Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 16
Viagem ao templo


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar antes u.u Thalia Yume como te disse aqui está mais um capitulo.
Boa leitura! Espero que gostem.



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Acordei com a lembrança do beijo de Thomas em minha mente. Após separarmos nossos rostos Thomas me pediu desculpas, mas eu estava tão abobada que apenas disse que precisava voltar para á escola e sai correndo sem ao menos olhar para trás. Eu não podia ficar ali, minha cabeça estava um redemoinho de confusão e culpa.

Eu sei que não deveria me sentir culpada, mas no instante em que toquei os lábios de Matheus senti que pertencia a ele, apenas a ele. Seu olhar sobre mim me deixava embriagada, desde o primeiro momento me senti segura ao seu lado e vejo no seu olhar doloroso que ele também sente esse mesmo amor intenso por mim.

Eu não tinha como e nem palavras para dizer isso a Thomas, não ali e depois do que ele me disse. Eu precisava pensar, escolher palavras, eu não queria o magoar, então a única saída era fugir como uma covarde.

Eu não estava com a mínima vontade de levantar da cama, mas hoje era segunda-feira , tinha aula que pouco me importava. A única coisa por qual me interessava nesse dia era ir para o tal templo da magia. Eu tinha que entender o que sou e o por que tudo acontece comigo, qual é minha maldição e o propósito pelo qual estou viva, entender o que me prende a tudo isso que me atormenta desde que consegui ouvir aquelas malditas almas na floresta e que conheci Matheus, dia que apenas não amaldiçoo por que me deu uma razão para estar viva caso o contrario eu já poderia ter me matado, era o que eu sempre quis.

Relutante, me arrumo, pego meu material e saio do quarto.

Distraída caminho em direção á escada, eu já estava atrasada e não podia perder a aula que era de Artes. A professora Louri era legal, mas não tolerava atrasos. Corri pelo corredor de cabeça baixa.

Poft!

Bato de frente com Thomas (Oh meu Deus, ele não!). A ultima coisa que eu queria no momento era topar com ele.

_ Me desculpa. – Disse ele me ajudando a recuperar o equilíbrio.

_ Alicia. – Gritou Matheus do fim do corredor.

Ótimo, os dois no mesmo tempo.

_ Oi Matheus. – Digo com um tom desapontado mal percebendo que Thomas ainda segurava meus ombros.

Matheus olha com estranheza pra cena á sua frente, arqueando uma sobrancelha, mas pareceu não dar muita atenção ao fato e se pós a minha frente.

_ Preciso falar com você. – Disse focando o seu olhar no meu.

_ Ta bom. – Digo me afastando de Thomas.

_ Alicia. – Disse ele segurando meu braço. _ Sobre a noite passada...- Diz num tom meio provocativo olhando pra Matheus.

_ Thomas. – O interrompi. _ Também preciso falar com você sobre noite passada, mas não agora.

_ Está bem, mais tarde a gente conversa. – Abaixa o olhar e desce a escada.

_ O que aconteceu noite passada? – Pergunta Matheus com uma expressão de interrogação. Agora que estávamos a sós.

_ Nada, apenas um mal entendido. – Suspiro aliviada. _ O que queria me falar?

_ De onde você tirou essa ideia maluca de viajar com uma bruxa pelos portais mágicos? Você esqueceu que não pode sair da escola e de que isso pode ser perigoso a você? Não se lembra do que aconteceu da ultima vez que saiu? – Bufou furioso.

_ Matheus eu preciso ir a esse lugar, é a única forma de descobrir o que realmente sou. E... Espera ai, como você sabe disso?

_ Eu ouvi a esquisita da sua amiga bruxa conversando com a sem noção da Jenny.

O ultimo sinal avisando que os últimos 15 minutos de tolerância estavam acabando tocou. Meu coração disparou me lembrando o quão atrasada eu estava.

_ Minha aula de Artes! Tenho que ir. – Desço desesperada a escada.

###

_ Vamos Hanna, precisamos fazer isso o mais rápido possível. Você está com o grimório?

_ Sim, eu o peguei ontem.

Eu e Hanna tínhamos acabado de sair da aula de português, nossa terceira aula. Iríamos fazer o ritual para irmos para o tempo da magia agora no intervalo.

