DÊ PLAY NA MÚSICA, SE QUISER (:

- Ela acordou, disse um dos homens que estavam no local, ao mesmo tempo fazendo todos a olharem e se aproximarem um pouco. Em um movimento rápido Demi pegou a seringa que vira ao seu lado e precipitou-se em colocar a mesma frente ao seu coração, ameaçando apunhalá-la no local.

- Não chega perto de mim. – Ela disse com uma voz de desespero. – Ou eu juro que vou em frente com isso. – Demi começou a chorar.

- Ali tem lorazepam, se ela enfiar, ela morre. – Um dos homens, que era médico disse.

- Demetria, não faça isso! – A única mulher deu um passo ao frente, que só agora Demi reconheceu como Emily.

- Você não se importa, ninguém se importa comigo! – Ela disparou, no mesmo estado anterior. – Agora eu quero fazer isso, vocês não podem me impedir, por favor!– Ela gritou a última parte, com sua voz ficando rouca; o choro se descontrolando mais ainda. Demi não olhava diretamente para ninguém, ela estava com seus olhos vazios e embaçados por causa de todas as lágrimas quentes que desciam por seu rosto. – Ninguém se importou com meus sentimentos quando pisou em cima de mim, com certeza não devem sentir a minha falta também. – Ela soluçou, comprimindo seus olhos com força enquanto fazia uma espécie de caretas por causa do choro.

Todos na sala estavam assustados demais para fazer alguma coisa, eles estavam com medo de tentar acalmá-la e a garota acabar enfiando a seringa em seu coração.

- Isso vai ser melhor para todos. – Demi continuou. – Vai ser uma garota problemática  a menos no mundo, e as pessoas que me humilharam podem viver normalmente sem ter a mim como carma. – Sua respiração estava totalmente descontrolada. - Eu vou me matar! – A adolescente curvou seu peito para baixo, chegando mais perto da ponta da seringa.

- Ela está tendo uma crise de loucura. – Um dos médicos disse.

- Eu não sou louca! – Demi gritou.

- Demetria, eu sou o doutor Chad, e preciso que você solte essa seringa agora! – Um homem passou a frente de todos, com um pouco de cautela.

- Vocês me acham louca, não é? – A garota disse entre dentes. – Vocês provavelmente vão me matar ou me manter presa em uma cama para sempre se eu fizer o que vocês mandarem! – Ela disparou, aumentando o volume de seu choro.

- Você não quer fazer isso, eu sei que não. – Ele argumentou fazendo um sinal com as mãos para ela se acalmar. – Você tem a vida toda pela frente ainda, tem os seus fans que precisam de você, tem certeza que quer mesmo se suicidar por nada? – Chad falou.

- Vocês não sabem por que eu quero fazer isso. – Demi sussurrou, em seguida olhando no fundo dos olhos do médico. – Você quer me fazer mal, não é mesmo?

- Confie em mim. – Ele se aproximou mais um pouco dela. – Eu posso ajudá-la.

- Mas eu já disse que não sou louca. – Ela estava com um olhar inocente.

- Eu sei disso, e é por isso que eu quero que você solte isso. Prove-me que você não é louca, me dando esta seringa, isso não resolverá nenhum dos seus problemas. Eu lhe garanto que vou te ajudar– Chad estendeu a mão um pouco receoso, enquanto Demi olhava em seus olhos, tentando decifrar sua expressão, para saber se ele estava mentindo.

- Você promete? – A mesma sussurrou, tirando um pequeno sorriso de Chad.

- Eu prometo. – Ele disse.

Deus sabe o que está se escondendo

Naquele fraco e embriagado coração

Eu acho que você beijou as meninas e as fez chorar

Essas rainhas da desgraça

Deus sabe o que está se escondendo

Naqueles fracos e afundados olhos

Uma multidão ardente de anjos silenciados

Dando amor e recebendo nada de volta

Demi, lentamente, entregou a seringa para Chad um pouco insegura, sem saber se era o certo a fazer.

- Não se preocupe, tudo vai ficar bem.  – O médico disse sorrindo. – Isso é só uma crise. – Ele se virou para o outro homem que até então só assistia tudo e disse:

- Podem dopar ela.

- Não! – Demi gritou de novo. – Você disse que não iria acontecer nada! – Ela se debatia enquanto o homem tentava aplicar-lhe o remédio. Foi uma tentativa falha, em poucos minutos ela já estava adormecendo novamente, se acalmando imediatamente.

