– Capítulo Quarenta e Três –

Nova Família

Gina seguia decidida pelo corredor da mansão Malfoy em direção a sala de estar, onde mais que provável o Sr. Malfoy estaria. Falar com ele não seria uma tarefa nada fácil, o gênio dele era insuportável, mas, o de Gina não ficava muito atrás, então o que aconteceria no máximo, era um azarar o outro, mas, como o Sr. Malfoy não pode fazer esse tipo de feitiço, Gina sairia ganhando.

Ela parou em frente a entrada da sala e respirou fundo, xingou mentalmente a Draco, por ele deixar que ela fizesse isso sozinha, pois alegou. “Sua idéia, então você fala com ele”.

Agora ela tomou coragem e entrou na sala, o Sr. Malfoy que estava sentado em uma poltrona com um copo com firewhisk na mão, levantou os olhos quando ela entrou.

- Veio debochar da minha péssima situação Weasley? – perguntou ele irônico.

- Péssima situação? – perguntou Gina sarcástica – Eu estou vendo um homem elegante, sentado em uma confortável poltrona de sua mansão que deve valer milhões de galeões, se deliciando com um firewhisk caro e usando elegantes vestes italianas.

Ele a avaliou por um momento e disse:

- O que quer Weasley?

- Vim conversar com o senhor. – disse Gina se sentando em uma poltrona de frente a ele.

- E o que nós dois teríamos para conversar? – perguntou ele entediado.

- O senhor sabe que Draco e eu iremos nos casar e eu espero ser em breve. – começou Gina não dando importância a careta que Lúcio fez – Nós provavelmente iriamos morar em uma casa num bairro bruxo e pacato, com um jardim bonito e...

- Você veio me contar o que eu já sei? – perguntou girando os olhos.

- Eu conversei com o Draco. – disse Gina séria – E eu disse a ele que não fazia mais questão disso.

- Sério? – disse ele desinteressado soltando um grande bocejo.

- Eu disse a ele que viveremos aqui. – disse Gina definitiva.

Lúcio agora olhou descrente para Gina, e este não conseguiu falar nada, e ela continuou.

- Narcisa, o senhor, Draco e eu, viveremos aqui como uma família. – disse ela firme. – Seus vinte anos passarão mais rápido assim.

- Do que está falando? – perguntou levantando uma sombracelha.

- Não seria justo o senhor e a Narcisa ficarem sozinhos nessa mansão imensa. – explicou Gina – Ainda mais nas suas condições, faremos companhia, ficaremos juntos como deve ser uma família de verdade. Quando Draco for levar a mãe dele para jantar as terças, nós dois podemos fazer algo também, para passar o tempo.

- Espera mesmo que eu queria fazer algo com você?

- Espero. – disse Gina irritadiça – Porque o senhor vai passar vinte anos preso aqui e com certeza vai ficar entediado e implorar por companhia, mesmo que seja a minha. Além disso Narcisa não tem culpa e ela merece se divertir e ver pessoas.

Lúcio encarou Gina de um forma diferente, era como se ela não fosse desse mundo, Gina se sentindo desconfortável se levantou.

- Eu só vim dizer isso, então queira o senhor ou não, Draco e eu viveremos aqui. – disse se virando em direção a saida.

- Weasley! – disse Lúcio em voz alta.

Gina se virou e viu que Lúcio estava de pé, ele colocou a bebida em uma mesinha e caminhou até ela com passos decididos.

- Você é a garota mais prepotente, arrogante e irritante que eu já conheci. – disse ele quando estava de frente a ela, Gina se sentiu cabisbaixa por um segundo – Aquela cena no tribunal, você discutindo com um dos juri, quase colocando tudo a perder, só aquilo poderia ter me levado a Azkaban, até mesmo você poderia ter sido presa, e seria mais um vergonha para o Draco. Olhe para mim garota – disse ele autoritário, porque Gina abaixara a cabeça, aborrecida – Nunca abaixe a cabeça para ninguém. – ela assentiu positivamente, mas, queria sair dali correndo e chorando – Mas talvez Draco não tenha errado em ter te escolhido, você agiu como qualquer Malfoy agiria.

Gina o olhou incrédula.

- A parte norte da mansão, é de vocês. – disse ele com um sorriso torto – Pode decorar como bem entender, e também tem uma bela vista do jardim.

Gina deu um sorriso tímido.

- Obrigada Sr. Malfoy. – disse Gina quase sem reação.

