Conexão Seattle escrita por Karmen Bennett


Capítulo 38
Revelações I


Notas iniciais do capítulo

Ok, sem criatividade para o título mas vai ver nada caia melhor... Obrigada a todos pelos comentários e por continuarem lendo e sinalizando que leem isso me faz continuar. Eu queria dizer que estou ciente do fato de quase todo mundo estar no minimo confuso com a hiatória, e insatisfeito com a grande quantidade de informações, tentarei arrumar as coisas nesses caps. Agora é oficial, já tenho os números, esses cap realmente é o antipenúltimo deveria ser o peultimo mas acho que o nyah não vai me deixar postar um cap com 10 000 palavras. É sério. Eu espero que vcs gostem desse cap que eu fiz com muito carinho mas se não gostarem não se preocupem, podem mandar bala, aceito criticas. Boa leitura!!



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Enquanto pensava em como sairia dali, Sam tentava juntar as peças daquele complicado quebra-cabeças, pensando em tudo o que vira e ouvira nas últimas semanas e chegava a conclusão de que fora tudo uma grande perda de tempo. Se deixara enganar facilmente pela verdadeira criminosa, voltara suas desconfianças aos amigos do pai de Freddie e agora não tinha ideia do que pensar. Ela olhou de relance pra comida sobre a cômoda e desviou rapidamente o olhar, relutando em se alimentar pois desconhecia a verdadeira finalidade daquela bela bandeja. Poderia ser tanto para alimentá-la quanto para matá-la. Após algumas horas pensando, ela voltou sua atenção a janela atrás de si e passou a analisar suas chances. Não era alta nem tinha grades ou travas externas, mas dois cães enormes dormiam tranquilamente embaixo. Dos lados haviam janelas idênticas a sua, mas uma delas possuía grades, e ela deduziu que se tratava do quarto onde as garotas que ela vira ficavam. Pensado nisso, ela se perguntou o que faziam aquelas meninas no porão daquele sobrado e como e porque Wendy fora parar ali. Nada parecia fazer sentido naquele momento e tudo o que ela pensava era em sair dali.

–Pensando em fugir pela janela?

Sam virou assustada deparando-se com Olívia olhando-a atentamente.

–Acho que já viu meus cãezinhos, aliás sinto muito pelo seu. Não vai comer?

–O que disseram a minha família?

–Você disse. -Respondeu calmamente. -Disse que foi a Califórnia tentar um contrato pra sua banda e que volta no sábado, tudo isso numa mensagem de celular. É o tempo das coisas se acertarem.

Sam assentiu resignada e se encaminhou até a cama onde sentou sentindo-se fraca. A mulher a observou com cautela e depois pegou a bandeja dirigindo-se a cama. Provou o cereal, o suco e o sanduíche e levantou deixando a badeja sobre a cama.

–Uma semana disso, vai ser mesmo um porre, não acha? -Disse Olivia. -Até mais tarde.

Apenas quando a mulher saiu e o barulho produzido por seus saltos sumiram, foi que Sam começou a devorar com avidez tudo que havia na bandeja. Depois, sentindo-se muito melhor, voltou a analisar suas chances de fuga.

Parecia que Olivia não tinha ideia do que Sam vira e ouvira pela manhã, o que confirmava algo que Sam já vinha observando: a ausência de câmeras naquela casa, talvez para que não fossem produzidas provas contra eles mesmos no caso do esconderijo ser descoberto. Por fim Sam concluiu que a forma menos arriscada de sair seria pela porta, mas achou melhor esperar anoitecer e só então tentar sair.

Carly ainda estava numa espécie de guerra silenciosa com o pai e o irmão, que tinham certeza que a garota apenas esperava a mãe aparecer para contar a conversa que ouvira entre os dois. Ela estava revoltada por saber que o pai tinha outra mulher e também pelo fato de Spencer saber de tudo, o que o tronava cúmplice do pai, era uma dupla decepção. Quando o pai entrou no quarto do hospital a noite, a menina se limitou a cruzar os braços e virar o rosto para a janela quando o homem se aproximou pedindo que a enfermeira saísse.

Carly estava melhor e mais corada, era como se ao invés de piorar seu estado de saúde, aquilo houvesse lhe dado forças, tirando-a da sua zona de conforto, obrigando-a a reagir.

