I Wish That Was Me escrita por Bell
Passamos o voo conversando sobre Niall. Sim, Sam só falava de como ele era lindo, fofo, meigo, de como o boné dele era perfeito, de como o abraço dele era o melhor e de como ela queria o chamar de “meu”. É, aquela menina estava apaixonada. E isso me preocupava. Eu e Sam nunca falávamos sobre o ex dela, o jogador de futebol, Kurt. Era um idiota, mas vamos confessar: até eu babava por aquele corpo. Gente, o tanquinho do menino lava a roupa do mês lá de casa! E o cabelo? E os olhos? Nossa, os olhos faziam você derreter por dentro. Mas enfim, ele foi um canalha com a Sam.
Sam era apaixonada por aquele menino, e eles estavam namorando há uns bons meses. Eram o casal mais lindo da escola, ao menos em minha opinião. E um dia, ele a levou pra casa dele, eles beberam um pouco e foram pra cama. O idiota tirou a virgindade da Sam e, dias depois, ela o pegou se agarrando com uma das líderes de torcida. Eu nunca a vi chorando tanto, dizia que ia morrer e que era corna. Tenho medo de quando ela se apaixonar de novo, sempre tive, mas o Niall não faria isso. Nunca.
Eu não tive esse problema. Eu sempre fui bem excluída, tachada de esquisita e coisas do tipo. Eu sempre tive minhas paixões, chorava por elas, tentava me declarar e tal. Uma vez eu me declarei, e o menino virou as costas pra mim e foi embora. Eu quis morrer, claro. Mas nunca namorei. Nunca mesmo. O máximo que fiz foram as baladas depois do fim de namoro da Sam. A gente abusou. Fomos tantos dias pra balada, só pra ver ela melhor. E eu acabei ficando com vários moleques bonitinhos. Devia ser porque estava escuro e eles não viram meu rosto.
-Vovó! – eu gritei pra minha vó parada, esperando-nos no aeroporto!
-Filhinha! – ela me deu um abraço forte e nos levou para o carro, onde meu avô nos esperava. Dei um beijo nele, ouvimos os habituais: “Tá grande, hein?”, “Duas moças lindas” e rimos muito com essa situação.
-Vou ligar pro Ni, posso? – Sam, toda animada, jogando as malas no chão do nosso quarto.
Tínhamos aquele quarto há uns dois anos, quando minha avó transformou o MEU em NOSSO, quando a Sam foi pela primeira vez lá. Desde então, íamos todas as férias e já tínhamos até passado a virada lá. O prédio fica em um lugar lindo e assistimos à queima de fogos do terraço. Foi perfeito.
-Pra quê ligar agora? Vamos sair, dar um role pela cidade! – eu queria passar aquela semana sem ela falar dele. Pra eles dois pensarem. – Quer saber, Sam? Vamos conversar sobre vocês dois.
Sentei, conversamos por umas boas horas. Chegamos a falar sobre o Kurt. Ela estava encantada com o Niall, e eu lhe dava razão! Mas convenci-a a esquecer dele por essa semana e curtir New York.
O telefone tocou, era a Gabi. Combinamos de ir dar um role à noite. Falei com a vovó e ela disse que eu não voltasse depois da meia-noite porque a cidade era perigosa para “três lindas menininhas”. Nada importava, vó! Eu ia conhecer a Gabi e nada ia atrapalhar isso.
Pegamos o metrô e nos encontramos em frente ao Empire State (que original, Lilían!). A Gabi era exatamente como eu imaginei: baixinha (como tinha me dito); cabelos longos, castanhos e lisos; tinha um corpão (eu sou menina, mas ela tinha um corpão); os olhos verdes e um sorriso lindo. Nossa, a Gabi era linda! E tinha 17 anos, ou seja, era mais velha que eu e a Sam. Aliás, entre as três eu era a mais novinha.
-Meninas! Ai, que lindas vocês! – Gabi gritou, mas ninguém nem olhou. Todos iam a algum lugar naquela cidade.
-Gabi! Menina, finalmente! – eu falei, toda feliz.
-Oi, Gabi! – Sam falou, meio desanimada. Acho que foi por causa da nossa conversa.
Nós começamos a conversar e a ir em direção ao metrô. Gabi conhecia um Starbucks que estava quase sempre vazio, que ela amava e conhecia todos os funcionários, inclusive os meninos. E eles eram lindos, segundo ela.
Chegamos lá, pedimos as coisas e o garçom era um fofo. Deu uma piscadinha pra mim e eu tentei abrir o meu melhor sorriso de “talvez, quem saiba. Você é um lindo, ok?”. Não sou boa como isso, de verdade. Mas ele abriu um sorrisinho e acho que fui bem-sucedida. Na hora de ir embora, Gabi o chamou (sim, ela o conhecia) e colocou um papelzinho no bolso dele. Ok, só depois eu descobri que era o meu celular e ela tinha dito que eu mandei entregar.
