O telefone de Jennifer Mars já havia tocado, pelo menos, umas três vezes naquela madrugada. E o casal ignorará as três. Finalmente, seja quem fora que estava ligando tão desesperado para Mars, surgiu no 221B o que, só podia significar, que era John. Ou bem, um assassino maluco querendo sangue, mas Jen achava que a primeira opção se classificava melhor.

- Jennifer? - Ela escutou o velho amigo chamar. - Jennifer Mars, será que você poderia atender o telefone quando as pessoas te ligarem desesperadas? - Mars não estava com muita vontade de responder, contudo, o velho amigo havia vindo até o 221B, por isso, seria melhor dizer que já estava indo.

- Fique ai, estou ficando... apresentável. - Então ela virou para Holmes e disse baixinho:

- A última vez que ele viu um chupão no meu pescoço ele quase teve um infarto, acho melhor chamarmos a ambulância quando ele ver o estado que me apresento no momento. - Holmes riu, puxando Mars para a cama novamente.

- Você está linda. - Jen riu, ainda baixinho.

- Você está achando isso muito divertido. - Holmes concordou, Jen terminava de fechar os botões. Ela saiu do quarto e viu John sentado na poltrona que sempre ocupava quando ia ao 221B.

- Luke está ai? - Pediu o amigo, vendo a roupa que a jovem loira se encontrava.

- Sem ataque de pânico pelo o estado que eu me encontro? Está melhorando Watson, gostei de ver. - Ele riu. - E não, Luke não está ai. - John ficou surpreso, olhando-a de cima abaixo. - O que? - Pediu a loira, ingenuamente.

- Bem, eu acho que precisamos conversar sobre ontem. Lestrade ligou-me apavorado dizendo que Davis e um tal de Lionel havia tentado atacar uma jovem loira na feira. Você, por acaso, não é a jovem loira, é? - Jen riu.

- Eu disse que sabia me cuidar!

- Jennifer! Você está maluca? Eles vão acabar te matando um dia! - Jen não disse nada... Essa ideia parecia tão tentadora antigamente, porém agora, não lhe agradava nem um pouco.

- Vou ficar bem. Davis é um completo idiota, posso lidar com ele e Lionel... Bem, tenho que compreender o que se passa na cabecinha de psicopata dele ainda.

- Afinal, quem é esse cara? - Antes mesmo que Jen pudesse abrir a boca para começar a responder, a voz do homem que estava em seu quarto, leia-se Sherlock, surgiu e disse:

- Lestrade deve ter lhe contado, meu caro amigo, que ele e Jen trabalhavam em um caso sobre um serial killer e bem, Lionel é esse homem. - Mars encarou o amigo, depois o namorado e novamente Watson e não viu nenhuma reação.

- Peraí, você sabia! Por Merlin, você sabia que ele estava vivo esse tempo todo? Como você pode! - John estava encarando o casal, abriu um sorriso e disse:

- Eu soube ontem a tarde! Não é como se fosse tão bem informado pelos meus velhos amigos.

- Holmes... Quem mais sabia? Quem mais sabia antes que eu descobrisse? - Disse Jennifer, começando a ficar realmente furiosa mais uma vez.

- Molly, que me ajudou com o corpo e toda a encenação, contudo, não a vejo desde do incidente. Mycroft, que me manteve na linha, longe de encrencas e me ajudou com um apartamento. Irene, que descobriu recentemente quando me viu fugindo e Madeline que soube quando eu lhe salvei a poucos dias. - Mars revirou os olhos.

- Estou parecendo a garota traída... de novo! Como vocês fazem isso comigo? Vou ligar para aquela ruiva e matá-la! É isso que vou fazer!

- Pare de ter um ataque as cinco e meia da mnhã, por favor. Poderia pelo menos fingir que é normal Jennifer. - Jen encarou severamente John, porém ambos caíram na gargalhada. - Então, já que estamos contando as coisa, sobre o Luke... - Jen o interrompeu no mesmo momento em que Sherlock negou com a cabeça.

- Não sei ainda o que vou fazer sobre isso. E se o senhor sabe tudo aqui, estava mesmo me vigiando e falando com os outros pelas minhas costas, já está ciente sobre um possível competidor com ele. - Watson não compreendeu de fato o porque Holmes não queria partilhar a informação com Mars, no entanto, sabendo que Holmes conhecia Jennifer como ninguém, ele sabia que deveria obedecer.  

- Não creio que precise me preocupar com o senhor Berrigan.

- Então você sabe quem é! Muito bem, que comecem os jogos pela mão da donzela. - Disse, fazendo um gesto como se balançasse um paninho.

- Bem, preciso ir para o hospital, meu plantão começa daqui a poucos minutos. Juízo vocês dois! - Sherlock e Jen se entreolharam e riram. John sabia muito bem que isso seria a última coisa que eles teriam.

Nove e meia da manhã, horas depois de Dr.Watson sair do flat, Jennifer Mars e Sherlock Holmes acordavam novamente. Ambos levantaram-se e foram em direção a sala onde o cheiro do café de Mrs. Hudson já se espalhava pelo ar. No meio do caminho, Jennifer discou o número de Mad, e esperou que ela atendesse.

- Jennifer, me ligando! O que foi que aconteceu?

- Aconteceu que você está perdoada pela nossa última briga.

