Undertaker [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 27
Largado no Mausoléu, Afundada na Impaciência


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!

Antes de mais nada, queria retomar o que deixei de canto nos últimos caps pela pressa: as fofas leitoras novas que surgiram aqui nesse meio tempo! (♥---♥)/
Straw, Ther Fanny, Vivian Malfoy... e a CrazyForCake que pasmem, além de me dar um dos elogios mais incríveis que já recebi num review, ainda deixou uma recomendação em Under! Sério fofa, você me fez chorar, obrigada de verdade!!
Se eu esqueci alguém me desculpe e espero que todas se divirtam (ou sofram de ansiedade, porque né...) junto comigo nessa história!!

Como estou finalmente de férias, a coisa promete ser mais de boas, pelo menos nas próximas semanas.... sei que tinha comentado que provavelmente viria cap novo pra sábado, mas me ocorreu uma daquelas luzes súbitas pra outra história e precisei escreve-la caso contrário não faria nada produtivo em nenhuma outra.... e não, não pretendo postar ela aqui. XD

E não só as temporadas dos seriados tão acabando como quase não tem dorama legal e essa temporada de animes que começou em Julho tá mega fraca - o que salva é ser verão no Norte e Hollywood estar fervendo de lançamentos lindinhos.... ai ai, lá se vai o money.

Como se eu não andasse gastando o suficiente em livros, mangás, doces, esmalte e roupas para o frio.

Nossa meta aqui em casa? Fazer um castelo de chocolate! Até já pegamos referência no Tumblr... aliás, andei ressuscitando o meu e o meu blogspot, estavam largados, tadinhos.


Ok, ok, parei de falar da minha vida - boa leitura amores!!!



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Quando Raven chegou lá, parou no café que ficava próximo ao portão – e onde já perdeu alguns domingos de modo imprudente tentando descobrir o que ele fazia ali – e comprou duas garrafas de água e algumas guloseimas calóricas, que a manteriam firme seja lá por quantas horas ficasse ali.

Como já fez uma série de perguntas estranhas sobre Keane para os funcionários do local (que estranhamente, nunca pareciam se lembrar dele) ela já era reconhecível no lugar, o que gerava olhares tortos com a sua presença.

-Eu acho que eles devem pensar que você vê fantasmas ou algo do gênero, por isso te olham desse jeito.

-Churchill, eu vejo fantasmas... ou algo do gênero. – completou ela, olhando de soslaio para seu último “inquilino”; ele deu de ombros.

-De certa forma, não deixa de ser uma verdade.

Durante algum tempo, ela caminhou em silêncio pelo lugar; diferente do que seria habitual, ela não se sentia nervosa em meio às lápides. Eram apenas receptáculos para corpos sem vida – ao seu ver, não havia sentido em temer quem não estava mais entre eles.

Mas então ela mirou sua mão, que ainda tinha pontos e curativos do golpe brutal que sofreu da menininha e já não sentiu tanta convicção nessa ideia.

-Ela não é alguém que morreu, é completamente diferente.

-Seria legal se pudessem me explicar exatamente como.

-Como faço você entender... sabe quando uma coisa é tão óbvia e clara que você simplesmente não consegue explicar pra outra pessoa, já que está perfeitamente compreensível na sua cabeça?

-Mais ou menos...

-Bom, é assim que estamos em relação a você e todo o resto – explicou ele, fazendo um gesto que englobava os dois de modo significativo – não quero fazer coro com aquele pivetinha melancólica, mas me desculpe por isso.

-Não é como se fosse sua culpa.

E assim ela seguiu em frente, com o pensamento longe: na sua infância, pré-adolescência, lembranças felizes com seus amigos e familiares. Com os sonhos e acontecimentos estranhos e malignos em sua vida, Raven se sentia como se tudo de bom que já teve não fosse voltar nunca mais, como se as coisas fossem mudar de modo irreparável.

Quando ela perguntara se poderia morrer ou não, Gabe não havia respondido; e se ela no fim das contas estivesse mais próxima do fim do que imaginava? Ela sabia que era algo inevitável, mas nem se tornara maior de idade ainda – parecia errado simplesmente morrer tão cedo.

Com esse pensamento esmagador, ela parou defronte uma série de lápides pequenas e gastas, que visivelmente há muito não recebiam flores ou visitas. Surpreendentemente todas elas tinham a mesma data de óbito, cerca de cinquenta anos atrás, e as idades variavam entre os quinze e dezessetes anos.

Jovens assim como ela, meninos e meninas que tiveram os sonhos interrompidos por alguma razão... provavelmente uma epidemia ou briga de gangues, ela anotou mentalmente de procurar a respeito depois.

Quando o céu começou a mudar de tom, ela sabia que tinha de voltar o mais rápido possível. Se não estivesse próxima da entrada quando Keane chegasse, jamais poderia segui-lo – enquanto ela corria furtivamente entre os mausoléus e flores, a menina se perguntava o porquê de nunca ter pensado nisso antes e se ele teria notado a sua ausência no colégio.

Ela parou ofegante e se escondeu atrás de uma estátua de um santo, local da onde poderia facilmente ver a entrada sem ser vista; sentada abraçando os joelhos com uma das mãos e bebericando água com a outra, ela ficou alerta. Pelo seu celular, Keane chegaria a qualquer momento.

