Meus cabelos praticamente dançavam ao vento. Eu estava sentada no banco do carona do carro e Harry o dirigia. Ele ria me vendo cantar Super Bass, porque é muito rápido. Os óculos escuros deixam ele tão gato. Por favor, ele é um gato. Ele consegue ser fofo e pervertido ao mesmo tempo, ele é incrivel. Estavamos andando no carro sem destino. Tem coisa melhor que isso?

Nós dois riamos muito, depois começamos a cantar uma música da Miley que passava no rádio. Depois começou a tocar I Love You, da Avril Lavigne. Começei a cantar junto com ela e lançando olhares pro Harry.

- Ah, então você gosta do meu sorriso, da minha vibe e do meu Style? - riu ele. 

- HAHA idiota - falei rindo - Mas é, eu adoro.

- Sabia.

- É - falei rindo.

Ele continuou dirigindo e eu continuei cantando a música.

- Então você me ama?

- Não - falei rindo - Por favor né?

- Ah, mas todo mundo me ama.

- Minha mãe costumava me dizer que eu não sou todo mundo - fiz uma careta e ele riu.

- Ah, mas você me ama.

- Não, eu não te amo.

- Você me ama sim.

- Não, não amo não.

- Ama sim - ele riu e me mandou lingua. Revirei os olhos e mandei um belo dedo do meio pra ele. Continuamos andando com o carro.

- Aonde vamos?

- Pro paraíso.

- Sério que vamos pra Hogwarts?

- Porque eu tinha que gostar de uma garota que gosta de Harry Potter? Já não basta o Zayn? - disse ele falando sozinho.

- Harry Potter é vida.

- Viciada.

- Sou mesmo. Eu tenho uma varinha.

- Eu também tenho uma.

- Credo, seu pervertido.

- Ué, mas é verdade - disse ele gargalhando alto. Adoro aquele som. Ele estava indo em alta velocidade, mas então algo fez ele frear muito forte. Ele freiou tão forte que eu bati a cabeça no vidro.

- AI - berrei - Harry, porque você...

- DESCE DO CARRO - berrou alguém do lado de fora. Então eu percebi que tinham três caras parados no meio da estrada, com armas enormes.

- ANDA - berrou outro cara, o maior deles - DESCE DO CARRO.

Harry e eu com os olhos arregalados, abrimos a porta e saimos.

- CADÊ A CHAVE? - berrou o menor dos caras.

- Tá encaixada ali - disse Harry vindo até o meu lado, eu segurei sua mão bem forte - Pode pegar tudo cara. 

- PASSA O CELULAR - berrou o cara que era, ahm, mediano, ele tinha a voz menos assustadora. Harry enfiou a mão no bolso e entregou o celular, eu fiz o mesmo.

- Hmmm, você vem com a gente - o maior cara segurou o meu braço me arrastando pro carro.

- Não cara - Harry segurou o meu outro braço - Pode levar tudo, mas deixa nós dois em paz.

- Ah, então ela é sua namoradinha é? Vai pro meio da pista - falou o cara menor - Os dois. Isso.

Fomos pro meio da pista, eu tremia por dentro. Então dois caras entraram dentro do carro e o maior ficou do lado de fora, ele apontou a arma na minha direção. Meu coração bateu lentamente.

Sabe quando dizem que você está prestes a morrer e sua vida inteira passa pela sua cabeça como se fosse um filme? Então, isso não aconteceu comigo. O cara fez aquele barulhinho com a arma que eu sabia que ele estava prestes a atirar.

Senhor, cuida dos meninos, da minha mãe e da Paola. Era tudo o que eu conseguia dizer a mim mesma. Fechei os olhos, não deveria doer. Então eu ouvi a porta do carro ser fechada, abri os olhos e eles estavam indo embora. Graças a Deus. Suspirei de alívio, olhei pra Harry. Ele ainda encarava o carro.

Então aconteceu tudo muito rápido. Ouvi um tiro e eu estava na chão. Demorei uns três minutos pra entender o que tinha acontecido. Os caras já tinham ido embora, mas antes deixaram um querido presentinho, que ficou preso no meu querido Harry.

- HARRY - berrei indo até ele, ele estava pálido feito giz - Harry?

- Alex - disse ele bem fraco.

- Droga Harry - falei puxando ele pro meu colo - Porque você fez isso? Era pra pegar em mim, não em você.

- É - disse ele sorrindo - Foi por uma boa causa.

- Droga Harry - começei a chorar.

- Não chora...

- Como eu não vou chorar? Você tá aí estirado no chão, não tem nenhuma alma viva por aqui, levaram o celular, droga Harry. 

- Alex...

- O que? - olhei pra ele, nossa, eu não sei o que to sentindo, é uma dor tão forte. Eu não queria ver aquilo.

- Minha...

- Minha?

- Minha...

- Minha o que?

- Minha voz fica tão sexy desse jeito né? - O QUE? Dei um tapa no ombro dele e ele riu, muito fraco.

- Droga Harry - chorei, eu só sabia falar aquilo? Droga Harry, Droga Harry, Droga Harry? DROGA HARRY.

