Bem, o fim de semana chegou, meu pai e minha mãe estavam em uma viagem, pra variar. Minha mãe relutou muito, não queria ir com meu pai, mas eu insisti, ela sempre fizera isto e eu não queria mesmo que nada mudasse por minha causa, queria que tudo ficasse o mais normal possível. Ela pareceu me entender, ao menos aceitou e foi sem reclamar tanto. Stefan combinou um fim de semana aqui em casa com a namorada, ele também chamou Elena, que aceitou de bom grado, eles adoravam essas coisas de casais invertidos, Rebekah e eu não achávamos muita graça, eu porque não gostava mesmo e Rebekah porque não suportava Elena. A única coisa que me desagradava era o fato de meu irmão e minha namorada terem a genial ideia de chamar o Klaus e  Caroline, mais uma coisa que eu e Rebekah não concordávamos também. Eu adoro a Carol, mas não suporto o irmão de minha ex, já Rebekah despreza Caroline com todas as forças e acha o namoro do irmão algo ridículo, nisso eu concordo. O circo estava armado. Deus me ajude!

Eu acordei na manhã de sábado com uma dor de cabça insuportável, meu corpo também doía horrores, eu estava me achando um pouco febril. Elena chegaria logo depois do almoço, acompanhada pela Caroline, Rebekah e Klaus viriam em seguida, depois das dezesseis horas pra ser exato, eles tinham um compromisso familiar, estaríamos os quatro aqui sozinhos. Stefan entrou em meu quarto super animado, pulando na minha cama me fazendo resmungar, não queria agitação, não agora.

-Que cara é essa? - me perguntou com um risinho cético.

-Cara de quem acaba de acordar. - respondi seco olhando pra tv em nossa frente, ele pegou o controle que estava ao meu lado em cima da cama e desligou o aparelho. - Hey! - eu falei o encarando com raiva.

-Levanta! - ele disse saindo da cama e levando o controle até o lado do aparelho.

-Fala sério Stefan, deixa de ser chato!

-Levanta cara! Temos muito o que fazer.

-Sério? Por exemplo?... - eu perguntei sarcástico, eu não tinha nada a fazer, a não ser ficar ali deitado até a hora de me trocar e ver Elena. Ele me fuzilou com olhar.

-Não seja ingrato, eu fiz um baita esforço pra me distanciar das empresas este fim de semana, papai não está e ficou todo mundo doido. Cancelei todos os meus compromissos pra ficar este fim de semana com meu irmão e me divertir um pouco com ele. Levanta!

Stefan realmente sabia irritar alguém, era muito insistente quando queria. Eu revirei os olhos me sentando na cama e bagunçando meu cabelo, suspirei vencido e o encarei.

-Quer fazer o quê? - ele soltou um riso de vitória.

-Cavalgar... Você bem que poderia me mostrar uns saltos.

Definitivamente não era uma boa ideia, dor de cabeça e corpo doído, além da possível febre.

-Não pode ser algo mais leve? - eu perguntei piscando pra ele.

-Desce logo! Tem um baita café da manhã nos esperando, Vilma caprichou e eu vou arrasar com você. - disse ele enquanto saia do quarto fazendo uma espécie de dança-não-dança esquisita.Não pude conter o riso. Que palhaço!

Era uma má ideia, mas eu não ia estragar este fim de semana, respirei fundo e me levantei pra me trocar e descer. O dia seria longo.

...

Logo cheguei na sala de jantar onde Stefan já estava sentado me esperando.

-Nossa você parece uma mulher, que demora pra descer. - ele falou me repreendendo e enchendo um copo com um suco forte de abacaxi, o preferido dele.

-Para de reclamar... - eu falei sentando e me servindo de um café bem forte, eu estava dormindo ainda, tinha que acordar.

-Nossa café puro a esta hora... Tome algo mais leve cara, credo! - eu o olhei com uma certa irritação, ele sabia o porquê do café, ele deu de ombros. -Que foi? É ruim e você sabe.

Eu não falei nada apenas continuei tomando o meu café quieto, eu não acordava de muito bom humor, nunca acordo de bom humor. Stefan definitivamente tinha o dom de piorar isto.

-Eu estava pensando outro dia... - ele começou de novo rompendo o maravilhoso som do silêncio.

-Ah! Você pensa? - eu falei sarcástico, soltando um riso de vitória.

-Engraçadinho você. - ele fez uma careta pra mim e continuou. - O que acha de Klaus e Caroline?