–Carly, acho que te devo uma explicação. -começou ele. -Sobre o que ouviu mais cedo.

–Não quiseram me dar quando eu pedi, agora não estou mais interessada. -Disse por fim.

–Fico feliz em ouvir sua voz. -Ele disse sorrindo. -O Spencer está muito triste, ele não merece o seu desprezo, Carly.

–Deixe que eu me entendo com o Spencer e faça o senhor o papel de homem honrado que diz ser.

Ele a encarou surpreso.

–Carly, eu ainda sou seu pai. E por favor, não se exalte não irá lhe fazer bem.

–Ha quanto tempo trai a minha mãe? –Perguntou.

–Nunca trai a sua mãe. -Respondeu firme. -A outra a que o Spencer se referiu... Bom, Carly chega de segredos. Mas prometa-se que tudo permanecerá em família, ainda que você decida dizer a sua mãe, está bem?

Ela assentiu torcendo os lábios.

– Trata-se da filha de dois amigos que morreram e que eu assumi como minha.

–E por que não a trouxe pra viver com a gente? –Perguntou indignada.

–Jamais chegaria aonde cheguei se todos soubessem que tenho uma filha fora do casamento.

Carly respirou fundo procurando não se irritar com aquelas palavras vindas do próprio pai. O importante agora era conhecer a verdade, expulsá-lo não ajudaria nisso.

–Quem são esses amigos? –Perguntou friamente. –Eu quero nomes coronel Shay, nomes.

Ele não podia esconder o espanto. Era como uma versão feminina dele interrogando suspeitos.

–Sabe a Helena de quem tanto falo? Então, ela teve uma filha com o... Frederik Benson. Como ela apresenta algumas perturbações mentais as vezes tem que vir pra Seattle, ha uma excelente clinica psiquiátrica aqui.

Agora era Carly quem estava surpresa. Uma filha?

–O Freddie tem uma irmã? -Ela tinha um sorriso surpreso.- Cadê meu celular?

–Carly, não pode dizer a ele, pra todos os defeitos ela é minha.

–Ah é. -Disse vagamente -Ah é, que coisa horrível o senhor fez, papai quando descobriu essa menina, a senhora Benson sabe disso?

–Nós dois sabemos disso desde que ela nasceu, a Helena se matou algumas semanas após o parto, estava deprimida por causa do rompimento com o Fred, o casamento dele com outra. A Marissa com a ajuda da Ana entregou a menina pra adoção e eu a adotei.

–Por que não contou isso ao senhor Benson?

–Em vida a Helena me pediu que não contasse sobre a menina ao Fred e foi o que eu fiz. Mas cuido dela como se fosse minha, ela estudava num internato em Nova York e agora está em Princeton.

–Então ela não é completamente perturbada, quer dizer...

–Não. Eu suspeito que a depressão da Helena durante e depois da gestação a afetou, mas na maior parte do tempo ela é normal e muito inteligente. Acha que é minha filha com a Helena e que moro sozinho aqui em Seattle. Tenho um apartamento para quando ela vem.

Após o incrível relato, Carly bateu três palmas fracas carregadas de espanto e repugnância.

–O senhor Benson, tio do Freddie, sabe disso?

–Não sei, aquele homem é estranho e pouco confiável não sei quais as intenções dele.

Carly parou pensando que aquele não seria o tipo de coisa difícil de descobrir com a ajuda de um detetive, e como Arthur afirmara ter contratado um, era no mínimo estranho que não tivesse descoberto nada. Parecia haver alguma coisa muito errada naquela história toda. Mas uma coisa era certa. Não havia outro motivo pelo qual Steven Robinson pudesse estar chantageando a senhora Benson. Carly não estava minimamente disposta a guardar o segredo do pai sua revolta com a atitude dele aliada a necessidade daquelas informações ao Conexão Seattle a fazia querer seu telefone ali o mais depressa possível.

