-Windy, vamos logo! Se não chegaremos atrasadas. -Priane bufou.

-Calma. -Bufei, coloquei meu casaco e entrei no carro. Priane ligou o rádio e eu comecei a trocar de estação. Até que começou a tocar a gente nem ficou, Jorge & Mateus. Estremeci e Priane percebeu.

-Que foi? -Ela perguntou aflita.

-Essa música, tocou no dia do meu encontro com o Arthur. -Engoli seco. -Na hora do beijo, para ser mais exata. -Priane trocou de estação.

-Que fofo! Vocês dois tem uma música. Ele viu o Rafael te dando um selinho e ficou todo bolado. Mas por favor, sem tristeza hoje.

-Ah. E o Cadu? -Falei, tentando mudar de assunto, encarei a rua.

-Hm, brigamos.

-Por quê? -Voltei a encara-la.

-Carlos, Roberta. O casal do diabo.

-Cruzes. -Ri.

-Acho que ela é bruxa ou algo do tipo. Por que depois do dia que ela foi lá em casa eu e o Cadu começamos a brigar direto.

-E o que você pretende fazer?

-Hoje vou tentar conversar com ele, se não conseguir vou terminar. Não tem o porquê de eu estar num relacionamento no qual a outra pessoa não quer estar ao meu lado.

-Bem vinda ao meu mundo. -Bufei. Chegamos ao salão e era enorme, tinha várias pessoas sendo atendidas.

-Vem cá. -Priane me puxou. - Está vendo aquela garota com uns pepinos nos olhos?

-O que tem?

-É a tal Ariele, que o Arthur pego.

-O que? -Dei um pulo praticamente.

-Não gosto dela, tive uma ideia. Vem. -Ela me puxou pelo braço até a garota.

-Aff, até que um dia né querida. Dá para aparar as pontas do meu cabelo e depois fazer uma escova? -Ela murmurou se achando a dona do pedaço.

-Desculpa a demora. -Priane respondeu se passando pela cabelereira.

-Anda logo, tenho um encontro hoje. -Senti uma fúria nesse momento, Priane começou a por diversas tintas no cabelo da garota que continuara com os pepinos nos olhos. Olhei ao redor e todos os cabelereiros estavam ocupados e nem perceberam duas intrusas no local. Priane pegou um cortador de cabelo e raspou o cabelo de Ariele.

-Ei, que barulho é esse? – Ela perguntou.

-É para massagear o cabelo e ele ficar mais brilhoso. É novo. – Murmura Priane.

Peguei a bolsa da Priane e tinha uma caneta que só aparecia no escuro.

-Agora minha assistente vai fazer um novo tratamento estético porconta da casa! -Priane disse.

-Ok, mas rápido. - Diz ela num tom superior.

     Fiz desenhos obscenos no seu rosto e escrevi na sua testa: Vadia assumida

-Já voltamos querida.

-Vê se não demora.

   Fomos procurar os cabelereiros que iriam nos atender e logo achamos. Cortei o meu cabelo, e vimos à garota sair puta de raiva, sem suas madeixas . Priane e eu não tocamos no assunto, ao chegar ao carro ela foi logo falando.

-Foi merecido, não prestamos.

-Garota nojenta, vem cá. Por que você tem uma caneta que só aparece no escuro? -Ri.

-Eu tinha curiosidade, ai comprou e nunca usei. Mas hoje foi bem util.

-Se foi... -Rimos.

Arthur.

-Papai, cadê a sua namorada? Eu quero brincar com ela. -Bernardo disse me encarando.

-Filho, ela não é minha namorada. E porque quer brincar com ela? Você nunca brincou com ela...

-Mas eu quero agora.

-Brinca comigo vai. -Disse fazendo cocegas nele que ria, Bernardo acertou um chute no seu braço sem querer.

-Ei! -Falei colocando a mão onde ele havia chutado.

-Desculpa papai. -Falou assustado.

-Ok. -Levantei da cama.

-Eu te amo papai, brinca comigo. -Falou, fazendo um beiço.

-Eu te amo, também. Ah Bernardo, estamos brincando há horas. Cansei. -Disse me jogando sobre a cama.

-Vamos olhar um filme? -Disse sorrindo.

-Vamos. Qual? -Perguntei.

-Shrek.

-Ok. -Levantei e coloquei o DVD, logo me deitei novamente ao seu lado.

      Meu celular começou a tocar, bufei e peguei o mesmo.

-Alô? -Disse meio sem ânimo.

-Arthur! Vem pra cá agora! -Era a Ariele, gritando.

-Fica quieta garota. Não sou surdo e não, não vou para ai. Estou com o meu filho.

-É urgente. -Ela começou a chorar desesperadamente.

-Tá, tá! Melhor que seja mesmo. - Desliguei.

