(...) Meses depois.

– Ai, caralho! Tá doendo, porra, fica quieta aí filha! – gritei em quanto Harry acelerava cada vez mais o carro.

– Não grita, é pior pra você. – Harry alertou.

– Dirige a porra do carro, Harry. – gritei mais ainda. – Eu vou gritar sim, caralho. To nervosa.

– Calma. – me olhou assustado.

– CALMA O CARALHO, SÓ DIRIGE. – berrei, bufando á cada palavra.

Depois de berros e berros, chegamos ao hospital, e de lá fui levada correndo até á emergência e a sala de parto.

Logo eu estava dentro da sala, falando com o médico, ELE ESTAVA TRANQUILO; pode isso?

– Você não tem comido muito bem, certo?

– Tenho, mas vomito tudo que como.

– Oh sim, porque você está meio fraca. Acha que consegue fazer o parto normal? A Cesária pode ser prejudicial ao bebê por estar fraco também (n/a: n sei se isso existe, sei q acabei de inventar).

Sem pensar respondi:

– Vamos fazer a normal, vai ficar tudo bem com ela, né? – perguntei, mordendo o lábio inferior pra não gritar de dor. – AI!

– Sim, vamos logo.

Depois de alguns minutos, eu não tinha força. Lágrimas de desesperos marcavam meu rosto.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – gritei, dando o máximo de mim.

– Vamos, você consegue. – uma das enfermeiras me incentivou.

Harry POV’s

– Eu não consigo. – ouvi o grito agudo de Meg entrar em meus ouvidos; o pânico percorreu cada centímetro de meu corpo.

Sem esperar, com um movimento bruto tentei entrar na emergência, aonde ela estava, mas fui barrado por um cara que tem o dobro do meu tamanho.

– Porra maluco, será que você não entende? É MINHA GAROTA QUE TÁ LÁ DENTRO, DEIXA EU ENTRAR. – falei, berrando, as lágrimas escorriam em meu rosto, Meg está fraca e não é de hoje, ela com certeza está fazendo o parto normal: porque?

– Você não pode entrar. – Será possível que esse cara não tem coração?

Voltei, pisando fundo.

– Me ajuda, por favor. – pedi a Niall.

– Não acredito que vou fazer isso.

– Ela precisa de mim, Niall. – falei, olhando-o raivoso e ele assentiu.

– Me deixe entrar! – gritou, correndo até o segurança, como só tinha um segurança ali, entrei pela porta sem que ele me notasse porque estava ocupado demais segurando Niall, corri até onde ouvi os berros de Meg, e entrei lá.

– Ei, garoto, saia daqui. É proibida sua entrada. – um deles me alertou.

– Meg, Meg. – passei por todos eles ali, que sempre tentavam me impedir e segurei nas mãos dela, que suavam frio, o médico não falou nada; talvez tenha entendido que ela precisa de apoio, olhei pra seu batimento cardíaco e vinha abaixando, não... Seus olhos estavam vermelhos, escorrendo lágrimas por não conseguir. – Eu confio em você, você consegue. Você sempre consegue, certo? Eu te amo, minha anja. Nossa Zoe vai sair sã e salva, do mesmo jeito que a mãe.

Meg sorriu pra mim, e olhou pro médico determinada. O médico assentiu, Meg apertou mais ainda minha mão.

– 1, 2, 3... – gritou, e Meg fez força, berrando também. Berrei junto com ela; talvez isso melhorasse sua auto estima. – Isso, foi bem. Vamos, 1, 2, 3...

E assim sucessivamente, até o choro de um bebê ecoar pelos meus ouvidos, não é um bebê, é nossa bebê. Olhei pra Meg, orgulhoso, a mesma estava fraca, com os batimentos abaixando.

– Agora você precisa ir. – o médico, me empurrou a força pra fora da sala, e eu não consegui raciocinar pra ficar lá.

– Mas... não. – falei, e quando vi, já estava lá fora. Me dei um tapa na cabeça. – Idiota!

– Foi tudo bem, né? – Niall chorava de emoção, e me abraçou.

Eu assenti, sorrindo fraco; eu não sei se foi. O batimento dela indicou uma coisa, mas meu coração indicou outra, o que diabos tá acontecendo?

– Tá tudo bem, dude? – Liam chegou, me chamando.

– Eu não sei, porque... bebê...e batimento... mas sobreviveu, e... – ia falar, mas as coisas não se encaixavam em minha mente.

– Tudo bem. Você precisa de um tempo. – falou, me dando um pequeno abraço e indo em direção á varanda do hospital, aonde todos estavam.

