Kuroshitsuji - Infringindo Leis escrita por Dark Tenshii


Capítulo 11
Capítulo 11 – Sem saída




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Lúcia não quer perder nem mais um dia. Ao anoitecer ela verifica se todos estão dormindo. De ponte e pé vai direto ao quarto do irmão. Ela sabe onde ele guarda o anel. Lúcia o pega e o coloca no dedo. Depois vai direto ao escritório. Lá ela começa a vasculhar cada centímetro sem encontrar a adaga. Com um grampo de cabelo ela consegue abrir a escrivaninha e percebe que embaixo de uma das gavetas tem um fundo falso. Ao tirá-lo encontra a adaga. Ela a guarda dentro de sua roupa, vira o anel e pede para que a leve até o lugar onde estão Ciel e Sebastian.

Quando Lúcia acaba de se teletransportar, seu irmão acorda com um pressentimento. No mesmo instante, ele olha para a mesinha de cabeceira onde costuma colocar o anel e não o encontra. Rapidamente ele se levanta, vai até o escritório e percebe que a gaveta da escrivaninha está aberta. Nesse momento, seu pai entra no escritório.

- O que está acontecendo aqui? – Disse ele enquanto percebia sua gaveta remexida.

- Pai, não fui eu. Foi a Lúcia. Além disso, ela também roubou meu anel.

- Do que você está falando? Me explique melhor o que está acontecendo.

E assim Benton conta toda a história.

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Lúcia agora se encontra numa velha mansão, que não é a Phantonhive. O local parece até de outra dimensão. A casa tinha muitos cômodos e ela começou a percorrer cada um cuidadosamente, até que ouve uma música baixinho vinda de uma saleta anexa a sala principal. A porta está entreaberta e ela observa Ciel que está sentado em uma poltrona ouvindo uma música clássica.

Lúcia continua obervando Ciel e decide:

“Tenho que ser rápida. Sebastian deve trazer a qualquer hora o chá como sempre fez”.

Aproveitando a distração de Ciel ela entra no cômodo e dá alguns passos ficando atrás da poltrona onde sua vítima está sentada. Ela respira fundo e não pensa duas vezes, desferindo um golpe fatal no pescoço de Ciel, arrancando-lhe a cabeça.

Neste instante chega na porta Sebastian.

- O que diabos você fez?

- Matei Ciel como você pode ver. Agora não tem mais desculpas, você pode ficar comigo.

Enquanto Sebastian encara estupefato a cena vendo Lúcia com a adaga na mão ensanguentada, aparece dois homens que fazem parte da comitiva de julgamento do clã Travelit.

A garota deixa cair à arma e Sebastian aproveita que está na porta e sai da cena do crime.

- Sebastian. – Grita Lúcia desesperada. - Não me abandone agora.

Um dos homens recolhe a adaga com um lenço, enquanto o outro segura Lúcia pelos braços, pegando um relógio e os fazendo teletransportar.

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Ao voltarem para seu tempo, Lúcia tem que enfrentar seu pai. Com o semblante sério, se aproxima da filha. Ele levanta um pouco a blusa dela e constata a marca, confirmando seu envolvimento com um demônio.  

- O que você está fazendo com a sua vida e com a nossa família? Você é a nossa desonra. Estou profundamente decepcionado com as suas atitudes. Se envolver com um demônio a ponto de matar outro pelo que você chama de amor? Onde já se viu?

Lúcia abaixa a cabeça e continua calada.

- Levem-na daqui. Onde você vai ficar vai ter tempo de refletir tudo que fez.

E com isso Lúcia é levada para uma espécie de porão assustador, que só tem uma porta e uma pequena janela com grades para circular o ar. Não demora muito tempo, e a entregam uma túnica curta com calças compridas de seda vermelhas para que ela vista, junto com umas sapatilhas de mesma cor.

