Coisas boas e outras nem tanto, mas que eu sei que ficariam gravadas em minha mente para sempre.

Capitulo 19 – Reencontrando velhos fantasmas

Era um sábado à tarde quando Annabeth me ligou. Eu já sabia que ela e Percy haviam marcado a data do casamento, mas estava simplesmente desesperada de pensar na possibilidade de voltar para New York e levar Nicholas comigo.

-Alo?

-Bel? Sou eu, Annabeth. Atrapalho? Eu posso ligar mais tarde...

-Não, não... Eu estava fazendo umas contas da livraria, aproveitando o silencio da casa hoje, já que o Nick tinha um aniversario pra ir.

-Foi por causa dele que eu liguei.

-Por causa do Nick? – perguntei, me arrumando melhor na cadeira

-Bem, é que eu e Percy estávamos pensando e queríamos que Nick entrasse com as alianças no nosso casamento. Sei que é difícil vim pra cá e que geralmente são crianças mais novas que entram assim, mas realmente queríamos que viessem.

-Eu... É claro – falei, depois ri – Você só tem que convencer o Nick a colocar um terno.

Ela riu também

-Tenha certeza, eu vou.

Eu sabia que sim e foi por isso, que alguns meses depois, eu estava vendo meu filho entrar de entrar de terno e gravata sendo seguido por uma Annabeth toda sorridente vestida de branco.

Admito que não prestei muita atenção no casamento. Eu estava ali, sorrindo e batendo palmas quando devia, mas não ouvi uma única palavra do que o padre disse. A festa também me passou despercebida, apesar de eu saber que todos, especialmente os noivos, estavam felizes. Em certo momento da festa, Nicholas foi brincar com outras crianças e eu fiquei conversando com Anne e Nathan. Foi só depois de certo tempo que notei que ele não estava mais brincando com as crianças e quando passei os olhos pelo grande salão, não consegui vê-lo. Em menos de segundos eu já estava em pé para procura-lo. Eu sabia que havia uma fonte de agua ao lado do salão, então fui diretamente para la, mas paralisei no lugar quando vi Nick conversando com um homem. Alguém que, mesmo de longe, eu sabia quem era.

Poseidon.

Apressei o passo, quase correndo e me postei atrás de meu filho no mesmo minuto que os olhos azuis do deus se fixavam em mim.

Foi como se uma avalanche me imundasse de emoções. Minhas mãos começaram a soar e a minha respiração ficou mais pesada do que o normal. Eu também sabia que meu coração tinha disparado, só pelo fato de estar vendo ele ali, parado na minha frente depois de 10 longos anos.

Apesar de tudo o que aconteceu, de todas as lagrimas derramadas, eu não havia guardado ressentimentos. Mas também não lhe contaria que Nick era seu filho. Era provável que um dia ele fosse saber, mas não seria eu a pessoa que iria lhe contar.

Pelos deuses, pai e filho frente a frente, e só eu sei desse detalhe...

Eu não sabia se corria pra longe dali ou se me atirava em seus braços, então, como sempre fazia, tentei retomar o controle da situação, estacando no lugar e deixando que um sorriso tremulo passasse por meu rosto.

-Mãe, o tio Poseidon é um deus, sabia? – falou Nick olhando pra mim

-Mãe? – repetiu Poseidon, arregalando levemente os olhos.

Com o coração apertado, eu engoli em seco.

-Senhor, lhe apresento Nicholas, meu filho – falei com a voz tremula e colocando as mãos nos ombros de Nick, tentando a todo custo desviar meus olhos hipnotizantes dele.

-Seu filho – repetiu olhando para Nicholas – Então, você se casou?

-Ahh, não – respondi – Nick é meu só meu...

Antes que Poseidon pudesse responder, Nicholas se adiantou em falar.

-Mãe, tio Poseidon disse que o Central Park não fica longe daqui, e tem um lago – disse, com os olhos brilhando – Podemos ir ver?

-Não podemos, querido, vamos emborra de madrugada, lembra? – falei – Quem sabe da próxima vez que viermos

Isso nunca vai acontecer...

-A gente pode ir agora – disse – O mano vai deixar

-Mano? – perguntou Poseidon confuso – Que mano?

-Meu irmão – respondeu Nicholas e apontou pro salão – É ele que casou.

Arregalei os olhos, imaginado no que Poseidon estaria pensando agora.

É apenas minha impressão ou as coisas estão fugindo do meu controle?

-Filho, não podemos ir no Central Park agora – falei, tentando mudar de assunto – É muito tarde e pode ser perigoso

Ver a tristeza nos olhos de meu filho e saber que eu era a causadora me cortava o coração, mas não fiz nada.

-Então, ainda bem que estou aqui pra acompanha-los – disse Poseidon com um sorriso sarcástico no rosto – Posso garantir que nada de ruim vai acontecer aos dois.

-Podemos, mãe?

-Eu... Mas... –Não olhe para seu filho Annabel, ele vai estar fazendo aquela cara novamente, e você não vai resistir. Annabel, não olhe! – É claro querido.

Nicholas sorriu pra mim e Poseidon, ainda sorrindo, estendeu o braço em minha direção.

-Então, querida, depois de tanto tempo, nós finalmente nos encontramos.