Sério isto? Ele estava me perguntando sobre o idiota mor e a namorada ingênua dele?

-O que quer dizer?- eu o encarei confuso e curioso, meio irritado também, me irritava sempre quando o assunto era Klaus.

-Bem, ele fica demosntrando estar apaixonado pela Caroline, mas eu não sei muito bem se isto é certo. Sabemos que ele adora ser do contra e chamar a atenção para sí, fazendo coisas inesperadas e acho que seu namoro é apenas mais uma coisa dessas, pra irritar os pais. Sua namorada adora ele. Acha ele altruísta. - Stefan terminou de falar tomando mais um gole de seu suco e abrindo o jornal. Ele estava certo, Elena achava que toda aquela atitude do Klaus era nobre e admirável,mas eu e Stefan sabíamos que ele era apenas um idiota, que gostava de ser o centro das atenções.

-O cara é um imbecil! Elena põe a mão no fogo por ele e isso me irrita, eu não posso pressionar  ela a respeito disto, sempre brigamos quando o assunto é ele. Ela fica dizendo que ela tem o direito de ter amigos tanto quanto eu e de estar com ele tanto quanto eu estou com a Andie.

Stefan soltou uma gargalhada e me encarou, tirou o jornal da sua frente.

-Ela morre de ciúmes dela, assim como sempre morreu por você. Sério, me lembro bem quando você aparecia com suas "namoradas" - ele moveu as mãos em aspas. - ela sempre se irritava e falava a noite toda. Possessiva.

-Nem me fala até hoje lembro do banho que a Rebekah levou.

Começamos a rir. Stefan ficou sério de novo e então voltou ao assunto.

-Tenho planos pra este fim de semana. - ele me olhou com cara de quem está armando algo, eu levantei a sobrancelha e ele se inclinou um pouco em minha direção e meio que falou em susssurro. - Vou ver se faço ele  mostrar as garras. - ele voltou a sua posição vitorioso.

-Stefan... - eu falei meio temeroso, meu irmão , me assustava as vezes.

-Relaxa! Você acha o cara um idiota não é? - eu assenti. - Quer que sua namorada pare de vê-lo como um cavalheiro exemplar que ele não é. - eu assenti outra vez. - E eu de quebra tenho a satisfação não só de te ajudar como também de possivelmente livrar a Caroline de um traste, ela é ótima e ele nunca vai merecer alguém como ela. - ela falou distraindo-se outra vez na leitura e eu me supreendi com a fala dele. - Ela é uma garota dorável. - Eu soltei um riso e ele me encarou. - O que?

-Bem se eu não te conhecesse tão bem podia jurar que você gosta dela. - ele me encarou meio paralisado e voltou a beber seu suco meio assustado e hesitante voltando os olhos pro jornal outra vez sem nada falar. - Ai meu Deus! - eu falei rindo sem parar.- Você gosta!

Ele nem me olhou e respondeu com o jornal cobrindo seu rosto.

-Deixa de ser idiota! - eu não parava de rir.

-Você gosta da Caroline Stefan?! Não acredito! E Rebekah?

-Dá pra você parar com isso? Eu não gosto dela, eu... Bem eu a admiro, ela é doce e bastante caprichosa, delicada... - eu aumentei o riso e ele se irritou me encarando. - Tá eu posso gostar dela, mas só o suficiente para querer seu bem, nada mais. Estou bem com Bekah tá ela é...

-Chata, mimada, extremamente fútil. - eu falei ainda rindo ele me olhou sarcástico.

-Isto vindo da pessoa que ia casar com ela e a chamava de loirinha. - ele falou vitorioso.- Ela tem suas qualidades. - ele concluiu.

-Está certo, ela tem! - eu me rendi parando o riso. - Mas é meio difícil de enxergar as vezes.- voltei a sorrir e ele jogou um pedaço de queijo em mim. - Hey! - eu tentei repreender, mas ainda ria muito.

-Idiota! - ele falou voltando a ler seu jornal.

Satefan e eu terminamos nosso café e fomos cavalgar. Ele me falava o que tinha em mente para o fim de semana eu cada vez mais me apavorava com as coisas que ele dizia. Ele estava tramando a terceira guerra mundial. Eu estava começando a me sentir um pouco mais fragilizado, as dores estavam ficando piores, então sem nada dizer a ele apenas o convenci a parar e voltar pra casa porque já estava com fome. Stefan me conhecia o suficiente pra saber que eu não estava muito bem, mas ele respeitava até certo ponto minha dureza. Voltamos pra casa para o almoço que foi tão discontraído quando o café da manhã. Eu estava me sentindo um pouco melhor depois de um bom banho e uma refeição reforçada. Fomos para a sala jogar um pouco de xadrez e esperar por Elena que já estava para chegar.

