Love Way escrita por TessaH


Capítulo 9
Capítulo 8 - Medo.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Então, eu queria, antes de tudo, agradecer muito a vocês! Muito obrigado a todos, por tudo!
Well... desculpem-me a demora. Minha mãe me proibiu de entrar no computador, por isso acho que só no fim de semana agora.
Bom, Boa leitura e espero que gostem xD



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O barulho do telefone era abafado pelo som grave da chuva lá fora. Depois de um tempo tocando, Lily pareceu despertar.

Resmungando algo, virou-se e pegou o celular.

Cinco chamadas não atendidas – Marlene.

Xingou-se mentalmente por não ter atendido as ligações da amiga. Na noite anterior, havia perturbado-a a noite inteira, quando o sono enfim lhe dominou, deixou-se cair adormecida. Depois, parecia que Lene havia visto as ligações e resolveu ligar, pena que fora ela que não havia visto.

(...)

– Lene, você ainda está aí? – durante uma longa conversa, Marlene apareceu calada do nada. Lily resmungou alguma coisa para amiga, mas nada. Sentou-se impaciente no sofá.

– Marlene, cadê você? – perguntou novamente. Sem nenhum sinal.

Lily ouviu passos apressados e depois um suspiro no telefone.

– Ah! Oi, Lily! Desculpa aí. – Lene disse. Parecia que estava comendo alguma coisa.

– Marlene, onde você foi? E ainda me deixa sozinha falando. – Lily bufou e voltou a deitar no sofá, começando a mechar com as pontas do cabelo.

– Desculpa de novo, madame! Eu fui buscar minha coca.

– Coca? Não seria café? Mudou de vício?

– Lílian, quantas vezes eu terei que dizer que não é vício? O médico se precipitou com isso. Enfim, é, mudei de hábitos. Agora é coca. Bom, onde estávamos?

Lily respirou fundo e criou coragem para voltar ao assunto.

– Ahh, Lene. Aquele... bom, ontem à noite e tal. – falou um pouco envergonhada.

– Ah, o médico! Sim! Lily, o que realmente você está sentindo ou sentiu? Eu estou começando a ficar preocupada.

Lily refletiu. Bom, não sabia ao certo o que havia sentindo, também não saberia explicar. Não sabia dizer como era estar perto de James. Era apenas uma sensação boa; proveitosa.

Não via um jeito de explicar. Também não queria complicar certas coisas.

– Bem, eu não sei, realmente. Não consigo dizer ou explicar. Na verdade, nem sei o que sinto.

– Lily, sério. Eu estou preocupada com você, amiga. Você sabe que ele é casado, provavelmente ama a mulher, mesmo que não, não é da nossa conta. Só não quero que no final de tudo, amiga, você seja a que sairá machucada. Não. Assim não dá.

– Marlene, eu citei alguma coisa em relação a outro, ou qualquer, tipo de coisa com o Potter? A não ser amizade?

– Não, ué. Mas eu te conheço. Na verdade, conheço seu coração. Você é que não o conhece. Pelo menos o suficiente.

Lily bufou de novo.

– Marlene, acho que era para você dizer alguma coisa em relação à ontem. Não críticas. E eu sei muito bem do relacionamento do James e a esposa. Nunca citei que estava apaixonada.

– Quem disse em apaixonada? – Lily sabia, por mais que fosse um oceano de distância, que Marlene arqueava a sobrancelha sugestivamente.

– Ai, meu Deus, Lene! Pare com isso. Enfim, eu acho que... Sei lá sobre ontem. – Lily disse, parecendo indiferente.

– Hm... eu também não consigo entender. Muito bem. Ou ele está começando a gostar de você ou está brincando com você. Acho provável a segunda alternativa.

– Marlene, que onda. Eu não acho nada. E nem sei por que estou pedindo sua opinião, mesmo.

– Por que sou sua melhor amiga, querida. Enfim, Lily, é sério. Não se deixe levar muito. – Marlene alertou, com preocupação na voz.

Lily balançou a cabeça e respondeu:

– Claro, claro. Marlene, eu já disse que não sei de nada e pare com isso!

Lily começava a ficar com um pouco de raiva. Talvez fosse raiva dela mesma, por achar, no fundo, no fundo, que talvez a amiga pudesse estar certa.

– O.k., madame. Não se estresse. Bom, para finalizar nossa conversa porque minha conta de telefone virá estourando, tenho duas perguntas. E responda sinceramente.

Lily, apesar de ter dado um certo frio na barriga, assentiu.

– Tudo bem. Então, você seria capaz de algumas coisas – quase impossíveis – para ajudar alguém? Tipo, qualquer pessoa. Apenas fazer algo que ele não pode e você pode, mas isso é tudo que ele quer.

Lily não pensou.

– Claro.

– Bem. Agora, eu te conheço bem o suficiente para saber que você ainda vai ficar perto do Potter e vai ajudá-lo de qualquer maneira. Eu sinto. Mas só quero te perguntar uma coisa: Está disposta a seguir em frente com tudo isso? Onde ainda há tempo de se separar e evitar criar algo mais forte. Pense no futuro, Lily! – Marlene implorou-lhe.

