( Ponto de Vista Geral ) 

Com 15 minutos de transito, a loira chega em casa irritada e triste. Ela chamou Dylan e Abby, porém nenhum deles respondeu, o que a fez concluir que não estavam em casa. Sam se jogou no sofá, suspirando pesadamente relaxando seu corpo, porém sua mente estava a mil. Ela fechou os olhos e tentou esquecer o ocorrido no restaurante. Alguns minutos depois ela ouviu a porta da sala se abrir e em segundos se fechar de modo rude, como se alguém tivesse colocado toda sua força só para fechá-la.

Sam: Dylan? - Chamou a loira sem se dar o trabalho de abrir os olhos ou levantar-se.

Dylan: Sou eu... - Ele falou baixo. Só pelo tom de voz, Sam já sabia que ele estava irritado. 

Sam: Porque só chegou agora da escola? - Ela perguntou. Ouviu o garoto bufar e logo alguns passos se aproximando. 

Dylan: Detenção... - Ele respondeu. Ao ouvir isso, Samantha abriu os olhos, encarando o garoto à sua frente. 

Sam: Detenção de novo?? - Ela perguntou brava. - E O QUE FOI QUE ACONTECEU COM SEU OLHO?? - Ela perguntou espantada ao ver o olho roxo e inchado dele. 

Dylan: Eu briguei com o idiota da minha sala... e o diretor me colocou em detenção. - Ele falou jogando-se no espaço vago do sofá. 

Sam: Achei que tinha parado com isso... o que foi que houve agora?? - Ela perguntou cruzando os braços. 

Dylan: Amy e eu estavamos conversando... e ele chegou e chamou ela pra sair, só que ela não aceitou... e depois ele queria estudar com ela, só que ela disse que ia estudar comigo e o idiota começou a me insultar. - Ele defendeu-se Sam apenas ouvia o relato do garoto. Ela estava com raiva... mas não de seu filho e sim dos garotos que viviam infernizando a vida dele. Sam sabia que Dylan não era um mau garoto, ele só era tímido e muito nervoso. Não levava desaforo para casa, mesmo que isso lhe custasse detenções e advertencias.

E bom, quem era ela para dar lição de moral... afinal na idade dele, era ela quem infernizava a vida dos nerds e patricinhas... e estava sempre em detenção. Não podia julgá-lo, apenas conversar com ele e tentar ajudá-lo da melhor maneira. 

Sam: Pelo menos o idiota que te insultou também ganhou um olho roxo? - Ela perguntou, arrancando um sorriso do garoto. 

Dylan: Sim... e um nariz quase quebrado também. - Ele falou gabando-se. Sam riu. 

Sam: Que bom... mas olha, eu sei que não é fácil lidar com isso... pessoas idiotas sempre vão aparecer e tentar nos irritar, até que estouremos. Só que pelo menos na escola... tente não perder a cabeça. Isso é ruim para o seu histórico escolar. Se quer entrar numa boa faculdade tem que ter um bom histórico, senão vão começar a pegar no seu pé na faculdade sem você ter feito nada. - Ela disse como se soubesse exatamente do que estava falando. 

Dylan: Foi assim com você, na faculdade? - Ele perguntou mesmo já sabendo a resposta. Sabia que sua mãe era do tipo rebelde na idade dele.

Sam: Sim... e acredite, isso é horrível. Os professores estão sempre no seu pé e se algo acontece de errado, você é o primeiro suspeito. 

Dylan: Eu entendo... prometo tentar me controlar. - Ele falou. 

Sam: Ótimo! É melhor assim. - Ela disse relaxando novamente, com os olhos fechados. O garoto observou a mãe que parecia consternada e cansada, e concluiu que seu dia também não havia sido bom. 

Dylan: Parece que eu não sou o único aqui que não teve um bom dia, não é? - Ele perguntou, porém soou mais como uma afirmação. A loira abriu os olhos levemente, virando o rosto para o lado, fitando o filho. 

Sam: Não... foi patético. - Ela rosnou, voltando à sua posição de antes, só que agora mirando o teto. 

Dylan: O que houve? Brigou com um cliente? - Indagou curioso. 

Sam: Pode-se dizer que sim. 

Dylan: Porque? A pessoa foi rude com você? 

Sam: Não... pior.. a pessoa foi muito educada. - Ela respondeu com um misto de raiva e ironia. Dylan se calou por um momento, tentando entender as palavras de sua mãe. Ele franziu a testa, confuso. 

Dylan: Então.... porque brigou? - Ele perguntou, recebendo em troca um longo e pesado suspiro. 

