Got My Heart In Your Hands escrita por Julia


Capítulo 99
Promessas


Notas iniciais do capítulo

Não sei se o capítulo ficou bom, mas tentei, ó. Espero que gostem e que tenham uma excelente leitura.



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─ Eu quero saber o que está acontecendo com a Laura. - Disse Pierre.

Jeff saiu do quarto e foi ao encontro dos meninos, chorando muito. Mas não pareciam lágrimas de quem havia acabado de ser pai, mas de desespero.

─ O que houve, Jeff? Como está a Laura? - Perguntou David.

─ A Laura... - Ele mal conseguia falar, pois estava soluçando.

─ Fala, Jeff. - Julie estava preocupada.

─ Ela sofreu uma complicação, e...

─ AI MEU DEUS! - Laurence desabou.

─ Ah, peguei vocês. Ela está ótima, gente. São gêmeas. Vai se chamar Zoey e Maya.

─ Jeff! Você nos deu um baita susto, sabia? Não faça mais brincadeiras com isso, porque é coisa séria. Pelo amor de Deus, você quase nos mata do coração, seu idiota! - Pierre falou com um pouco de raiva.

─ É só pra descontrair.

─ Descontrair o que? Eu tive um mini infarto aqui.

─ Tá bom, Pierre. Vão querer ver minhas filhas ou vão ficar aí brigando por causa de uma besteira que eu fiz?

─ A gente vai lá.

Eles foram até o quarto e Laura estava amamentando a Maya. Era perfeita aos olhos do pai, assim como a Zoey, que já havia mamado e agora estava descansando no colo de uma das enfermeiras, para depois ir ao colo do Jeff. A enfermeira já havia dado banho nas meninas e Laura receberia alta logo. Avril ficou encantada ao ver a situação, e a cada vez mais, ela ficava ansiosa para a chegada do seu bebê que iria transformar a vida da família Comeau para muito melhor.

─ Avril, tomara que seu filho seja um menino agora. - Disse Marie Lee.

─ Estou pedindo muito a Deus. Mas eu acho que ele vai ser muito disputado no meio de tantas meninas aqui. - Ela soltou um risinho. ─ E Laura, suas meninas são lindas.

─ Obrigada, amiga. Estou tão feliz.

─ Eu também. Não vejo a hora do meu bebê nascer. - Avril colocou a mão na barriga e sorriu ao observá-la.

─ Espera só nove meses.

─ Caramba, muito tempo.

─ Mas vale à pena esperar tudo isso.

Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos, das horas que passei à sombra dos teus gestos, bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos... Das noites que vivi acalentando pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo, trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. E posso te dizer que o grande afeto que te deixo não traz o exaspero das lágrimas, nem a fascinação das promessas, nem as misteriosas palavras dos véus da alma... É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias e só te pede que te repouses quieta, muito quieta, e deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora. 

Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê. 

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade. 
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro. 
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos. 
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

O amor é eterno e maravilhoso em sua essência, capaz de realizar as mais importantes transformações em um ser humano.
Alguns vivem o amor em sua plenitude pelo simples fato de dispor dele em abundância. Aprenderam a amar, a se entregar ao ser amado e a estabelecer relacionamentos criativos. Outros sofrem com seu relacionamento amoroso. Depois de algumas decepções, tendem a se isolar e a adotar uma postura cética em relação ao amor. Preferem ficar em casa no sábado à noite, assistindo a um filme. Passam todos os fins de semana sozinhos. Nunca aceitam o convite de um colega para sair. No início, sentem-se aliviados, pois acham melhor evitar problemas do que sair em busca do amor. Mas, depois de algum tempo, a solidão começa a apertar o coração.
Nunca desista de amar. Assuma sempre o risco de demonstrar seu amor, mesmo que a outra pessoa não vá aceitá-lo, porque amar alguém não é um problema nem um defeito; é uma virtude. Se ela não aceitar o seu amor, o problema não é seu, pois, uma vez que você descobriu o jeito de amar, ficará faltando apenas encontrar um companheiro para a viagem a dois.
Se você está só, abra o seu coração, coloque um sorriso no rosto, retome o brilho nos olhos e acredite que a vida lhe prepara maravilhosas surpresas. Tenho a esperança de que com esta nossa conversa você tenha conseguido mais energia e inspiração para desfrutar melhor o Amor, uma realidade valiosa demais para ser banalizada.
E lembre-se: você é o autor da sua vida e é capaz de escrever uma história de amor muito linda, na qual receba e dê muito amor. Saiba sempre que amar pode dar certo, desde que você cuide do Amor com muito carinho e sabedoria.
O amor é eterno e maravilhoso em sua essência, capaz de realizar as mais importantes transformações em um ser humano, mas as pessoas atualmente se machucam muito porque não aprenderam a amar de uma forma plena.
O problema não está no amor. O ser humano não consegue ser feliz sozinho. Desistir de amar é deixar de lado uma parte fundamental da própria vida, e por isso mesmo é triste ver tantas pessoas tratarem o amor com desprezo, acharem as manifestações de romantismo algo feio e, principalmente, desistirem de viver um grande amor. Vale a pena amar, acreditar no amor, entregar-se ao amor. O amor satisfaz os nossos mais profundos desejos de compreender e ser compreendido, de valorizar e ser valorizado, de dar e receber.
Amar pode dar certo. O ser humano só pode existir em paz consigo mesmo se puder se relacionar com uma pessoa a quem diga, com palavras e gestos, "eu te amo" e de quem ouça com total sinceridade: "Eu também te amo".
Mas amar supõe evoluir todos os dias, conhecer o outro cada vez melhor, construir com ele um lugar no mundo em que as pessoas, ao entrar, sentirão que ali existe vida, carinho sincero, vontade de acertar.
Nos momentos de crise ou de mágoa, dizer "eu te amo" ao parceiro é ter a coragem de lhe dizer que ele fez algo de que você não gostou.
Nos momentos de alegria e êxtase, dizer "eu te amo" é saber compartilhar essa alegria com quem você ama, abrindo seu coração sem reservas.
Nos momentos de dor, dizer "eu te amo" é talvez não dizer nada, mas deixar evidente ao outro que você está ao seu lado aconteça o que acontecer.
Nos momentos em que você perceber que errou, a melhor maneira de dizer "eu te amo" é simplesmente dizer: "Desculpe pelo meu erro".
Nos momentos em que o outro errou, e está triste porque cometeu o erro, a melhor maneira de dizer "eu te amo" é se aproximar lentamente dele, colocar a mão em seu ombro e dizer suavemente: "Tudo bem, já ficou para trás".
Amar pode dar certo é a frase mais simples possível para traduzir a convicção de que nascemos para amar e ser amados, e que nossa felicidade consiste em realizar essa missão.

(...)

─ Pierre, você pretende casar quando? - Perguntou David.

─ O mais rápido possível. Eu não agüento mais esperar. Eu quero que seja meu, pra sempre. No papel. E eu prometo te amar e te fazer feliz.

Aquela voz ecoou na cabeça de David. E ele poderia estar mais feliz? Ele estava com a pessoa amada, e agora casamento... Não havia coisa melhor do que isso. Sensação maravilhosa. Um paraíso, segundo ele. 


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Notas finais do capítulo

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