Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 10
Capítulo - Reputation




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/234344/chapter/10

Depois de desamarrar o nó no cinto do sobretudo, lorde Mclachlan tirou o casaco e o pendurou na poltrona ao lado da porta do pequeno escritório do casarão.Olhou para a pilha de folhas organizadas a esquerda da mesa próxima ao pequeno iluminador.

– Deve mandá-la embora, faça o que é correto diante dos olhos de Deus, pois a pobre nem conseguira um bom casamento se souberem que isso aconteceu, imagine a desgraça que se tornara a vida dela.  Tem dote suficiente para arranjar um excelente casamento. – disse por fim. – Mas faça o que seu caráter achar melhor, pois pelo menos confio que tenha herdado isso de sua família.

A voz da Condessa martelava em sua cabeça, caminhou lentamente na direção da cadeira cabisbaixo. Só de pensar que aquele murmúrio surgiu através de Lord Gavin, sentiu seus músculos enrijecerem, já estava farto das mentiras á seu respeito, mesmo sabendo que era verdade a respeito de Amy Morgan, já estava a ponto de mandá-lo para o inferno e dizer-lhe algumas verdades.

Mclachlan suspirou, o peso da responsabilidade estava fazendo sua cabeça doer  enquanto afrouxava a gola de sua camisa. Mas o som de batidas na porta o fez sair daquele transe que o envolvido.

-Entre. – ordenou endireitando se na cadeira.

Assim que a porta se abriu revelando a velha moura cabisbaixa segurando uma carta entre as mãos tremulas, Oliver levantou-se e a encarou de forma investigativa e detalhada.

-O que quer?Estou ocupado agora. – vociferou.

Ela estendeu a carta na direção dele, fazendo-o permitir que se aproximasse da mesa. Ao entregar o bilhete caminhou rapidamente na direção da porta antes que fosse questionada.

-Quem te deu isso? – quis saber.

Eileen sentiu seu estomago gelar.

- A bruxa.. Quero dizer a curandeira, Marie. – disse enquanto retorcia as mãos.

Oliver solicitou que o deixasse sozinho, estranhou por alguns minutos Marie nunca mandava bilhetes ou recados pelos criados sempre preferiu tratar de negócios pessoalmente.

Ele sentou-se para verificar o que a curandeira desejava, Oliver olhava como que hipnotizado pelas linhas da carta enquanto franzia o cenho confuso e espantado com aquelas palavras, ela havia deixado muito claro.

Rapidamente ele levantou se da cadeira e caminhou com passos ligeiros na direção da cozinha onde tinha certeza que a velha moura estaria, sua expressão estava totalmente modificada, parecia um leão prestes a dar seu golpe final, seus passos eram firmes e duros iguais a uma marcha assim que abriu as portas da cozinha de forma rude.

-Quem mandou isso? – rosnou furioso.

A jovem Amy deu um pulo ao ouvir a voz raivosa do Lord Mclachlan, endireitou a espinha e deu um passo à frente, mas seus olhos se voltaram para o um canto vazio, ele permaneceu inerte observando-a como se quisesse entendê-la.

- Não sei do que esta falando Lorde Mclachlan. – murmurou cabisbaixa.

Ele balançou a cabeça como se estivesse tentando se livrar da culpa soltando um longo suspiro.

-Onde esta a moura? – quis saber.

Amy sentiu seu maxilar endurecer e suas mãos tremiam de forma descontrolada.

- Ela foi buscar os temperos na despensa. – respondeu sem ao menos encará-lo.

Ele franziu o cenho e por fim rasgou a carta.

- Isso é culpa de seu velho pai, Deus por que fui aceitá-la em minha casa?– grunhiu com um olhar fixo na jovem – Se esse bochicho chegar aos ouvidos de minha mãe será meu fim. Sem contar com as piadinhas de mal gosto a meu respeito.

Amy sentiu uma onda de coragem apoderar seu peito.

- Já parou para pensar na minha reputação? – disparou na direção de Oliver – Essa manhã fui chamada de promiscua no vilarejo, e nem sequer me deitei com o senhor, nunca poderei me casar de verdade, pois quem ira querer uma vendida?

Oliver a encarou boquiaberto, ela tinha razão em dizer aquelas palavras.

- Foi um erro tudo isso! Peço perdão. Essa história não saiu bem a nenhum dos dois.

Ela desviou o olhar, mortificada ao perceber que um simples pensamento envolvendo lord Oliver Mclachlan ainda fazia sua cabeça tontear e seu coração se apertar dolorosamente no peito.

- A culpa não é sua, lord Mclachlan. – disse voltando seus olhos para o chão - Deveria ter rejeitado essa bobagem, meu pai é um homem velho e cansado, talvez um convento possa ser meu destino final depois de tudo isso que esta ocorrendo aqui.

Ele apiedou-se dela, naquele momento não estava ligando para sua maldita reputação, mas estava vendo seu orgulho besta destruir a vida daquela jovem que nem sequer tinha chegado à casa dos 20, contando apenas 17 anos de idade.

- Não sou mais um moleque. Irei arrumar minhas tolices. – disse.

Ela nem sequer moveu-se.

- Como, me devolvendo para meus pais? – questionou.

Ele balançou a cabeça, ameaçou aproximar-se dela, mas parou bruscamente.

- Não será dessa forma. - disse.

Girou sobre os calcanhares e seguiu na direção da sala deixando-a sozinha na imensa cozinha, tentava imaginar quem mandara Marie escrever aquelas palavras com um teor de ameaça.

Oliver estava parado no da sacada de seu quarto, estupefato e sem voz, seus olhos estavam fixos no belo jardim vitoriano, a suave voz de Amy Morgan o deixava perplexo e sem chão, mas então ele percebeu que a imagem da pele clara e salpicada de sardas dos ombros dela começara a povoar seus pensamentos. O calor pulsou em sua virilha ao lembrar-se da noite que confundira a curandeira com a jovem.

- Maldito, só pode ser aquele verme do lord Gavin. – resmungou.

Suas mãos prendiam as bordas da sacada, balançara a cabeça tentando desfazer seus pensamentos distorcidos.

Para o inferno com esse maldito orgulho, darei um jeito nesse falastrão, ensinarei o a me respeitar! – pensouO instinto primitivo de protegê-la apareceu do nada dentro dele, estaria disposto a enfrentar qualquer um que se opusesse em seu caminho.

A sobrancelha se ergueu ainda mais tinha ainda que organizar sua partida para New York a negócios, mas quando retornasse daria um jeito de descobrir quem estava por trás daquelas letras descritas na carta que a velha moura lhe entregara naquela manha.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!