Após almoçar com a família, Jonah decidira ir ver como estavam os ânimos na casa de Sam depois do que houve com Spike e qual não foi a sua surpresa ao descobrir que Sam não estava em casa, que viajara e que tudo o que deixara foi uma mensagem enviado ao celular da mãe. Esta estava tentando entrar em contato com o pai da garota para que ajudasse a procurar a filha, mas parecia estar tendo dificuldades em falar com ele. Agora Jonah estava sentado ao lado de Shelby em frente a casa de Sam, comendo um pacote de amendoim enquanto esperavam os outros. Não demorou muito e Griffin surgiu ao lado de Brad se juntando aos outros dois.

–Tem algo muito errado nessa história toda. -Disse Shelby. A Sam não viajaria sem falar com a gente, ela tinha ido jogar o lixo fora e não voltou mais, isso é realmente estranho.

–E foi logo depois que o Spike morreu. -Completou Jonah. -Sério, eu tô muito preocupado.

–Então espera só até você ouvir o Brad. -Disse Griffin.

–Hoje pela manhã eu levei o Benson a penitenciária. Ele queria ver o meu pai.

–Sério? -Perguntou Shelby. -Mas por que?

–Não sei, acho que ele quer saber alguma coisa sobre o pai dele, mas ele desistiu. O fato é que o meu pai ficou furioso por que eu o levei lá, disse que não me queria andando com ele e ficou muito claro que... Meu pai tem medo do Freddie, ou da família dele, sei lá...

–Acha que o Freddie tem alguma relação com o sumiço da Sam? -Perguntou Shelby. -Sabe, ele teve aqui mais cedo e a Pam pôs ele pra correr, ela acha que a filha fugiu por causa de alguma coisa que ele fez.

–Se for isso, ele tá perdido. -Disse Jonah. -Sério, eu vou bater tanto nele que ele vai pedir que eu o mate, mas não, eu continuarei batendo nele até que minhas forças acabem.

–Não gente, calma aí dá um tempo. -Pediu Brad. -Ainda que o Freddie tenha brigado com a Sam, por que meu pai teria tanta aversão a ele?

–Minha mãe sempre diz que a família do Freddie não vale nada, vai ver seu pai sabe de alguma coisa que eles fizeram, são todos mais ou menos da mesma época. -Respondeu Griffin.

–Tá legal, mas supondo que a família do Freddie seja chefe do tráfico de drogas mundial. -Dizia Shelby. -O que isso tem a ver... Será que a senhora Benson fez alguma coisa com a Sam?

–A senhora Hunter já foi a polícia? -Perguntou Griffin.

–Foi, a polícia de Seattle está atrás dela -Respondeu Shelby. -mas é difícil acreditar que concentrarão seus esforços pra achar uma garota do subúrbio. Fichada. Eu só espero que ela apareça logo.

– Mas o seu pai te falou mais alguma coisa, Brad? -Perguntou Jonah.

–Não. Ele nem mesmo disse que tem medo dos Benson ou algo do tipo, eu deduzi. Apenas pediu que eu não os levasse mais ali.

–E então, o que faremos? -Perguntou Jonah. -Sim, por que não podemos ficar de braços cruzados!

–E não vamos. -Shelby levantou decidida. -Buscaremos informações na escola, Griffin pergunta se a Carly sabe de alguma coisa Brad, usaremos o carro da sua mãe pra vasculhar a cidade, esse país atrás da Sam. Também devemos ficar de olho no Benson, na Shay por que ela andava muito com eles ultimamente. Vamos achá-la.

Todos assentiram meio que falando ao mesmo tempo, enquanto tentavam achar outras formas de descobrir o que de fato havia acontecido. Sequestro era algo inconcebível dada as condições de Sam, e inimigos reais ela não tinha. A verdade é que os quatro estavam tão preocupados quanto assustados, mas não passava pela cabeça de nenhum deles cruzar os braços.

Assim que saiu do pet shop, Freddie procurara a mãe para falar da sua decisão e ela mais do que rapidamente concordou. Ele sabia que Arthur tentaria impedir, mas com a anuência de Freddie seria difícil impedi-la de vender o valioso patrimônio dos Benson.