   Levantei da cama e coloquei uma camisa e uma calça jeans clara, e meu relógio. Peguei meu celular e as chaves do carro.

-Mãe, cuida do Bernardo para mim? Vou resolver uns problemas.

-Claro. -Ela suspirou e eu assenti.

    Peguei o carro e fui até a casa da Ariele, estacionei na frente e desci. Ela logo surgiu na porta com o rosto inchado, e uma toalha na cabeça escondendo os cabelos.

-Não me vai dizer que está grávida. -Disse a fitando.

-Claro que não, pelo contrário. Olha isso... -Ela voltou a chorar e tirou a toalha dos cabelos lentamente.

-Sem cabelo. -Falei chocado.

-Fui cortar o meu cabelo hoje e ficou assim! -Ela começou a chorar.

-Calma. -Falei.

-Calma?  Estou parecendo uma palhaça. -Talvez você seja uma, pensei e suspirei. Ariele se encostou ao meu peito e acariciei seus cabelos. Ela acabou adormecendo, peguei-a no colo e a coloquei na cama. Estava escuro, percebi que tinha um desenho obsceno perto dos seus lábios e na testa.

-PUTA QUE PARIU. -Gritei sem perceber, Ariele deu um pulo da cama.

-Que foi? Você tá pálido!

-Nada. -Falei e ela ficou vermelha de raiva.

-Fala!

-Se olha no espelho. -Cocei a cabeça. Ela foi em direção ao banheiro e só ouvi um grito.

-É um complô contra mim! -Disse tocando um porta-retrato na parede que quase pegou em mim.

-Chega, estou cansado desses teus pitis. Ficamos um dia porque você caiu matando em cima de mim. Eu não gosto de você, então para de agir como se aquela noite tivesse algum valor porque ambos sabemos que não tem e nunca teve!

-Você gosta de outra! -Ela disse bufando.

-Gosto mesmo e dai?

-Quem é ela? -Disse com raiva transbordando e deixando evidente em seu olhar.

-Não te interessa. -Dei os ombros. Sai porta a fora.

-Só para você saber, eu odeio aquela coisa que você chama de filho! -Ela gritou, voltei e a pressionei contra a parede com a minha mão ao redor da sua garganta.

-LAVA ESSA SUA BOCA PARA FALAR DO MEU FILHO! VOCÊ NÃO PASSA DE UMA VADIA QUE SAI COM TODOS POR INTERESSE, SÓ PENSA EM DINHEIRO. EU FUI UM IDIOTA POR TRANSAR COM VOCÊ, VOCÊ NÃO PRESTA GAROTA. NÃO TEM CARATER. -Disse e saí, eu sou calmo, mas quando falam mal do meu filho é simplesmente inaceitável.

Windy.

-Ei, Dan. -Falei me aproximando da piscina.

-Ei, Windy. -Disse imitando a minha voz.

-Cachorro. -Ri.

-Cadela. -Mostro a língua. Dan se apoiou na beira da piscina, deu um pulo e saiu da mesma. Dan saiu correndo atrás de mim, que fugi dele correndo em direção à porta. Acabei batendo com tudo no Arthur, que me segurou para não cair.

-Opa. -Disse ele me segurando pelo braço.

-Desculpa. -Ri, sai dos seus braços e Dan veio em minha direção.

-Espera ai Arthur, vou resolver um conflito. -Disse rindo, Arthur ergueu as sobrancelhas sem entender.

-Não. -Murmurei balançando a cabeça.

-Sim. -Dan me pegou no colo e tirou o celular que estará em meu bolso.

-Pega. -Disse estendendo o mesmo para Arthur que franziu o cenho, mas o pegou. Dan foi em direção à piscina e pulou comigo.

-Filha da puta! -Gritei, tocando água nele que ria. -Minha blusa é branca, cachorro.

-Ah, pega a minha camisa ali depois. -Disse ainda rindo. -Qual foi o teu estresse do dia, meu caro? -Perguntou para Arthur.

-A Ariele maluca, é que rasparam o cabelo dela todo e escreveram coisas no rosto dela como vadia e etc. - Segurei-me para não rir, Dan deu uma gargalhada.

-Quando souber quem foi me avisa, vou dar os parabéns pessoalmente. Aquela garota é muito metida cara.

     Dei um pulo para sair da piscina e peguei uma toalha, Arthur ficou olhando diretamente para a minha blusa que agora estará transparente.

-Ba Arthur, para de babar. -Dan riu e Arthur ficou sem jeito.

Rafael surgiu, atravessando a porta. Quando o seu olhar e do Arthur se encontraram surgiu um misto de raiva e nojo.

Rafael veio ao meu encontro e me deu um beijo na bochecha.

-E ai Dan. -Rafael murmurou.

(...)