Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 48
Nos preparando...


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Voltei!
Espero que gostem... O nyah me assustou com essa coisa de excluir fic's ¬¬'
Enfim, boa leitura!



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Os dias estavam passando em rápido. Elena estava presa aos preparativos de seu casamento, ao passo que Damon aos poucos voltava a sua rotina no hospital, com certas reservas, não era como se ele estivesse cem por cento. Decidiram se casar à tarde, na propriedade dos Gilbert’s, perto do lago. Elena e Damon adoravam aquele lugar, lembravam das tardes que saíam para cavalgar quando Stefan incumbiu seu irmão a “cuidar” de sua noiva na sua ausência. Foi também perto do lago, que Elena e Damon estiveram juntos pela primeira vez, na cabana singela da propriedade. Eles decidiram que não podia ser em outro lugar. Caroline não gostou muito, mas os dois pediram que pelo menos isso fosse ao seu modo. A moça acabou aceitando.

Os preparativos estavam sendo ministrados por Caroline, ajudada pelas senhoras Gilbert e Salvatore que queriam estar por dentro de absolutamente tudo. Damon estava muito ocupado, não fosse apenas seu trabalho no hospital, agora tinha os novos negócios com Stefan, além dos seus próprios e os preparativos do casamento. Alaric estava começando a se queixar com ele, achava que ele estava abusando demais, mas Damon sempre tinha um argumento que neutralizava o amigo, ao contrário de Andie, que era bastante insistente e incisiva, ela falava abertamente com o rapaz e por vezes ligava diretamente para Elena advertindo-a da teimosia de seu noivo. Claro que Damon detestava isso, mas Elena tinha sempre a palavra final agora, afinal ele não era tão teimoso assim. Uma das únicas coisas que não agradavam Elena era o fato de Damon estar vendo Rose com mais frequência que via ela própria. Ele chegava do hospital exausto e Elena não cobrava que ele fosse vê-la, mas tinha em mente que ele estava com ela, muitas vezes ela ligava e ao falar com seu noivo podia ouvir a voz da moça o chamando, aparentemente ela e Damon adquiriram o hábito de jogar xadrez todas as noites depois das jantas. Ela pensava em ir visitar seu noivo, mas estava igualmente cansada pelo fluxo de visitas a buffet’s, confeitarias, lojas de vestidos e dentre muitas outras coisas que Caroline a forçava a fazer, ela também queria poupar-se, estava se sentindo cada vez melhor com os enjoos como Jenna falou que seria, mas o cansaço era algo que ela não podia ignorar.

O casamento estava marcado para o fim de semana, como os noivos exigiram, apenas família e amigos mais próximos foram convidados, algo muito simples e reservado, bem ao estilo dos dois. Uma coisa muito engraçada foi a escolha dos padrinhos. Elena escolheu Caroline e Stefan, Damon fez um bico horrendo, ele queria que seu irmão fosse seu padrinho, depois de várias argumentações Elena cedeu. É claro que teve alguém que não gostou muito disso, Rebekah, é claro, que achava ridículo Stefan ser acompanhado por Caroline no altar, ao invés dela, sua namorada. Elena também questionou o fato de sua melhor amiga ser madrinha de Damon, então no fim das contas Caroline precisava de um par e Elena sorria ao encarar a cara de desagrado de Damon toda vez que era citado o nome Jeremy Fell nos pré nupciais da igreja. Assim, Caroline e Jeremy seriam os padrinhos de Elena e Rebekah e Stefan os de Damon.

Na quarta feira Damon foi até a casa dos Gilbert’s, para um jantar. Ele queria acertar uns últimos detalhes com sua noiva, ele teria um resto de semana bastante ocupado por seus horários estrategicamente organizados e talvez fosse a última vez que veria sua noiva antes da cerimônia, o que não lhe agradava nem um pouco, mas era necessário. Ao chegar na mansão, Damon foi abordado por Caroline, totalmente esbaforida.

-Damon! – ela gritou praticamente jogando-se nos braços do rapaz.

-Nossa! Você precisa parar de fazer isto Carol. – ele pediu afastando ela com cautela.

-Desculpa!  É que é tão difícil te encontrar, você parece fugir de mim, temos tantas coisas para ver, você nem atende minhas ligações, o alfaiate me ligou, você não apareceu pra segunda prova do terno. – Ela falava frenética e Damon revirava os olhos.

