Danger Line escrita por Larissa S


Capítulo 1
A Estranha


Notas iniciais do capítulo

Mais uma história começando...espero que gostem !



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Edward POV

 

Eu tinha certeza de que, naquele momento, a expressão em meu rosto estava longe de ser amigável. Saí daquela maldita sala de reuniões feito um foguete, antes que perdesse o pouco de controle que ainda me restava e enfiasse a mão na cara daquele velho prepotente... o que diabos Carlisle pretendia com aquilo? Por algum acaso,ele realmente acreditava que eu seguiria suas estipulações ridículas? De jeito nenhum! Aquela empresa me pertencia,e eu tomaria o controle das mãos dele sem nem pestanejar...e não,ao contrário do que todos naquela sala estavam pensando, eu definitivamente não precisaria me casar pra isso.

— Edward...o que foi que aconteceu?- a voz excessivamente fina a aguda de Tanya, meu projeto de secretária fez com que eu fosse subitamente tragado de volta pra realidade. Continuei olhando pra fora da janela enquanto ouvia o barulho de seus saltos ecoando no espaço vazio e anteriormente silencioso que era a sala em que eu trabalhava, e soltei um palavrão quando o cheiro enjoativo de seu perfume barato chegou até mim. Porque mesmo eu ainda mantinha aquela inútil no cargo?- perguntei-me pela milésima vez, e obtive a resposta quando senti suas mãos tentando me livrar do paletó escuro que eu tinha escolhido naquela manhã - ela estava aqui porque era uma das únicas no andar que me despertava algum desejo, e eu sempre precisava dar uma "relaxada" durante o expediente. Na maioria das vezes, Tanya abria as pernas pra mim sem reclamar, e essa era a única razão para eu ainda não te-la mandado para o inferno. Ainda.

— Será que pode calar esta maldita boca,Tanya? Sinceramente, não estou com paciência pra ouvir você...aliás, por que está aqui? Não me lembro de te-la chamado - declarei, a voz soando mais rude do que de costume, e me afastando de seu toque. Eu precisava pensar, e não conseguiria raciocinar com clareza com ela buzinando em meu ouvido.

— Que bicho te mordeu? - antes que eu pudesse impedi-la, a vadia se aproximou e pôs seus braços em volta do meu pescoço, erguendo o rosto e tentando tocar seus lábios nos meus. Apenas continuei encarando-a, até ela desistir. Não era só porque transávamos eventualmente que ela tinha o direito de me beijar. Na verdade, há anos eu não sentia vontade de beijar qualquer mulher, e estava bem com isso - ontem a noite você estava tão animado...pensei que comemoraríamos o fato de ter assumido a presidência.

— Não que seja da sua conta, mas o presidente dessa empresa ainda é o velho que Esme insiste em dizer que me gerou - resmunguei, tirando-a de perto de mim com aspereza - e agora, se você pudesse me deixar sozinho, eu realmente agradeceria. E ah, antes que tente argumentar, ou seja lá qual for o nome que dá-se a essa sua maldita insistência vou avisar: não volte aqui sem ser chamada! Quando e se eu quiser te-la de novo, você saberá. Agora desapareça...me deixe em paz.- as últimas palavras foram pronunciadas num falso tom cortês, e surtiram o efeito desejado, já que ela empertigou-se e saiu sem dizer mais nada.

Assim que me vi sozinho de novo, fui até o aparador que ficava meio escondido num dos cantos da sala em busca de uma bebida. Eu geralmente não consumia álcool em horário comercial, mas sabia que aquilo era a única coisa capaz de aplacar, mesmo que minimamente, a fúria que me consumia. Depois de pegar uma das garrafas de vodka que eu costumava manter por perto, me joguei em minha poltrona e desejei que o torpor me tomasse rapidamente. Eu realmente precisava relaxar, ou acabaria explodindo.

—Edward? - apertei o copo com mais força entre meus dedos, enquanto meus olhos se fixavam na figura quase caricata que era meu irmão mais velho. Ótimo, Emmett era a vítima da vez....eu sinceramente me perguntava quando é que Esme se cansaria de tentar reconstruir uma relação que já não existia há anos.

— O que quer aqui? - resmunguei, acabando com o que restava da minha bebida em apenas um gole e pousando o copo sobre a mesa com um pouco mais de força do que era realmente necessário. O que você precisa pra ter privacidade pra beber em paz, afinal?

— Mamãe pediu pra ver como você estava....ela não ficou legal depois do que houve hoje de manhã - meio hesitante, ele se aproximou da cadeira confortável que havia a minha frente, e acomodou-se nela ainda sem me olhar. Covarde. - ele não queria fazer isso mas...as coisas estão fora de controle entre você e nosso pai, Edward. Acho que ele só está tentando se aproximar...

