Teoria Da Imprevisibilidade escrita por Ellie Bright


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

A fic foi feita para o aniversário de uma amiga minha, como eu não conseguia produzir, eu escolhi cinco palavras aleatórias para desenvolver a situação. Apresento-lhes o capítulo do algodão.



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Imprevisibilidade.

Essa era uma característica que não pertencia a Uchihas, pelo menos, era o que eu pensava. Tudo em minha vida estava planejado muito antes do meu nascimento. Meus pais foram prometidos um para o outro quando ambos ainda eram crianças, desde essa época sabiam que teriam dois filhos homens (minha mãe até escolhera os nomes quando ainda era adolescente), e de fato, cá estamos Itachi e eu.

Era para eu ser um grande policial e casar-me com a filha dos Hyuugas, daí nós teríamos dois filhos e o ciclo continuaria.

Entretanto, e eis aí a grande questão, surgiu um imprevisto que me distanciou de toda esta vida fantasticamente calma e estável.

Uzumaki Naruto.

E com esse nome eu posso lembrar-me de cinco situações que resumidamente podem ser definidas com uma palavra: algodão, elevador, dentista, cinema e saquê. Não, nada faz sentido porque Uzumaki Naruto não é uma pessoa que faz sentido.

A primeira vez que eu vi Naruto, eu tinha oito anos e precisava comprar um pacote de algodão para minha mãe. Até aí nada excepcional, eu fui até a loja de conveniência perto de casa e foi quando eu vi aquele menino de cabelos dourados, algo extremamente raro aqui no Japão. Admito que fiquei atordoado por uns meros instantes, mas resolvi ignorar aquela sensação. Meninos não devem se sentirem atordoados por outros meninos maiores do que 2 anos de idade - papai sempre me disse isso e se ele disse, está dito.

Entrei na loja, indo direto para a seção de utensílios, observando a prateleira onde tinha algodão praticamente vazia, exceto pelo último pacote. Pensei algo como: "claro que serei eu quem o levará para casa! Ainda bem!".

Ledo engano meu.

Quando eu peguei o pacote de algodão, uma mão morena também o segurava. Encarei o menino de cabelos loiros (que também tinha fantásticos olhos azuis) e nos confrontamos em olhares aborrecidos; era possível ver as farpas que trocamos naquele momento. O outro menino, percebendo que eu não largaria o paconte, tentou puxá-lo de minha mão, retruquei o movimento com toda a minha força.

Relembrando o fato percebo o quão idiota foi a cena. Ficamos daquele jeito durante um bom tempo, travando um cabo-de-guerra com o pacote de algodão. Até que, claro, o pacote rasgasse, mas, como Murphy (esse desgraçado, filho de uma puta com DST) sempre diz que, para uma prerrogativa ruim, sempre conte com uma pior: o menino loiro acidentalmente desmontou completamente a pilha de potes de cremes para cabelo atrás de si, derrubando-a sobre nós.

Eu fui soterrado por uma tempestade de creme para cabelos secos e subnutridos. E, acreditem em mim, não é uma sensação muito boa. Aqueles potes doem!

"-Teme! Olha o que você fez!" -me disse aquele garoto estranho e desajeitado.

Eu nunca tinha ouvido uma voz tão irritante em minha vida; anos depois conheci a Sakura. Ficou difícil decidir qual a pior entonação, mas tendo em vista que o amor além de ser cego, também nos deixa surdos então acho que a Sakura ganha do Naruto hoje em dia.

"-Foi você quem fez isso, dobe!" -eu retruquei indignado. 'Aquilo não estava acontecendo comigo' eu repetia mentalmente como um mantra.

"Naruto!" - gritou o senhor do mercadinho parecendo estar muito irritado. E quem não estaria irritado se alguém estragasse uma pilha de quase dois metros de altura feita de creme de cabelo?

E antes que eu pudesse me dar conta da situação, eu estava ouvindo um sermão interminável sobre como não derrubar as coisas alheias e que meus pais deveriam bancar o prejuízo da loja. Se eu tivesse o vocabulário que tenho hoje, certamente eu teria pensado "fodeu", mas na época eu não sabia nenhuma pavra de baixo calão.

Depois da bronca absurda que o senhor da loja nos deu, minha mãe e um homem de cabelos loiros foram chamados à loja, ambos se desculpando de mil maneiras. Minha mãe ficou tão aborrecida comigo que precisou contar o fato a meu pai. Aqui uma ressalva: minha mãe sempre acobertou as pequenas travessuras que eu e o Itachi, meu irmão, fazíamos. Pequenas pirraças como: "hoje eu não quero ir para a escola!" ou "hoje não quero tomar banho!" ou "não vou comer salada!" ela sempre relevava, mesmo que papai insistisse em saber destes fatos, só para ter motivo de castigar a gente. Meu pai é sádico, sabe? Ele ri da desgraça alheia. Se eu faço isso hoje em dia é porque tive um mestre nessa arte a me inspirar. Uchihas são, naturalmente, uma raça de filhos da puta.

Enfim, meupai ficou tão irritado que passou do pálido habitual ao vermelho e por fim ao tom púrpura. Foi a primeira vez que vi meu pai tão irritado e, como resultado, fiquei duas semanas sem sentar graças às cintadas que recebi por algo que eu sequer tinha feito ou concorrido para o fato.

Eu odiava o tal Naruto. O único ponto positivo de toda a situação é que eu pensava que jamais iria encontrá-lo de novo, que aquele garotinho nunca mais ia atrapalhar a minha vida.

Claro que Murphy tinha que atacar novamente. E mais rápido do que eu queria.


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Notas finais do capítulo

Sei que o Sasuke está um pouco ooc, mas pensem assim: Se Fugaku e Mikoto estão vivos, sem Itachi ter matado o clã, então a personalidade dele não ia ser como no mangá, não em todo. Ele ia ser mais tranquilo. Enfim, espero que tenham gostado do capítulo um (porque haverá mais uns outros dois ou três).