-Carol, eu já provei e ficou ótimo, não acho que eu tenha engordado em três dias. – Caroline o olhou como se houvesse acabado de cometer uma blasfêmia.

-Mas pode ter emagrecido. – ela falou cruzando os braços.

-Não acredito nisto. Tenho uma enfermeira em casa e uma mãe zelosa que não me deixar em paz e me enchem de comida. – ele explicou com tom de vitória.

-Mas elas não estão no hospital com você. E tenho certeza que lá você não come direito, acredito que nem coma. – a moça rebateu com o tom de vitória e pareceu ter ganhado mesmo.

-Certo, eu vou amanhã. – falou vencido. – Mas ainda acho um exagero. Tudo isso. Quer dizer vai ser na parte da tarde, eu vou derreter de terno. – Caroline o olhou descrente.

-Damon é final de tarde e é Londres, o frio impera, achei este horário horrendo, tenho que fazer uma ornamentação que não seja gritante, mas que também não se apague com o pôr do sol, parece duas festas distintas, duas decorações em uma. Vocês só me dão trabalho e... – Damon levantou as mãos, fazendo a moça parar de tagarelar, Caroline sabia que isto não interessava a Damon, na verdade ele não entendia nada daquilo.

-Confio em você, não estou me queixando do que está fazendo, eu agradeço, só estou sendo um chato que não entende disso. – Damon falou na intenção de calar a moça e encerrar o assunto, ele sabia que não ganharia nada dali. – Amanhã eu vou, me ligue me passando o horário. – A moça assentiu, Damon lhe deu um beijo do rosto e finalmente pode entrar.

Encontrou o senhor e senhora Gilbert na sala, mas nada de Elena, ao notar o olhar confuso do rapaz, Miranda falou onde estava sua filha.

-Ela ainda não está pronta, aparentemente nada mais cabe nela. – ela gargalhou divertida e Damon revirou os olhos. – Ela está no quarto.

-Posso subir? – perguntou meio sem jeito enquanto se livrava de seu casaco. O casal o olhou debochado. Aquela pergunta era meio descabida. Damon entendeu a expressão, sorriu ainda mais encabulado e seu olhar encontrou o de Caroline que o encorajou a subir de vez as escadas.

-Não se demore. – pediu Miranda fazendo o rapaz se virar para a sua direção, já do meio das escadas. – É quase hora do jantar. – ela sorriu docemente. Damon assentiu e voltou a subir as escadas.

...

Eu estava totalmente irritada, eu não estava com tanta barriga assim, mal tinha quatro meses, mesmo assim nada no meu closet parecia entrar em mim, meus vestidos principalmente, eu até estava cogitando a possibilidade de casar com calça. Pois nenhum vestido ficava mais do jeito que eu queria, muito menos o do meu casamento. Eu adorava marcar minha cintura, mas os zíperes não fechavam mais, nem as abotoaduras, eu sabia que Damon adorava me ver de vestido e era o que eu queria usar esta noite, mas nada me cabia. Que ódio! Ouvi a alguém bater na porta, provavelmente a Caroline, para me apressar outra vez e me dizer o quanto eu estava exagerando, eu já havia a expulsado duas vezes.

-Entra! – eu gritei frustrada.

-Boa noite! – eu quase desmaio ao som da voz, soltei um grito fino ao reconhecê-la e me joguei dentro de me closet, me cobrindo envergonhada. – Elena?! – Damon me chamou aparentemente confuso. Eu respirei fundo, estava com um vestido entalado no meu quadril, mais um, eu tentava fechá-lo, da cintura pra cima apenas meu sutiã meia taça preto. Aos poucos eu saí do closet, corada de raiva e vergonha, encarei Damon sentado nos pés da cama me olhando especulativo, ele mantinha na face um riso torto de pura confusão.

-Eu estou engordando. – falei ainda mais tristonha e frustrada. – ele ergueu a sobrancelha, levou suas mãos a frente de seu corpo e montou com elas umas espécie de tela e começou a “me medir” com um de seus olhos fechados.

-Não estou notando nada. – falou ao terminar sua gracinha dando de ombros.

-Não tem graça Damon, eu engordei mais de três quilos nestes últimos dias. – falei irritada lhe dando as costas e voltando para dentro do closet.

-Meu amor... – ele tentava falar, mas estava sendo impedido pelas suas gargalhadas o que só me irritou mais. – É normal isso você...