Fiquei andando de um lado pro outro, até o médico entrar e dar a notícia de que tudo estava bem, suspirei pesado e aliviado.

– (...) venha comigo, ver suas meninas.

E ali, então, foi o melhor dia de minha vida.

Anos depois.

Meg POV’s

Eu? Já estava á beira dos meus 27 anos, Sean já estava um adolescente, 15 anos, e mesmo assim sempre será meu criancinha. E Zoe, minha linda e maravilhosa filha, está com 4 aninhos, completando hoje.

Foto Zoe bebê: 

Foto Zoe atual: 

– Mas as mamadeiras em miniatura não chegaram. – falei, irritada. Depois do nascimento da pequena Zoe, me tornei bem mais responsável e bem menos “foda-se”.

– Calma, ainda são 7h da manhã, só começa ás 14h! – Lou falou, notando minha preocupação.

– Era pra ter chegado ás 6h30, falando nisso, oque eu to fazendo acordada á essa hora? – perguntei, bufando e eles riram; de um jeito ou de outro, o estilo Meg continua em mim.

– Amor. – Harry me chamou. – Se acalme, tá? Eu vou resolver.

– Tá, valeu. – falei, dando um selinho rápido nele, antes que Zoe aparecesse ali perambulando e visse aquilo, nós prezamos muito ela de ver essas coisas, sei lá, Harry diz que não é idade, e que ele não quer ela namorando ninguém antes dos 25 anos, coitado.

– Mamãe? – Ouvi Zoe gritar de cima da escada, ela tem medo de descer sozinha, a proposito, falei que nos mudamos? Pois é, tem um ano e meio, por ai. Compramos uma casa mais ou menos perto de onde morávamos pra ser maior e melhor pra Zoe.

– Estou indo, pequena. – falei, e subi até lá, pegando-a no colo e fazendo cosquinha na mesma. – Dormiu bem, flor?

– Sim, mamãe. Sabe com quem sonhei? – perguntou animada, batendo palminhas.

– Com quem? – perguntei, ajeitando seu cabelo num coque pra não lhe atrapalhar.

– Com o Pot! – falou animada, rindo. Ela chama Potato de Pot (pra quem não lembra, aquele cachorro que eu tinha, sim, ele ainda está vivo).

– É, mesmo? E oque ele fazia em seu sonho, hein? – perguntei, levando-a até o banheiro pra tomar banho.

– Ele pulava. – falou animada, sua voz era doce, Zoe é tudo oque eu nunca fui: delicada.

– Ah, e ele tomou banho que nem Little Z vai tomar agora? – perguntei, tirando sua camisolinha, já dentro do banheiro. Eu e Harry chamamos ela de Little Z, Em e Zayn são os padrinhos, e Zayn queria que o apelido dela tivesse algo haver com Z; nem preciso falar o porquê, né?

– Chegamos. – ouvi Em gritar, nossa, que ironia.

– Não tomou, não. – torceu o nariz. – Mamãe, você sabe que o Pot não toma banho.

– Ahhh, toma sim. – rimos. Ele sempre foge do banho.

Logo botei sua roupinha de ficar em casa, e botei seus sapatos cor-de-rosa. Ela como sempre, ficou fofa.

Roupa Zoe: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57963309

– Vou brincar no jardim, tá bom mamãe? – me deu um beijo na bochecha e saiu correndo atrás de Potato, eu ri e fui falar com Harry.

– Haz – o chamei. – Little Z tá no jardim, você botou grade na piscina?

– Botei – sorriu pra mim, e me puxou pra mais perto dele; ficamos um bom tempo ali, abraçados na cama. Mesmo com esse tempo todo, não deixamos de aproveitar o amor. Acho que esse tempo todo ainda não foi o bastante pra repor o tempo que ficamos separados, e a saudades as vezes aperta.

– Papai! – Zoe entrou no quarto e pulou em cima de nós. – Tio Niall chegou.

– Ah, vou lá. – Harry falou, e foi. Fomos atrás dele, e todo mundo já estava ali, só faltavam os amiguinhos de Zoe que iriam chegar ás 14h.

Tomei meu banho, e botei minha roupa para seu aniversário; aprendi a usar menos preto quando estou com Zoe, se não, ela vai ficar traumatizada, mas as vezes só um pouquinho não faz mal, né?

Roupa Meg: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57963964

Vesti ela em seu vestido, e fui ver Harry que se vestia.

Roupa Zoe: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57964185

– Pronto, amor? – entrei no quarto, e o beijei.

