Após avisarem Olívia sobre a separação, Ana e Gabriel foram diretamente à Patrícia para revelarem o que estavam prestes a cometer.

- Então vocês realmente tem a certeza que essa vai ser a decisão dos dois? – perguntava Patrícia, que, após o balançar positivo da cabeça das outras duas figuras situadas em seu quarto, os abraçou fortemente. – Vocês são o razão do meu viver. Ana, você sempre será como uma filha para mim, e a Lúcia sempre como uma neta, independentemente do destino e do caminho que você seguir. E fico feliz ao saber que vocês vão continuar amigos e unidos, como sempre.

...

Chegou o grande, mais importante e mais difícil momento: contar toda a história para a pequena Lúcia. Ana e Gabriel não sabiam por onde começar aquilo, pois a menina era muito pequena e provavelmente não compreenderia muito bem a situação. Poderia ficar muito triste com a situação dos pais, poderia não dar a mínima importância. Tudo era bem difícil.

A menina, após escutar pacientemente tudo o que os pais lutavam para explicar, em breves palavras. Lúcia os fitou seriamente e em seguida, surpreendentemente, respondeu:

- Mamãe, papai, não interessa o que vai acontecer. Eu só quero ver vocês felizes! – e abraçou os pais fortemente. Ana e Gabriel se entreolharam, surpresos. Tudo havia sido mais fácil do que pensariam que fosse. Um peso a menos nas costas dos dois!

...

Ana, Olívia e Lúcia se despediram emocionados de todos os moradores da grande mansão em que Ana residiu por todos aqueles sete anos, que se tornariam oito depois de alguns meses, e foram para um hotel, até que Ana se estabilizasse e alugasse uma pequena e provisória casa para que as três morassem. As três agora se situavam no grande quarto do hotel, que era aconchegante o suficiente para passarem uma pequena temporada.

- Bom, minhas queridas, é aqui que ficaremos por um tempo indeterminado...

...

Na prisão, remoída de ódio, Thaís sofria constantemente com a tortura que todo presidiário um dia sofre. A limpeza no local completamente mundo, a provocação das detentas veteranas, a cela nojenta que dormia diariamente. Um verdadeiro inferno era o que Thaís passava naquele local.

- Como estou louca para que o meu dia de liberdade chegue. Deus queira, esse dia vai chegar. Deus é bom, ele irá me ajudar! – e, descabelando-se por completo, retirou-se da maldita cela e preparava-se para mais um dos serviços caseiros que era sujeita a fazer ali. – Um dia toda essa desgraça vai acabar. DESGRAÇA!

Um grupo de detentas foi obrigado a encerar o chão de um pátio que estava extremamente sujo, poluído com papéis, plásticos e todos os tipos de lixo que se poderia imaginar. Thaís estava neste grupo e, sem relutar, ao receber uma vassoura, tentava varrer o chão do local. Interrompeu o que estava fazendo ao escutar algumas risadinhas à suas costas.

- O que quié? Tão rindo de quê?

- Ui, a madame ficou estressada! – foi uma das mulheres veteranas que debochou de Thaís. A presidiária era gorda, alta e extremamente forte, do tipo que causava medo em qualquer mulher que sequer olhasse para sua cara, porém, Thaís foi mais forte e permaneceu encarando a mulher. – Tá pensando que eu tô de brincadeira? É melhor fazer todo o servicinho por bem, porque se for por mal, olha o que vai acontecer contigo. – e, ao ver a expressão raivosa de Thaís, esbofeteou a jovem de modo que poderia ter quebrado seus dentes, mas, por um milagre ou coisa parecida, não quebrou, só aumentou mais ainda o ódio da jovem.

- Agora chega. Você passou de todos os limites. – Thaís partiu para cima, chutando e socando a grande mulher, que se defendia com apenas um braço e com o outro tentava golpear a jovem, que desviou, porém, um desses socos a acertou em cheio, na barriga. Após perder a vantagem, Thaís recebeu muitos socos e chutes, de modo que caiu no chão e não conseguiu mais se levantar.

Pouco tempo depois, duas carcereiras chegaram, aflitas.

- O que aconteceu por aqui? – a carcereira que tinha estilo semelhante ao da detenta fortona, porém mais acovardada, interrompeu o silêncio que havia esvoaçado pelo local quando as duas chegaram.

- Essa maluca aí começou a me bater só porque eu olhei pra ela! – gritava Thaís, fazendo um grande esforço para conseguir falar, pois sua coluna doía muito. – Alguma das duas poderia me ajudar, por favor? Não tô conseguindo me levantar!

...

Todos estavam na grande mansão do sítio, enquanto Ryan e Bianca, o mais lindo casal e que estava dando certo, namoravam na grande praça e chegaram ao anoitecer. Camila, Thomas, Clarice e Pedro estavam na sala de estar assistindo um filme em 3d. Cada um com um cesto de pipoca nas mãos. Pedro havia adormecido no colo da avó enquanto via o filme. Ambos se assustaram com a batida da porta após o casal adentrar a grande sala.

- Gente, eu tenho uma notícia que vai cair como bomba pra todos vocês, como também caiu pra mim e pra Bianca. Até agora não caiu a ficha para mim.

- Anda, desembucha, Ryan. Assim você tá deixando a gente curioso! – protestava Thomas, curioso e impaciente para saber o que estava acontecendo.

- Pois bem, a Ana e o Gabriel se separaram! Logo depois que vocês dois voltaram pra vida deles e mostraram que ainda os amam e que não fizeram nada de mal para acabar com esse amor, eles começaram a pensar em vocês um sem saber que o outro também estava na mesma situação. Hoje descobriram isso e tomaram essa grande decisão, portanto, Thomas e Camila, o trunfo é de vocês! É a chance de vocês serem felizes. É agora ou nunca. Vou dar para o Thomas o endereço de onde a Ana está. Isso que dá morar em uma cidade em que as fofocas correm rápido demais.

- Camila, é a nossa chance! Vamos para lá é agora! Ainda dá para fazer isso hoje. Ryan, por favor, me dê o endereço da Ana imediatamente. Você é o melhor irmão do mundo, cara!