Sam: Lembra-se do Freddie? - Ela perguntou. O garoto assentiu. - Então... ele apareceu lá no restaurante com uma mulher muito bonita e chique... e eu... sei lá... surtei por um momento e pedi à um dos garçons para derrubar um copo d'água na moça. Só que eu descobri que ela era apenas a chefe dele. - Ela falou corando furiosamente. Estava tão arrependida do que fizera e revelar isso ao filho era ainda mais embaraçoso. Dylan ficou em silêncio, sério.... e instantes depois sorriu ironicamente.

 Dylan: Então fez isso por ciúmes? - Ele perguntou, mesmo sabendo qual era a resposta. 

Sam: Foi... eu sou uma idiota. - Ela disse baixo, pegando uma almofada e apertando-a contra seu rosto. 

Dylan: Não... não é. - Ele disse. - Nós apenas agimos por impulso. - Ele respondeu-lhe serenamente. 

Sam: É... mas isso sempre me faz fazer besteiras. - Ela disse com a voz abafada por causa da almofada em seu rosto. 

Dylan: E daí? Você sempre me diz que as regras estão aí para serem quebradas, e que os erros serviam de lição para que na próxima vez, façamos diferente e acertemos. Então... você errou, que mal tem isso? Todos nós erramos... - Ele disse. Sua voz suave e suas palavras sábias fizeram a loira abrir um largo sorriso. Ela abriu os braços convidando o filho à um abraço que fora imediatamente correspondido. 

Sam: Você é mesmo um anjo que caiu do céu, para me dar vida. - Ela disse próxima ao ouvido dele. Dylan sorriu.

Dylan: Já reparou que nós dois arrumamos confusão hoje por culpa de um Benson? - Ele perguntou, fazendo a mãe rir. 

Sam: Sim... o Freddie e eu sempre brigamos muito... e eu fazia as maiores loucuras por causa dele. - Ela disse pensativa. - Uma vez eu o beijei... e depois me internei no hospício. - Disse ela rindo. 

Dylan: Porque fez isso? - Ele perguntou confuso e curioso.

Sam: Porque nós éramos como cão e gato, e de repente eu me vi apaixonada por ele... então achei que estava ficando louca. - Ela respondeu. 

Dylan: Se você gostava dele... porque batia nele? 

Sam: Eu sei lá... era o único jeito de ter a atenção dele. E também, nós Pucketts somos meio agressivos, né.  

Dylan: Sim... somos! - Concordou. - Menos a tia Melanie. - Ele continuou. 

Sam: Sim... ela com certeza é a exceção da familia. - Ela riu. A conversa entre eles continuou por mais algumas horas. O restante do dia fora tranquilo, sem mais surpresas ou brigas. Tudo que ambos queriam era que ele acabasse logo. 

----- No dia seguinte -----

Ambos estavam sentados no sofá, curtindo a tarde de sábado que para a felicidade da loira, estava de folga, quando resolveu conversar com o filho. Sam percebeu que seu filho estava se apaixonando, por mais que ele negasse quando ela perguntava. Mas ela sabia que por tras do seu jeitão de bad boy, ele era um garoto tímido e doce, assim como ela era na idade dele. Então ela pensou em algo para ajudá-lo, e teve uma idéia que com certeza agradaria ao garoto. 

Sam: Então.... você e Amy estão bem amigos, né? - Ela disse inocentemente. O garoto a fitou por um momento. 

Dylan: Sim, estamos.

Sam: E... você gosta dela? - Ela perguntou com um meio sorriso malicioso.

Dylan: Po..po..porque.. que...quer sa...saber? - Ele gaguejou nervoso. Sam riu.

Sam: Porque está na cara. 

Dylan: Não está não. - Ele tratou de responder rapidamente. - Nada a ver, mãe. - Ele disse fingindo desinteresse. A loira balançou a cabeça e prosseguiu. 

Sam: Ok... eu ia dar uma idéia pra você e ela ficarem juntos, mas já que não quer, tudo bem. - Disse a loira voltando sua atenção à TV. - Vai continuar sem dar seu primeiro beijo. - Ela completou virando-se para o filho novamente, que agora tinha uma expressão indecifrável. Seus olhos demonstravam a timidez e curiosidade em seu rosto que estava vermelho. Ele não gostava de falar sobre isso... os garotos de sua escola já haviam namorado várias garotas e ele ainda nem dera seu primeiro beijo. Isso o deixava triste, mas ele escondia de todos. O garoto continuou a ignorá-la e ela bufou, percebendo que não teria sucesso. Ela sentia que estava sendo chata com isso, mas sabia o que ele sentia, pois passou por isso na adolescencia e sabia o quanto era doloroso. 