– Sim, vamos? Pelo jeito aquele tal de Matthew já chegou. – Harry disse, revirando os olhos. Matthew é o melhor amigo de Zoe, tem 4 anos também, e Harry simplesmente acha que o menino da em cima dela: Pode isso, produção?

– Menos, Harry. – falei, revirando os olhos com ele. – É só um menino, não tem essa maldade toda que você tem, não.

– Eu? Eu sou completamente puro. – falou, fingindo indignação, em quanto íamos sair do quarto.

– Ah, é? – perguntei, olhando-o maliciosa.

– Isso não vale. – falou, fechando a porta com o pé e beijando meu pescoço.

– Parou. – falei, sem segurar o riso, e o olhei sorrindo. – Vamos.

– Aguarde, viu. – sussurrou em meu ouvido, me arrepiando.

– Muito menos, viu, senhor Styles.

– Tá bom, senhora Styles. – rimos.

Descemos e cumprimentamos á todos, quando vimos, Matthew estava com Zoe no final do jardim, sentados olhando a piscina: tem coisa mais fofa?

– Olha só... – Harry falou pra mim, e ia correr até lá, se eu não o segurasse.

– Se controla. – bufei, eram crianças.

Dois anos depois

Trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=SkyfRu-dpvc&feature=related

Meu corpo estava cansado cada vez mais, e o emagrecimento vinha á tona; isso tudo estava realmente me assustando, então fui ao médico e tive a pior notícia do mundo.

– E agora? – perguntei, ainda em choque.

– Eu vou te orientar, pode deixar. Volte aqui amanhã, ás 15h.

– Mas... – tentei arranjar palavras, mas em um pulo elas escaparam de minha boca; eu não podia abandonar tudo, não mesmo.

Sai de lá as pressas, e fui até em casa, eu não iria contar á Harry agora, eu nem sei se isso é real.

– Tá tudo bem, amor? Você parece aflita. – falou, me roubando um beijo.

– Eu? Ah, puf. Claro que está tudo bem.

– Sei. – me olhou desconfiado, mas logo engoliu, Harry aprendeu a me dar espaço, e eu agradeço isso mil vezes por dia.

– Mamãe, Matthew está perguntando se pode vir aqui amanhã!

– Sim. – falei, ao mesmo tempo que Harry falou “Não”. – Larga de ser chato, Harry. Pode sim, Little Z.

Mas ao mesmo tempo que tentava conversar com Harry e Zoe, a notícia que Sr. Pathan havia me dado não saia de minha mente, martelava sempre, essas coisas nos pegam de surpresa.

– Você tá quieta demais. – Harry falou, quando Zoe saiu saltitando até seu quarto.

– Não tô não, é apenas cansaço.

– De novo? E oque o médico disse sobre isso?

Engoli o seco, pensa Meg, pensa.

– Que não é nada demais. – falei, tropeçando nas palavras.

– Não vai mesmo falar? – me olhou, pidão.

– Para Harry, acredita em mim pelo menos dessa vez. – falei, por mais que fosse mentira, ele teria de acreditar, não quero ver Harry sofrer por isso.

– Mamãe, que exames são esses? – Zoe falou, apontando pra cima de minha bolsa.

– Nada. – falei, tirando dali. – São só do médico, não tem nada aqui.

Respirei fundo, 1, 2, 3. Melhorei minha cara e ficamos vendo filmes até anoitecer e irmos dormir, talvez fosse melhor assim, na cama, dormindo, sem perguntas, sem mentiras.

Acordei sozinha, eram 3h40 da manhã. Suspirei e sai da cama sem acordar Harry, que mantinha-se em um sono profundo, e pela sua cara era um sonho bom. Abri a porta do quarto de Zoe, ela dormia feito um anjo. Sorri com tal atitude, e fechei a porta silenciosamente. Desci até o jardim, e sentei ali mesmo, apoiando minha cabeça em minhas pernas. Talvez daqui pra frente, tudo mude. Pra melhor, ou pra pior. E eu tenho que aproveitar cada segundo dessa vida que levo agora, porque o futuro que me espera pelo jeito não é muito bom. Mas e Harry? Como ele vai ficar quando descobrir? Eu temo á isso, temo que ele não reaja bem, e que pior, que ele me deixe outra vez.

Deixei uma lágrima cair, e essa foi a brecha para outras a seguirem.

Próximo cap.:

–Você oque? – me perguntou incrédulo, deixando as lágrimas formularem e caírem. Sua dor me cortou em mil pedaços.