Fathers Eyes escrita por Giovanna Marc


Capítulo 4
Acidentes acontecem.




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As tempestades não cessavam. Isso estava irritando Eve. Ela queria um dia bonito para lembrar-se desse dia como “o dia maravilhoso em que pisei em Nova York”, mas parece que isso não estava acontecendo. Ela estava entediada, molhada, e com frio. Eustace, seu novo-velho amigo estava cantando uma música alegremente que ouvia em uma rádio de pessoas velhas. Eve às vezes ria das caras que ele fazia. E aquelas músicas bregas? Ninguém merecia. Eve suspirou aliviada quando a música acabou. Foram alguns segundos de silencio. E então começou outra que parecia pior que a de antes.

- Você está de brincadeira comigo?

- O que?

- Essas músicas! Não tem música de verdade não?

- E isso não é música?

- Não!

- Ta certo, ta certo! Tem um porta Cd’s dentro do porta-luvas.

Eve abriu o porta-luvas e viu vários papéis jogados. Pareciam multas. Ela riu sozinha e viu um porta CD no canto direito. Pegou-o e fechou o porta-luvas. Olhou para o porta CD verde. Abri-o. Viu alguns Cd’s que nem sabiam pronunciar o nome. Eram estranhos. Ficou procurando entre eles algum que lhe agradava. Mas parecia que não havia nada. Então o ultimo CD fez a esperança dela. Era da banda The Black Keys. Ela adorava! Ela pegou o CD e pôs o porta CD onde encontrou. Balançou o CD nas mãos e olhou para Franklin. Tirou o CD que estava tocando e o jogou no porta-luvas como se ele fosse lixo. Colocou o CD para tocar e colocou logo na segunda música. Que se chamava “Next Girl”. Ela aumentou um pouco o som e sorriu.

- Isso é música!

- Quem são eles?

- The Black Keys. São ótimos.

- Hm… Nunca ouvi, meu filho deve ter deixado esse Cd ai jogado…

- Você tem um filho?

- Tenho. Ele tem 23 anos. Um ótimo rapaz. – Sorriu.

Franklin falava como um pai orgulhoso falando de seu filho. Eve sentiu o orgulho que ele tinha de seu filho. Apreciava isso. Isso lembrou sua mãe. Sua situação era ao contrário. Ela sentia orgulho de sua mãe, sempre sentiu. Com todos os erros. Com todas as horas que ela ficava fora trabalhando. Com as viagens que ela tinha que fazer. Eve sempre sentiu orgulho de ver sua mãe trabalhando mais que muitos homens. Sua mãe era uma verdadeira heroína para ela. E sempre vai ser. Pois sabia que ela morreu como uma.

- Qual é o nome dele?

- Lucas.

- Belo nome... Você que escolheu?

- Sim. – Ele riu.

Eve sorriu e deixou a conversa de acabar ali. Continuou a curtir a música dos The Black Keys. Olhou para o céu e viu que as nuvens estavam se descarregando. Mas mesmo assim a chuva insistia em cair. Alguns trovões também continuavam a soar. Ela achava aquilo fascinante, e ao mesmo tempo assustador. Olhou para a estrada e viu alguns carros ultrapassando outros. Típico dos apressados. Então ela viu uma placa que chamou sua atenção. A placa dizendo “Bem Vindo a Nova York” fez com que um sorriso gigante brotasse em seu rosto. Estava em Nova York pela primeira vez na vida. Já havia visto várias vezes na televisão, mas está ali não havia preço. Irônico também é o fato dela ser vizinha de Nova York. Mas o orfanato não deixava ninguém sair. Ela se sentiu lisonjeada em ser a primeira a tentar se arriscar. E conseguiu. Por sorte. Ou pelo destino, ela estava agradecida por ter conseguido. O caminhão estava passando por uma simples ponte curta. Mas com muita movimentação. Pela primeira vez na vida Eve estava vendo uma aglomeração de pessoas de perto. Nunca havia saído daquele orfanato, por oito anos. Era como se ela ficasse no passado. Ela sabia que tinha perdido muitas coisas nesses oitos anos. Mas agora ela iria repor esses oito anos perdidos. Eve estava maravilhada com a cidade. Todos os prédios e todas as pessoas bem vestidas. As lojas. Os restaurantes. Ela se imaginou gorda ali no meio de tanto fast-food.