...

Estávamos a caminho da mansão Salvatore e eu observava a Caroline, ela sempre tagarelava muito, mas hoje estava calada.  Eu estranhei e resolvi conversar.

-O que foi Carol? Algum problema? - ela pareceu sair de um transe para me encarar e me respoder depois de soltar um riso fraco e forçado.

-Não, está tudo bem. - eu a encarei exigente, óbvio não estava.

-Vamos lá Caroline, você sabe fazer muitas coisas adimito, mas definitivamente não sabe mentir, nem fingir sentimentos. - ela me olhou meio sem jeito depois se virou pra mim, especulativa.

-O que você acha de mim e do Klaus? - eu não entendi a pergunta e ela vendo minha expressão tentou melhorar. - Como um casal, você acha que dá certo?

-Que pergunta é essa? É claro que dá, ele te adora e te faz feliz não faz? - ela assentiu meio inibida se voltou para a frente e falou sem me olhar.

-É que as vezes eu sinto ele diferente. - eu não estava entendendo,mas não interrompi e ela continuou. - Sabe, como se ele estivesse cansado de algo.

-Ah! Pare com isto Caroline, você sabe que Klaus passa a maior barra pra ficar com você, a família dele toda é contra, ele deve se cansar as vezes sim, mas de toda essa gente que quer reprimir vocês. Eu acho ele um homem admirável! E que te ama o que é melhor.

-Ele se diz apaixonado, não é amor pra mim.

-Paixão, amor, linha tênue.

-Mas paixão acaba e amor...

-Tem medo do que?  - eu perguntei pra ela.

-As vezes acho que ele só quer status, eu sempre pensei isto.

-Sério? Mais status do que ele tem? Caroline... Ele podia ter qualquer mulher que quisesse, mas está com você.

-Exatamente! - eu não entendi. - Ele pode ter qualquer uma, mas adora ser o diferente o que surpreende. Talvez ele só não queira perder este perfil e...

-Não viaja Caroline. Você sempre faz isto, procura defeitos nos namorados porque tem medo do que sente por eles. Foi assim com o Matt.

-Eu apenas não quero me machucar. Não é muito bom!

Eu segurei suas mãos e a olhei nos olhos, eles estavam marejados.

-Klaus gosta de você, ele é um homem bom, justo, que te respeita e te quer bem. O que mais você pode esperar?

Ela soltou um riso fraco e eu a abracedi, encarando a janela percebi que estávamos chegando. Eu não via a hora de Ver Damon outra vez. Estava com saudades.

...

Elena e Caroline entraram na sala e deram de cara com os irmãos discontraidamente divertidos, jogando xadrez.

-Por que é tão difícil aceitar uma derrota Damon?

-Primeiro maninho, você não me derrotou, você roubou. Desde quando o cavalo pode fazer este movimento?

- Ah, sei. Que papinho...

-Olá crianças!- Elena falou interrompendo a disputa de testosterona.

-Oi meu amor. - Damon se levantou indo ao seu encontro lhe dando um beijo. Elena o sentiu quente e logo se soltou do abraço o encarando, ele tinha a face corada demais.

-Está com febre? - ela perguntou baixo e apenas ele ouviu.

-Não começa... - ele respondeu no mesmo tom, Elena abriu a boca pra revidar, mas ele saiu de sua frente indo cumprimentar Caroline que estava logo atrás de Elena.

-Caroline. - falou dando um beijo em sua mão e a fazendo rir sem jeito.

Elena foi em direção a Stefan que ainda estava sentado diante da mesa de xadrez.

-Oi! - ela disse beijando seu rosto.

-Oi! - ele respondeu sorrindo.

Logo Damon e Caroline vieram se juntar e eles, Damon assumiu seu lugar na mesa e pediu pra Caroline sentar-se ao seu lado.

-Bem faremos em dupla desta vez. - Damon falou risonho pra Elena e Stefan.

-Hum... Parece um desafio. - Stefan falou se virando pra Elena pretencioso.

- É, parece que sim. - ela lhe respondeu no mesmo tom e encarou Damon que sorriu torto.