Justin POV...

Estava do mesmo jeito, deitado na cama olhando para o teto, sem saber o que fazer, sem ela ao meu lado. Meus pensamentos estavam agitados, e eu lutava para não levantar-me e ir até a clínica onde Demi estava, tudo que eu queria era vê-la, pelo menos uma única vez, mesmo que isso não fosse resolver nada.

Em um impulso me levantei da cama e peguei meu celular e carteira, passando direto pela porta apressadamente. Assim que minha mãe me viu correndo, perguntou onde eu estava indo.

- Para onde a Demi está mãe, eu não consigo mais. – Disse colocando as mãos na cabeça.

- Eu te dou todo o apoio. – Disse minha mãe sorrindo, e ao mesmo tempo me surpreendendo com sua resposta. Dei um sorriso largo para ela e sai de casa com passos acelerados.

Oh, pessoas ajudam as pessoas

E se você tem saudades de casa,

Me dê a mão e eu vou segurá-la.

Pessoas ajudam as pessoas

Nada vai te deixar pra baixo

Ah, e se eu tivesse um cérebro,

Ah, e se eu tivesse um cérebro,

Eu seria frio como uma pedra e rico como o tolo

Que mudou todos aqueles bons corações willys.

Na manhã seguinte...

Já estava na recepção, com um sorriso largo no rosto por ter deixado o orgulho de lado e finalmente vir atrás de Demi, quando o mesmo se desmanchou pelas palavras da recepcionista:

- Desculpe senhor Bieber, sua entrada não está autorizada.

- Como assim? – Disse um pouco assustado.

- A psicóloga de Demi disse que você não pode fazer visitas a paciente. – Ela se explicou.

- Eu quero falar com essa psicóloga. – Falei irritado, ela não poderia simplesmente me barrar.

- Um minuto. – A recepcionista disse e saiu dali, logo voltando com outra linda mulher de cabelos loiros.

- Oi, sou Morgan, psicóloga de Demi. O que deseja? – Ela me olhou e parou em minha frente com os braços cruzados, com um tom de voz frio.

- Eu quero ver a Demi. – Murmurei indo direto ao ponto.

- A recepcionista já lhe disse que você não pode. – Morgan falou como se fosse obvio.

- E porque eu não posso? – A olhei com um pouco de raiva.

- Bieber, escute aqui. – Ela mudou de posição, colocando as mãos na cintura. – Você acha que pode simplesmente vir aqui e ver Demi, quem sabe pedir desculpas a menina para magoá-la de novo? Você não estava com outra? Não pode brincar com os sentimentos das pessoas assim. – Ela também estava irritada. – Demi está passando por um momento mais difícil do que nunca e tudo isso é por sua causa! Porque você a abandonou sem ao menos dar explicações à menina. – Engoli a seco com as palavras dela. – Acredita que ontem ela deu uma crise de loucura e ameaçou se matar? – Arregalei meus olhos, incrédulo. - Não, você não sabe disso porque não está com ela numa das piores fases de sua vida, e do nada aparece aqui, depois de tudo que a fez passar e que ainda está passando? Eu não vou permitir que você estrague a vida dela e a magoe mais uma vez, ela é uma garota doce e indefesa demais e precisa que alguém esteja ao seu lado, e eu estou a disposição de ser este alguém, porque uma pessoa que ela mais confiava a largou como se fosse qualquer coisa. – Morgan estava jogando tudo em minha cara, o que eu já deveria ter ouvido. – Esse é o motivo que você não pode vê-la, eu vou ajuda-la a superar disso tudo, e superar você, que não merece o amor dela, agora, por favor, saia daqui antes que eu chame os seguranças. – Meus olhos começaram a lacrimejar, por causa de todas as verdades que acabei de ouvir. Ela estava certa em todas as coisas, e eu a estava fazendo sofrer. Senti-me uma pessoa horrível por pensar desta forma, eu nunca realmente parei para pensar as reais consequências disso, e agora, parecia tudo tão absurdo e era tudo a minha culpa...

Deus sabe o que está se escondendo

Nesse mundo de poucas consequências

Por trás das lágrimas, dentro das mentiras

Mil sóis morrendo lentamente.

Deus sabe o que está se escondendo

Naqueles fracos e embriagados corações

E acho que a solidão veio bater

Ninguém precisa ficar sozinho, oh, cantando:

Abaixei minha cabeça assim que ela terminou e saí dali, com uma vergonha imensa de tudo o que fiz.