–Vou ser avó – disse – Deu positivo, minha filha. Você esta gravida.

Capitulo 17 – It is an honor to love you (É uma honra para te amar)

O médico disse que eu estava com seis semanas, ou seja, um mês e dois semanas. Era estranho estar gravida. Pensar que tinha uma miniatura minha (ou dele) crescendo dentro de mim conseguia ser mais estranho ainda. Também era provável que eu não me tornaria uma mãe muito boa, já que eu não sentia como se um ‘milagre’ acontecesse dentro da minha barriga ou ficava imaginando as coisas que eu faria com o bebê. Na verdade, eu era um pouco mais objetiva e pensava nas contas extras que ia começar a pagar (fraudas, brinquedos, roupas...), nas babas e escolas caras e depois a faculdade, que realmente me custariam os olhos da cara.

Pelos deuses, eu tinha virado um monstro e nem tinha percebido!

Minha mãe não gostou muito da ideia de ser avó tão nova, mas me ajudou em tudo o que eu precisava. Meu pai praticamente enlouqueceu, dizendo que deixaria meu filho órfão, já que ele mataria o pai. Tive que lembra-lo, por varias vezes, que meu ex-marido era um deus imortal, e sendo assim, não poderia morrer.

Anne acabou descobrindo sobre minha gravidez (na verdade, eu acabei contando pra ela depois de uma maratona totalmente emotiva de The Vampire Diaries, Dexter e Lost Girl) e veio morar comigo (pior que isso, foi ter que dividir minha cama com ela!)

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Quando fiz três meses e nove dias (eu sabia exatamente isso por que Anne estava escrevendo um diário sobre minha vida de gravida e gostava de registar cada mínimo detalhe), eu e Anne fomos fazer o exame para saber o sexo do bebê.

Eu tinha um forte palpite, por que ultimamente eu havia sonhado varias vezes com um menino de olhos azuis e cabelos escuros, mas decidi não falar isso pra ninguém.

Em todo o momento, desde o caminho ate a sala de esperava do consultório, Anne discutiu consigo mesma como seria o nome do bebe, qual o sexo, como seria, com ele se pareceria e etc. O fato dela estar mais empolgada que eu às vezes me irritava, mas eu não falava nada, afinal, ela estava me ajudando em tudo o que podia e tinha que aguentar meu mau humor na maior parte do tempo.

Conversei um pouco sobre o bebê com o Dr. Marfs, meu médico, até que ele finalmente fez o exame para ver o sexo da criança.

-Parabéns, querida – disse sorrindo – Temos aqui um garotão!

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No mesmo dia que completei cinco meses, eu e Anne começamos a trabalhar em uma loja de roupas que ficava a três quarteirões da minha casa. Por isso, acabei me reaproximando de um amigo que eu tinha quando ainda estudava (isso, obviamente não fazia muito tempo): Nathan Bourne. Nathan era do tipo grandalhão, com longos braços musculosos, olhos cinzas, cabelos negros e com um peitoral que daria inveja a qualquer atleta.

Cerca de três meses depois, eu, Nathan e Anne compramos uma casinha de quatro quartos que ficava ao norte da cidade (tive que gastar todo o dinheiro que tinha economizado para a faculdade, mas acho que valeu a pena comprar a casa).

Eu já havia me transformado em uma bola que não parava de aumentar. Parecia que a cada dia, eu conseguia ficar ainda maior. Pelos deuses, quanto mais eu ainda tinha que aumentar?

E Anne simplesmente não me deixava em paz. Ela dizia que ‘como madrinha do menino, tinha que saber o nome dele.’

Então, apenas oito dias depois de eu me mudar definitivamente. Comecei a sentir algumas cólicas já de manha cedo, logo depois que acordei, mas não me importei muito com isso, já que eu passava o maior tempo com cólicas.

Foi só na hora do almoço, que as dores realmente aumentaram, e eu senti algo escorrer molhado escorrer por minha perna. Eu fiquei paralisada, notando que as dores eram contrações, ate que Anne passou por mim e caiu de bunda no chão.

-Pelos deuses, Bel – exclamou ela – Você fez xixi no chão! O banheiro serve para isso, sabia? Para...

Ela parou de falar no mesmo instante que viu meus olhos arregalados.

-Ainda falta um mês – ela sussurrou levantando rapidamente do chão, depois começou a gritar – NATHAN! PELOS DEUSES! A BOLSA... NATHAN!

-ANNE!? – gritei com ela, segurando minha barriga com as duas mãos – Quem esta com um bebê saindo pela vagina sou eu, então, por favor, não surte. Eu preciso de você.

Ela balançou a cabeça, ainda com os olhos arregrados e logo Nathan apareceu na porta da cozinha. Não precisamos dizer nada, ele tinha ouvido Anne gritar.

Em menos de segundos, estávamos indo em direção a maternidade local

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Cerca de 30 minutos depois, eu estava deitada em uma maca, com aquele vestido horrível de hospital e com vários aparelhos ligados em mim. Meus pais estavam ali comigo (Anne havia ligado para eles enquanto estávamos indo para o hospital), ambos segurando minha mão, enquanto minha tia mais nova e meu melhor amigo haviam ficado na sala de espera.

As contrações em meu ventre ficavam cada vez mais forte, e médico disse-me para começar a fazer força, ‘empurrar o bebê para fora’ por que minha dilatação já estava boa. Eu queria gritar com ele, e em menos de segundos, era o que eu estava fazendo, mas não por sua causa.

Não senti a ansiedade e a alegria que minha mãe descrevia quando falava de quando eu nasci. Na verdade, a única coisa que pude sentir foi a dor.

‘É apenas seu corpo se abrindo para que o bebê possa sair’.  Certo, eu NUNCA mais vou querer que meu corpo volte a se abrir.

Eu só queria meu menino em meus braços, saber se ele estava bem, mesmo nascendo antes do tempo. Qual o problema disso?

Então, quando eu estava com a certeza de que meu filho não queria conhecer o mundo, finalmente aconteceu. Reunindo o resto da minha energia, eu empurrei mais uma vez, com o máximo de força que consegui. A dor veio, e com grito agudo que eu não acreditei ser meu, meu filho nasceu.