- Mais uma coisa. – disse Lúcio tirando alguma coisa das vestes, Gina acreditou piamente que ele tentaria alguma feitiço contra ela, mas, ele tirou uma pequena caixinha de lá – Isso te pertence – disse tirando de dentro da caixinha o mesmo anel que continha a letra “M” gravado e que pertenceu a Astória – Agora você faz parte da família.

Gina meio trêmula de surpresa pegou o anel e o colocou, ele magicamente se ajustou perfeitamente ao seu dedo, ela encarou Lúcio em seguida com gratidão, agora ela sabia que as coisas ficariam mais fáceis.

- Eu confio em você... Gina. – disse Lúcio dando as costas a ela e voltando a se sentar em sua poltrona.

Gina apenas assentiu e saiu da sala em seguida.

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Draco aguardava ansioso em seu quarto pelo retorno de Gina, essa idéia de morar na mansão era meio maluca, mas, ela insistiu tanto com a idéia que ele não pôde recusar, realmente Gina queria arrumar as coisas por lá.

Ele deixou que ela fosse falar com seu pai a sós, porque uma hora ou outra, Gina teria que conversar com Lúcio sozinha, e já que a idéia foi dela e ela insitiu tanto, porque não ser agora?

Gina foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida, depois da guerra Draco se sentia, mal por tudo o que havia acontecido, e de certa forma se sentia culpado, mas, Gina surgiu com um raio de sol em sua vida e com a sua amizade e carinho, foi o conquistando de uma forma que ele achou que ninguém conseguiria. E agora Draco estava ali deitado em sua cama, esperando apreensivo que seu pai e sua noiva não se atracassem no meio da sala.

Ele virou a cabeça em direção a porta quando esta abriu de repente, Gina entrou e logo fechou a porta atrás de si, Draco se sentou na cama e esperou que Gina se aproximasse.

- E então? – Draco perguntou quando Gina se sentou de frente a ele na cama.

- Eu no começo achei que ele fosse me bater. – explicou Gina ansiosa – Mas depois, ele meio que suavizou.

- Não te xingou nem nada? – perguntou Draco atônito.

- Bom. – disse Gina dando de ombros – Ele me chamou de irritante, prepotente e arrogante.

- Nossa. – disse Draco coçando a cabeça – Ele te elogiou, não é sempre que isso acontece, você deve ter dobrado ele.

Gina levantou uma sombracelha, mas, não perguntou se Draco estava falando sério ou não.

- Draco. – disse Gina meio hesitante – Porque não volta a chamá-lo de pai?

- Ele nunca foi um pai de verdade Gina. – disse Draco mais sério – Lúcio só pensa nele mesmo, e em seu bem estar, é ridículo tentar imaginar uma versão paterna pra ele.

- Mas Draco. – insistiu Gina – Talvez essa seja a versão paterna dele.

- Por favor, até parece. – disse Draco com um sorriso de desgosto – Ele sempre exigiu muito de mim, nunca suportou me ver falhar e depois me chamava de fraco, e sinceramente eu aprendi a odiar essa palavra, ele nunca me permitiu abaixar a cabeça para ninguém e hoje todos me chamam de orgulhoso e até dizem que eu me acho superior, mas, não me acho. Eu sou assim por causa dele Gina.

- Draco, essa é a maneira do seu pai demonstrar que te ama. – disse Gina amável – Ele pode ser o que for, mas, eu sei que ele te ama muito e foi por essa pessoa que ele criou ao seu modo, por quem me apaixonei.

- Gina...

- Por favor, só pensa no assunto. – pediu Gina – Se vamos morar aqui, temos que nos dar bem.

- Tudo bem. – respondeu Draco respirando fundo – Eu penso.

- Obrigada. – disse Gina o abraçando.

- Por nada anjo. – disse Draco retribuindo o abraço – Você já fez as malas? Amanhã voltamos para a escola. – ele disse perto do ouvido dela.

- Já fiz sim. – respondeu Gina um pouco arrepiada – Draco... eu queria te pedir... um coisa.

- O que você quiser. – disse ele se afastando para olhá-la.

- Eu queria. – Gina corou tão furiosamente que achou que fosse explodir – Dormir com você hoje.

Draco parou olhando para Gina meio que supreso com o que ela disse.

- Gina você sabe que eu, estou me controlando o máximo possível para não ultrapassar limites com você. – explicou Draco – Se você dormir aqui hoje, eu não posso prometer que não tentarei nada.

Gina deu um sorriso tímido e disse.

- Draco eu estou preparada.