-Normal?! – voltei a gritar perplexa voltando pro meio do quarto para o encarar. – Eu estou ficando uma orca, se continuar assim eu não vou caber no meu vestido de casamento, a costureira disse que não poderá alargar mais, pois não será o mesmo. Eu não posso engordar mais, porém é exatamente o que está acontecendo. – eu gritava descontrolada, Damon ouviu tudo com olhos arregalados, sua expressão estava assustada e quando eu pensei que ele iria se manter sério voltou a gargalhar ainda mais compulsivamente, senti fogo em minhas veias. – Você é um idiota! – falei buscando algo para arremessar nele, que ainda sorria, encontrei o controle da TV e joguei mirando sua cabeça.

-Oww! – ele meio que gargalhou desviando-se do objeto com sucesso e sorrindo ainda mais.

-Para com isso Damon, não tem graça! – falei totalmente irritada e com a voz um tanto falha, eu não acredito que iria chorar, mas era isso mesmo, eu estava aponto de chorar. Ao notar isto Damon imediatamente perdeu o riso e veio pra cima de mim, me envolvendo em seus braços.

-Ei! Que é isso Elena? Calma, eu só estava brincando. – ele falava enquanto afagava meus cabelos, eu estava com o rosto afundado em seu peito. Era uma bobagem, eu nunca choraria por algo assim, é criancice, mas eu não consegui evitar, as lágrimas vieram a cavalo. Eu soluçava trêmula, senti as mão de Damon em minhas costas nua enquanto desesperadamente pressionava o ombro dele o puxando mais pra mim. – Vem aqui! – ele pediu me guiando até a cama, me sentou em seu colo e me fez o encarar, levanto meu olhar ao tocar e puxar meu queixo.- Você está linda! Fica linda de todo jeito meu amor, ainda mais quando eu penso que está carregando nosso filho com você. – ela falou tocando minha barriga e eu sorri fraco, ele aprendeu finalmente a falar direito. Nosso!

-Você aprendeu. – falei tentando recuperar minha respiração normal, ele sorriu e acariciou meu rosto.

-Sim, eu aprendi! – falou sorrindo e enxugando um lágrima em meu rosto. – A noite está ria, você pode colocar algo confortável, como calça e moletom. – ele sugeriu dando de ombros, eu enruguei a testa.

-É uma noite especial, provavelmente não te verei mais, depois de hoje, só no altar. – falei bufando cabisbaixa.

-Olha amor, não ligo pra isso. Te acho linda de qualquer forma, principalmente ao natural. Estou ciente de que você está engordando, mas é porque nosso filho precisa crescer e tudo isto faz parte. Não ligo se estiver envolta em um lençol, desde que esteja confortável e de bom humor. – ele falou me dando um selinho demorado no final.

-Tem certeza? – perguntei manhosa.

-Absoluta! – falou rindo com malícia. – Você está mais linda assim, nem estou conseguindo envolver toda esta maravilha em meus braços. – ele falou rindo sacana enquanto apalpava uma de minhas coxas. Dei um tapa em seu ombro me levantando de seu colo.

-Você é um pervertido! – falei perplexa.

-Só com você. Agora vamos lá, vista algo confortável e vamos descer, seus pais me pediram para não demorar. – piscou se jogando na cama, ele me pareceu um tanto cansado neste instante, eu estava focada em minha crise e nem notara direito seu estado.

-Tudo bem? – perguntei um tanto temerosa, ele ergueu a cabeça sem se levantar e acenou positivamente, depois voltou a descansá-la na cama. – Certo, eu vou tentar me livrar deste vestido. – Falei indo em direção ao closet e o ouvi rir fraco com o que falei.

Procurei por uma calça larga, de tecido confortável e quente, coloquei uma blusa mais apertada e por cima um casaco bastante quente e macio, eu usava aquele tipo de roupa quando estava muito frio e eu dispensava a camisola pra dormir, certamente aquela era mais uma roupa pra dormir, mas eu estava bastante confortável e Damon já mostrou-se alheio ao que eu vestiria.

-Pronto! – falei voltando ao centro do quarto, Damon estava na mesma posição, pura estátua, nada respondeu. Eu me aproximei da cama, sentei ao seu lado, seus olhos fechados, me inclinei devagar até ficar quase deitada de lado, acariciei seu rosto e o chamei outra vez. – Amor... Acorda! – ele não se moveu, comecei a me inquietar. – Damon?! – nada, eu estava a ponto de gritar, bati no rosto dele com certa força ao chamá-lo uma terceira vez. – Damon!!! – ele deu um pulo, quase sentando-se na cama, respirei aliviada. –Nossa! Como você consegue dormir assim tão rápido? – perguntei com a mão no peito fazendo-o me olhar confuso.

