Sonhei com uma pássaro voando, de alguma maneira eu o seguia de perto, ele cortava as nuvens com raiva, pelo menos parecia isso. De repente ele parou e virou na minha direção, a minha visão estava embasada. O pássaro veio voando com pressa em minha direção, e comecei a cair, senti a leveza do ar frio, mas que logo começou a me corta e então fechei os olhos.

Parei. Eu estava de pé e agora conseguia enxergar tudo com clareza, olhei para baixo, e só consegui ver uma imensidão azul, eu estava parado em cima da água, talvez um oceano. O pássaro não tinha me esquecido, estava a poucos metros de mim, agora eu conseguia ver o que era, era uma coruja um pouco escura, e estava tão perto que eu conseguia ver o bico afiado, brilhante e apontando pra mim.

Antes que eu conseguisse tomar alguma atitude a ave tinha chegado até mim, e estava parada me encarando, parecia estar me julgando.

–A culpa será sua filho de Poseidon.

De quem era aquela voz? Eu não conseguia identificar, mas sei que a conhecia.

–Ela terá dois caminhos, um deles vai a levar direto para casa, e esse vai a manter viva, o outro caminho vai a levar direto para ...

–Acorde Percy.

–... E esse irá a matar. Você será culpado!

Não sei como ela chegou ali, mas logo também estava na minha frente, uma linda pomba branca, ela e a coruja se encararam por alguns minutos, os olhos cinzas da coruja pareciam querer engolir a linda pomba, fiquei com medo que ela a atacasse, mas não fizeram nada além de se encarar, e logo a coruja partiu batendo com força as asas, e então a pomba olhou pra mim, e também partiu.

–Acorda Percy.

Não consegui escutar uma parte do que a coruja tinha falado , se é que era ela que falava, poderia ser uma mensageira, seja lá o que for, ela não estava feliz comigo. " -o outro caminho vai a levar direto para ... E esse irá a matar. Você será culpado!" O que ela disse no lugar desse "..."? Do que eu seria culpado?!

–Acorda Percy.

Antes que eu conseguisse falar alguma coisa, a coruja partiu junto com a pomba, e eu já não entendi mais nada, foi ai que a escuridão dominou meus olhos.

Senti alguém me balançando, e fui abrindo os olhos aos poucos.

–ACORDA PERCY, BÉÉÉÉ´RRR!

Meu susto foi tão grande que acabei caindo no chão.

–GROVER?!

–até que enfim cara, já está na hora de irmos. Tome banho e cuidado pra não ficar gripado, acho que acabei pegando alguma coisa, não estou conseguindo cheirar direito, enfim, estou esperando com Annie, e seu pai lá no Hall de entrada.

–Meu pai ?

–É, ele tinha alguma coisa pra tratar com Annabeth.

–Que coisa?

–Não sei cara, ele me pediu pra te chamar, claramente não queria que eu escutasse a conversa né?! E se Poseidon pedi pra eu sair, eu saiu.

–Estranho...

–A Percy, esqueci isso, deve ser pra falar da nossa missão, mas tome logo um banho e desça.

–Tudo bem, serei rápido.

–Percy, só mais uma coisa.

–O quê?

–Você realmente baba enquanto dorme.

Grover conseguiu se desviar do travesseiro que joguei nele, e saiu do meu quarto.
Em poucos minutos eu já estava pronto, peguei minhas coisas e desci.

Quando cheguei lá, encontrei Annie, Grover ( já com suas muletas, e calça jeans), e meu pai, sentados em um sofá rosa em formato de flor.

– Bom dia filho, dormiu bem? Sei que esse hotel só tem filhas reclamadas por Afrodite, e sempre belas, e bem caprichosas.

–Bom dia pai, um noite de sono incrível, lugar realmente impecável.

–Infelizmente preciso ir, só fiquei para dizer um "bom dia", com os novos ataques ao meu reino, não posso me dar ao luxo de ficar muito tempo fora dele.

–Tudo bem pai, eu entendo.

Ele levantou, e nos deu um tchau com a mão, e antes que ele explodissem em uma luz tão grande que poderia me cegar, eu fechei os olhos, quando olhei outra vez, ele já não estava lá.

–Annie, o que meu pai conversou com você?

–No caminho eu conto, não podemos ficar aqui, já devíamos ter partido, meu sexto sentido está apitando.

Eu e Grover nos entreolhamos.

–Sexto Sentido? Desde quando você acredita nisso, filha da Sabedoria e da Lógica?

–Sou inteligente o suficiente para acreditar nos meus instintos, Ô filho do Sr. das águas e com a cabeça cheia de algas.

Ambos rimos, e Grover percebeu que tínhamos feito as pazes e riu também.

Já estávamos quase saindo do Hotel, quando uma voz nos chamou.

–Sr. Jackson, Sr. Grover, e Srt. Chase, já estão indo?

Eu não conhecia aquela menina, se assim eu poderia chamar, ela era estanha, o corpo não parecia proporcionam pra ela, tinha o rosto sem um contorno bem definido, mas posso dizer que era oval, olhos negros, pequenas olheiras, cabelos pretos presos em um coque, e uma manchinhas pretas pelos braços, aquela menina pareceu ter um semana BEM RUIM.