Freddie estava desesperado, não tinha ideia de qual eram os verdadeiros planos de quem estava por trás daquilo, sequer sabia quem eram, mas falar com o tal Davis lhe causara uma angústia, um desconforto do qual ele ainda não se desfizera e aliado a isso havia a preocupação com Sam. Ele havia tentado falar com a mãe da garota, mas essa lhe pusera pra fora ameaçando agredi-lo, tinha certeza de que a filha fugira por conta de alguma mágoa provocada por ele, e ela não estava tão errada em pensar que o sumiço da filha era culpa sua. Ele se sentia culpado o tempo inteiro, lembrando de como ela se recusara a deixá-lo sozinho e o quanto ele fora fraco egoísta ao se deixar vencer pela vontade de tê-la perto, e agora nada podia fazer para tirá-la da situação que ele criara.

Ele agora se dirigia a uma lanchonete próxima a sua casa onde o tal Davis havia dito que estaria ás seis. Estava esperançoso de que Sam estivesse com ele mas para seu desespero apenas o homem se encontrava ali sentado no balcão.

–Cadê a Sam? -Freddie foi logo perguntando.

–Aqui.

Ele entregou ao menino um celular e indicou que ele pusesse no ouvido.

–Freddie? -Era a voz de Sam do outro lado da linha.

–Sam! -Ele sentiu o coração disparar. - Deus, onde você está?

–Não posso dizer. -Respondeu.

A voz dela parecia tensa, certamente havia alguém ao seu lado.

–Sam, eu vou tirar você daí não se preocupe. Você está machucada, fizeram alguma coisa com você?

–Não, Freddie eu estou bem sou a primeira pessoa pobre sequestrada, acho que isso me torna especial.

–Eu vou tirar você daí. -Ele disse antes do telefone ser tomado das suas mãos pelo homem que desligou abruptamente.

–Disse que queria ela aqui hoje!

O homem o encarou friamente e Freddie sentiu um certo desconforto com a presença dele. Por alguns instantes o homem lhe lembrou alguém que naquele momento não lhe veio a mente.

–Você é menor, Freddie precisa marcar uma audiência e informar ao juiz que autoriza sua mãe a assinar os papéis. Isso vai levar uns três dias, desculpe vai ter que esperar mais um pouco. Mas não se preocupe ela vai ficar bem, e se vier aqui todos os dias nesse horário sem a polícia poderá falar com ela.

–Então admite que a sequestrou?

–Não. Como já havia dito antes, sou estou te ajudando.

–Eu quero ver a Sam.

–Sabe, eu realmente posso encontrá-la e trazê-la de volta, mas seu desespero é minha única garantia, Freddie. Eu sinto muito.

–Quem é você? O que você realmente quer?

Ele encarou o garoto por alguns segundos examinando-o.

–Fui um amigo da sua família. –Disse por fim. –Quero justiça, Freddie.

O homem sorriu misteriosamente e levantou saindo da lanchonete. Sentindo-se confuso com aquelas palavras, Freddie se perguntou como suportaria esperar tanto tempo sem saber o que realmente estava acontecendo, e pensou em seguir o homem de modo que talvez descobrisse onde Sam estava. Mas pensando no que resultara suas tentativas anteriores de bancar o detetive, se envolvendo com pessoas perigosas, achou mais prudente não fazer nada que pudesse piorar as coisas, pois certamente aquele homem não fora ali sozinho.

Ele seguiu na direção de casa sentindo-se mais solitário do que nunca, pensando em como poderia acelerar o processo mas acabou chegando ao apartamento sem encontrar qualquer solução. A mãe não estava ali, havia ido jantar com os amigos da mãe, Freddie fora convidado mas se recusara, achava que um daquele homens estavam por trás do que estava acontecendo e se recusava a ficar na companhia deles. Chegando no quarto, ele retirou do bolso o celular onde haviam cinco ligações e três mensagens do tio, mas já sabendo do que se tratava, Freddie as ignorava. Ele queria parecia querer proteger a todo custo, a família e o patrimônio do irmão passando até mesmo por cima do sobrinho e isso fazia Freddie se perguntar até onde ele iria pelos seus objetivos.

Sentindo-se exausto, Freddie se deixou cai na cadeira da sua escrivania e seus olhos miraram, involuntariamente, a caixinha de palhaço que Sam lhe dera quando quis assustá-lo. Uma série de lembranças começaram a inundar-lhe a mente antes que ele finalmente conseguisse pensar em algo que explicava boa parte daqueles acontecimentos e que talvez pudesse salvar Sam.