-Caroline e eu, contra vocês dois. - Damon falou.

-Aceito! - disseram juntos.

-Caroline... - Elena perguntou e a loira hesitou um pouco. Damon passou a mão na cintura dela a fazendo tremer e encarar Elena perplexa, ele então sussurrou ao pé do ouvido dela:

-Por favor... - então a encarou e fez um biquinho de pidão. Stefan caiu na risada e Elena meio que ficou tensa, ela não achou tanta graça assim. 

Caroline que agora olhava Damon a centímetros se afastou dele vermelha como um tomate e respondeu um sim tão fraco que Stefan resolveu provocar.

-Hãn? O que foi que ela disse irmão? Eu não entendi! - Elena visivelmente irritada intercedeu pela amiga.

-Ela disse sim Stefan . Vamos logo! - Damon soltou um riso abaixando a cabeça e Stefan o seguiu.

-Está certo... - Disse Stefan.

Começaram a jogar e logo nos primeiros movimentos ficou claro que a dupla que jogava melhor era Elena e Stefan. Eles estavam rindo vitoriosos então Damon falou:

-Caroline minha cara, chega de brincadeira. Eu já me cansei!

Caroline que estava entendendo tudo deu um riso fraco e disse:

-Concordo Damon.

-Ah! Vão fugir...? Que original! - Falou Stefan caindo na gargalhada, Elena o seguia ela estava encarando tudo aquilo como uma vingança.

Damon então soltou um riso debochado e falou:

-Na verdade eun só cansei que brincar com você e quero terminar logo esse jogo infantil. Dito isto, em um só movimento, deu xeque-mate e venceu o jogo. Stefan e Elena pararam com as risadinhas e ficaram se encarando perplexos, não faziam ideia de como ele tinha conseguido isto.

-Como?...Você ... Eu ...  Ah... - Stefan não sabia o que dizer, estava vidrado na mesa tentando entender como foi que aquilo aconteceu. Damon beijou o rosto de Caroline que estava morrendo de rir agora.

-Você é minha parceira favorita! - ele falou encarando Elena que estava atordoada com a derrota.

-Como não vimos isto Stefan? - ela perguntou chocada. Stefan só a olhou incrédulo, ele não sabia responder.

-Ora meu amor, o que posso dizer...? Somos aranhas e vocês mosquinhas presunçosas. - Damon falou sorrindo e Elena o fitou franzindo o cenho.

-Aranha, sei. - ela disse irritada.

-Aprendam a perder! - Damon terminou e se levantou sorrindo. - Eu já volto! - ele falou indo em direção a cozinha.

Elena aproveitou a oportunidade.

-Como ele está? - ela perguntou a Stefan.

-Acordou meio indisposto, mas já fizemos alguns exercícios juntos, ele está meio febril, eu notei, mas você sabe, ele é turrão. - Elena ouviu tudo e assentiu no final.

-Eu vou atrás dele! - ela falou se levantando. - Se me dão licença. - ela disse e então saiu, deixando Stefan e Caroline na sala juntos.

-Bela jogada! - Stefan falou rompendo o silêncio.

-Foi seu irmão! - ela respondeu o olhando sem jeito e soltando um riso fraco pra depois desviar o olhar pra um canto qualquer da sala.

-Os pombinhos irão se demorar certamente. Me acompanha até o jardim? - ele perguntou e Caroline meio que se assustou com a pergunta o encarando confusa. Stefan percebendo o receio dela completou. - Vamos deixá-los um pouco a sós. Depois a casa vai estar cheia e será mais difícil.

Caroline o encarou cautelosa e então assentiu com a cabeça. Stefan se levantou sorrindo e foi em sua direção lhe oferecendo o braço.

-Vamos então? - ela aceitou e os dois saíram para caminhar pelo jardim.

-Eu sinto muito. - Caroline falou de repente, deixando Stefan confuso, ele a encarou enquanto andavam entrelaçados pelo braço. - Pelo Damon. É uma situação difícil. - ele olhou para frente.

-Meu irmão é forte! A pessoa mais forte que já conheci.

-Você o ama muito certo? - Stefan assentiu sem olhar pra ela. - Ele vai ficar bem. - ela falou sorrindo fraco.

