Será!? escrita por Mila


Capítulo 18
Minha santa Madeleine


Notas iniciais do capítulo

Olá, nem demorei dessa vez.
Eu tenho mais coisas para escrever antes do epílogo, então, presentinho: Vocês ganharam mais um capítulo.
Tentarei escrever o próximo logo e postá-lo, e depois eu posto o epílogo, tudo bem?

Boa leitura!



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Assim que desceu pela portinhola, Ian observou o local. Dessa vez não estavam em um corredor. Era uma sala redonda, branca e bem iluminada; esses detalhes do lugar deixavam-o bem moderno e tecnológico.

Ian sentiu um formigamento estranho em seu corpo quando observou aquele lugar.

Era ali que, por muitos séculos, os Vespers se esconderam. Era ali que estavam os Cahills sequestrados, e talvez até Mila. Era ali que estava o problema, os mistérios, os segredos e seus medos. Era ali que tudo terminava.

Podia terminar a qualquer momento, ele percebeu e sabia que essa frase era vaga o suficiente para abranger tanto toda essa confusão, quanto a vida deles.

Com um medo repentino, ele se virou para Amy, incapaz de fazer qualquer coisa antes de esclarecer o que precisava:

–Amy. - ele arfou, eufórico. Incrivelmente, ela se arrepiou quando ouviu seu nome vindo da boca dele. - Você sabe que eu fiz isso, que a culpa é minha. Coloquei a gente nessa e eu não tenho certeza se vamos sair daqui vivos. Tudo porque... tudo porque eu não queria te perder, queria ir atrás de você, te conquistar de novo...

–Ian... - ela tentou interrompê-lo, mas ele continuou falando.
–Simplesmente porque eu não consigo. A ideia de ficar longe de você, Amy, é insuportável, e eu... Eu não...

Inesperadamente, Amy Cahill calou sua boca com um beijo.

Seu corpo ficou vivo como se correntes elétricas estivessem passam em suas veias. Era uma sensação boa.

Ainda surpreso, mas não se uma forma decepcionada, Ian envolveu Amy com seus braços, puxando-a para perto de si; e ela agarrou sua nuca, enfiando os dedos entre os cabelos dele - dessa vez, nada de peruca.

Eles se separaram quando faltou ar.

Ian olhou para Amy, e se tivesse desenhado em quadrinhos, teria uma interrogação sobre a testa. Corada, ela sorriu, e cutucou-o no peito, brincando:

–Pensei que já tivéssemos voltado.

O Lucian abriu um enorme sorriso e quando estava prestes a dizer algo, eles ouviram o barulho de uma explosão. Eles se abaixaram, instintivamente, e depois que perceberam que a explosão não fora ali. Ela veio de uma das passagens da sala branca e redonda. Eles engoliram a preocupação repentina e, de mãos dadas, seguiram naquela direção.

*****

Um jovem Vesper de cabelos loiros abriu o forte portão de metal ao socar um botão do painel, depois correu até a passagem que abrira e deparou-se com as caras surpresas dos Cahill sequestrados.

–Vamos! - ele gritou. - Saim daí! Saiam logo!

Ele grudou-se ao batente da porta, dando espaço para eles pensarem.

Uma mulher foi a primeira a passar por ele, correndo, obviamente não pensou em nada mais quando fez isso. Outros dois passaram depois dela, mas os outros continuaram ali, com expressões surpresas.

–Estão esperando o que? Saim daí! - ele gritou. Colocou a cabeça para fora da sala e espiou o corredor de paredes de metal que seguia para os dois lados infinitamente. Alguém podia chegar a qualquer momento.

Em um canto, encostada na parede e numa posição desconfortável no chão, Mila tentou manter os olhos abertos enquanto fitava os Cahill dentro da cela.

–Não mandei vocês ficarem prontos? É agora. Saiam. Saiam logo.

O Vesper ouviu som de tiros soando mais além do corredor.

–AGORA! - ele berrou a eles.

Dessa vez todos se levantaram e saíram correndo, desesperados depois de ouvirem o tiroteio logo ali ao lado. Porém uma pessoa ainda ficou na cela, deitada torta no chão.

O Vesper se aproximou de Mila e agachou-se ao lado dela.

–Você sempre encontra um jeito de se machucar, não é, Mila?

Ela conseguiu esboçar um fraco sorriso para ele.

–Você vai ficar falando, ou pretende me ajudar, Vitor?

Com cuidado e um suspiro, ele passou um braço pelas costas dela e o outro por trás de seus joelhos. Então a ergueu em seus braços. Ela já era pequena antes, mas parecia ainda menor agora.

–Eu sempre te ajudo. - ele murmurou antes de observar o corredor e virar a direita, onde nenhum dos outros Cahill foram.

*****

–Foi o Vitor! - uma voz urrou, furiosa.

Ian e Amy rapidamente grudaram na parede de um corredor que se ligava a outro, escondendo-se do dona daquela voz desconhecida.