– Lene, primeiro: não consigo imaginar algo para mim no futuro, distante ou próximo. Tudo é um grande buraco negro. –Lily respirou fundo.

Fechou os olhos e sussurrou, logo depois desligando o telefone:

– E eu estou disposta a correr este risco.


–- # --


– Kate? Onde você está? – James chamava pela esposa.

– Aqui! – a ouviu responder da sala.

Arrastou-se até lá.

– Olá. – ele disse quando chegou. Kate estava sentada em uma poltrona. James limitou-se a sentar no sofá ao lado.

– Olá. Não está com frio? – ela indagou, observando-o, por causa de sua roupa. James viu sua calça surrada, chinelos e um moletom – quase riu. Nem parecia um médico.

– Acho que por isso estou de moletom. – ele deu uma risadinha.

Ela concordou e voltou seus olhos para a lareira, apagada.

– Acho que preciso falar sério com você. – James disse, desviando seu olhar da lareira para fitá-la.

– Acho que sentia isso. – Kate disse absurdamente calma. Sem desviar os olhos da lareira.

James estranhou. Ele estava quase passando mal ali, não sabendo como contar a verdade e dizer que havia ajuda para eles.

– Sabe do que eu estou falando, então – James prosseguiu. Não movia um músculo. Kate também não. Ele apenas falava. Rezava para que ela não o entendesse mal.

– Sim. E não sei mais o que falar. Acho que cansei disso um pouco. Ou sei lá. – ela respondeu, ainda calma.

– Isso tudo não precisava acontecer.

– Acho que sim, James – ela virou-se para olhá-lo – Sabe por quê? – ela o olhou, amargurada.

Em um fio de voz, sem desviar os olhos da lareira e apenas sentindo o olhar da esposa em si, respondeu:

– Por quê?

– Porque é claro que você não ficaria comigo, James. Era muito óbvio. Acho que eu fui louca o suficiente, e ainda sou, para te ter perto!

Com indignação, James virou-se.

– Kate, eu acho que não sou nenhum objeto seu e nem de ninguém para mandar ou querer perto de alguém! Se eu quiser, fico porque quero!

Kate o olhou, pronta para revidar. Pronta para começar, como sempre, uma briga. Mas dessa vez, respirou fundo e voltou à atenção para a lareira.

– James, antes de prosseguirmos com essa conversa, quero que não alteremos o tom de voz. Apenas digamos o que sentimos e o que achamos necessário. Por favor. Acho que não quero continuar com isso.

Jay se acalmou e falou:

– Tudo bem. Vamos.

Kate demorou um pouco para falar, mas continuou:

– Eu sei que você quer saber o porquê de eu ter começado com isso. Desculpe-me por ter começado a mentir.

Ela parou e acomodou-se melhor na poltrona:

– Eu sabia que eu por si só não poderia te ter perto de mim. Acho que você seguiria em frente sem mim. Eu não queria e nem quero isso. Eu tinha que fazer algo, James. E porque não seria uma boa ideia dizer que estava grávida? Era tudo que você sempre quis!

– Só por isso? Isso parece egoísmo da sua parte.

– James, você nunca vai me entender. Eu amo você. Sou capaz de tudo para te ter por perto. Tudo.– ela enfatizou e olhou para James. Em seus olhos havia uma chama estranha que pulsava. Ele não sabia o que era, mas quando ela disse tudo, não duvidava que fosse tudo mesmo.

– Kate, precisava disso tudo? Claro que não! E quem te garantiu que eu não iria ficar com você?

– Seus olhos. Até hoje, na verdade. Mas como não mentirei hoje, eu estou dizendo logo do que eu sou capaz. Passo por cima de qualquer um.

Jay comprimiu os lábios, nervoso. Passou as mãos nervosamente pelos cabelos rebeldes.

– Só acho que não precisava! Traiu minha confiança! Só estou aqui por achar que realmente você precisa de ajuda. Senão eu sairia porta a fora e não voltaria.

– Não preciso da ajuda de ninguém. Preciso da sua ajuda. Apenas. – ela afirmou, com os olhos vibrantes.

As ondas de castanhos eram nebulosas, dançavam, pulsando nos olhos dela. James poderia ficar com medo, mas sabia que com ele, ela não era capaz de fazer algo.

– Kate, você precisa de um especialista, isso sim. – ele disse, levantando-se do sofá e ficando de frente para ela, que levantou junto.

– Não, Jamie. Eu preciso de você, só. Ou então, - ela olhou para os outros lados – quero que fique comigo se eu for para um especialista. Não é fácil ter que admitir que você precise de um, mas por você, eu vou.

James a estudou. Aquela mulher não parecia à mulher que o acompanhou por oito meses juntos. Parecia que finalmente estava saindo para sua forma verdadeira. Talvez fosse impressão, poderia, claro. Mas pareciam muito mais reais – apesar de estranhos – aqueles olhos, a postura, o jeito, a forma, tudo.