-Sim ele vai. - ele olhou para ela e sorriu, estavam frante a frente agora e Stefan tinha a mão presa na de Caroline, entrelaçou seus dedos nela e a olhou profundamente. Foi um troca de olhar intensa, segundos que se tornaram minutos e tudo ficou tão simples e leve, respirar, andar, falar. Caroline sentiu um frio na espinha, nunca sentiu algo assim apenas com um olhar, ela se desviou dos olhos verdes de Stefan um tanto corada. Stefan saiu do seu transe e ela soltou-se de sua mão. ambos sem jeito voltaram a nadar e conversar sobre outras coisas. 

... Na cozinha ...

-Nossa! Pra que esta cara tão feia? Foi apenas um jogo. - Damon falou soltando um riso torto e Elena ignorou tudo indo em sua direção e tocando sua testa. - Fala sério Elena! Quer parar com isto? - Ele falou se livrando da mão dela.

-Não, eu não quero! Também não quero que finga que está tudo bem pra não nos atrapalhar. Se vamos fazer isto juntos Damon compartilhe tudo comigo. - ela falava séria e Damon pareceu se irritar.

-Escuta aqui, eu não preciso esconder nada de você nem de ninguém, isto é um sintoma normal, e a menos que eu esteja de verdade pra morrer não vejo porque alardar toda uma multidão. Não preciso de paparico Elena e sinceramente odeio isso.

-Não é paparico Damon, você não pode esconder se estiver mal.

-Eu não estou!

-Está com febre!

-Para Elena! Eu estou doente, tudo bem, mas por favor, não estraga tentando fazer com que eu aja como um. Eu não quero e não vou. Não vou me abater por uma suposta febre. Você quer que eu fique na cama o dia inteiro?

Eles estavam gritando, Elena respirou fundo e segurou o rosto dele.

-Apenas não quero que me esconda nada. Absolutamente nada!

-Eu entendi! - ele falou seco se livrando das suas mãos. - Vamos voltar pra sala. Eu já tomei água.

Elena suspirou rendida, Damon era difícil de lidar nestes assuntos e ela sentia que aquilo só pioraria com o tempo, mas ela não queria pensar nisto agora, não ia estragar a tarde, nem o resto do fim de semana. Ela foi em direção  a saída da cozinha, segundos depois sentiu a mão quente de Damon a puxar pela cintura, o impacto dos corpos dos dois a fez soltar um gemido fraco de dor. Damon acariciou seu rosto a fuzilando com um olhar esmagador, um olhar que sugou a força de Elena, aos poucos ele foi rompemdo a distancia que existia entre suas faces e a beijou docemente, entrelaçando seus dedos no cabelo dela enquanto ainda a prendia pela cintura fortemente. Elena sentia o corpo amolecer aos poucos e a tensão ir embora, ela ainda tinha as mãos soltas ao lado de seu corpo, então levou uma delas até a de Damon, a que segurava sua cintura e com a outra ela começou a acariciar os cabelos dele. Aos poucos o beijo ficou mais urgente e Damon sentou Elena no balcão atrás dele, percorrendo o corpo dela com as mãos, extremamente apressado. Elena o parou e o encarou incrédula:

-Você realmente não tem controle. - ela disse e ele fraziu a testa irritado por ela ter o parado e voltou a beijá-la. Elena o afastou outra vez. - Para com isso Damon, estamos na cozinha.

-Argh! - ele falou irritado, parando o que fazia e descendo ela do balcão. Deu as costas a ela e foi em direção a porta.

-Ei! Espera!

Ele então respondeu sem olhar pra ela e sem parar de andar:

-Tenho que ficar longe de você agora. É o melhor. Minha sanidade está por um fio.

Elena sorriu com a resposta e o seguiu. Chegando na sala ela não encontrou nem Caroline nem Stefan.

-Pra onde foram todos? - Ela perguntou se sentando ao lado de Damon no sofá.

-Sei lá! - ele deu de ombros frustrado e Elena não conteve o riso, envolveu o pescoço dele o fazendo a encarar.

-Ficou bravinho? - ele bufou.

-Tenho que me controlar perto de você, mas é meio difícil com você me olhando assim... - ele disse meio hesitante e Elena riu maliciosa.

-Assim como? - ela perguntou descendo com uma de suas mãos pelo peito dele e brincando com os dedos na pele de Damon.

-Para com isso! Não gosto quando você me provoca e me deixa frustrado, sala ou cozinha terão os mesmos princípios agora. Nada de amassos. - Ele falou retirando as mãos dela dele e ela apenas sorriu e deitou no colo dele.

