Rainha Dos Mares escrita por Serendipity
–Eu... Ta – respondi, me odiando por ser tão fraca e por ter cedido tão rápido – É claro.
Cattleya soltou uma gritinho e voltou a se jogar em meus braços.
Pelos deuses, eu estou MUITO ferrada.
Capitulo 23 – A primeira vez ‘daquelas palavras’
O jeito mais fácil de ir ao Palácio de Poseidon era usar o elevador do Olimpo. Então, alguns dias depois voltei para New York com Nicholas. O casamento foi lindo, mas também estranho. Os homens, por exemplo, só usavam calças (juro que não babei quando vi os músculos maravilhosos de Poseidon) e Cattleya usou um vestido totalmente vermelho, com alguns poucos detalhes em preto.
Quando o casamento terminou, Nicholas foi brincar com algumas crianças e eu fui dar uma volta pelo jardim, mas acabei encontrando com Poseidon no caminho. Ele olhou para mim por alguns poucos segundos, ate que me puxou pelo braço e me empurrou na direção de uma sala vazia, fechando a porta logo em seguida.
-Precisamos conversar – disse
-Por favor, Poseidon, agora não – respondi.
-Agora sim, Annabel – falou – Porque se não falarmos sobre isso agora, sei que não vamos mais falar.
-Poseidon, eu...
Mas o deus balançou a cabeça novamente e pegou meu rosto com as duas mãos.
-Eu falo – disse, e respirou fundo – Annabel, sei que tem todos os motivos para me odiar. Forcei você a se casar com alguém que nem conhecia, deixei você quando mais precisava de mim... Mas por favor, me perdoe.
-Eu não...
-Admito que nunca deveríamos ter nos casado – suas ultimas palavras foram como facas em meu coração, mas ele continuou – Mas Hera e Afrodite estavam me importunando com esse questão do casamento e quando eu a vi... Tão linda e inteligente. Eu lhe quis no mesmo, mas você era tão nova, tão inexperiente. Não conhecia nada da vida – ele balou a cabeça mais uma vez, como se tentasse afastar algum pensamento – Não medi as consequências. Não percebi que isso podia lhe fazer mal. Quando me prenderam, não temi por mim, afinal, sou um deus e deuses não morrem. Mas senti medo por você. Do que lhe poderia acontecer, agora que estava em mundo novo. Subestimei você, e esse foi outro erro meu. Foi quando achei ter visto você no cativeiro, usando o calor que eu havia lhe dado de presente.
-Não foi eu – voltei a repetir – E quanto ao colar, ele simplesmente desapareceu...
-Eu sei, eu sei – disse Aconteceram algumas coisas recentemente que me fizeram acreditar que você era na verdade, a vitima. Que você não tinha nada a ver com o sequestro.
-Levou 10 anos pra acreditar em mim – falei
-Por favor, Annabel, entenda que para mim, isso é difícil. Traições ao meu redor são mais comuns do que eu gostaria, e eu não consigo confiar muito nas pessoas.
-E quais foram elas? – perguntei, mais amarga do que pretendia – As coisas que fizeram você mudar de ideia...
O deus suspirou.
-Sempre achei que Tritão estivesse envolvido com isso, mas não podia simplesmente acusa-lo. Foi só quando vi Cattleya usar o colar que eu havia lhe dado e... –Poseidon desviou o olhar – Notei que meus próprios filhos estavam contra mim.
Fiquei chocada demais com o que Poseidon havia falado de Cattleya. Isso só podia ser algum engano, quer dizer, não podia ser verdade. Cattleya não faria isso. Ela era boa. Ela era... ela.
-No entanto, quero que saiba que me arrependi de expulsa-la no minuto em que cruzou aquela porta.
-E porque não foi atrás de mim? – perguntei baixinho.
-Porque queria que vivesse um pouco da SUA vida, antes que voltasse a viver a minha. Eu queria que amadurecesse, que fizesse suas próprias escolhas, baseadas no que você queria. Queria que mostrasse a si mesma que era capaz de fazer qualquer coisa, como ser uma boa rainha. E queria, principalmente, que voltasse a ficar comigo porque queria ficar ao meu lado de verdade, não porque se sentia obrigada a isso.
Suspirei baixinho, sem saber ao certo o que responder.
-E eu queria que voltasse porque... porque eu te amo.
Arregalei os olhos, chocada. E acabei percebendo que essa era a primeira vez que ele havia dito que me amava.
-Poseidon...
-Não espero que retribua o sentimento, é claro, não depois de tudo o que lhe fiz e...
-Eu também te amo – falei, e acariciei seu rosto com as pontas dos dedos.
O deus sorriu, e depois se curvou levemente para me beijar, mas acabei me afastando.
-Espere. Se Cattleya e Tritão estiveram realmente por trás de seu sequestro, eles podem querer fazer alguma coisa com meu filho e...
-Não se preocupe meu amor. Pedi que Lucan cuidasse de Nicholas. Nada de ruim ira acontecer ao nosso filho – disse o deus, sorrindo de um jeito maroto – Agora, venha cá, ainda temos que recompensar 10 anos de saudades.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então, o que acharam meus amores? Surpresos?
Bem, acho que esqueci de agradecer a Luiza Nunes e Beatriz Lee pelas recomendações ... Então, obrigada! E obrigada também a quem tem comentando!