“Droga, de todas as roupas, porque tinha que ser justamente essa?” pensava ela se relembrando dos significados das cores das roupas em sua família. O salmão significava que a pessoa cometeu delitos leves, já o roxo era para delitos intermediários tendo algumas condenações à morte e já o vermelho, era pena capital na certa.

Ela veste a roupa enquanto aguarda seu julgamento.

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Depois de ter apagado os rastros, queimando o corpo de Ciel, Sebastian fica aliviado. “Me sinto melhor sabendo que não precisarei mais servi-lo pela eternidade, mas é uma pena que tenha acabado dessa forma. Se não fosse pela ajuda de Lúcia, eu ainda estaria preso a Ciel”. Nesse momento, Sebastian relembra as últimas palavras ditas por Lúcia.

“- Sebastian, não me abandone agora.“

- Já sei o que devo fazer. – Disse ele ao vento.

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Eric estava em seu escritório quando um de seus empregados avisa que um homem que se diz ser ex-mordomo da família Phantomhive, chamado Sebastian, desejava falar com ele. Eric se encosta na cadeira, leva as mãos até a cabeça e conclui.

- Deve ser alguma coisa ligada a Lúcia. Mande-o entrar imediatamente.

Ao chegar no escritório, Sebastian começa a se apresentar.

- Senhor Eric, eu sou Sebastian...

- Eu sei bem quem você é.  Dispenso apresentações. – Disse Eric o interrompendo. – Para você estar aqui, só pode significar que aconteceu alguma coisa com Lúcia.

- Lúcia está prestes a ser morta por sua família, caro Eric.

- Ela é tão esperta. Não esperava que fossem descobrir. Sabe, Sebastian... eu sou um homem a frente do meu tempo. Até aceitava o relacionamento dela com você, tanto que a ajudei a esconder seu talismã. Nunca aceitei esses tribunais impostos por nossa família. E olha que sou eu que estou no passado, século XIX. Parecem que eles ainda vivem no tempo da Inquisição!

- Tem algum jeito de salva-la?

- A verdade é que, nesses casos, a lei dos Travelits é muito severa. Ela vai passar por um julgamento que, pelo visto, só terá acusações sem chances de defesa, como disse anteriormente, parece até a Inquisição. E mesmo que eu tente interceder por ela não adiantaria.

- Então só tem um jeito e preciso de sua ajuda – Diz Sebastian explicando seu plano para Eric.

Eric ouve atentamente e se prontifica a ajudar o mordomo no que for possível.

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 Lúcia estava sentada no chão, com as pernas flexionadas e com as mãos em volta dos joelhos quando abrem a porta e entram dois sujeitos. Um deles começa a amarrar suas mãos para trás enquanto o outro enrola uma corda em volta dos seus braços. Em silêncio, eles caminham em direção ao tribunal, formado pelo pai de Lúcia e os anciões da família.

O julgamento começa:

- Lúcia Travelit está sendo julgada por violar várias de nossas leis: ter permanecido mais tempo que o estipulado numa viagem no tempo, ter roubar o anel de teletransporte e uma adaga e o pior, se envolver com um demônio e por ele matar outro da mesma espécie. – Fala um dos anciões.

Ouve-se um murmúrio no tribunal. Os jurados ficam estupefatos com tantas acusações a uma pessoa tão jovem.

- Como prova temos o anel e a adaga suja de sangue e sobre o envolvimento com o demônio temos a marca em cima do umbigo. – fala um dos acusadores enquanto uma mulher presente abre um pouco a túnica de Lúcia, deixando aparecer o sinal demoníaco.

Mais uma vez o silêncio é interrompido por um burburinho entre os presentes.

O mais velho dos anciões toma a palavra e anuncia:

- Nestes casos não existe defesa e a sentença é unânime: pena de morte. A ré se arrepende de tudo o que fez?

- Não, de jeito nenhum. – responde Lúcia que parecia aceitar seu fim.


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