Eram por volta das cinco da tarde de uma terça-feira, a mãe havia saído para o plantão e ele ficara arrumando a casa. Ainda não acreditava no que estava fazendo ha alguns dias, mas sentia-se bem, não apenas por estar fazendo escondido mas por que realmente estava gostando de Samantha Puckett, aquela que sempre considerara o seu pior pesadelo. Quando ele deu por concluída a limpeza da cozinha, a campainha tocou e ele correu para atender deparando-se com uma garota loira fitando-o com lindos olhos azuis.

–Oi. -Ela disse.

–Oi. -Respondeu abrindo caminho.

Ela entrou e se dirigiu ao centro da sala onde ficou esperando por ele. Freddie fechou a porta e caminhou até a menina sorrindo um pouco sem jeito e se sentindo estranho por gostar tanto da presença dela.

Ela trajava um jeans, blusa preta e tinha os cabelos soltos e usava apenas lápis de olhos. Simples, mas muito linda.

–Eu comprei uns filmes pra gente escolher. -Disse ele sentando no sofá. -Tem comédia, romance, terror...

–Qual o seu tipo favorito? -Ela perguntou sentando-se muito perto dele.

–Ficção científica.

–Imaginei. Olha só tem uma peça bacana em cartaz a gente podia ir ver tá chovendo, é improvável que alguém nos veja.

–Improvável mas não impossível.

Ela suspirou aborrecida.

–As vezes me pergunto o que exatamente estamos fazendo de errado.

–Então quer dizer que não se importa em ser vista comigo, Puckett?

–Claro que sim. -disse sorrindo. -Mas é que... Deixa pra lá, estava falando dos filmes não é?

–É, sabe que ha pouco tempo eu vi um muito bom, o último da trilogia do batmam. A vilã finge querer ajudar o tempo inteiro, e tem ajuda de um amigo que conheceu literalmente no fundo do poço. -Ele parou gargalhando brevemente. -E eles meio que querem se vingar da cidade toda...

–Eu já entendi, Freddie você gosta de super heróis. -Disse ela. -Mas eu tô mais interessada em filme de ação. Ação real, sabe?

–Tipo caras pulando sem paraquedas de um avião e saindo ileso? Muito real.

–Hei! -Ela riu atirando uma almofada nele. -Melhor que um nerds ganhando super poderes por serem picados por insetos.

–Mas o batmam não...

–Tá, então melhor que um nerd milionário e solitário que resolve bancar um herói sombrio -Ela parou pensativa. -Não, isso parece legal. Droga!

–Ahá! Então admite que tenho gostos melhores que os seus?

–Levando em conta que estamos ficando... Sim.

Ele riu encarando-a.

–Tem resposta pra qualquer coisa que te digam?

–Não. -Respondeu. -Não encontro resposta quando me pergunto o que vejo em você.

–Acho que posso te ajudar nisso.

Ele levou uma mão ao queixo dela e puxou-lhe o rosto beijando-a em seguida. Ela rapidamente o correspondeu permitindo que ele encaixasse os lábios nos dela, aprofundando cada vez mais aquele beijo enquanto, distraidamente ele a deitava sobre o sofá ficando por cima. Ele deslizou a mão esquerda até a cintura dela, e depois até uma das a perna, levantando-a de modo a intensificar o contato entre eles, ao que ela emitiu um suspiro alto enquanto puxava os cabelos dele levemente. Ela parecia mais permissiva do que da outra vez, não mostrando resistência alguma ao sentir uma das mãos dele por baixo da sua blusa, passando a puxar a dele com avidez, como se quisesse tirá-la. Só não o fez por que com muita dificuldade, ele interrompeu o beijo e levantou avisando que não podiam continuar ali. Ela assentiu ofegante e os dois levantaram encaminhando-se impacientemente ao quarto do garoto.

Ele entrou por último e fechou a porta passando a chave rapidamente, e assim que se virou foi agarrado abruptamente pela garota que o puxou pela gola da blusa, beijando-o. Ele a abraçou pela cintura com força, unindo os seus corpos de maneira rude, como se desejasse aquilo mais do que tudo em sua vida e lentamente foi caminhando com a garota em direção a cama. O ar já faltava a ambos quando o beijo foi interrompido e ele desceu os lábios ao pescoço dela beijando e mordendo arrancando suspiros da menina, que já se deixava cair sobre a cama quando seu corpo se chocou com algo.