Estávamos saindo do castelo para ir pró fundo da floresta, pois não teríamos como sair pelo portão principal. Ele estava fechado e iríamos chamar muita atenção tentando algo, era mais fácil para a gente e mais discreto sair pelos muros da floresta. Hanna iria fazer algum feitiço para passar pelo muro, pular o muro, voar pelo muro ou qualquer coisa. Ela ainda tinha que convencer os gnomos a distraírem os Narcans, pois são os guardas da escola e super fieis a Diretora Riviere, mas algo nisto me intrigava, se eles são tão fieis a diretora por que nunca disseram nada á ela sobre minhas idas e vindas com Matheus para dentro e fora da escola?

_ Alicia. E Jenny e Thomas? – Perguntou Hanna retirando a atenção dos meus pensamentos.

_ Não, Thomas não. Estou fugindo dele.

­_ Por quê? Indagou.

_ Porque rolou algo ontem a noite que não deveria ter acontecido.

_ Ele te beijou? – Perguntou surpresa. _ Quero disser rápida você, hein. E o demônio, o trocou pelo príncipe? – Disse sarcástica.

_ Não, não Hanna. – Digo nervosa. _ Eu não troquei ninguém, você sabe que eu amo Matheus. Ontem Thomas me beijou a força, eu não pude fazer nada. – A expliquei.

_ Calma não precisa me explicar nada, só estou brincando.

_ Mas como você sabe que a família de Thomas é da realeza? Bom... Foi por isso que você o chamou de príncipe, não é?

_ Ser a filha da diretora tem seu lado bom. – Sorriu. _ Tenho acesso a sua sala.

_ E por que você procurou justo a ficha de Thomas? – Indaguei.

_ Er... – Ficou sem jeito. _ Mas Alicia confesso que fiquei admirada com a sua escolha, todas as garotas sonham com o príncipe encantado e Thomas literalmente é um, o seu tio, o rei não tem filhos e ele é o único herdeiro e te ama, contudo você escolheu o “demônio” do que ser a princesa de Londres. – Mudou de assunto, mas eu não insiste em saber o por quê da sua reação.

_ Meu coração escolheu. Me sinto ligada a Matheus desde o primeiro instante que olhei nos seus olhos verdes, como se nossas almas estivessem entrelaçadas.

_ A queimar no fogo do inferno? – Completou arqueando a sobrancelha. _ Ele é um demônio Alicia.

_ Talvez seja, eu também sou um ser obscuro. – Respondi dando de ombros.

_ Quantas pessoas e criaturas você já matou? – Me desafiou. _ Há por diversão. – Completou. Irônica e dura.

Abaixei o olhar, fiquei sem resposta e mexida com a sua pergunta.

_ O que vocês sentem um pelo outro não muda o fato do que ele é Alicia.

_ Eu sei. – Me viro, fico de costas a Hanna que estava atrás de mim e volto a caminhar.

_ Ei vocês duas, me esperem. ­– Thomas apareceu na entrada do castelo.

Eu e Hanna já estávamos no meio do jardim, mas paramos para esperar Thomas que caminhava até nós.

_ Oh Deus. – Resmungo negando com a cabeça.

_ Esqueceram de mim? – Perguntou ele com um sorriso amarelo.

Ele parecia estar me pressionado a falar com ele e agia de uma forma diferente desde que me beijou.

_ Thomas e Jenny? Onde esta? – Perguntei.

_ Ela mandou avisar que não vem, que irá passar o intervalo com Mauricio.

_ Vamos logo. – Disse Hanna se pondo a nossa frente.

_ Essa loirinha não vai a lugar nenhum. – Disse uma voz atrás de mim.

Meu corpo se enrijeceu ao reconhecer sua voz.

_ Ótimo. Ele. – Agora era Thomas que resmungava irritado.

_ Matheus eu já te disse que vou. – Disse me virando, ficando de frente a ele, seu olhar me dava nervoso.

_ Garota teimosa. - Disse com um sorriso torto, fazendo minhas bochechas corarem. _ Apenas tome cuidado. – Pediu.

Eu não o respondi, apenas sorri meio envergonha sentindo minhas bochechas queimarem.