Pouco mais de quatro minutos depois que ela se instalara ali, ele surgiu. Anormalmente calmo e bonito como sempre, como se uma barreira o separasse de todas as outras criaturas vivas.

Enquanto reparava no garoto, Raven não pode deixar de perceber outra coisa: até então fora de vista ou muito silenciosas, as corujas surgiam e se agrupavam nas árvores ao redor, como se reconhecessem a chegada dele. O mesmo não podia ser dito do garoto, que manteve a postura e o ar indiferente – a não ser pelos olhos, que ganharam um brilho sinistro.

Assim que ele avançou cemitério adentro, ela conteve um gritinho; estava completamente explicado o porquê de os funcionários claramente a acharem uma louca, pois eles simplesmente não viam Keane. Ele passava de modo decidido pelos guardas e jardineiros, que continuavam seus afazeres ou conversa normalmente, muito diferente das olhadelas que eles davam para quem entrava ali.

Com o coração acelerado, ela o seguiu o mais silenciosa que pôde, sempre mantendo uma distância que permitisse vê-lo – como ela estava visível e ele aparentemente não, estaria em sérios problemas se alguém a flagrasse naquela posição, obviamente espiando alguma coisa, mas tentou não pensar muito nisso.

Ele parou numa lápide e sentou nela; seu modo relaxado indicava que essa era uma atitude rotineira. Não era exatamente a mais discreta do local, alta, de mármore branco, com duas estátuas de anjos, uma menor sobre os pés e uma maior e gloriosa sobre a cabeça – olhando daquele ângulo, ela não identificava inscrição algum, mas ela definitivamente não era uma lápide antiga.

Para seu completo choque, o garoto soltou um bocejo e colocou seus costumeiros fones de ouvido brancos.

Persistência no geral tem seus limites, mas não para Raven Castle; a prova disso foi que ela simplesmente passou horas ali, mal ousando trocar de posição enquanto observava Keane bem... fazer absolutamente nada.

Não era possível! Ele no fim das contas era apenas um “maluco gótico”? Mas porque viera falar com ela do nada? Porque estava disfarçado no hospital? E o mais importante de tudo, pelo menos na cabeça dela: como um cara que passa mais da metade do dia largadão numa lápide conseguia um corpinho pecaminoso daqueles??! Era simplesmente impossível!

O fato é que ela não passou todo o tempo imóvel como um lagarto sob o Sol; ela roeu unhas, olhou o visor do celular mais vezes do que ousava contar, comeu, soltou grunhidos de impaciência, observou Gabe sacaneando as estátuas, atravessando seu braço na cabeça delas sob o olhar atento e de reprovação de Churchill, fez trancinhas no cabelo, procurou imagens nas nuvens e se amaldiçoou por escolher logo um dia de outono e não de uma agradável primavera onde poderia ficar ali sem nenhum vento cortante.

As corujas continuaram a se aglomerar e torno do garoto durante todo o tempo, o que era algo mais sinistro do que qualquer outra coisa; vez ou outra, alguma delas voltava seu olhar penetrante e maligno em sua direção, mas logo voltava a fitava Keane com a mesma intensidade.

Quando deu por si, eram oito da noite.

De fato fora uma sacada e tanto ela deixar o celular no modo silencioso, pois a quantidade de ligações que recebia de seus pais, amigos e outros familiares só aumentava – provavelmente eles já haviam sido avisados de que ela saíra mais cedo do colégio e todos deviam estar uma pilha de nervos de tanta preocupação. Ela estava se recuperando de uma experiência traumática e bem... andava claramente instável. Até a própria Raven admitia isso.

Burrice. Nada mais resumia tão bem o que ela estava fazendo ali. Perder seu tempo, que deveria ser gasto para colocar totalmente os estudos em dia, e preocupar os outros pra ver o vizinho por quem ela poderia ou não estar apaixonada largado num mausoléu em meio a tantos no cemitério não era nada inteligente – era um dos cúmulos da insensatez.

Respirando fundo, ela se preparou para sair dali o mais silenciosa possível, temerosa de que aquelas aves malditas denunciassem sua presença.

Mas então, um ruído muito, mas muito estranho a fez hesitar.

Era a personificação perfeita do que ela imaginava para o rosnado de uma besta selvagem; todos os seus pelos se arrepiaram e cada terminação nervosa do seu corpo gritava “PERIGO!” com todas as forças – a temperatura parecia ter caído dez graus e o luar desaparecido, estava gélido, escuro e assustador – Raven suava frio e tremia ao ponto de bater os dentes, com o coração disparado e desesperado, uma sensação de peso e compressão no baixo-ventre, com seu olhar fixo na direção do menino, que finalmente tinha levantado e olhado na direção oposta a da onde ela estava.

-Eu sei que está aqui, depois de anunciar a presença de forma tão grosseira, o mínimo que pode fazer é dar as caras decentemente. – murmurou ele, soando apenas levemente aborrecido.

As sombras recuaram e então Raven cravou os olhos naquele ser, desejando, com lágrimas nos olhos, que tudo tivesse continuado escuro.


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Notas finais do capítulo

Só o que tenho a dizer é que as vezes sou tão fdp que até eu me surpreendo comigo mesma.

Beeeijos!! (*--*)//



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