Ai! -Disse ela empurrando Freddie que já se atirava sobre ela.

–O que foi? -Perguntou atirando-se pro lado acreditando tê-la machucado.

–Isso. -Ela puxou um objeto de trás de si que logo foi identificado pelos dois.

–Ah, me desculpe. -Disse ele.

Houve um breve silêncio enquanto os dois observavam a caixa que a pouco tempo causara um grande desentendimento entre eles.

–Por que ainda guarda isso? -Perguntou ela.

–Bom… Por vários motivos. Primeiro eu queria ter uma prova contra você, depois minha mãe me falou aquilo e agora... Sei lá olhando bem, até que ela é legal.

Sam riu sentando-se na cama.

–E a outra? Ainda guarda também?

–Sim, mas por outros motivos. Aquele cara lá do seu bairro disse que o homem que matou meu pai encomendou isso pra ele, então talvez ela seja um ponto de partida ou algo do tipo.

–É pode ser. -Disse após um longo suspiro. -Mas quer saber, acho que o Carl não falaria isso se soubesse que o Petter poderia descobrir e ir atrás dele.

–Então acha que ele pode estar morto?

–Talvez. -Ela aproximou-se passando a mão nos cabelos dele. -Mas não vamos falar disso agora, eu vou por o filme está bem?

Ele assentiu sorrindo com o canto dos lábios e a observou ir por o filme. Ainda sentia vontade de puxá-la para si e continuar de onde haviam parado, mas se deteve em meio aos pensamentos confusos. Além de não ter a menor possibilidade de solucionar algo que acontecera a tanto tempo, ainda deixava que isso atrapalhasse a chance de ter e melhor noite da sua vida.

Depois Olívia fora embora do quarto, levando o celular, Sam se perguntou se Freddie teria coragem de vender a loja por causa dela, e se realmente aquilo a salvaria. Ouvir a voz de Freddie, a deixara um pouco feliz, lhe trouxera uma série de recordações, mas ainda sentia muito medo do que aquelas pessoas poderiam fazer com ela já que ela sabia sobre Olívia e essa certamente não pretendia viver se escondendo depois que fosse a nova milionária de Seattle.

Quando anoiteceu, Sam aguardou que tudo estivesse em silêncio e bateu na porta. Primeiro uma única vez e fraco, e depois duas, forte o suficiente para que fosse ouvida ao longo do corredor. Como não houve qualquer movimentação, ela se baixou e usando um grampo que achara no chão mais tarde começou o arrombamento, sentido o coração acelerar a cada vez que pensava no que fariam se a flagrasse tentando sair. Em poucos minutos, ela havia conseguido abrir a porta, e um sorriso involuntário lhe invadiu os lábios ao se deparar com o corredor completamente vazio.

“Deve ser algum truque”, pensou.

Desconfiada, ela caminhou até o fim do corredor, mas como já esperava, no pé da escada que dava acesso ao primeiro andar, estava um homem sentado em uma cadeira virada para o outro lado e apenas por isso não a vira. Ela pensou em descer e atacá-lo, mas achou que seria muito arriscado, afinal ele poderia estar armado.

Sam ficou pelo menos dez minutos parada no corredor, pensando no que fazer até que teve uma ideia. Ela voltou até o quarto, pegou uma garrafa de água pela metade e atirou contra os cachorros que dormiam na parte de baixo da janela, e logo que os animais acordassem latindo freneticamente. Rapidamente, ela se jogou em baixo da cama e esperou. Não demorou para que alguém entrasse no quarto, e percebendo e saísse logo em seguida percebendo a falta da garota. Ao sentir que estava sozinha, Sam saiu do quarto, voltou as escadas onde constatou vitoriosa que homem não se encontrava mais, certamente havia ido procurá-la. Ela desceu apressadamente as escadas e tentou sair por onde entrara, mas ali se encontravam Olivia e Carl conversando.

–Não devíamos ter colocado a menina nisso –dizia ela. –Eu a conheço a anos, é difícil de ser controlada.

–Ao menos isso impediu o garoto de falar com o Crawelt. –Disse Carl.-Não se preocupe, iremos achá-la.

–O Davis ligou pra você?

–Não.