Fomos à Brodway, ver o que tinha de bom e ver as pessoas animadas de lá. Segundo Sam, era a “vibe do teatro”.
Chegamos em casa depois das 23h, mas a vovó só nos saudou e nos fez um chocolate quente. Colocou o filme “Monstros s.a.”, que eu nunca me cansava e se sentou conosco, com os chocolates quentes e uns pedaços de bolo. Começou a nos perguntar sobre Londres, como estávamos e fomos obrigadas a contar sobre o One Direction. Ela adorou e pediu pra ouvir a música dos meninos e nós colocamos o Up All Night pra tocar no rádio dela. Ela começou a falar que eles cantavam muito bem e que era um ótimo negócio, enquanto nós ríamos. Ela olhou pra mim e disse, muito séria:
-Filha, a sua situação está mal explicada. Mas você e esse menino tem alguma coisa, eu sei disso.
-Não, vó… Eu não quero nenhum problema mesmo. Só os rumores já me causaram muito problema.
-Filha, o amor não escuta a razão. Ele não escuta o que a gente pede.
-É, vó. Mas esse meu coração vai ter que me escutar.
Ela sorriu como se dissesse “sei, sei…” e se voltou para a Sam, que disparou a falar sobre o Niall. Vovó estava muito contente, e elas se viraram e começaram a uma conversa paralela. Eu estava vendo o filme quando meu celular tocou. Saí da sala, sem elas perceberem, pra não atender na frente da Sam, porque era o Liam.
-Oi, Payne!
-E aí, Cutterson? Como anda New York?
-Linda, como sempre! E a minha Londres?
-Maravilhosa, mas vazia sem suas mais belas cidadãs.
-Galanteador, hein? – nós ríamos
-Tenho namorada, menina!
-Eu sei, menino! E respeito muito a Dani, viu? Payne, por que você ligou?
-Ah, Cutterson… Me pediram pra ver se você estava bem!
-Te pediram? Quem?
-Niall pediu informações sobre Samantha, e sei que você não vai dar muitas. Harry mandou perguntar se você levou a touca dele, porque ele quer ver uma foto sua em NY com aquela touca.Louis disse que Harry te perdoou e queria ouvir sua voz, mas ele falou isso bêbado e não sei se conta.
-HAHAHHAHAHAHHA, cara, vocês são impagáveis! Fala pro Niall que ela está bem e que p acordo foi uma semana sem contato, só pensar! Diz pro Lou que eu descobri isso quando ele falou da touca e fala pro Harold que eu trouxe sim e vou tirar do terraço do prédio da minha avó!
-Ah, eu não te falei da outra pessoa que perguntou de você…
-Hm?
-Zayn disse que precisa falar com você quando voltarem. Falar sério.
-Fala pro Zayn Malik que eu estou curtindo NY e não quero nem pensar em conversas sérias agora. Amanhã eu, Sam e Gabi vamos pra balada e não sei se volto pra casa! – okay, eu vou admitir que exagerei.
-Cutterson…
-Fala isso mesmo!
-Não faz isso com o menino…
-Como se ele fosse santo, né? Vou sim, e se você não falar pra ele, eu vou até chorar. E te bater, claro.
Nós dois rimos e conversamos por mais um tempinho. Quando cheguei na sala novamente, vovó tinha ido dormir e Sam estava assistindo a Boo e o “Gatinho” e chorando. Quando me viu chegando perguntou quem tinha ligado, e fui obrigada a dizer que foi o Liam. Contei pra ela o que ele tinha dito e ela quis me matar.
Acabamos dormindo na sala mesmo, e acordamos com o cheiro de café da vovó. Logo que tomei meu banho, subi no terraço com Sam e pedi pra ela tirar uma foto. Ficou linda: eu, de touca do Harold, com a New York da manhã de fundo. Tudo lindo.
A semana passou rápida e não paramos em casa. Saíamos com a vovó, com a Gabi e com todos. Foi uma delícia! Gabi dormiu na casa da vovó um dia antes de irmos pro aeroporto e ela estava muito animada! Tinha mania de falar capeta, satã e demônio o tempo todo. Perdi a conta de quantas vezes ouvi coisas do tipo: “Passa esse tempo, satã!”, “Ai, Sam, deixa de ser demônio e falar de Londres!”, “Lilly, quero conhecer os meninos no primeiro dia, tá? Ah, se você n me levar, capeta…”. Morri de rir com aquela louca do meu lado, e foi assim durante todo o voo.
Então, desembarcamos em Londres. E a cena que eu vi no aeroporto foi maravilhosa.
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