- Sério? Bem... Já havia me desculpado, mas desculpe de novo.

- Pela antiga ou pela nova? Porque a ideia de matá-la está me passando a cabeça no momento.

- O que foi que eu fiz dessa vez? - A voz da Madeline estava séria do outro lado.

- Holmes está tomando café na minha mesa, Madeline, e eu soube que fui a ultima a saber, novamente.

- Ele me fez prometer! Você sabe como ele pode ser convincente!

- Olha, eu estou morrendo de fome, acredite, tive uma noite e tanto. - Mad gargalhou.

- Vá lá com o homem dos seus sonhos vá! - E então desligaram.

Quando Jennifer chegou na sala, Mrs. Hudson e Sherlock já conversavam como se nada, nunca, tivesse acontecido. O problema é que, mesmo que agora Mars soubesse que Holmes estava vivo, não poderiam ir juntos a qualquer lugar, não antes de decifrarem o enigma de Moriarty.

- Preciso ir falar com Antonin novamente. Preciso do nome do Moriarty júnior. - Holmes discordou.

- Posso fazer isso Jen, não há porque você correr o risco.

- Sherlock, se você aparecer para Klaus ele vai automaticamente querer me matar. Não, eu tenho que fazer isso.

- Você faz ideia do risco que vai estar correndo? - Jennifer deu de ombros.

- Eu sei que se der errado, posso contar com alguém para me ajudar. - E piscou para o moreno. Ela levantou da mesa e foi ao quarto. Colocou uma calça jeans escura, uma camiseta e um tênis. Abriu o cofre onde guardava a velha arma e a colocou na cintura.

- Vá se arrumar enquanto eu tomo meu café. Quanto mais rápido eu souber o nome desse maldito, mais rápido terminamos com toda essa história.

Holmes sabia que Antonin não trairia Luke, contudo, uma dia ela iria descobrir e isso machucaria Jennifer. Destruiria sua confiança nas pessoas, se não o seu coração. Ele sabia que para Luke havia sido um jogo, mas o filho de Jim jogava muito bem. Ele poderia ter vencido se Sherlock não se colocasse no meio. Tremia ao pensar se ele estivesse realmente morto o que aconteceria com Jennifer.

Sherlock colocou uma camisa azul marinha e uma calça jeans preta. Chegou na sala quando Mrs. Hudson terminava de tirar as coisas do café. Jennifer terminava de conferir se a arma estava carregada. Holmes também pegou seu revólver e, juntos, saíram às ruas de Londres.

Não demoraram a chegar ao bar de Klaus. Como era ainda de manhã, as letras neon estavam desligadas.

- Vou entrar sozinha. - Jennifer falou sem nem olhar para Holmes.

- Não mesmo. - O moreno disse.

- Não vou ter essa conversa de novo com você, Holmes. Precisamos da informação, precisamos dela agora, e eu sou a única que pode consegui-la. - E caminhou em direção a entrada.

Antonin Klaus estava no exato lugar que Jennifer o deixou a última vez. Havia uma prostituta no colo dele no momento, fora isso, parecia que ele nunca havia se mexido.

- Hey... - Jennifer gritou cortando os gemidos que a puta deixava escapar. - A festa acabou vadia... Vaza. - A mulher, uma morena peituda e de olhos negros não se mexeu, ao contrário, começou a provocar Jen ainda mais.  - Eu disse vaza. - Só que dessa vez, apontando a arma para a cabeça da mulher que, vendo a situação, achou melhor sair correndo dali antes que sobrasse para ela.

- A que devo a honra, Mrs. Mars? - Disse o homem, preparando-se para pegar uma arma que estava escondida atrás do banco.

- Mãos encima da mesa Klaus, eu posso ser loira, mas não sou burra. - Ele sorriu, dando de ombros e obedecendo quem possuía a arma. - E eu quero o nome.

- O filho de Jim? Vá em frente, puxe o gatilho. Entre você ou ele, sabemos quem vai ser mais amável.

- Juro que vou fazer reconsiderar isso em poucos minutos... Já imaginou como é perder um membro importante de seu sistema... Reprodutor? - Antonin engoliu o seco.

- Sem nomes, desculpe. - Mars se aproximou ainda mais.

- EU QUERO O NOME KLAUS, NEM QUE EU PRECISE BAIXAR LÚCIFER AQUI! - Ela estava prestes a atirar quando escutou o som da arma. Por um segundo achou que havia segurando o gatilho com força demais e acabará matando o homem sem querer. No entanto, Jen sentiu que não havia sido sua arma que disparara e sim uma que estava atrás dela. Se virou devagar, sabendo exatamente quem estaria ali, junto dela, e mataria Klaus para silenciá-lo. Se a visão de Klaus morto, Sherlock de volta a vida e Davis e Lionel não aterrorizavam e enlouqueceram Mars, a visão que ela teve em seguida o fez.

Era Luke. O seu Luke segurando a arma, ainda apontada, para onde Antonin estava. Ao lado esquerdo dele, o ruivo Lionel se matinha firme.

- Um prazer conhecê-la, Jennifer. - Disse o garoto com um sorriso de escárnio. - Luke Berrigan Moriarty. - Estendeu a mão esperando um cumprimento que nunca chegou. Não mais que dez segundos depois disso, Davis acerto a cabeça de Mars com alguma coisa, fazendo com que a loira caísse em um buraco negro.