“Eu sorrio para ele e beijo seus lábios delicadamente. Eu me afasto um pouco e acaricio seu rosto. O rosto perfeito do meu noivo, do pai da minha filha. O homem da minha vida.”

POV Bella.

2 meses depois.

–Mãe, eu te disse que eu estou bem. –eu repiti pela décima vez para a Renée pelo telefone. Ela estava aqui em casa e quando foi embora, minha pressão caiu e eu acabei desmaiando. Esme e Edward me socorreram, felizmente eu acordei bem e o meu obstetra disse que estava tudo bem com o bebê.

–Bella, você tem que ficar de repouso, não fique zanzando por aí... Seu pai quase teve um ataque quando Esme ligou aqui em casa...–ela murmurou e eu suspirei.

–Papai ficou preocupado? –eu perguntei. Meu pai estava na mesma comigo. Não falava comigo e minha mãe sempre dizia que ele estava bem e que sentia a minha falta. Eu tentava acreditar nela mas eu não consigo imaginar meu pai sentindo falta de mim depois dele mesmo ter me expulsado de casa.

–Querida, ele te ama acima de tudo...–a voz de Renée era fraca.

–Eu queria poder acreditar nisso, mamãe. –eu disse sentindo meu bebê me chutar. Eu olho para a porta e vejo Edward se aproximando de mim. Ele se deita na cama e coloca sua cabeça no meu colo. Eu começo a brincar com seu cabelo e ele parece sonolento. –Mãe, eu vou descansar. Amanhã nós conversamos.

–Ok. Te amo, minha filha.Se cuida.

–Também te amo, mamãe. –eu disse encerrando a ligação.

Edward se ergueu e beijou a minha testa levemente.

–Como você está se sentindo? –ele perguntou enquanto se deitava novamente em meu colo. Eu deixei meu celular do meu lado e começei a brincar com o cabelo de Edward.

–Eu estou bem. Só a sua filha que fica dançando aqui dentro. –eu disse acariciando minha barriga de 7 meses e sinti alguns movimentos. Edward colocou sua mão na minha barriga e sorriu.

–Ela está bem... Você me deu um susto hoje, Bella. –Edward disse se erguendo e ficando do meu lado do lado da cama, me olhando nos olhos. Ele segurou meu rosto com as duas mãos e roçou seu nariz com o meu.

–Eu acho que ela quer sair logo daqui, ela está avisando já. –eu disse pegando a mão de Edward e acolocando sobre a minha barriga. –Ela quer te ver.

–Ela quer nos ver. –ele completou beijando meus lábios suavemente.

–Edward... você pode prometer uma coisa para mim? –eu perguntei baixo para ele. Olhei fixamente em seus olhos e respirei fundo assim que ele afirmou com a cabeça. –Promete para mim que você vai cuidar da nossa filha, promete que ela vai ser o centro do seu mundo?

–Por que você está pedindo isso, Bella? –ele perguntou rígido. Olhei para o outro lado do quarto e respirei fundo antes de voltar a olhar para ele.

–Eu sou fraca, Edward. Eu não sei se vou conseguir fazer isso... –eu disse olhando para a minha barriga e sinti meus olhos lacrimejarem.

Eu queria poder dizer a Edward que eu era forte e que conseguiria sobreviver ao parto mas eu estava com medo. Medo de não sobreviver e deixar Edward, mas eu sabia que ele teria uma parte de mim com ele, a nossa filha.

Edward olhou para mim assustado. Ele passou a mão no cabelo e o puxou com força. Eu peguei sua mão livre e coloquei sobre a minha barriga.

–Por favor, por ela. –murmurei. –Eu vou tentar ser forte, eu juro. Mas se eu não conseguir... Por favor, prometa para mim.

–Bella, e-eu...

–Por favor. –eu disse e uma lágrima caiu sobre minha barriga. Edward pegou meu rosto e beijou meus lábios.

–Ela já é o centro do meu mundo, assim como você. Você é forte sim, Bella. Eu sei que você vai conseguir fazer isso, eu sei. –ele murmurou contra meus lábios. Seu hálito era bom, eu segurei sua nuca e o beijei novamente.

Eu queria poder aproveitar todos os momentos com ele, poder fazer ele feliz até o dia do meu parto, que logo chegaria. Eu fiquei de repouso absoluto por uma semana depois do Natal. O Dr. Phill disse que o bebê estava mudando de posição rápido e qualquer movimento meu poderia acelerar isso, e ele não queria isso.

O nosso Natal foi tenso, apesar de todos tentarem me animar eu fiquei abalada o dia inteiro. Eu sabia que não iria aguentar ficar daquele jeito por muito tempo, Edward ficou comigo o dia todo, dizendo que comprou várias coisinhas para a nossa filha. Eu apenas ouvia e assentia o que era preciso. Meu pai ligou durante a ceia e me desejou um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. No Ano Novo ele não me ligou. Minha mãe passou o Natal com ele e o Ano Novo comigo.