-Desculpe! Vamos? – perguntou se levantando e me estendendo a mão pra me levantar.

-Achei que tivesse sono leve?! – perguntei e abraçando pela cintura, ele envolveu meu ombro.

-Eu tenho, devo ter apagado! – ele falou com uma naturalidade perturbadora.

-Quer dizer desmaiar? – perguntei perplexa e ele assentiu.- Mas você disse que estava bem...

-Foi de cansaço amor, relaxa, acontece. – falou continuando a me guiar par fora do quarto.

-Você não muda. – ele sorriu e beijou minha testa.

-Vamos minha mamãe linda. – não pude evitar sorrir com sua fala, foi meigo.

...

Ao aparecerem no topo das escadas, Elena e Damon foram alvos de olhares especulativos e risinhos, Caroline era mestra nisto e puxava consigo os pais de Elena. O jantar foi servido alguns minutos depois, foi uma refeição tranquila e agradável. Damon vez ou outra voltava seu olhar para Elena, ele não era o único a repetir este gesto várias vezes, pois a maneira como a moça estava comendo, no mínimo chamava atenção para ela. Ela encarava a todos sem jeito, o clima era de descontração.

Após o jantar todos foram até a sala de estar, onde sentados começaram discutir novamente sobre a cerimônia, a cada instante mais próxima, de todos a mais afobada com certeza era Caroline, que estava constantemente perdendo o controle com a calmaria e desdém que Damon demonstrava para assuntos que lhe causavam pânico total. Todos riam com a situação.

-Senhor Salvatore... – começou a moça um tanto irritada. – Eu não entendo como um senhor tão bem educado e responsável, que divide o tempo entre trabalho e trabalho e ah... Trabalho. Pode não dar importância ao acontecimento mais marcante de sua vida. Seu casamento. – Caroline falava indignada e Elena e Miranda morriam de rir, Grayson revirava os olhos.

-Eu dou importância Carol. Apenas não é o meu primeiro casamento na vida. – Damon falou naturalmente e Elena perdeu o riso na hora. Damon fechou os olhos quase no mesmo instante que a risada de sua noiva morreu. Ele sentiu a fisgada.

-Com licença! – pediu Elena se erguendo do sofá.

-Elena! – Damon chamou, mas ela não se voltou indo em direção à saída pro jardim. – Ótimo! Eu sou um idiota! – Damon esbravejou pra si mesmo. Grayson e Miranda o olhavam com compaixão e Caroline estava em silêncio e sem jeito. – Eu já volto. – Damon pediu e todos assentiram. Ele encontrou Elena sentada de lado em um dos bancos do jardim encarando o céu repleto de belas estrelas.

Damon se aproximou devagar, sentou-se de frente pra sua noiva imitando a posição da mesma. – Me desculpe! – ele pediu com a testa franzida, olhar suplicante.

-Tudo bem meu amor, eu apenas não me sinto bem ainda quando penso nestas coisas e te ouvir dizer é ruim ainda. Sei o quanto você a amou. – Elena tinha uma voz calma, porém bem firme, ela estava apenas tentando se resignar. Damon já fora casado e amou muito sua esposa, que era uma mulher muito bela e admirável. Elena a conheceu e o viu junto com ela, ela sabia que algo assim sempre deixa marcas.

-Eu te amo muito mais. – Damon falou segurando uma das mãos de Elena, ela encarou aquele entrelace de dedos e depois voltou seus olhos ao mar azul que eram os olhos de seu noivo diante de sua face, ela suspirou pesado.

-Não diga isto. Esqueceu que eu convivi com vocês? Eu vi tudo, ninguém me contou. – ela falava para Damon com um riso fraco na face. O rapaz olhou para o lado, encarando um pouco das flores ao seu redor, não largou a mão da noiva.

-Ela foi importante pra mim. Eu a amei sim, muito, mas dizer que te amo mais não está errado. Eu sempre te amei. – Damon falou naturalmente e Elena o encarou confusa.

-Você sempre me amou? – perguntou ela soltando um riso descrente.

