Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 26
Capítulo - Love and Hate




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O céu estava formidável naquela manhã de inverno, um tom de azul escuro, podia-se ouvir os pássaros cantarem na copa do velho carvalho, Amy despertara juntamente com os primeiros raios de sol, sentia-se impaciente e ansiosa. Precisava terminar seus afazeres. Caminhava com passos lentos na direção da cozinha, mas acabou topando de frente com Oliver perto da pia tomando seu café matinal, ela soltou um suspiro que esticou os botões de seu casaco de lã, ela ficou transfigurada pela visão.

Ele mostrou-lhe um sorriso amigável parecia querer pedir que ela tenha piedade. Parecia que uma respiração de sua esposa fora o suficiente para o desejo substituir o profissionalismo que ele geralmente mantinha. Seus olhos voltaram para aquele rosto e aqueles olhos verdes cintilantes. Ele não tinha intenção de voltar a ter conflitos com ela.

–Bom dia. - saudou-a com um leve sorriso.

Não houve uma resposta de imediato, deixando um silencio aterrorizador no ar.

– Deve ter seus motivos para não querer manter uma conversa direta comigo, mas pelo que sei é falta de educação não retribuir a saudação. - disse.

Os lábios rosados da jovem se moveram em forma de protesto, sabia o que ele estava tentando fazer, mesmo que resistisse a tentação de dar-lhe uma resposta seria inútil.

– Motivos tenho de sobra, meu senhor. - disse pausadamente - Mas agora sabes que nunca lhe fui infiel nas minhas palavras, diferente de meu senhor que vivia me acusando de infâmias, enfim tem a prova que antes de ontem sempre fui pura.

Aquelas palavras vieram como facas na direção de Oliver que permaneceu calado e cabisbaixo. Ela tinha razão suas acusações eram falsas e injustas, sentia seu estomago retorcer de raiva, mas conteve-se. Ele pegou sua xícara de café e virou-se dando-lhe as costas, respirou fundo antes de dizer algo em sua defesa, sem delongas virou-se novamente para encará-la com seus olhos azuis eletrizantes em contraste com a brancura de sua camisa.

– Já lhe pedi um milhão de vezes desculpas, não lhe é suficiente? - quis fazer.

Não! Realmente não era depois de tudo apenas um pedido sólido de desculpas, não parecia plausível, mas sim hipócrita da parte dele.

– Suas desculpas não irão modificar meus pensamentos. - rebateu - Mas como podes ver preciso terminar meus afazeres domésticos.

Ele arqueou o cenho confuso.

– Para isso temos criados, agora deve se por como minha esposa. - ordenou.

Amy levou a mão direita até a boca, perplexa.

– Não sou melhor que nenhum de seus meros criados, Milorde. - respondeu.

Antes que ela pudesse pensar, Mclachlan estava em pé diante dela, deslizando as mãos por seus braços nus, confundindo seus sentidos com sua masculinidade. Percebendo a tensão dela, Oliver hesitou antes de pegar seu casaco.

– Espero que algum dia possa me entender. - disse próximo ao ouvido da jovem de forma provocativa. - Tenho alguns assuntos pendentes com o proprietário do rancho vizinho, mas retorno antes do pôr-do-sol. - disse depositando um beijo na face macia de Amy.

Surpresa, Amy ficou momentaneamente em silêncio. Sentia seu corpo todo reagir com aquela proximidade, detestava ficar vulnerável perante essas situações.

– É uma ordem para esperá-lo? - disse ironicamente.

Oliver virou-se na direção dela assim que terminou de colocar seu casaco, deparou-se com um olhar de dureza como aço nas profundezas daquele verde, ele sentiu o peito doer, desapontado e ferido, mas conteve suas emoções e mostrou lhe um breve sorriso antes de sair. Amy queria acreditar nele, mas ela perdeu a habilidade da confiança quando chegara aquele casarão, talvez Lord Mclachlan não fosse digno de sua confiança.

Ela foi até a pia, encheu um copo d’água e o bebeu. Ela assentiu em silêncio, odiando a formalidade com a qual ele se dirigia a ela. As coisas seriam assim agora?

– Santa mãe de Deus. - murmurou afoita.

Amy era uma jovem excepcionalmente linda e de belo cabelo negro olhos verdes e pele cor de pêssego E suas mãos tremiam enquanto ela arrumava os copos sobre a pia. Estava loucamente apaixonada por Lord Oliver Mclachlan, era uma loucura pensar, mas seu corpo não negara a satisfação da noite passada. No silêncio que se seguiu, ela ouvia apenas o turbilhão em seu coração. Uma lágrima solitária escorreu, mas ela impacientemente a limpou. Ela não deixaria que ele voltasse a brincar com seus sentimentos, mas quando se recordava daquele sorriso tentador que fugia dos lábios dele, Amy ficava incerta sobre manter a guarda. Só aquele breve vislumbre já seduzira os sentidos já excitados da jovem.

– Menina Amy agora é a senhora dessa casa e não deve ficar fazendo esses afazeres. - disse Eileen.

Amy balançou a cabeça saindo do transe e virou-se na direção da porta, la estava a velha moura com um sorriso de orelha a orelha encarando a.

– Senti tanto sua falta. - disse Amy.

A velha criada aproximou-se da jovem envolveu a em um agradável abraço.

– Não sabe o quanto todos estamos felizes por você menina. - disse Eileen.

Amy afastou-se da criada e desviou seu olhar para um canto vazio, era notável a decepção no rosto da jovem.

– Deseja compartilhar algo que esta lhe incomodando, menina?

Amy suspirou.

– Como posso sentir tanta raiva dele e no mesmo momento me entregar. Nunca irei me perdoar por ter dado a ele meu maior orgulho, me sinto um lixo por causa desse monte de sentimentos. - grunhiu.

Eileen entendia a dor de sua jovem patroa, pois presenciara os piores momentos dela naquele casarão.

– Não sinta, pois sabe que é um anjo de pessoa. - disse afagando o rosto da jovem - Lord Oliver Mclachlan é duro às vezes, mas contém um coração de ouro debaixo daquele revestimento de madeira. Mas o ama, não é?

Ela praticamente desabou sobre a cadeira.

– Amo, sempre amei-o. Mas sinto um rancor que me corroer por dentro.

Ela sentia se dominada por aquela intensa sensação, Amy levantou o olhar para encarar, atordoada, os olhos da criada. Eileen podia ver claramente a mistura de amor e ódio que ela sentia por Lorde Oliver. Simples palavras não iriam curá-la das feridas abertas apenas o tempo poderia fechá-las definitivamente, de uma coisa a criada sabia que quando a disputa entre o amor e ódio o sentimento maior vencera.


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Notas finais do capítulo

Queremos agradecer a Fran Malfoy por ter deixado uma recomendação linda na nossa fic!
Obrigada
Dessa & Candace