Rachel P.O.V

_ Um cruzeiro? Sério Kurt? – perguntei, enquanto pegávamos nosso almoço no refeitório.

_ Claro que sim Barbra. – comemorou ele – Um cruzeiro romântico. Sua mãe, meu pai, o Caribe... Garanto que eles voltam de lá agarradinhos, pra não dizer que um pãozinho no forno.

_ Deus o livre, de irmãos já basta os que eu tenho. – comentei e ele riu.

_ Então você ta dentro? – perguntou ele, com os olhos brilhando.

_ Vou falar com a Sant e o Noah e te falo depois. – eu respondi e nos viramos para sair, quando recebemos raspadinhas na cara. E justo de uva, meu sabor menos predileto.

_ Haha, refrescaram losers? – ouvi Finn Hudson dizer, enquanto dava um ‘hi-five’ com o meio irmão, Sam. Na mesa ali perto, Quinn, a irmã deles, ria com as outras cherrios.

_ Hei Hudson, Fabray... Porque vocês não mexem com alguém do seu tamanho? – provocou meu irmão, Noah, indo em direção a eles. Finn franziu a testa, mas Sam já quis ir pra bagunça.

_ Puck, parou. – ouvi minha irmã se aproximando com Mercedes. Ao ver minha amiga, Sam desarmou e corou, recuando para trás de Finn – E você orca albina, se chegar perto da minha irmã de novo, lhe mando de volta para o mar, entendido?

Finn a olhou com raiva, mas recuou, puxando Sam. O loiro pareceu hipnotizado por um momento, mas logo foi atrás. Eu joguei a bandeja no lixo, saindo com Kurt em direção ao banheiro.

_ Eu ainda quebro o Hudson. – ouvi meu irmão atrás de mim no banheiro.

_ Você sabe que esse é o banheiro feminino né? – perguntei e ele deu de ombros.

_ Kurt está aqui. – disse ele, me ajudando a limpar o rosto.

_ Eu sou gay. – defendeu-se Kurt, enquanto Mercedes o ajudava a se limpar e eu ri. Logo Santana entrou com roupas limpas e sanduíches para comermos antes de irmos para a aula.

Quinn P.O.V

Tirando o período do almoço, o dia foi relativamente calmo. Assim que as aulas acabaram, encontrei minha irmã e fomos juntas para o carro. Meu pai deu uma caminhonete cabine dupla para Finn, e ele traz nós todos nela. Infelizmente, Blaine também.

 Sam estava paquerando algumas cherrios, enquanto Finn conversava com meu namorado e de Brittany.

_ Artie! – comemorou minha irmã correndo até o namorado. Ele virou a cadeira de rodas em sua direção e ela sentou-se em seu colo, beijando-lhe carinhosamente.

_ Oi meu amor. – cumprimentou Joe, me dando um selinho. Ele me abraçou pela cintura e continuamos conversando enquanto esperávamos Blaine, mas logo minha atenção dispersou.

Na fileira ao lado da nossa, estava o conversível do Berry. Ele estava encostado na lataria, mascando chiclete, numa pose totalmente sensual, mostrando os braços torneados. Ele me olhava por cima dos óculos escuros e tinha um sorriso sacana.

_ Aleluia o esquisito chegou. – ouvi Sam comemorando e sai do transe. Olhei e vi que Blaine se aproximava cabisbaixo, como sempre. Quando olhei na direção de Puck novamente, ele já abria a porta para a irmã caçula, enquanto Santana pulava no banco de trás.

_ Eu passo te pegar as 18h, ok? – perguntou Joe e eu apenas assenti. O cinema, certo. Dei um selinho nele e entrei no banco traseiro, ao lado de Britt. Sam e Finn estavam na frente, e Blaine no canto, com os fones de ouvido. Esquisito.

Puck P.O.V

_ Um cruzeiro? – ri e ela concordou – Ele acha que um cruzeiro vai ajudar?

_ É a última alternativa. – admitiu Santana – Poxa, fazem anos que a mamãe não namora, ela precisa de alguém logo.

_ Não discordo... Na verdade, discordo. É nojento pensar em alguém pegando sua mãe! – eu disse e elas riram – Mas como vamos pagar o cruzeiro?

_ Já falei com o papai. – disse Rachel – Como eles vão para a viagem da Cruz Vermelha, não vamos viajar nas férias. Usaremos parte do dinheiro para isso.

_ E a outra parte? – perguntou Santana, interessada.

_ Dividas em nossas poupanças! – comemorou a baixinha e nós rimos.

_ Não gaste tudo no motel satã... E nem você em musicais, Princesa Judia. – eu recomendei, saindo do quarto delas.

_ Vá pro inferno Noah! – berraram em uníssono.

Fui para meu quarto, onde peguei o violão. Comecei a dedilhar de cabeça alguma canção de amor, pensando nela. Como ela estava linda na saída do colégio. Pena que estava nos braços daquele galinha. Ele vive comendo aquela cherrio, Iza. Uma gata, admito, também já dei uns pegas, mas trocar ela pela Quinn é loucura.

Ouvi a campainha e Rachel desceu gritando, enquanto Santana vinha para meu quarto com cara de nojo. Eu ri, dando espaço para ela na cama. Ela abriu um livro qualquer de ficção e ficou lendo, enquanto eu tocava.

Bateram na porta, e Jesse apareceu para dar oi, antes de ir para o quarto com a minha irmã. Me concentrei muito no violão para não ir lá e dar uns tapas nele.

Finn P.O.V

_ A mamãe e o pai estão dormindo em quartos separados. – informou Blaine, chegando à cozinha – E ela foi ao advogado hoje de manhã, vi os papeis na bolsa dela.

_ Boa esquisito, fez seu trabalho direito. – congratulou Quinn, encarando a mesa – Agora a pergunta é: o que fazer?

_ Que tal um cruzeiro? – perguntou Sam, pegando um folheto da bolsa – Tava com o Porcelana hoje, ele deixou cair quando levou raspadinha.

_ Espera, cruzeiro? – perguntou Britt, saindo do transe de seu gato – Não, cruzeiro afundam depois de baterem em icebergs.

_ Britt, foi só o Titanic, se acalme... Hoje em dia isso não acontece mais. E além do que, Caribe é um lugar sem nenhum gelo. – tranqüilizou-a Blaine, afagando seus ombros. Ela sorriu e voltou a acariciar o gato. Ele pode ser um porre, mas pelo menos faz a Britt ficar bem.

_ Tá, é uma ótima idéia. Mas com que dinheiro? – perguntei, com os pés sobre a mesa – Esquisito?

_ Bom, temos o dinheiro que a vó Marissa manda todo Natal, que a mamãe diz para guardamos. Ela colocou no banco, e a ultima vez que eu vi, tinha rendido bastante.  – respondeu ele, com a voz baixa.

_ Pra mim fechou... – disse Sam – Vamos ao banco, retiramos a grana e pimba.

_ Vamos lá... Britt, Quinn, vocês vão? – perguntei, ignorando Blaine que já saia da sala.

_ Não, vou ficar com o Blaine... – disse Britt, olhando nosso irmão – Ele prometeu ver Monstros S.A comigo.

_ Vai ser um prazer. – respondeu ele sorrindo e saíram juntos da cozinha. Sam resmungou algo, enquanto punha o casaco.

_ Vou me arrumar, logo o Joe chega. – disse Quinn, se levantando.

_ Juízo hein Quinnie? – recomendei, enquanto ela subia as escadas e nós dois saiamos.