Damon voltou a encará-la e ao notar sua expressão curiosa deu uma risada sem jeito. – Bem, eu não sei o quanto você acha que conheceu a Katherine, mas se conheceu bem, deve ter notado o quanto tinham em comum. – Elena o encarou ainda mais confusa, tentando entender o que havia atrás das palavras de Damon, ele estava hesitando e sendo subjetivo demais.

-O que quer dizer? – perguntou Elena curiosa.

-A Katherine me lembrava muito você, mais um motivo para me apaixonar por ela. Ela tinha o mesmo fogo no olhar, a mesma teimosia, o mesmo altruísmo, custei muito a ganhar a confiança dela. Ela não acreditava que eu a amava, por eu ser rico julgava que eu queria brincar com ela. Deu trabalho, mas com ajuda eu domei a fera. – Damon falava em tom divertido fazendo Elena sacudir a cabeça em negativa.

-Está me dizendo que seu interesse na sua ex-mulher partiu da perspectiva dela ser parecida comigo? – Elena parecia perplexa, ela abriu a boca após Damon confirmar com a cabeça.

-Eu ... Não acredito que vou te dizer isto... Eu admirava muito você e... Eu queria ter a sorte de encontrar alguém como você pra chamar de minha, você era a noiva do meu irmão eu me recusava a aceitar estar interessado por você. Mas a cada ano, você foi crescendo e se tornando uma mulher decidida e forte e ... – Damon parou o sorriu ao notar o jeito que Elena o encarava. Totalmente atordoada. – Que foi? – perguntou assustado.

-Eu... Você está falando isto pra me fazer sentir melhor certo? – ela perguntou com uma ruga na testa.

-Claro que não! – Damon quase gritou. – É o que eu sentia.Sinto! – corrigiu de imediato-  Katherine acabou sendo a minha Elena e eu fui muito feliz com ela, mas... – ele parou hesitante.

-Mas... –incentivou Elena.

-Mas sempre seria você no final e talvez com o tempo isto se tornasse ruim de esconder. – ele respondeu engolindo seco, meio tristonho. – Eu amava ela, mas era outra forma de amor, diferente de como é com você. Por isto eu digo que te amo mais, pois meus sentimentos por você são mais fortes e nunca mudarão. – Damon não encarava Elena, a moça ao contrário dele, buscava desesperadamente o olhar do rapaz, sem pensar mais avançou pra cima dele o puxando para um beijo quente e delicado.

-Você sabe que eu também te amo com roda a intensidade dos meus sentimentos, não sabe? – Elena perguntou quando finalmente pode encontrar o olhar de Damon, ela segurava o rosto dele firmemente.

-Eu sei. – ele respondeu rindo fraco. –E é por isso que eu me sinto bem e correspondido. Te amo mais que tudo.

Os dois trocaram sorrisos e voltaram a se beijar. Depois de mais alguns segundos Damon chamou Elena para voltarem para dentro da mansão, a noite estava fria. Encontraram rostos curiosos e risonhos esperando por eles na sala. Damon puxou Elena para sentar ao seu lado e a moça descansou a cabeça em seu ombro.

-Bem agora, vejamos ao que eu vim conversar. – começou Damon chamando a atenção de todos para si.

-Tenho uma propriedade não muito distante daqui, que eu julguei apropriada para morarmos amor. – ele falou fazendo Elena o encarar sem tirar a cabeça do ombro dele.

-Eu acho que eu conheço. – falou Miranda e Grayson a olhou. – Seria a antiga mansão Lockwood? –ela perguntou olhando o genro que assentiu de imediato.

-Era meu plano inicialmente morar nela após meu casamento, mas minha falecida esposa não se sentia a vontade aqui e bem, Katherine não tinha parentes aqui e eu estava para começar uma carreira em Paris, meus planos iniciais de deixá-la aqui foram anulados assim que ela decidiu ir comigo. O fato de meu pai e minha mãe não se agradarem muito de nosso compromisso a incitou um pouco mais. – Damon tinha atenção de todos.

-Quais seus planos amor? – Elena perguntou embora soubesse bem o que ele queria propor ao falar da casa.

-Eu sei que é meio exagerado, mas eu estou pensando mais na localização. Perto da casa de seus pais. Você mesma pode dirigir até aqui para visitá-los, fica num lugar maravilhoso, e a arquitetura da casa realmente é ótima. Eu já iniciei a reforma, mas obviamente não ficará pronta até nosso casamento. Vamos morar nela amor, mas enquanto não me entregam a obra finalizada quero que fiquemos na casa de meus pais, é mais cômodo pra mim.