Voltamos a caminhar, Hanna ia na frente com Thomas, ambos pareciam irritados. Thomas eu já suspeitava o porquê agora Hanna não entendi por que ficou assim. Eu e Matheus íamos andando logo atrás lado a lado, mas não falávamos nada.

Após um tempinho andando ficamos de frente aos grandes muros.

Hanna e eu enxergamos um pequeno grupo de gnomos afastados.

_ Fiquem aqui, vou ver se consigo ajuda. – Disse Hanna indo em direção a eles.

Hanna parou na frente deles e começou a dizer algo que não conseguíamos ouvir.

_ Ótimo, falar sozinha agora ajuda. – Bufou Matheus revirando os olhos.

_ Ela não está falando sozinha. – O repreendi.

Ele negou com a cabeça e novamente revirou os olhos.

Thomas olhava para Hanna com estranheza. Após descobrir o meu olhar sobre ele, começou a me fitar e eu nervosa fugi do seu olhar, olhando para as folhas caídas ao chão como se fosse algo interessante.

Matheus olhou para nossas reações com o cenho franzido e pareceu ficar incomodado com a situação, que agora estava bem esquisita e tensa com apenas nós três ali.

Ninguém dizia uma palavra e o silencio parecia piorar tudo. Continuei a fitar o chão pedindo para que aquilo acabasse logo.

Thomas parecia se incomodar com a presença de Matheus e Matheus com a de Thomas.

O que Matheus iria pensar se descobrisse que Thomas me beijou?

_ Foi difícil, mas consegui. – Disse Hanna voltando.

Ela abriu a pequena bolsa que carregava e retirou o grimório preto de sua mãe.

_ Recite isso e saberemos se você tem magia em si ou não. Se não tiver não tem como. – Disse voltando com a dureza e indiferença da Hanna bruxa.

Peguei o livro da sua mão, todos me olhavam me deixando ainda mais nervosa.

Olhei para Matheus, seu olhar era reconfortante e me trazia segurança.

_ Beneficio elementa aëre terram ignem et aquam. Da me, mater natura peoneas album. – Proferi sem hesitar.

Hanna olhou atentamente ao solo a minha frente e fez uma cara de decepção.

_ Não. - Disse olhando para o chão. _ Me desculpe Alicia, mas você não tem magia em si, eu tentei te dizer antes.

_ Mas eu preciso ir para esse lugar.

_ Ela não recitou errado? – Disse Thomas esperançoso.

_ Não, seu latim é de causar inveja. – Respondeu Hanna.

_ Mas eu nunca fiz aula de latim. – Expliquei-me.

_ Mas fala perfeitamente. – Retrucou ela.

_ E o que deveria ter acontecido a final? – Perguntou Matheus.

_ Uma peônia branca deveria ter nascido do chão a frente de Alicia. – Respondeu Hanna.

_ Me dá isso aqui, o que eu tenho que dizer para ir para o tal templo? – Perguntei puxando o grimório da mão de Hanna.

_ Isso. – Disse ela apontando para um versinho.

_ Virtutem cordis intus habeo magicae.

Sanctorum mater natura mater quaeritur vos omnes ad me.

Qua me soles melius nitent, ubi aqua sit cristanina qua ventus inflat cansão speciosa mea.

Ubi interiorem potest florebit, ubi magicae potest natus in me. – Recitei de olhos fechados, senti uma energia diferente sobre mim, me envolvendo de uma forma doce e carinhosa. Tudo a minha volta começou a girar e então comecei a cair, como se estivesse caindo em um abismo sem fim, apenas cai e caia em um buraco negro.

(Matheus POV)

_ O que aconteceu? Cadê Alicia? – Perguntei desesperado olhando para o lugar onde seu corpo á segundos se encontrava.

_ Deu certo, mas como assim? A gente viu ela não tem magia em si, como pode ir para o templo? – Falou Hanna indignada.

_ Você precisa ir atrás dela. – Disse o garoto de olhos castanhos.

_ Certo. – Concordou ela.

Então a garota fez o mesmo que Alicia e desapareceu assim como ela.



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Notas finais do capítulo

Reviews, reviews??? ^-^



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