Estávamos em Março agora, e Edward começaria a faculdade de Medicina logo, ele não queria ir mas eu disse que ele tinha que ir, que eu estava segura em casa com Esme e Carlisle. Ele concordou e logo estaria longe de mim por 9 horas por dia.  

...

–Eu não quero te deixar sozinha, deixa eu ficar... –Edward disse se apoiando na cama ao meu lado. Eu estava totalmente cansada, eu não tinha descido para tomar café, eu estava exausta.

Era 07h00min quando Edward acordou e se arrumou para a faculdade. Eu o vi se arrumando e senti orgulho dele. Meu melhor amigo, meu amante, meu mundo, estava fazendo o que ele realmente queria. Ele batalhou muito para poder ser o que ele é agora, ele iria exercer a função dele, e orgulhar a minha filha e, se eu sobreviver, a mim.

Ele se curvou sobre mim e beijou a minha testa e depois meus lábios.

–Me ligue, por favor. Qualquer coisa me ligue.

–Ok, agora vá se não você irá se atrasar. –eu empurrei ele e ri. Ele pegou as chaves do carro dele e beijou minha testa novamente antes de sair do quarto e me deixar sozinha.

Eu começei a sentir calor e tirei o cobertor que estava sobre mim. Eu liguei a tv e fiquei olhando o noticiário e não percebi quando Esme entrou no quarto. Ela segurava uma bandeja de café da manhã, ela se aproximou da cama e sorriu para mim. Eu me sentei e ela colocou a bandeja no meu colo. Ela se sentou na beirada da cama e começou a acariciar minha perna.

–Como você está se sentindo hoje? –ela perguntou sorrindo.

–Estou bem, tia. Só estou me sentindo exausta... E com fome. –eu disse encarando a minha bandeja cheio de coisas gostosas. Torradas, salada de frutas, ovos e um copo grande de suco de laranja.

–Edward acabou de sair... Não se preoucupe, ele logo estará aqui.

–Eu sei. –eu murmurei e tomei um gole do meu suco.

–Ok. –ela se levantou e beijou a minha testa. –Depois eu volto. Coma tudo.

Ela sorriu para mim e logo saiu do quarto. Encarei minha bandeja e senti meu estômago roncar.

...

Abri meus olhos e passei a mão na minha barriga, era sempre assim. Eu acordava e passava a mão na minha barriga para sentir a minha filha, para saber se tudo aquilo não se tratava de um sonho.

Bocejei e olhei para a janela, estava escurecendo. Peguei meu celular, que estava do meu lado, e olhei as horas.17h50min.

Me sentei na cama e vi que havia um copo de água no meu criado-mudo. Olhei para a porta do banheiro e vi que ela estava fechada, e ouvi que o chuveiro estava ligado. Com cuidado, saí da cama. Andei até a porta do banheiro e abri ela com cuidado, fiquei parada vendo Edward de costas para mim dentro do box.

Entrei no banheiro sem fazer barulho e começei a tirar a minha roupa, ele não sentiu minha presença alí dentro. Quando terminei de tirar as minhas roupas eu caminhei silenciosamente até o box.

–Posso me juntar a você? –eu pergutei abrindo a porta do box. Ele se virou e sorriu ao me ver.

–Claro. –ele disse pegando a minha mão e me puxando para seus braços. –Senti sua falta.

Ele disse beijando a minha testa e me abraçando fraco. Eu suspirei e acariciei seu rosto e beijei seus lábios suavemente.

–Por que não me acordou? –eu perguntei sorrindo para ele. Ele suspirou e pegou o sabonete e a esponja e começa a me lavar.

–Você estava dormindo e eu não queria atrapalhar seu sono.

–Você pode me acordar quando quiser. –eu disse erguendo meus braços para que ele conseguisse lavar a lateral do meu corpo. –Como foi o primeiro dia na faculdade?

–Foi tenso. –ele disse rindo. –Conhecemos alguns lugares que vamos frequentar no hospital e essas coisas.

–Está cansado? –eu perguntei enquanto colocava um pouco de shampoo nas minhas mãos e começava a lavar meus cabelos. Ele continuava a lavar meu corpo.

–Não muito. –ele respondeu calmamente. Eu fiquei de baixo d'água e começei a enxaguar meu cabelo. Edward me abraçou por trás e acariciou minha barriga. –Como está a minha filha?

–Agora ela está quieta. –eu disse saindo de seus braços e do box, peguei uma tolha e me enrolei nela. Edward me seguiu. Ele colocou uma tolha na sua cintura e se aproximou de mim novamente.

–Bella, sua mãe ligou agora pouco. –ele disse enquanto se apoiava na bancada, nossos olhares de encontraram no espelho. –É seu pai. Ele sofreu um acidente de carro.