Grayson olhou pra sua esposa, ele sabia que a ideia não agradaria nada Miranda, se existia a possibilidade de Elena passar um pouco mais de tempo com ela, com certeza ela iria apelar.

-Não acho que seja uma boa ideia querido. –Miranda falou num tom sutil para Damon. – Bem, seria mais cômodo para Elena ficar aqui, conosco, Caroline e eu, que estamos bastante acostumadas a lidar com ela e sua gravidez, vocês podem ficar aqui até a obra ficar pronta. – Damon moveu-se um pouco desconfortável fazendo Elena se desapoiar de seu ombro.

-Foi o que a senhora falou. – Damon começou a argumentar. – É mais cômodo para Elena, assim como é pra mim mais cômodo na casa de meus pais, mas tenho consciência que o melhor pra nós dois é estarmos juntos e independente do lugar. Só que neste caso, se considerar tudo o que considerei a casa de meus pais é a melhor escolha, pois eu teria mais horários junto com Elena, se ela ficar aqui, mal poderei dormir com ela, já em minha casa... Ela é mais próxima de meu trabalho no hospital, é melhor.

Miranda ia tentar rebater, mas Grayson a impediu. – Damon tem toda razão e Elena deve ir onde está seu marido. – Miranda bufou.

-Que coisa mais arcaica Grayson! – ela falou irritada.

-Não é nada arcaico, acredito que nossa filha prefira ter o marido ao lado dela todas as noites. – Elena corou com a fala do pai, o encarando perplexa, Caroline e Damon sorriram discretamente.

-Eu espero que vocês entendam a minha posição. – Damon voltou a argumentar. – Miranda sei que parece que só estou pensando na minha comodidade, mas minha mãe tem a Elena como filha, ela já faz parte de nossa família e já a fazemos considerar aquela mansão seu segundo lar. Além do mais, eu não quero desmerecer a sua companhia Caroline – Damon falou encarando a moça que ficou confusa. – Sei que você e Miranda estão cuidando muito bem de Elena e que ela poderia passar toda a gestação aqui, mas lá em casa eu tenho quase um hospital completo, sendo eu mesmo um médico presente e é claro tem a Rose, que está hospedada por um tempo lá e é uma ótima enfermeira. – foi a vez de Elena bufar.

-Nem pense nisso Damon, prefiro arrastar a Carol comigo. – ela falou se afastando de Damon.

-Por favor amor, sem discussão! Eu sei que não gosta dela, mas apenas estou tentando dar mais força ao meu argumento, em minha ausência ficarei mais tranquilo ao saber que tem uma profissional que pode cuidar de você.

-Está cada vez mais parecendo que isso tudo é baseado nos seus interesses Damon. – ela retrucou bicuda.

-Mas não é. Elena entenda, ficarei mais calmo. Ela cuidou muito bem da Katherine e ela teve uma gravidez calma, tranquila. Você tem uma gestação mais complicada, que merece acompanhamento, cuidados, seu problema de hipertensão é prejudicial amor, eu tenho medo e me sinto mais seguro assim.

-Você se sente melhor assim e eu me sinto melhor aqui. Se for para aquela sem noção cuidar de mim, prefiro ficar aqui. Obviamente eu não sou a Katherine, não confio nela. – Elena falou em um tom definitivo. Todos na sala estavam em silêncio, Miranda se sentia um pouco melhor, sua filha estava aderindo sua causa. Grayson encarava Elena acenando negativamente a cabeça, ele não concordava com a filha nisso.

-Elena por favor, esqueça suas intrigas com ela e pense no melhor pro nosso filho. Eu não estou dizendo que sua mãe ou a Caroline não sabem cuidar de você, mas é que faz muito mais sentido pra mim que após casarmos, você more comigo, temporariamente, na casa de meus pais, coisas de dois ou três meses, nesse meio tempo, uma vez Rose estando lá poderá te ajudar se for necessário. Você terá tanto ou mais assistência do que teria aqui, mas não por questão de dedicação e sim de experiência.

-Escute seu noivo Elena. – pediu Grayson.

-Ora por favor Grayson. – bufou Miranda. – Estou com minha filha nisso.