-Estou preocupada... - ela falou e Damon bufou outra vez, ela iria começar de novo com o assunto da cozinha? - Mas não é com você dessa vez. - ela falou apertando a perna dele ao sentir que ele já ia reclamar.

-O que foi? - Damon perguntou curioso e meio hesitante. - Algum problema? - Ele começou a fazer cafuné nela.

-Não sei direito se é um problema. - ela falou meio medrosa e Damon apenas esperou que ela continuasse. - É sobre a Caroline. Ela estava com uma conversa estranha hoje sabe, sobre ela e o Klaus.

-Estranha como?

-Estranha ora, ela acha que ele pode não gostar tanto assim dela. Pode isso?

Damon arqueou a sobrancelha, ele estava surpreso com isto e por um momento pensou que Stefan podia estar atrás de alguma coisa escutando a conversa.

-Como amor? - ele perguntou.

-Ah! Ela fala que sente ele estranho as vezes. Que sente que ele talvez só queira chamar atenção ou algo assim. Ser do contra.

-Hum... E não será verdade? - Elena virou a cabeça pra o encarar com a cara fechada, Damon deu de ombros.

-Olha eu sei que você não gosta dele. - ela falou voltando a sua posição inicial e encarando um cinzeiro na mesa de centro a frente dela. -Mas Klaus é uma ótima pessoa, e eu tenho medo que ela acabe estragando tudo com as paranóias de insegurança dela. 

-Olha Elena, eu sei que Klaus é um ser intocável pra você, mas sinceramente... É ela que está com ele e se ela sente algo estranho é porque tem.

-Ela é insegura e imagina coisas, tenta deformar alguém perfeito.

Damon revirou os olhos, Elena realmente o irritava com aquela admiração toda. Ele bufou se levantando bruscamente. Se pôs na frente de Elena que o encarava sentada e carrancuda pela brutalidade do movimento dele.

-Ele não é perfeito Elena, pelo simples fato de que perfeição não existe. Todo mundo tem defeitos, até o seu impecável Klaus. Só acho que a Caroline está se dando conta disso primeiro que você. 

Damon foi em direção ao bar da sala e se serviu com uma dose de whisky.

-O que está fazendo? - Elena perguntou se levantando e indo em sua direção.

-Bebendo.

-Eu já percebi. Pare com isto! - ela o alcançou tentando pegar o copo de sua mão, Damon desviou dela. - Damon!

-É só uma dose, você me irrita com isso e eu relaxo assim.

Ele virou a dose de vez. Elena cruzou os braços, Damon colocou o copo de volta no bar e olhou pra ela.

-Vamos ver onde aqueles dois estão! - Ele falou oferecendo o braço, Elena revirou os olhos e cedeu.

Eles encontraram Caroline e Stefan ainda caminhando no jardim e os alcançaram.

-Encontrei vocês... - Damon falou rindo malicioso para o irmão. Ele estava corado assim como Caroline.

-Não estávamos perdidos Damon. - Stefan respondeu irônico e Damon sorriu torto.

-Bom, em breve Klaus e Rebekah irão chegar. O que vamos fazer por hora? - perguntou Elena.

-Ora se juntem a nós. A tarde está gostosa para um passeio no jardim. - Falou Stefan piscando pra Elena.

-Concordo! - disse Caroline saindo do lado de Stefan e entrelaçando seus braços nos de Elena. Damon soltou um riso.

-Certo, eu também concordo! - disse Damon e Elena assentiu.

-Então vamos?- Caroline falou puxando Elena e disparando na frente, os Salvatore ficaram atrás se olhando meio confusos e divertindo- -se. Elas pareciam ter coisas a falar.

-Aconteceu uma coisa. - Disse Caroline se inclinando pra falar junto ao ouvido de Elena, que a olhou curiosa.

-Sobre o seu plano... - Disse Damon a Stefan um pouco mais atrás das gorotas, também em tom de segredo.

-O que tem ele? - perguntou Stefan sem tirar os olhos das belas mulheres a frente dos dois.

-Estou dentro! - Damon falou e Stefan o olhou perplexo. Arqueando as sobrancelhas meio admirado. - Faço o que for preciso pra Elena se tocar que o idiota não é assim tão maravilha. Conta comigo! - Damon falou sério e Stefan soltou um riso de vitória.

-Vamos acabar com ele. Ao ataque irmão e que o jogo começe. - Stefan falou cerrando o punho e levantando para Damon que o tocou com o seu também cerrado.

-Que começe os jogos irmão.

Ambos riram maliciosos.