So Long And Goodnight. escrita por Nancy Boy


Capítulo 1
We are so far from you.


Notas iniciais do capítulo

Então eu estava lendo HP7. No capítulo da batalha de Hogwarts, passou pela minha cabeça escrever uma fic Romione, então uma Drarry, e, por fim, terminando do jeito que terminou.. tive que fazer isso '-'
Não é uma songfic exatamente, mas seria legal ouvir Helena: http://letras.terra.com.br/my-chemical-romance/122310/traducao.html
Não é uma twincest também, ou é. Você decide, leia como quiser :)
E desculpem se tiver algum erro, não revisei direito :X
Ah, e em itálico é flashback, ok? xD



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— Até que está tudo andando razoavelmente bem... quer dizer, enquanto nossas maiores baixas forem estátuas, acho que a situação não pode estar tão ruim.

Fred sorriu para mim assim que eu terminei de falar, ao mesmo tempo em que uma armadura que passava perto exclamou:

— Ah! Sua nobreza é impressionante!

— Cale a boca — Fred retrucou antes que eu pudesse falar. — Você só precisa de cola e estará novinho em folha.

A armadura resmungou algo e se afastou. Eu e meu irmão, junto com um grupo de estudantes, prosseguimos pelo corredor. Nós dois os guiávamos para a passagem secreta mais próxima, para deixar alguns deles de vigia em cada uma.

As paredes tremeram com o avanço dos Comensais da Morte no lado de fora e uma janela perto de nós se estilhaçou. O clarão verde que a destruiu passou muito próximo de Lino, mas ele conseguiu se safar.

Ofegante, eu só percebi que estava no chão com Fred quando comecei a levantar. O instinto falara mais alto que a consciência; eu me jogara para protegê-lo, e a julgar pela forma como estávamos entrelaçados, ele fizera o mesmo.

— Vocês estão bem? — Ana perguntou a todos. Eu e Fred respondemos que sim ao mesmo tempo e nos colocamos de pé.

Sorrimos rapidamente um para o outro em agradecimento à proteção mútua, ainda que já soubéssemos que isso sempre aconteceria. Eu nunca soube se era pelo fato de sermos gêmeos, mas proteger Fred era como proteger a mim mesmo, um instinto de sobrevivência.

Continuamos a ir de cima para baixo no castelo, deixando pequenos grupos em cada uma das entradas secretas que nós conhecíamos tão bem. Eu queria poder dizer aos Marotos como seu Mapa acabara sendo útil, no fim...

Nesse momento, notamos o vulto de alguém correndo no próximo corredor, e todos erguemos as varinhas, mas era só Percy.

— Fred, Jorge! Ótimo, preciso de ajuda, as defesas estão caindo muito rápido e precisamos de mais gente nas torres...

— Estamos organizando a defesa das passagens — falei, firme, e Percy parou derrapando. Olhou para nós por um momento e então voltou por onde estava vindo.

— Certo, então pelo menos um de vocês me encontre na torre da Corvinal quando acabarem... isso é, se os Comensais já não tiverem entrado, aí vamos ter que nos virar no meio do caminho!

Sua voz foi sumindo conforme ele se distanciava. As paredes tremeram mais violentamente e as luzes dos feitiços no lado de fora foram cegantes por um momento.

— Ok, vamos fazer o seguinte — Fred se adiantou, dirigindo-se a todos. — Lino, Ana e vocês dois vem comigo, e o resto vai com Jorge...

— Fred.

Ele olhou para mim e demorou um segundo para a compreensão varrer a expressão em seu rosto. Franziu o cenho, lembrando-se da mesma coisa que eu.


Ah, ótimo! — Gina quase gritou, assim que soubemos que Harry estava em Hogwarts. — Vou avisar papai e mamãe, esperem aí...

Ela disparou porta afora e nos deixou sozinhos. Meu coração acelerou, animado com a perspectiva de uma luta, e pelo jeito Fred sentia o mesmo.

Caramba, vai ser agora, não é? — ele perguntou.

É... — eu parei e o avaliei. Meu coração mais uma vez rimbombou em meu peito, mas dessa vez de uma forma ruim. — Fred...

Hmm?

Você... você me promete uma coisa?

Claro.

Não vamos nos separar, ok? Não se pudermos evitar.

Ele me observou tão profunda e repentinamente que eu corei um pouco. Só piorou quando ele se aproximou e me abraçou.

Prometo, maninho. E...

O quê? — falei baixo em seu ouvido, sentindo sua respiração contra o meu.

Eu te amo, Jorge.

Nós nos apertamos mais forte.

Eu também.

Nos separamos, um pouco envergonhados, mas claramente mais aliviados. Logo Gina chegou e fomos para o Cabeça de Javali.

Aproximei-me dele, de modo que os outros não pudessem nos ouvir.

— Você prometeu.

— Eu sei, Jorge, mas... só nós sabemos onde ficam as passagens, e o Percy precisa de ajuda, temos que ser rápidos...

— Você prometeu — repeti, com a voz fraca, sentindo que começara a chorar e que não conseguiria mais me controlar.

— Ah, não... — ele exclamou, um timbre de pânico em sua voz, e me puxou para um abraço. Desabei em seu ombro, não contendo as lágrimas ou os soluços, apertando-o o máximo que conseguia. — Não, não chora, não vai acontecer nada... e vai ser rápido, eu juro. Até porque, é muito mais divertido ficar com você do que com Percy.

Eu ri e funguei ao mesmo tempo, o som sufocado.

— É — murmurei, afastando-me e limpando as lágrimas. — Não é como se ele fosse matar Comensais enquanto conta piadas.

Fred deu um de seus melhores sorrisos, obviamente para me tranquilizar, e eu respondi com um suspiro. Nós nos viramos para os outros, que nos encaravam muito desconfortáveis e sem saber o que fazer, e tentamos agir naturalmente.

— Vamos fazer o que ele disse — eu me pronunciei. — Assim nos colocamos logo nas últimas passagens. Fred, você vai para aquela do quinto andar e depois procure Percy. Depois que eu terminar com as outras, eu vou atrás de vocês.

Fred assentiu e se virou, mas eu segurei seu braço; não exatamente para impedi-lo, mas... eu estava com um mal pressentimento e só queria tocá-lo mais uma vez. Deixei minha mão escorregar para dele e o apertei de leve.

— Ei — ele falou, baixo novamente, para que só existisse nós dois durante aqueles segundos. — Isso não é um adeus. É um até logo, ou um boa noite... ou os dois.

Ele olhou para a noite lá fora, quebrada violentamente pela luz dos feitiços, e voltou a atenção para mim. Percebi que ele não iria, não me soltaria nem se afastaria enquanto eu não permitisse, e por um instante maravilhoso pensei que poderia prendê-lo ali pela eternidade. Então lembrei que existiam coisas mais importantes, que estávamos em uma guerra, e que eu precisava agir racionalmente ao menos uma vez na vida.

— Então... — soltei minha mão da dele, relutante. — Até logo e boa noite.

Ele piscou para mim e se virou. Observei-o se afastar e a imagem de seus cabelos ruivos pareceu permanecer por muito tempo em minha retina depois que ele desapareceu, como se... como se ele fosse ficar para sempre grudado em meus olhos.

Com um sorriso que brotou do nada, eu guiei os que estavam comigo pelo lugar certo, sabendo, no meu íntimo, que Fred também estava sorrindo. E que sempre estaria.



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Notas finais do capítulo

... *CRY*
Nunca vou superar a morte dele, pqp.
O que acham? ♥