-Oi Windy. -Thiago diz enquanto caminhava ao meu lado.

-Oi. -Sorriu.

-Preciso de uma opinião feminina. –Nós nos sentamos em um banco aguardando a hora de entrar na sala.

-Diga.

-Gosto de uma garota, mas ela é louca.

-Em que sentido? -Perguntei.

-Em todos. Ela é viciada em Luan Santana e isso inclui ser até presa para ver ele.

-Ah, faz decidir entre ele e você. Se ela gosta de você, realmente, irá sentir sua falta.

-E se não sentir?

-Ela não te merece. -Disse e ele suspirou.

-Topa tomar um sorvete comigo depois da aula? -Perguntou.

-Claro.

-Te vejo mais tarde então.

-Ok.

(...)

-Eu sei que você sentiu a minha falta Cinderela. -Ricardo disse do outro lado da linha.

-Odeio quando você me chama de Cinderela. -Murmuro.

-Por que cinderela?

-Parece aqueles cafetões. -Ricardo solta uma risada gostosa.

-Obrigado... Eu acho.

-Isso não foi um elogio, não mesmo. -Digo firme.

-Foi sim. O seu jeito de me elogiar é me caluniando.

-Tanto faz. -Reviro os olhos, exausta desse assunto. -Como foi o primeiro dia de trabalho? -O questiono e sinto que um sorriso se espalha pelo seu rosto.

-Foi ótimo. -Diz radiante. -Topa sair comigo? -Pergunta.

-Não vai dar, estou tomando um sorvete com o Thi.

-Thi? Agora é intimo assim?

-Ricardo... -O repreendo que suspira.

-Tá. Tudo bem. Tchau.

-Tchau.

   Desligo e encaro Thiago.

-Ele é ciumento?

-Muito. -Reviro os olhos.

-Ele gosta de você, não desperdice. –Thiago disse com certeza.

-Vou tentar me lembrar disso antes de matá-lo. -Dou uma gargalhada e Thiago acompanha.

  Thiago me apresentou para a tal Cristielen, apesar de ela ser louca era bem simpática.

(...)

Senti a água morna caindo sobre meus cabelos e minha pele, depois de uns trinta minutos no banho desligo o chuveiro e saio me enrolando na toalha branca e macia. Seco-me totalmente e passo o creme corporal ainda no banheiro. Enrolo-me na toalha e vou até meu quarto, assim dando de cara com o Rafael em pé próximo a minha cama.

-O que você está fazendo aqui? Eu tranquei a porta!

-Eu dei o meu jeitinho. -Riu.

-Sai daqui Rafael. -Aponto em direção à porta.

-Tudo bem, vamos nos ver todos os dias partir de agora. Da próxima vez eu lembro-me de te espiar no banho. - Gargalha e caminha em direção à porta.

-O que você quer dizer com: "Vamos nos ver todos os dias?”.

-Minha mãe me expulsou de casa por eu ter escondido o caso do meu pai com a minha tia, ou seja, a irmã da minha mãe. Sua mãe me deixou ficar aqui. -Sorriu largo.

-Palhaçada isso. Agora saí daqui.

-Claro. Linda. -Diz num tom malicioso e dá um beijo no canto de meus lábios. Bufo de raiva. Ele sorri satisfeito com a minha ira, se encaminha até a porta e saí do meu quarto, deixando-me sozinha. Entro no closet e boto uma camisola, pego o meu celular e ligo para o Ricardo.

-Nem sabe o que aconteceu. -Digo o interrompendo de dizer qualquer coisa antes de mim.

-O que? -Indagou calmo.

-A mãe do Rafael o expulsou de casa e agora ele tá morando aqui! –Faloei indignada.

-O que? -Ricardo repete, mas agora exaltado.

-Isso mesmo, eu fui tomar banho e tranquei a porta do quarto. Sei lá como ele conseguiu entrar e estava em pé olhando ao redor.

-Windy!

-O que?

-Pega tudo o que você precisa, estou indo te buscar agora e você não volta para essa casa até o Rafael sair dai. -Disse ríspido e mandão.

-Agora não. Rafael não é significado de perigo. Aprende isso. -Reviro os olhos e jogo-me sobre e cama.

-Para mim... Sim. –Disse ele e desligou, tendo assim a palavra final.

(...)

Estava lendo um livro "Cinquenta tons de liberdade" no qual eu achava pateticamente patético, mas como havia iniciado a leitura da triologia, achei melhor terminar.

  Ricardo batia os dedos freneticamente sobre o celular que se encontrava sobre seu corpo. Estávamos deitados na cama.

-Dá para parar com isso Ricardo? -Digo e lanço um olhar mortal para ele.

-Algum problema? –Silabou.

-Está me desconcentrando. -Digo e reviro os olhos, como se não fosse óbvio. Ricardo para e suspira.

-Amanhã quando você acordar eu não estarei aqui então...

-Eu sei você tem que trabalhar e tal. -Soou como se eu preferisse acordar ao seu lado.

-É. Meus pais virão jantar aqui amanhã. -Ergo o olhar em sua direção. -Sim, eu vou te apresentar para eles. -Solta uma risada maléfica.

-Não... Eu não...

-Sim, você vai sim. -Ricardo interrompe minha fala.

-Ricardo... -Boto a mão na testa.

-Deixa de ser rabugenta. -Ricardo ri se aproxima de mim e faz cócegas. Quase caio da cama rindo, e sem querer dou-lhe um chute no estômago.

-Au! -Ricardo geme e põe a mão no lugar atingido.

-Ai! Desculpa. Machuquei-te? -Pergunto enquanto Ricardo estava sentado na beira da cama ao meu lado, coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.    

   Tirei sua mão de leve de seu abdômen e levantei sua camisa para ver se tinha algum ferimento visível, o local estava um pouco vermelho. Aperto meus lábios e Ricardo levanta meu queixo fazendo com que eu o fite.

-Desculpa. -Murmuro preocupada.

-Não foi nada. -Sorriu de canto e puxou-me para um beijo. Aos poucos o beijo se tornou mais intenso e malicioso. Ricardo deitou-me delicadamente na cama e foi subindo a minha camisola levemente enquanto eu desabotoava sua camisa.

-Você me deixa maluco, não apenas na cama. -Murmura entre meus lábios.

-Que bom que dá certo. -Sorriu de canto. Ricardo passa a beijar meu pescoço e eu arfo.

(...)

  Estava deitada na cama, de conchinha com o Ricardo que já havia dormido. 

    Suspirei e apertei mais o edredom sobre meu corpo quase nu.

     Esta noite havia sido diferente, Ricardo havia sido carinhoso comigo. Eu poderia negar qualquer coisa, menos que isso me deixara completamente assustada.

  Mil coisas me vieram à minha mente, todos os momentos juntos e meu maior medo fora que tudo isso acabasse e Ricardo saísse ferido. Eu me culparia para sempre, perderia sua amizade... Já perdi tantas coisas nessa vida e acho que perder Ricardo seria uma dor insuportável, pelo menos no momento me parecerá algo terrível.

 Fechei meus olhos e logo fiquei inconsciente.

~*~