— E claro, me chantagear é a melhor forma de fazer isso, não é mesmo? Eu comando essa empresa desde que me formei, enquanto aquele velho gasta o meu dinheiro, Emmett! Eu esperei pelo maldito dia em que ele decidisse se aposentar, eu me controlei a cada vez que ouvia-o se vangloriar pelas conquistas que deve a mim. Porque eu sabia que, se quisesse me livrar dele, eu teria que esperar. E então, quando finalmente acho que me verei livre daquele rosto nojento, ele resolve lançar sua última cartada.. O que importa se eu estou casado ou não? Não é uma mulher sensível e idiota que controlará o meu império, é? Carlisle só está fazendo isso porque sabe o quanto eu detesto a ideia de me compromissar...

— Eu ainda não entendo o que foi que houve entre vocês, Edward. Quando éramos crianças, você realmente o amava. O que mudou?

— Percebi que ele jamais me daria valor...porque eu sou um bastardo Emm.  Não que eu possa culpá-lo, afinal se tivesse que conviver com a prova viva da infidelidade da minha mulher, eu também odiaria a criança. Eu pude ver a repulsa nos olhos dele a cada maldito dia da minha adolescência. Chegou um momento em que isso foi demais. Agora chega de falar do passado...eu pretendia esperar um tempo até dizer isso, mas já que você está aqui, vá até o seu querido papai e pergunte-lhe o que ele quer pra me dar o que me pertence. Quanto ele quer pra me deixar em paz? - meus olhos estavam pregados nos dele, e quando os segundos se passaram sem que tivesse uma resposta, percebi que seria inútil tentar arrancar qualquer informação de meu irmão. Ele amava o crápula. Ele era seu pai,e sempre o defenderia.

De repente, eu já não conseguia ficar naquele lugar. Era quase como se aquelas paredes estivessem se comprimindo a minha volta... eu estava sufocando. Precisava de ar. Antes que Emmett fosse capaz de entender o que estava acontecendo, eu peguei as chaves do carro e minha carteira sobre a mesa e o deixei sozinho. Sabia que precisava deixar a empresa...só havia um problema: pra onde mais eu poderia ir?

Todas as pessoas por quem eu passei em meu caminho até os elevadores me encaravam, eu podia sentir seus olhos pregados em minhas costas....Bando de gente fofoqueira, no mínimo estavam esperando que eu fosse até a presidência e começasse um escândalo capaz de alimentar os tablóides por semanas. Estúpidos e inúteis, era isso que eles eram.

Assim que passei pelo hall do prédio, a agitação característica de Nova York abateu-se sobre mim com força... pessoas andavam apressadas de um lado a outro, enquanto o vento invernal nos castigava. Parei na calçada por alguns segundos, tentando pensar em algum lugar onde não seria perturbado. Quando ficar parado tornou-se enfadonho demais, comecei a andar pelas ruas abarrotadas, e uma das lanchonetes que havia no quarteirão me chamou a atenção de uma maneira que nem eu mesmo era capaz de entender... antes que pudesse pensar no que diabos estava fazendo, eu tinha adentrado o estabelecimento, dando um pequeno sorriso ao ouvir os pequenos sinos soando acima de minha cabeça... o quão provinciano aquele lugar podia ser?

Não havia muita gente na lanchonete tipicamente feminina, por isso, não levou muito tempo até que eu encontrasse uma mesa isolada pra me sentar. Estava colocando os óculos escuros sobre a pequena mesinha cor de rosa, quando senti que alguém se aproximava, e quando ergui a cabeça pra fazer o pedido de um café, meus olhos depararam-se com um par de esmeraldas me olhando fixamente

Eu sabia que, provavelmente não devia estar encarando a garota daquela maneira, mas não era capaz de evitar... meus olhos estavam presos em seu rosto alvo, e eu sentia uma estranha necessidade de decorar cada pequeno traço, cada imperfeição.... o queixo delicado, os lábios cheios e naturalmente avermelhados, o nariz levemente arrebitado.. tudo nela era incrivelmente encantador, mas nada que se comparasse aqueles olhos... eles tinham um profundo tom de verde, e pareciam esconder muitos segredos... definitivamente eram os olhos mais lindos que eu já tinha visto em toda a minha vida.

Mas havia tristeza neles. Aquilo era algo que eu poderia reconhecer mesmo a distância, já que era algo que via em mim mesmo todas as manhãs... aquela garota não era feliz, e acabei sendo surpreendido pelo fato de me importar com isso. Enquanto olhava pra ela, percebi que se pudesse, faria de tudo pra vê-la sorrir... eu podia apostar que ela ficaria ainda mais linda com um sorriso nos lábios.

Afinal, o que diabos havia de errado comigo?


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Esse Edward é meio bruto não? Mais eu garanto que ele também pode ser encantador,basta querer,rs
Comentem e me digam o que estão achando e logo logo tem mais ,ok?
Beijos,e até o próximo !