– Eu não sei. Mas eu disse para mim mesmo que a ajudaria. Não vou te deixar na mão.

James assustou-se quando sentiu braços na sua cintura, abraçando-o.

Relutante, abraçou-a de volta.

– Obrigada, amor. Eu farei o que você quiser. Eu posso me tratar ou sei lá o quê. Apenas não me deixe. – ela disse e olhou para James.

Jay respirou fundo, um pouco satisfeito. A conversa parecia acabada, faltava sua palavra.

– Tudo bem. Eu marcarei as coisas e entraremos em contato com seus pais.

– James! Diga que não irá me deixar, abandonar. – ela tornou a abraçá-lo, fortemente. James sentiu-se estranho abraçando-a. Uma sensação de incômodo repentino. Mas mesmo assim, abraçou-a também, de novo.

– Tudo bem. – disse, mas sussurrou baixinho:

– Eu acho.


–- # --

Lily correu apressada para pegar o telefone.

– Oi, Dor! – exclamou feliz.

– Hey, mana! Como vão as coisas por aí?

– Vão bem, sim. E você?

– Bem também. Até que aqui não é um lugar ruim. – Dorcas riu.

– Que bom. – Lily deixou um sorriso bondoso brotar-lhes os lábios. Caminhou até a janela da cozinha, com o telefone.

– Como vai Londres?

– Bem. Chuvosa, está fazendo muito frio, mas nada não.

– Hm. Que bom. Proteja-se do frio, mana! Pode ficar doente de novo – Dor disse, rindo, levando Lily.

– E o Potter?

– O que quê tem o Potter? – Lily perguntou. Quase que inconscientemente viesse-lhe à lembrança da noite anterior. Contaria?

– Ele está cumprindo a promessa?

– Claro. Está sim. Mas ainda não veio hoje. – Lily disse, passando a mão pela janela, embaçada de vapor, do frio.

Dorcas assentiu e por um tempo não disse nada.

– Sente a falta dele. – Dor disse do nada. Após o silêncio. Conhecia Lily. Apesar de ter afirmado, Lily sentiu-se no direito de responder:

– Sim. Sinto.


¢¢¢¢¢¢¢

James resolveu espairecer, saindo de casa. Já tinha ligado para um psicólogo e já havia notificado aos pais de Kate. Eles concordaram e ficaram felizes em saber que ele havia ‘resolvido’ o possível problema. Eles resolveram passar um tempo na casa deles, ajudando-o.

Kate nunca gostou muito dos pais, sempre os mantendo longe de todos, sem motivos aparentes, afinal eles a tratavam como uma princesa – sendo filha única.

James, particularmente, sempre gostou deles. Sempre mantendo contato. Eram os pais que ele não teve tempo de desfrutar.

Jay saiu de seus pensamentos com o rádio ligando sozinho. Olhou para a janela pelo carro. Pelo frio constante, parecia que Londres passaria um bom tempo nele.

Um pouco aliviado, James mudou sua rota do caminho; indo para a casa que conhecia muito bem.

(...)

Com um moletom que Dorcas havia lhe dado, Lily desceu as escadas. Arrumou tudo na cozinha e voltou-se para a sala. Ficaria sozinha o resto da noite, como ficara a manhã inteira.

Pronta para sentar e se acomodar, Lily ouviu a campainha tocar.

Já desconfiando de quem seria, Lily pulou do sofá e podia ter jurado que seu coração deu um solavanco pelo repentino pulo.

– Oi, Lily. – James a cumprimentou. Ela sorriu e deu passagem para ele entrar.

– Oi. Londres anda muito fria, não é? – disse fechando a porta e dirigindo-se para a sala, com James em seu encalço.

– É. Daqui a pouco, todos terão que andar com toca e muitos mais agasalhos. – ele riu, divertido.

– Verdade. Então, como foi na sua casa? – indagou Lily, sentando-se no sofá.

– Bom, acho que foi bom. – Jay deu de ombros e se sentou ao lado da ruiva.

– Como assim bom? Conseguiu convencê-la a pedir ajuda? Tratar-se? – Lily arqueou as sobrancelhas.

James enrugou o cenho.

– Sim. Apenas me implorou para não deixá-la.

– E o que você disse?

– Que ficaria, só não sei até quando. – ele a olhou.

Lily sorriu, tentando passar confiança. Mas alguma coisa ainda o perturbava, impedindo-lhe de sorrir aliviado, um pouco.

– E o que ainda te perturba? – Lily perguntou, batendo de leve na mão dele. Ele sorriu.

– Tenho medo de que meu coração me pregue uma peça. Que me confunda como nunca antes.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) Sério mesmo. Nesse capítulo há o desafio de confissão de medo, acho que deu para eu fazer, não é? Acho que sim.
Ah! Gente, eu estava pensando em colocar nomes nos capítulos. O que vocês acham? Concordam?
Bom, o que eu mereço? Nada? Críticas? Sugestões? Por favor!
Bem, obrigada por tudo, pessoal.
Beeijo.
Até!
XD