–Ele está demorando, precisamos dele aqui.

Os dois estavam sentados no sofá, de costas para a entrada do corredor onde Sam estava bebendo alguma coisa. Ela pensou em esgueirar para algum canto e tentar fugir, mas a única saída estava bem na frente dos dois.

–Ainda gosta dele? –Perguntou o homem após alguns segundos de silêncio. –Sabe, como antes.

–Sou casada, Carl que tipo de pergunta é essa?

–E que tipo de resposta é essa? Um não bastava.

–Não gosto mais dele. –Disse com a voz irritada. –E se for ficar me aborrecendo é melhor que vá procurar a garota.

–Sabe qual o problema, Olívia? Se fosse eu que tivesse comandado a ação desastrosa com a filha do coronel sua reação seria outra, mas você mal o repreendeu, isso levantou suspeitas, achei que devia saber.

–Nesse caso eu agradeço. –A voz dela tornou-se preocupada. –Vocês precisam dissociar minha imagem daquela jovem tola que cobiçava o que todas queriam.

–Eu sei, minha cara, mas não devia perdoar atitudes estúpidas, nunca chegamos tão perto.

–Ninguém ficou mais irritada do que eu, meu filho gosta da menina, está sofrendo por ela. Mas como você mesmo diz, nunca chegamos tão perto se ficarmos brigando entre nós voltaremos a estaca zero. Além disso, a garota viu os relatórios.

–E quem garante que já não deu com a língua nos dentes? É disso que falo.

–Talvez ela tenha se assustado e fique não diga nada.

–Sempre justificando as atitudes do...

–Ok, Carl quando o Davis chegar matamos ele e você irá ser responsável pela operação que consegue interceptar informações de qualquer computador dessa cidade! –Ela falava de forma calma e arrastada demonstrando exaustão. – Também irá manipular os códigos quando os tivermos está bem?

–Não precisa...

–Também poderá implantar boatos falsos na imprensa, fazer um caso ser digno de holofotes por anos, conseguir uma imagem de herói, vingança por si mesmo e por outros... E ainda nos deixar muito ricos.

–Realmente não precisava isso tudo. –Disse Carl vencido. –Só quero que tudo dê certo.

–E eu não. Emprenhei minha vida nisso pra ver Marissa e Steven vencerem novamente.

–Me desculpe.

–Tudo bem, Carl. –Disse pondo a mão nos ombros do homem. –Estamos todos ansiosos, mas não podemos surtar. Lembra quando fui procurar parentes da Helena e conheci você? Sabia que estava diante de um grande homem e não estava enganada.

–Obrigado. –Ele falou agradecido.

–Então pare de bancar o imbecil e vá procurar a menina. –Disse friamente. –Agora.

Surpreso e confuso, Carl se levantou e saiu pela porta da frente.

Percebendo que Olivia se direcionava ao corredor, Sam virou-se na direção contrária e tentou voltar ao quarto, mas alguém estava descendo as escadas, com o rosto ainda envolto na penumbra, mas Sam sabia que fora vista. Desesperada, ela entrou por uma porta atrás de si e se deparou com o escritório no qual falara com Olívia mais cedo quando fora trazida para aquela casa. Em poucos segundos, ela ouviu a maçaneta sendo tocada e percebeu que ali era o fim da linha, seria pega. Sam respirou fundo e pegou uma vassoura que havia num canto, destinada a brigar até as últimas consequências, pois não estava disposta ser manipulada como bem entendessem para depois ser eliminada como um objeto.

A porta se moveu. Sam deu alguns passo para trás e as lágrimas lhe vieram ao rosto. O medo era grande, mas a vontade de bater em Olívia também não lhe permitia ver a situação com frieza.

–Hei! -Olívia gritou com raiva. -Que diabo está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Só Deus sabe a tensão em que eu fico a cada cap postado, então por favor me digam o que acharam!!!!! Próximo cap vai ter todas as revelaçoes finais, tiro, porrada e bomba, pelo menos eu vou tentar deixar assim... Em breve postando lá em Meu mundo é você, também na reta final! Obrigada ao Anônimo que deixou uma recomendação bacana lá, eu amei!! É isso galera mandem suas dúvidas, sugestões, criticas e palpites! .Bjos e até mais!!



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