Dylan: Ok... eu gosto... dela. - Ele admitiu baixo, sentindo suas bochechas arderem de tão quente. A loira sorriu satisfeita. - Agora me diz... o que eu faço? - Ele perguntou, fazendo Sam virar um pouco mais para ele. 

Sam: Bom... como você sabe, Freddie e eu vamos jantar hoje à noite... - Ela começou, e antes mesmo que ela pudesse continuar, o garoto a interrompeu.

Dylan: Eu não vou a um encontro duplo. - Ele disse. Sam revirou os olhos. 

Sam: Deixa eu terminar. - Ela disse suspirando. - Bom... eu pensei que talvez você pudesse convidá-la para dormir aqui... sabe, assistir filmes, pipoca, refrigerante, doces...isso cria um clima romântico entre vocês. - Ela disse sorrindo. O garoto sorriu, gostando da idéia da mãe. 

Dylan: Eu gostei disso... 

Sam: E amanhã, vocês teriam o dia todo livre para passear, ir ao shopping ou à praia. - Ela falou. O garoto parecia gostar de todas as sugestões da mãe. E assim que planejou tudo, tratou de ligar para Amy, para convidá-la. A morena aceitou na hora o convite dele, pois queria conhecer a cidade e ainda passaria um tempo com o garoto. Logo que desligou o telefone, Amy correu para o quarto, para arrumar algumas roupas para levar para a casa dos Pucketts. Freddie ficou um pouco enciumado de deixar a filha dormir na casa dele, mas a menina disse que eles não ficariam sozinhos, além disso só iam ver filmes e comer pipoca. Ela tranquilizou o pai e logo terminou de arrumar suas coisas.

Enquanto isso, Freddie escolhia uma roupa para o seu encontro com Sam Puckett. Há muito tempo ele não ficava tão ansioso, como estava nesse momento. Revirava seu guarda-roupas, á procura de uma camisa elegante e que não o deixasse tão nerd. Por sorte, ele tinha uma mini Carly Shay em sua vida, que o ajudou a escolher uma roupa e um sapato para a ocasião. 

----- Mais tarde ----- 

A noite em Los Angeles estava maravilhosa. As estrelas enfeitavam o céu com seu brilho e delicadeza, mas era a lua quem se destacava. Grande e cintilante, sua circunferencia era perfeitamente desenhada, como se tivesse sido feita com um compasso. Uma brisa calma e fresca deixava a cidade agradavel para todos. 

Freddie e sua filha, Amy, já estavam a caminho da casa dos Pucketts, enquanto Sam terminava de arrumar seu vestido. A loira usava um tomara que caia vermelho sangue, sapatos de salto alto da mesma cor do vestido. Ela estava um pouco nervosa, Freddie chegaria a qualquer momento. Há tanto tempo ela não tinha um encontro, que não queria parecer boba. Dylan estava na sala, vendo TV, enquanto esperava sua amiga. Ele escolheu vários filmes, de gêneros diferentes, para que Amy pudesse opinar também. 

A campainha tocou e Sam entrou em desespero, pois ainda não estava totalmente pronta. Dylan foi até a porta e a abriu.

Freddie: Boa noite. - Disse ele sério. 

Dylan: Boa noite... entrem. - Ele falou dando passagem aos dois.

Amy: Oi... - Ela o cumprimentou com um sorriso tímido. Freddie permaneceu sério, o que deixava o garoto ainda mais nervoso. 

Freddie: Então... vocês dois vão ficar aqui, sozinhos? - Ele perguntou, fazendo Amy revirar os olhos irritada. 

Dylan: Não... minha babá ficará conosco. - Ele disse. Freddie riu. 

Freddie: Sua babá?

Dylan: Bom... ela começou como minha babá, quando eu tinha 3 anos, mas com o passar do tempo, virou a governanta da casa. Sabe... minha mãe trabalha até de noite e não tem tempo de cuidar da casa, e ela confia muito na Abby. 

Freddie: Entendi...

Amy: E cadê a sua mãe?

Dylan: Está no quarto se arrumando. 

Amy: Legal... eu vou lá. - Disse à morena subindo as escadas. Dylan entrou em pânico, não queria ficar sozinho na sala com Freddie. Ele se sentia meio desconfortável, pois já percebera o ciúmes que ele tinha de sua filha e isso o apavorava. 

Dylan: Ah...eu....eu... vou ver se a Abby, já terminou de preparar nossos lanches. - Ele disse meio nervoso. - Fique a vontade. - Ele disse saindo rapidamente dali.