-Sua filha estava concordando com a ideia do noivo até ele citar esta moça. – Grayson argumentou – Eu entendo o que Damon quer dizer e ele tem razão. Será algo temporário e eu não vejo nada demais e essa moça sendo enfermeira é de longe melhor indicação para cuidar de alguém. – terminou ele convicto.

-Não precisam brigar por isto mãe, pai. Eu já vou dar minha palavra final. – Elena falou e encarou Damon. – Se for por causa do anjo da guarda Rose, me sinto melhor aqui em minha casa. – Damon levou as mãos até a cabeça, esfregando com força, ele se levantou abruptamente do sofá, Caroline tinha os olhos arregalados e não conseguia falar nada, Elena o olhou perplexa pela atitude dele diante dos pais dela.

-Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Após o casamento eu venho morar aqui com vocês. Está um pouco tarde agora. Caroline você me manda o endereço amanhã bem cedo. – Damon falou recolhendo suas coisas, seu cachecol e seu casaco, não encarava a noiva, Miranda e Grayson se olhavam, Grayson queria matar a mulher com os olhos e ela sentia uma pontada de culpa pela visível irritação de seu genro e a discussão sem motivos que a conversa havia se tornado. – O jantar estava maravilhoso, obrigado. – o rapaz falou encarando os donos da casa.

-Você vai embora? – Elena perguntou perplexa.

-Está tarde! – Damon falou tão rápido que mal se pode ouvir, com a mesma rispidez deu as costas a todos indo em direção da saída. – Boa noite! – gritou ele da porta, depois de abri-la. Depois foi possível ouvir a força com a qual ela se fechou.

-Bem eu espero que as senhoras estejam a contento com o desfecho da noite. – falou Grayson se levantando irritado. – Você deveria entender seu noivo. – Ele falou apontando para a filha e foi em direção das escadas.

As mulheres na sala ficaram se encarando, nenhum barulho de carro foi percebido e todas deduziram que Damon ainda estava lá fora, provavelmente frustrado ou tentando se acalmar, ele saiu prestes a explodir.

-Exagero. – falou Caroline inibida para Elena, que suspirou concordando.

-Bem, considerando que esta noite deveria ser uma espécie de despedida de solteiro entre vocês. – falou Miranda sem jeito. – Posso concordar com Caroline também. Se desculpe por mim, por favor, eu sou apenas uma mãe coruja. – Miranda levantou-se, deu um beijo na testa da filha e subiu as escadas para ir atrás de seu marido que também não deixou o ambiente de bom humor.

-Eu vou subir e te espero no quarto. Vou preparar sua cama. – falou Caroline subindo.

Elena respirou fundo, se levantou e foi em direção a saída encontrou o carro de Damon ainda desligado, ele estava dentro do carro com o rosto enfiado dentro do volante. Elena se aproximou do carro bateu no vidro do lado do carona chamando a atenção de Damon que destravou as portas pra ela entrar.

-Desculpa! – ela não hesitou ao pedir. Damon suspirou.

-Temos que perder esta mania de brigar por bobagem. É imaturo. – Damon falou sério sem a encarar mirando suas mãos no volante.

-Eu sei. – ela concordou cabisbaixa. – Assim como você sabe que não suporto ela. – ela falou tentando ser firme.

-Isso não tem nada a ver com a Rose, Elena. Tem haver com nós dois. Eu propus pensando no melhor pra nós. – ele encarou Elena, ela tinha o olhar nele.- Eu apenas citei a Rose por que ela é só mais uma vantagem pra mim. Ela pode cuidar de você se for o caso e eu me sentiria bem melhor, mas sei que aqui também serias bem cuidada a diferença é que aqui eu não poderei dormir todas as noites. É distante, cansativo, eu já trabalho demais, me esforço demais. Você sabe. – ele suspirou pesadamente e voltou a olhar pro volante.

-Eu sei meu amor, me desculpe, mas quando você citou ela daquele jeito, como se me confiasse a ela, eu e nosso filho, eu não sei eu... Eu não gosto, nem com confio nela. – Elena falou convicta.

Damon se virou pra ela, segurou seu rosto suplicante. – Quero estar com você todas as noites, acordar ao seu lado, foi só por isso que propus isso, o melhor pra mim seria ir pra nossa casa de vez, mas não dá ainda, então pensei na segunda melhor opção e é esta, você em minha casa, morando um tempo lá, estarei com você todas as noites após o final do trabalho, como tenho feito, tenho ido pra casa todas as noites. Se você escolher ficar aqui não poderei vir e pra mim não faz sentido estarmos casados e eu estar dormindo longe de minha mulher. – Elena suspirou vencida, sabia que Damon tinha razão, ele não estava propondo nada impossível, apenas a forma como ele incluiu Rose não agradou, ela não seria como a Katherine, se precisasse de alguma ajuda procuraria seu marido ou um hospital, ela nunca confiaria em Rose, não mesmo.

