Acordei pela manhã com o Ricardo acariciando minhas costas, virei-me devagar e ele sorriu, fiz uma careta e ele ergueu as sobrancelhas. Joguei meu cabelo para o lado e ele riu.

-Você é linda demais quando acorda. Eu já tinha me esquecido disso... –Sorriu maroto.

-Você me acordou. – Reclamei e fechei os olhos.

-Desculpe. – Segurou a gargalhada.

-Não. – Resmunguei.

-Ah, agora irei me sentir culpado pelo resto da minha vida. – Eu não precisei nem abrir os olhos para saber que ele estava fazendo biquinho.

-Tá, para de fazer biquinho e pega uma roupa pra mim lá no apartamento.

-Windy... Eu queria falar sobre isso com você. – Se mexeu desconfortável, abri meus olhos e o encarei.

-O que foi?

-Queria muito que você viesse morar comigo. –Disse sincero.

-Não sei não...

-Por quê?

-Não acho que estamos indo muito rápido?! – Perguntei, mas ao mesmo tempo afirmei, Ricardo balançou a cabeça negando.

-Não, precisamos tentar. Se não jamais saberemos se isso vai dar certo.

-Eu vou pensar, prometo. – Sorri e ele assentiu. – Agora vai lá pegar uma roupa pra mim. – Resmunguei e ele riu.

-Ok, mas seria bom se você devolvesse a minha camisa para isso...

-Não, você tem milhares. Vai lá. – Ele riu e levantou da cama.

-Calma, cadê a chave?

-Na minha bolsa.

Karine.

    Meu coração dava pulos, momentos nos quais eu havia acabado de viver vinham em minha mente a todo o instante. Abri meus olhos, tentando acostumar-me com a claridade que invadia através da janela.

Arthur estava sentado em uma poltrona, desacordado.

Eu havia sofrido um acidente!

Lembro-me perfeitamente, tentei frear, mas o carro não obedeceu ao meu comando. O estranho era que ele havia saído ha pouco tempo da revisão e tudo estava em perfeitas condições de uso.

A luz do caminhão vindo em minha direção ofuscou meus olhos, lembro-me apenas do air bag se expandir e do carro capotar.

Arthur abriu os olhos lentamente e quando eu menos esperei, deu um pulo até mim e escorou-se na beirada da cama.

-Você tá bem? – Ele questionou e eu assenti.

-Alguém fez aquilo, alguém armou o meu acidente.

-Difícil saber isso né Karine, já que você coleciona inimigas.

-Mas qual delas seria capaz de fazer isso? –Questionou.

-Eu acho que foi alguém que tinha a intenção de te dar um susto.

-Um susto? Eu quase morri Arthur!

-Eu sei Karine. – Ele suspirou. – E eu vou até o fim do mundo para descobrir quem fez isso com você!

-Sempre soube que você me amava. – Eu sorri de canto e ele ergueu as sobrancelhas.

-Eu vou fazer isso pelo nosso filho, não por você. A única mulher que eu amei e amo até hoje é a Windy. Apesar de tudo...

-Ela tá lá feliz com o Ricardo, deixa a garota em paz. – Bufei.

-Já deixei, mas ela ainda surge todas as noites em minha mente, antes de eu dormir.

-Essa garota faz feitiços pros homens se apaixonarem por ela, só pode!

-Ela é o feitiço. – Arthur afirmou todo bobo e eu revirei os olhos.

Priane.

-Tem certeza que está tudo bem contigo, amor? –Cadu me perguntou enquanto segurava meu cabelo para eu vomitar.

-Não, eu não estou bem. – Murmurei e me joguei no chão.

-Legal, nossa lua de mel aqui em Fernando de Noronha vai ser em um quarto de hotel ou no hospital... – Cadu riu.

-Cadu, para. – Murmurei com os olhos fechados.

-Tá, vamos a um hospital, por favor.

-Eu não quero, eu vou ficar bem. Acho que comi algo que não me fez bem.

-Eu tenho certeza disso. – Ele sorriu de canto. – Vem, vou te levar pra cama. Se tu não melhorar te levo ao hospital. – Disse enquanto me pegava no colo.

O enjoo não passava então Cadu me obrigou a ir ao médico, fiz vários exames e voltei para o hotel.

-O que será que você tem? – Ele questionou.

-Saberemos quando sair o resultado dos exames. – Afirmei.

Shayane.

-Sinto falta da Windy na minha turma. – Afirmo e Rafael sorri.

-Por que você não vai para a noite?

-Boa ideia. Até que você presta para alguma coisa senhor Rafael.

-Opa. – Ele mostrou a língua e eu sorri.

-Será que ela e o Ricardo nunca mais voltarão? –Perguntei.

-Não sei, a Windy tem um gênio forte demais... Ela vai ter que gostar realmente de alguém para mudar e me parece que ela gosta dele... Pelo menos essa é a impressão que ela esbanja por ai.

-O que ela queria com você aquela hora lá na rua?

-Ela queria me pedir desculpas... Por tudo. Não sei o que esse tudo é, mas eu é que devo desculpas a ela.

-Hum... – Disse sabendo exatamente do que se tratava.

-O que você acha de fazermos uma “surpresa” para a Windy e o Ricardo voltarem? – Rafael propôs.

-O que você sugere? – Digo sorrindo maliciosamente.