- Ei - disse ele - Cuida do Louis, viu?

- Não...não...não não não não não - balançei a cabeça feito uma criança - Você é forte.

- Tá doendo.

- Por favor aguenta - eu o abraçei, sua camisa tava completamente ensopada de sangue, não me importei de grudar a cara em sua camisa.

- Não dá - disse ele fraco - Se...

- Se o que? - eu conseguia ouvir seus batimentos cardíacos, estavam fracos, muito lentos.

- Cuida - disse ele e então eu não ouvi mais nada. Começei a gritar ainda abraçada com ele.

- NÃO - berrei - NÃO. VOLTA. POR FAVOR - eu estava descontrolada - POR FAVOR, NÃO ME DEIXA. NÃO ME DEIXA POR FAVOR - eu sentia uma dor aguda no peito, era muito forte, eu só queria ir junto com ele, não quero mais viver sem ele - VOLTA, POR FAVOR - eu agora olhava pro seu rosto, ele ainda estava com um sorriso na cara. Aquele sorriso lindo, nunca mais eu o veria, e os olhos? Ah, droga eu nunca mais veria aqueles olhos lindos que me deixavam perdida - HARRY, NÃO ME DEIXA - eu ainda berrava, como eu sou besta, ele não vai mais me ouvir - EU TE AMO - berrei o mais alto que pude, as lágrimas escorrendo por meu rosto - EU TE AMO, NÃO ME DEIXA - então eu dei um beijo de leve em seus lábios gelados. Droga, o que eu faço agora? Será que se eu ficar aqui, passa algum caminhão e me mata? - Não me deixa...

- Alex eu nunca vou te deixar - ouvi a voz dele. Espera? Ele tá vivo? Olhei pra Harry, mas ele ainda continuava imóvel. Espera? De onde veio essa voz? - Alex? Alex?

Então eu abri os olhos e eu estava de volta a Cabana 65. Harry estava sentado na cama me encarando.

- Espera, era um sonho? - perguntei ainda chocada.

- Pesadelo eu acho - disse ele ainda me encarando - Você tá bem?

- Ah Meu Deus - eu o abraçei firme - Você é vivo!

- É eu acho que sim.

- Droga Harry - falei batendo nele, então eu dei um beijo no seu pescoço - Nunca morra tá?

- Ah claro, eu tenho a pedra que ressuscita os mortos e eu sou da família Cullen.

- Hã?

- Harry, Edward.

- Ah - começei a rir.

- Agora para de chorar, você fica muito feia quando chora.

- Ai, nossa, muito obrigado.

- Então, vai me contar o sonho?

- Você morria - falei.

- Ah então aquele escandalo todo era por minha causa?

- Escandalo?

- "Não me deixa, por favor, eu te amo" todos os gritos e esse choro todo - disse ele.

- Ah é, eu falo dormindo né?

- É, mas você tava gritando muito alto.

- Eu não quero te perder - falei olhando diretamente pros olhos ele, ele sorriu envergonhado e então segurou minha mão. Ficamos ali no silêncio, por um bom tempo - Harry?

- Que foi?

- Me beija?

- Hã? - Ah, mas que menino lerdo, eu agarrei ele e dei um beijo bem, ahm, violento? agressivo? rápido? Ah não sei. Eu sei que eu beijei ele com uma vontade do caramba.

Já estavamos deitados na cama então acho que ajudou bastante né? Continuava beijando ele, só de pensar que eu nunca mais poderia sentir aquilo que eu sentia quando beijava ele, ai nem quero pensar nisso, eu só quero curtir o meu momento.

Foi uma das melhores noites da minha vida. Eu tenho uma teoria de que Harry não parava de me beijar nenhum segundo, porque achou que eu iria gritar muito alto. Mas essa era a minha vontade, gritar. Sabe de uma coisa? Eu me rendo.

Me rendo. Me rendo. Me rendo. Mano, tipo, eu poderia nunca ter a oportunidade de falar o que eu sinto, esse sonho deve ter sido um aviso dos Deuses, eu sei lá.

- Harry? - falei entre um dos beijos, eu não conseguia falar direito de tão ofegante que eu estava.

- Hm? - disse ele indo pro meu pescoço, ah droga, beijo no pescoço é covardia. Mordi os lábios pra não fazer nenhum tipo de barulho like a Paola feat. Liam. HAHA, que horrivel.

- Harry?

- Hm? - disse ele mais alto. Agarrei no cabelo dele e o puxei o rosto dele pra cima - Que é? 

- Eu te amo.

- Você o que?

- Você ouviu.

- Acho que não.

- Eu te amo - ele sorriu. 

- Eu tinha ouvido da primeira vez, mas eu queria ouvir de novo - revirei os olhos.

- Você é um idiota - falei com raiva - Mas, é meu idiota.

- Então você me ama?

- Amo - falei, poxa eu me rendo - Muito.

Então ele me deu um beijo, o mais apaixonante de todos os que ele já tinha me dado. Com toda a certeza do mundo.