-Tudo bem meu amor, eu aceito sua proposta. –Damon a encarou surpreso.

-Sério? – ela assentiu.

-Ai que bom!  - ele sorriu aliviado.

-Mas tenho uma condição. – ela falou franzindo o cenho.

-Qual? – perguntou Damon um tanto hesitante.

-Não quero que incuba sua amiga de nenhuma tarefa protetora ao meu respeito, pelo contrário, a quero distante de mim o máximo possível. O quanto eu puder evitar. – Damon fez cara feia, mas assentiu. – Outra coisa, Caroline vai comigo. – ela falou num tom exigente. - Pelo menos durante o tempo que eu estiver lá, depois ela volta pra cá. Quero ela aqui pra fazer companhia a minha mãe. – Damon concordou.

-Tudo bem, o que quiser. – ele falou num sorriso fraco.

-O que eu quiser mesmo? – Elena perguntou maliciosa.

-É... – Damon respondeu cauteloso e curioso com a expressão da noiva.

-Então... – Elena falou cegando mais perto e acariciando a gola do casaco do noivo. – Você pode ficar e dormir aqui hoje não é? – ela perguntou.

-Não posso. – Damon gemeu em desagrado. – Tenho que voltar para casa trabalho bem cedo amanhã.

-Mas mor... – Elena gemeu o puxando para um beijo. - Você não vai me ver mais, antes da cerimônia. – ela falou manhosa dando outro beijo.

-Quem disse isso? – ele ergueu a sobrancelha.

-Nossos compromissos dizem isso. – ela falou meio irritada.

-Não tenho tanta certeza. – ele falou dando um riso malicioso.

-Está tentando me enrolar. – Elena bufou o empurrando.

-Claro que não! Só estou dizendo que ainda faltam três dias pro nosso casamento e eu posso aparecer antes disso.

-Você vai ter sua despedida de solteiro. – ela falou fazendo bico.

-Eu já tive. Só se agora for de viúvo. – ele riu divertido. – Acho que ainda não inventaram esta.

-Por favor amor,  dorme aqui! – Elena gemia como uma gata manhosa.

-Para com isso Elena, sabe que eu não posso e fica difícil negar com você fazendo essa cara.

-Então não nega.

-Amor, eu tenho que trabalhar.

-Meu Deus, você é rico, não precisa trabalhar.

-Elena Samantha Gilbert, não faço por dinheiro. – ele falou fingindo irritação.

-Argh! Tudo bem então. – Elena saiu do carro batendo a porta com força.

-Ei! –Damon falou de dentro do carro, depois saiu e correu até a noiva segurando seu braço. – Pare! – ele pediu falando ao pé do ouvido dela, Elena tremeu e perdeu a força das pernas.- Não seja tão má, não saia com raiva.

-Me solta! – Elena pediu sem fôlego.

-Meu amor... – Damon a segurou mais firme, pois ela balançava em seus braços querendo se soltar. – O que acabamos de conversar hein?! Sem brigas bobas! – Damon repreendeu Elena com seriedade.

-Damon... – ela gemeu o encarando.

-Tenho que ir e não quero que fique frustrada ou pensando bobagem, apenas tenho que ir. – Elena assentiu cabisbaixa. Damon aos poucos se aproximou e lhe deu um beijo, as mãos dele estavam deslizando no corpo de Elena, percorrendo suas costas, cintura, foi até a bunda da moça a fazendo gemer.

-Não faz isso se não for ficar. – Elena pediu depois de empurrá-lo com esforço. Damon sorriu largamente e voltou a beijá-la com menos urgência.

-Eu te amo! – ele falou ao encostar testa com testa.

-Eu também te amo! – Elena respondeu quase sem fôlego.

-Preciso ir. – Elena concordou em silêncio. Aos poucos Damon se afastou indo pro carro, Elena sentiu a despedida, ainda sentia o calor dele na pele dela, mas sabia que aquela seria a última despedida entre eles. A última antes dela poder se declarar dele por completo e definitivamente.


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Notas finais do capítulo

Beijos!