- Isso é lindo.

- Nunca tinha vindo para cá?

- Não!

- Como isso?

- Estava presa em um orfanato. Nunca tinha visto essas coisas.

- Orfanato?

Eve percebeu que havia falado demais. Eustace não precisava saber que ela havia fugido daquela prisão domiciliar. Mas o estrago já estava feito. Eve olhou para o velho que mantinha o olhar na estrada, mas também com a atenção nela.

- Estava presa em um orfanato... E fugi.

- Fugiu? Porque fez isso?

- Porque eu quero viver mais. Quero conhecer o mundo e não morrer em um orfanato.

- Entendo... Mas você não poderia ter feito isso. Irão atrás de você.

- Eu sei me esconder bem.

- Eu poderia parar o caminhão agora mesmo e não colaborar com isso.

- Eu sei.

- Mas eu sou um velho muito legal, por isso vou te deixar na frente de alguma lanchonete.

- Sou vegetariana.

- Ah, então vou te deixar na frente de uma horta. – Ele riu.

- Pode me deixar na frente de algum banco.

- Por quê? Vai roubar um banco? – Tragou seu cigarro.

- Se o banco não me roubar primeiro... – Sorriu.

Franklin acelerou o caminhão naquela grande avenida. Estava a 60 km por hora. Não era tanto assim, mas o bastante para um caminhão de carga. Eve estava distraída com as grandes maravilhas de Nova York. A chuva ainda caía. Mas ela olhava para tudo e para todos como se aquilo não a atrapalhasse. Lembrou que precisava de dinheiro. Iria passar no banco e pegar tudo que havia em sua poupança antes que o pessoal do orfanato fosse à delegacia para relatar sua fuga e desaparecimento. Franklin que terminava seu cigarro, já estava pronto para pegar outro. Mas todos sabem que nunca é bom se distrair no meio do transito, certo? Ainda mais em um caminhão!

O transito de Nova York não era de se brincar. Mas Franklin decidiu brincar com a morte e soltar o volante para pegar sua maldita droga: O cigarro. Distraído com o isqueiro, ele não viu que um caminhão iria cruzar com ele. Eustace não havia reparado que o sinal havia ficado vermelho. Seu cigarro não o deixou. O Eve estava cega demais com a beleza da cidade para olhar o sinaleiro. Então o caminhão de Franklin continuou. Não por muito tempo até o colidir com o outro. Foi rápido e mortal para uns. A cabine do outro caminhão colidiu-se com a cabine de Franklin. A batida por tão forte ao ponto de deslocar a cabine do caminhão para longe da carga. E foi rápida demais também. Em um momento Franklin estava acendendo seu cigarro. E Eve estava olhando a paisagem. No outro. Franklin por atingindo cruelmente por outro caminhão. E Eve bateu a cabeça com força no vidro, forte o bastante para estourar o vidro e fazê-la desmaiar.

Naquele momento a cidade pareceu parar. Todos ao redor olhavam abismados ao verem o grande acidente que acabara de acontecer. Alguns se desesperavam. Outros ligavam para a policia. E outros para a ambulância.

E agora era apenas rezar para que todos estejam vivos, e bem.


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Notas finais do capítulo

Desculpem se tiver algum erro de português.
Bem, eu estou muito empolgada e inspiradora, ou seja: posso postar mais e mais a qualquer hora.
Acabei de escrever esse e já estou começando o outro. amo/
Obrigada por lerem *-*
E QUERO MAIS GENTE U_U