Se dissessem há Greg que, um dia, ele estaria aos pés do Big Ben, com uma garota loira vestida de fada e morta ele riria. Bem, agora, a única coisa que ele desejava fazer era pegar o desgraçado que havia feito aquilo a pobre menina.

A garota tinha cabelos curtos e bem loiros. Usava um vestido verde folha e duas sapatilhas com pompons. Em uma das mãos, havia um pouco de purpurina, fingindo ser Tinkerbell, a fada melhor amiga de Peter Pan. A única coisa que ele desejava, naquele momento, era encontrar o assassino.

A pista que haviam encontrado no ultimo assassinato os levara a um beco sem saída. A peruca havia sido comprada em uma loja do centro, porém o vendedor não saberia dizer para quem, ou como foi pago. E o cartão estava meio apagado, era de uma loja de vinhos no norte de Londres. Um táxi parou perto dali e Mars saltou, correndo os olhos para o cenário.

- O Big Ben, sério mesmo? - Ela disse, se aproximando de Lestrade. - Ele tem um ego enorme.

- Venha. - Disse Greg, Jennifer o seguiu até a cena do crime. Ali, uma menina de, no máximo, 15 anos, vestia uma fantasia de Tinkerbell.

- Agora isso ficou pessoal. - Jen falou. - Ele acabou de estragar minha infância com isso. - Ela analisou a menina, o cenário, os ferimentos e até pegou um papel e caneta para tentar algum anagrama. Nada.

Nenhuma pista.

Um beco sem saída.

Foi quando Donovan gritou chamando toda a equipe. Ela havia encontrado uma porta aberta.

Uma porta que levaria para o interior do grande relógio.

Quão louco isso podia ser? Quão pior poderia ficar?

Quando entraram havia uma roca, uma garrafa de vinho e uma folha amarelada que parecia de um livro antigo.

Jennifer correu para a folha, lendo por cima, a história que contava. Algo sobre uma mulher que acordou quando o filho sugou a farpa que ela tinha entre os dedos... Seria essa a próxima história? Porém, onde seria? E que história macabra era aquela? E uma roca, para que uma roca? Ele não está fazendo sentido, por Merlin!

- Sabe, esse vinho pode vir da loja que encontramos aquele cartão.  - Disse Anderson. Mars ficou tão quieta que todos perceberam que havia alguma coisa errada.

- Jen? - Greg a chamou.

- Ele deixou a garrafa, mas não foi proposital. Alguma coisa deu errado. E sim, não acredito que direi isso, porém, eu acredito que Anderson esteja certo. Pode ser que nosso serial killer começou a cometer erros... E a ficar desconexo. O papel e a roca não se encaixam! - Disse a menina, frustrada.  Lestrade pegou o papel da mão da loira e o leu.

- Vamos pesquisar sobre isso, porém, podemos assumir que a próxima história é da Bela Adormecida.

- Bela o que? - Disse Jen. Todos se voltaram a ela. Preocupados e divertidos. O que acontecia com Jennifer Mars? Onde estava sua inteligência, capacidade lógica e raciocínio rápido de sempre? - Ah sim, não tinha pensado nisso eu... Desculpem-me, tenho coisas maiores em mente.

- Como pegar um serial killer pode não ser a coisa maior em mente? - Disse Sally. Jen, que estava em direção a saída se virou para a negra Sargenta e disse:

- Simples, tente não ser morta no primeiro encontro que se tem com um cara. Isso, minha querida, ocupa sua mente. Como se manter viva mais um dia? - Mars saiu, voltando ao 221B. Tinha coisas de mais na cabeça.

Chegando ao 221B, Jennifer se jogou na cama tentando pensar. Seja quem for o assassino, ele é bom. A garrafa era dele. O dono daquele lugar é o serial killer. Porém, uma garrafa era uma prova circunstancial. Precisavam mais do que isso. E tinha também o fato de ela estar furiosa com Mad, John e Irene. Todavia, tudo aquilo era mínimo se comparado ao fato de que ela havia sido salva por Sherlock.

Sim, era ele. Não havia outra explicação plausível. Um fantasma, espírito, anjo, qualquer coisa que seja, havia a salvado da morte certa. Ele falava como Holmes, agia, se vestia, cheirava e parecia como o mais novo, é como diz o ditado: Se age como um pato, nada como um pato, grasna como um pato, logo é um pato. E, maluquice ou não, aquele homem era Sherlock. Era isso, ou Mars precisava ir para uma clínica de descanso.

- Jennifer, você tem uma visita. - Disse Mrs. Hudson, no que pareceram horas depois. Jennifer pediu que entrasse e, para sua felicidade, quem entrou foi Luke.

- Luke! Achei que não voltaria antes do final da semana que vem. - Disse a loira, recebendo um abraço do moreno.

- Não mesmo. Quando fui ao seu quarto, na manhã depois de você ter sumido, Madeline disse que você estava bem, só que não acordava. Disse que havia sido atacada... Então, eu pedi para entrar, contudo ela disse que John estava ali, examinando-te, e pediu que eu voltasse depois. No outro dia, quando fui, foi quase a mesma coisa. Então, hoje, quando cheguei lá, Madeline estava chorando, John estava quieto e havia uma outra mulher também triste. Pedi de você e a única coisa que me falaram era que havia voltado a Londres. Deduzi que estaria aqui. - Ela abriu um sorriso fraco.

- Seu poder de dedução anda aumentando. - Disse ela, rindo. - Sente-se. - Comentou Jennifer.

- Afinal, quem lhe atacou na outra noite?

- Davis Turner. Um homem que acabou de fugir da prisão e deseja vingança. 

- Contra você? - Perguntou Luke, intrigado.

- Contra quem lhe colocou na prisão. Tão logo, eu. Uma longa história, e envolve coisas que desejo não comentar. - Ele fez que sim e mudou completamente o assunto.

- É um bonito lugar esse onde mora. - Jen riu.

- Sim, deixei-o igual quando Sherlock e John moravam aqui. Gosto das coisas como eram.

- Você sente falta dele, é compreensivo.

- E doloroso. - Mars abaixou o olhar, limpando as lágrimas. Luke, que estava sentando na poltrona a frente, se levantou e foi até a menina, limpando-lhe algumas lágrimas que haviam escapado e beijando-lhe a testa.

- Não chore. - Disse ele. - Não se culpe mais. Ele não desejaria isso, certo? Ninguém desejaria isso à você. Você merece ser feliz. - Aquilo mexeu com Jennifer e ela avançou sobre os lábios do homem. Ele a pegou no colo, carregando-a até o quarto, e, ao contrário do que acontecerá no hotel, Jennifer Mars não o parou.

O beijo, que já havia passado de um simples beijo, para algo mais, se prolongou até o momento em que foi preciso respirar. Ele jogou-a na cama, com delicadeza e, ao mesmo tempo, uma ferocidade. Ela riu, como não ria a mais de um ano. Luke se deitou sobre Jennifer, que tirou-lhe a camiseta, beijando cada pedaço do peitoral nu e definido do moreno. Luke logo arrancou a blusa que Jen usava em apenas um puxão, ele a deitou, delicadamente, beijando o colo nu, o pescoço, e fazendo-a dar gemidos baixinhos.

As carícias continuaram e, quando Mars finalmente percebeu o que estava acontecendo, ela já havia cedido aos encantos de Luke Berrigan.