–Sou Mon.

–Oi ... Mon, sim, estamos de saída, obrigada pelo hospedagem- disse Annie.
Grover e eu apenas balançamos a cabeça.

–Ah, mas Nicole queria dizer um tchau, seria pedir muito que você me seguissem até, ela? Ela, está ocupada, mas queria MUITO dizer adeus, depois de um gentil atendimento acho que ela merece isso, não é?
Ninguém ali queria ser um sem educação, mesmo que estivéssemos um missão pra seguir.

–Está bem.

Seguimos Mon, e quanto mais a seguíamos, menos queria continuar, ela não era agradável como as filhas de Afrodite, tinha alguma coisa que eu não gostava ali, Annie pareceu ler meus pensamentos, e estava deduzindo alguma coisa, Grover começou a coçar o nariz, tentando sentir algum cheiro.

Continuamos andando, até que as paredes do Hotel começaram a ficar mais altas, como se nos engolissem, e então Annie parou.

–Chega, não vamos mais prosseguir, precisamos ir.

–Mas vocês precisam! Nicole, vai ficar magoada.

–Não!

Annie olhou rápido para Mon, direto para as mãos dela, e a menina as escondeu.

–Por favor.

–Eu disse não, vamos meninos.

–NÃO! VOCÊS PRECISAM, er, vir comigo é importante.

– Tudo bem, mas rápido. - Disse Annie.

Não era preciso ser um gênio para saber que tinha algo estranho, mas mesmo assim, eu e Grover seguimos Annie e Mon.

De repente, Annie, faz uma coisa que ninguém esperava, ele pegou Mon e a jogou contra uma das paredes.

–ANNIE! - Falamos eu e Grover juntos.

–Ela não é funcionária daqui, olhem pra ela! Lembra-se do que Sr. Poseidon disse? : "- ... esse hotel só tem filhas reclamadas por Afrodite, e sempre belas...", Percy e Grover, ela não pode ser uma filha de Afrodite!

– Esperem, esse cheiro, ela cheira a Submundo! - Disse Grover.

Mon ... MONSTRO!

–O NOME DELA É MON, MON DE MONSTRO.

Ouvimos uma risada e olhamos para Mon no chão, ela estava soltando o cabelo que agora corria como uma capa negra pelas suas costas.

–Parabéns ... Semideuses!

E então ela virou uma Dracaenais, e então estávamos ferrados ( com o perdão dapalavra, aê).

–Percy, rápido use uma espada! Grover, toque alguma coisa!

Grover começou a tocar, e algumas raízes começaram a surgir prendendo os "pés" de Mon, mas ela logo quebrou as raízes, e antes que Grover fizesse crescer outras mais grossas, a criatura pulou para a frente de Annabeth.

Annie esta em posição de ataque, logo que a criatura para em sua frente, ela vai para o ataque, usando sua faca, tudo é muito rápido, quando percebo já estou no meio da confusão, Annie se esquiva e eu vou pra cima do monstro, acertando Contracorrente bem em sua barriga, e vendo Mon virar pó.

–Estão todos bem ?

–Sim.

Annie se levantou e foi em direção, a uma porta e a abriu.

Nicole caiu como um saco de batatas no chão, sorte ainda estar viva, porém um pouco machucada e amarrada.

–Nicole, tudo bem ?

–Tudo, aquela coisa nojenta me prendeu aqui, acredite, não posso reclamar tanto, não entendi o porque ela não me matou?

–Deve ter recebido ordens pra isso. Mas você está bem ?

–Só alguns machucados, e um penteado arruinado, mas de resto tudo bem.

–Ok, precisamos ir, o motivo dessa coisa ter aparecido aqui foi a gente, então é melhor irmos, além do fato que já estamos nos atrasando na nossa missão, obrigada por tudo.

–Não por isso.

Deixamos Nicole solta, e aos cuidados de suas irmãs que chegavam e se espantavam com a situação, e saímos do Hotel.

–Pra onde agora Annie?

–Me diga você Percy, pra que lado fica a água?

–água?

–Sim, uma boa quantidade dela.

Eu não entendi, mas fiz que Annie falou, e então corri até onde conseguia sentir a correnteza e as ondas, depois de algumas quadras, com pessoas nos encarando de maneira estranha, será pelo fato de estarmos todos bagunçados, um menino de moletas?! Claro que não, e então chegamos ao nosso destino.

–Mas Annie, o que é isso?

–E a ajuda de seu pai.

Não conseguia acreditar, o navio era enorme, branco e azul, e tinha uma escada para subirmos.

–Explico melhor quando entrarmos, aqui não é seguro.

Seguimos Annie para dentro do Navio, que tinha o nome de Tormenta, pelo menos era assim que estava escrito no navio.

E então seguimos, apenas nós em um navio enorme chamado Tormenta, espero que de Tormenta a nossa viagem só tenha o nome do navio.