Danger Line escrita por Larissa S


Capítulo 22
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem finalmente tomou coragem pra se despedir e veio postar o capítulo final da história, galerinha?

Espero que gostem!



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- Você acha que ele vai gostar de vir morar com a gente, Edward? – aquela era a décima vez que Isabella me fazia a mesma pergunta em menos de meia hora: eu teria rido, se a situação não fosse tão séria e se não estivesse tão ansioso: aquela manhã ensolarada representava o início de uma nova fase em nossas vidas, fase essa que eu não tinha tanta certeza de que estava preparado pra encarar.

Na verdade, eu não conseguia era ter certeza de que seria um bom pai, e a possibilidade de falhar com um garotinho doce, de olhos cativantes e a quem eu vinha me apegando cada vez mais ao longo dos meses era apavorante demais para ser posta em palavras.

Nada podia dar errado.

- Pode ser um pouco estranho no começo amor, mas as coisas vão acabar se ajeitando: Will já nos conhece há quase um ano e é completamente apaixonado por você, não que eu possa culpá-lo por isso – brinquei – você será uma mãe maravilhosa, Bella. Vai ficar tudo bem. – a última frase foi pronunciada num tom mais baixo, e era algo de que eu continuava tentando me convencer. Quando voltei minha atenção para a estrada, percebi que já estávamos quase em frente ao orfanato, e tive de firmar minhas mãos no volante pra evitar que minha esposa percebesse o quanto elas tremiam.

O longo gramado encontrava-se estranhamente silencioso áquela hora, e não demorou muito até que estivéssemos parados em frente á maltratada porta de madeira.

- Pronta? – perguntei, o mais calmamente que podia, enquanto entrelaçava nossos dedos e sorria ao perceber que minha esposa tinha o lábio inferior preso entre os dentes, sinal claro de nervosismo.

- Sim. – a voz doce mal passava de um sussurro, e Bella encarava a porta fechada a nossa frente com um interesse quase calculado.

Ainda perdi algum tempo pensando em maneiras pra fazê-la se acalmar, mas acabei chegando a conclusão de que nada que tentasse adiantaria, não naquele momento, e então simplesmente toquei a campainha.

- Edward, Bella, oi! – Ângela era uma jovem de constituição frágil e temperamento forte, formada em assistência social e  que cuidava de William e das outras crianças como uma irmã mais velha superprotetora. Acabamos nos tornando amigos durante o tempo em que correram os trâmites para a adoção do menino, e ela era a única que conhecia inteiramente as motivações para aquela decisão: mesmo que algum dia Bella fosse capaz de apagar inteiramente as memórias nefastas das duas vezes em que engravidara de Ethan e decidisse tentar de novo, os médicos afirmavam que a gestação não ultrapassaria o quarto mês, apenas mais uma das conseqüências dos abortos que ela fora forçada a fazer. – Eu tinha certeza de que vocês chegariam mais cedo, então já arrumei as coisas do Will, mas aquele preguiçoso continua na cama.

- Você contou a ele que viríamos buscá-lo? – perguntei, enquanto ela me passava uma mochila com os poucos pertences do garoto, sorrindo como se não pudesse acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

- Ainda não. Pra ser sincera, eu não sabia bem o que dizer, ele é tão pequeno... além do mais, pensei que vocês iam gostar de contar as novidades. Fiquem a vontade, eu vou subir pra arrumá-lo e então vocês podem ir.

- Será que seria um problema se nós fôssemos com você? – Ang já tinha galgado quase a metade dos degraus quando a voz de Isabella se fez ouvir, e minha esposa começou a segui-la antes mesmo que a garota conseguisse responder.

- Claro que não, querida. Na verdade vai ser até bom: quem sabe você tem sorte e consegue convencê-lo a sair da cama mais rápido do que eu? Deus sabe que essa não é uma tarefa fácil. – as duas riram baixo e eu ouvi Bella resmungar algo parecido com “ bom, pelo menos ele e Edward tem algo em comum, além do fascínio por carros, não é?”

O tempo pareceu se arrastar enquanto nos movíamos ao longo do extenso corredor, e quando Ângela parou em frente á última porta a esquerda, minha esposa pareceu ser atingida por uma onda inesperada de confiança.

Permaneci escorado no batente da porta enquanto as duas se embrenhavam em meio as pequenas camas dispostas ao longo do aposento, e Ângela murmurava algumas palavras  doces para os poucos garotos que já haviam despertado.

Meus olhos procuraram incessantemente até reconhecer a massa de cabelos castanho claros localizada na cama mais distante da porta e evitei até mesmo piscar enquanto observava Bella se agachando ao lado dele e acariciando seus cabelos enquanto murmurava algumas palavras que não pude ouvir, mas que jurei que saberia reconhecer: ela estava tentando acordar Will da mesma forma que fazia comigo nos fins de semana.