–Foi ele que explodiu os implosivos do porão! - o homem gritou de novo e algo fez barulho. Ele provavelmente chutara alguma coisa. - Agora tudo está caindo Temos que fazer alguma coisa! Encontre outros guardas. Temos que impedir que os Cahill fujam.

A ordem foi obedecida por outra homem, que se apressou, aproximando-se da passagem onde Amy e Ian estavam.

–Eu sempre soube que ele era um traidor. - a segunda voz resmungou sozinha. Estava muito próximo.

Ian se adiantou. Ele saiu de onde estava assim que o Vesper já estava bem perto e surpreendeu-o com um soco forte no nariz. Pego desprevinido, ele caiu de costas no chão. Ele levou mais um soco e então apagou.

–Não. Não sabia não. - Ian murmurou.

Depois de olhar para todos os lados mais uma vez, Amy se aproximou dele.

–Você sabe quem é esse Vitor?

–Não. - Ian deu um sorriso constrangido. - Eu não sei.

–Inimigo do nosso inimigo é nosso amigo, certo? - ela pensou em voz alta. - O Vesper não disse que ele explodiu alguma coisa? Que os Cahill fugiram?

A menção do outro Vesper mais adiante os lembrou de que deveriam ir atrás dele.

Os dois foram, na ponta dos pés, a sala onde o Vesper que dera a ordem estava. Infelizmente, quando Amy olhou para dentro da sala, o homem estava virado na direção dela, e a viu.

Ela recuou de pressa e se afastou vários passos, quase caindo em cima de Ian.

Eles se entreolharam e confirmaram uma ideia que passou rapidamente pela cabeça deles.

Ian passou correndo em frente a porta e esperou do outro lado do batente. Ele e Amy se entreolharam mais uma vez. Então Ian entrou correndo e gritando para dentro da sala. Como se fosse um jogador de futebol americano, ele andou curvado e agarrou a cintura do oponente, o derrubando no chão com seu peso.

Ele sentiu uma pontada forte no ombro e depois sentiu o sangue escorrer pelo seu peito. O homem o esfaqueara.

Mesmo sentindo dor, ele continuou caído em cima do homem, tentando imobilizá-lo.

Amy entrou logo em seguida. Ela fechou a porta com um chute e correu na direção deles, tirando rapidamente a faca das mãos do homem e depois a apontando para sua garganta.

–Acho melhor você parar agora. - ela ameaçou, e ele imediatamente ficou imóvel.

Com cuidado, Amy passou a faca para Ian que, ainda prendendo o homem com seu próprio corto, pegou-a e encostou-a bem de baixo do queixo dele.

Amy virou-se para olhar onde estava.

Era uma sala de manutenção. Tinha inúmeras telas, mostrando imagens de câmeras, e um painel cheio de botões. Pelas imagens que viu nas telas percebeu que a situação não era nada boa. Naquelas em que não mostravam lutas sangrentas entre Vesper e Cahills e pessoas correndo, desesperadas, apareciam incêndios, eletrônicos faiscando e paredes caindo.

Considerando que estavam no subsolo, não era nada legal ter uma enorme construção desmoronando. Era como se aquelas imagens já aparecessem com a mensagem: Risco de soterramento; alto.

Atrás dela o homem grunhiu, mas Amy o ignorou.

Algo em uma das telas lhe chamou atenção. Eram pessoas correndo, desesperadas, como eu muitas outras telas, mas aquela tinha algo especial. Demorou poucos segundos para reconhecer os rostos dos Cahill sequestrados.

–Ian, eles escaparam! - ela exclamou, sentindo uma onda de alívio que passou rapidamente. Com a voz baixa, tomada pelo pânico, ela falou: - Temos que tirá-los daqui. O lugar está desmoronando.

Antes de sair de cima do homem, Ian apertou um pouco mais a faca contra a garganta dele e perguntou:

–Quem é esse tal de Vitor?

–Idiota. - ele grunhiu.

–Mas isso você também é. - Ian falou. - Ele é um Vesper?

O homem jogou um pouco mais a cabeça para trás, esquivando-se da faca. Ian acompanhou o seu movimento.

O Vesper olhou para uma das telas perto de Amy e tentou falar:

–É aquele ali.

Amy se virou para ver a tela que ele indicara. A câmera mostrava imagens de um corredor caindo aos pedaços e em meio a ele, bem difícil de ver, havia um garoto loiro e alto, carregando algo pequeno nos braços.

Ela inclinou-se um pouco mais sobre o painel, tentando memorizar a imagem do garoto.

Ah, se eu fosse o Dan agora, ela pensou.

Mas logo sua atenção se desviou para o que ele carregava nos braços com esforço.

Era uma pessoa pequena, uma menina toda machucada, de cabelos escuros, que mal se mexia...

Amy quase caiu para trás.

–Minha santa Madeleine, aquela é Mila.


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Notas finais do capítulo

Agora que eu estou de férias vou terminar essa história logo, ok?
Beijooos, amigos!
Até mais



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