você iria nos oferecer, inclusive, dos momentos inoportunos em que levantaria sua mãozinha magra para questionar sobre qualquer assunto em uma aula. Está em seu sangue...

Confesso que nunca havia ouvido tantas coisas bonitas de alguém, nem dos meus pais. Sempre fui condicionada ser a melhor em tudo, mesmos em situações banais como, por exemplo, se comportar bem em uma fila quilométrica de cinema.

Agora, quero que gentilmente, me prometa que não se preocupará com tudo isso que está nos acontecendo. Deixe-me cuidar disso. Estamos prontos, eu e todos o grupo de professores, coordenadores, ministros, supervisores e até o próprio Diretor Dumbledore. Sei que não é fácil para você, mas isso é algo que foge dos seus limites de tentar nos ajudar. Descanse minha, pequena! Tudo vai ficar bem!

Eu não deveria concordar com o desabafo da Srta. Macgonagall, ainda mais por saber que Petter Lacun não descansaria até abusar de tudo que podíamos fazer por ele. E foi por isso, por nos cercar e obrigar que realizemos seus desejos cruéis que Rony e eu nos encontramos presos em uma ala hospitalar, quando, na verdade, deveríamos estar imunes a tudo isso que, amargamente, eu comecei.

Concordei com um singelo balançar de cabeça, como quem quisesse dizer que tudo iria ficar bem e que eu não me meteria mais nesse assunto, algo que não era verdade. Dentro de mim, sobrepondo todas as minhas angustias, sentia-me na obrigação de continuar desvendando Petter Lacun e seus mistérios, mesmo que para isso eu devesse suportar muitas coisas que ainda estavam por vir.

Vocês estão bem? O que houve? E Rony? Foi ele, né? – disse Harry vomitando questionamentos aos prantos.

Antes que eu pudesse dizer tudo o que queria, Minerva interviu. Era óbvio que ela não iria permitir que eu falasse mais nada a respeito de fantasma que estava arruinando a vida de todos. Mas, Harry era mais esperto que três Hermiones juntas e, tudo que McGonagall tentasse enfiar em sua cabeça, seria automaticamente deletado. Estávamos juntos nessa. Disso eu tinha certeza.

Acho que alguém precisa de um banquete bem suculento para matar essa fome. Quem poderia providenciar! – disse Rony em tom de brincadeira ao acordar do sono profundo.

Foi um súbito momento de alegria. Felizmente ele havia acordado e livre de prováveis sequelas. Acordar pedindo por comida era a maior prova de que Ron estava bem, e isso me aliviava um pouco mais.

Quando me dei conta, todos estavam em volta de sua maca. Minerva atenta às orientações do Dr. e Harry preocupado com seu melhor amigo. Senti-me revigorada.

Pela janela, de frente a instalação em que eu me encontrava, pude nota algo estranho no céu enquanto meu olha fixo mirava o movimentar das nuvens negras. Uma agonia profunda tomou conta de mim.

“O Tempo Está se Esgotando”, foi essa a frase que consegui formar em meio a escuridão fantasmagórica que açoitava a entrada da madrugada.

– Marca Negra? – pensei em silencio

Disse alguma coisa, Grenger? – questinou Minerva como se ouvisse algo

Não. Apenas estou pedindo para que tudo fique bem! – menti

E, como num feitiço perfeito, as nuvens se dissiparam e os dizeres sumiram junto da imensidão noturna, sem estrelas ou resquícios de luz.

Não era hora de temer. Era hora de se reerguer. Feito uma fênix que renasce das cinzas. Feito um dragão pronto para defender sua família.

Respirei fundo e me encorajei. Retroceder não faria sentido. Petter Lacun deveria ser detido, mesmo que, por hora, nada seria possível. Não sabia quanto tempo permaneceria internada. Esse tempo poderia me custar caro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Se quiserem bater um papo comigo, sigam-me no twitter @GuiFaquini : )



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