Sempre vou me odiar por ter perdido os detalhes daquele momento, mas o fato é que, sabe-se Deus porque, minha mente escolheu justo aquela hora pra pregar-me uma peça macabra e obrigar-me a visitar uma das lembranças  que eu mais detestava: o dia em que Isabella decidira visitar Ethan Smith no manicômio.

Estávamos casados há dois anos quando ela me contou o que planejava, e aquela foi a pior briga que nós dois tivemos que enfrentar: obviamente, eu era veemente contra aquela maluquice, mas a garota estava irredutível e afirmou que, caso eu me recusasse a acompanhá-la, ela daria um jeito de entrar na clínica sozinha. Senti-me tentado a acreditar que aquilo não passava de um blefe, mas no final das contas acabei me dando por vencido e decidi não me arriscar.

O lugar dava arrepios, e no segundo em que pus meus pés lá, desejei poder sair. Bella estava anormalmente calma, olhava pra todos os lados como se pretendesse memorizar cada ambiente e nem sequer pestanejou quando um dos guardas nos levou até uma das salas de visita.

Smith encontrava-se escorado em uma das cadeiras mal cuidadas, e não fosse o fato de estar extremamente magro, trajar roupas pelo menos dois números maiores que o adequado e ter um brilho animalesco nos olhos, creio que ele pareceria uma pessoa normal. Bom, pelo menos até que abrisse a boca.

- Ora ora, se não são o meu irmão caçula e a vadia bigama pela qual ambos nos apaixonamos? – ele pretendia que a frase soasse sarcástica, mas o efeito foi completamente arruinado por certo tremor nas palavras. – o que os traz aqui?

- Edward não pensou que fosse uma boa idéia, mas eu precisava ver o merda que você se tornaria depois de algum tempo num lugar como esse, Ethan. – antes que eu pudesse pensar em impedir, Isabella tinha se inclinado na direção dele, e o encarava firmemente, um sorriso predatório pregado em seus lábios. – onde está o homem poderoso que passava os dias me atormentando, hein? Eles o deixam foder algum dos outros pacientes, ou você precisou estuprar mais alguém em busca de sexo? Andou espancando alguma outra mulher recentemente?

Não houve resposta: o inglês parecia chocado demais até pra se mover, e só foi capaz de se pronunciar quando Bella já tinha se levantado e meus braços estavam firmemente enrolados em volta de sua cintura.

- Adeus, Ethan – até mesmo uma mente perturbada como a dele não deve ter tido dificuldade pra perceber o veneno que escorria em cada palavra. – espero que você tenha uma vida longa e miserável, é exatamente o que merece.

- VEJO VOCÊS NO INFERNO, IDIOTAS – ele finalmente perdeu o controle, e sua voz pareceu ricochetear ao nosso redor antes que os enfermeiros entrassem correndo e o derrubassem com uma injeção.

- Nem mesmo o demônio lhe suportaria, verme. – rebati, antes de me encaminhar pra fora da sala e virar-me para observá-lo por alguns segundos. Pela última vez.

- Ei Edward, é verdade que eu vou morar com você, e que posso mesmo ter um cachorrinho? – a voz fina de William trouxe-me de volta ao presente e eu peguei-o no colo de maneira quase automática, depositando um leve beijo em seus cabelos bagunçados antes de responder:

- Você pode ter o que quiser, amigão. As coisas vão ser bem diferentes agora, eu prometo. Nós já podemos ir, amor?

- Sim. – Bella respondeu, enquanto algumas lágrimas corriam por seu rosto delicado – vamos levar nosso filho pra casa.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda não acredito que acabou, sério. Parece que foi ontem que o primeiro capítulo de DL estava sendo escrito e agora.... ai meu coração 3

Não posso ir embora sem agradecer a cada uma das pessoas que acompanhou mais essa minha ideia maluca, que comentou, foi feliz e sofreu junto comigo: gente, vocês não tem noção de como foram importantes, pra ser sincera eu nem tenho palavras pra agradecer!

Amanda, o Ethan é seu, ok? ( Porque você é a única que entende meu amor por ele ♥. A gente ajuda ele a fugir do manicômio, cês casam e vão pra Bulgária, que tal? HAUSAHSUASHAUSHASU)

Sei que não consegui tornar realidade as expectativas de todo mundo, mas comentem e me contem o que acharam da fic ok?

E, pra quem ainda está disposto a me aturar, comecei a postar uma fic nova, tenho alguns capítulos prontos e se vocês gostarem tem atualização logo logo, rs. Passem lá: http://fanfiction.com.br/historia/414884/Locked_Out_Of_Heaven/

Beijos, gente ♥